Arrependimentos escrita por Nancy Noyon


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOOO



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Capítulo Único

O clima naquela escola era incrivelmente pesado. Ninguém era capaz de falar algo sobre a notícia que receberam, mesmo que tenha sido na semana passada.

Não podiam acreditar que eles tinham estragado a vida de uma pessoa por causa de uma mentira. Só de pensar o cada um fez, os fazia sentir nojo, tristeza e arrependimentos.

Com aquele boato ela se tonou alvo de bullying, eles humilharam, rebaixaram, fizeram tudo de ruim para ela, fizeram o que não se devia fazer com uma alma inocente.

E agora eles sofriam e eram atormentados com esse fantasma que iria sempre os perseguir, não importava onde fossem eram e sempre seriam atormentados pelo anjo inocente que eles transformaram em um demônio para seus sonhos. Os mais atormentados era aquelas pessoas que um dia ela chamou de amigos.

— Naruto, você está chorando de novo? – O loiro olhou na direção que a namorada chamava, ela era linda parecia um anjo, e era esse anjo que conseguia acalma-lo seu coração um pouco.

— Fazer o que? Não consigo parar... – Sentindo as lagrimas voltarem suspirou tentado se acalmar. – Só de lembrar o que fizemos... Só de lembrar, eu me sinto um idiota, um imbecil, eu sinto nojo de mim mesmo. Como eu pude? Como eu pude fazer aquilo com ela? Ela era a minha melhor amiga! Hinata, eu sou um monstro! – Não aguentou e começou a chorar novamente se agarrando a namorada.

— Naruto, não foi somente você que errou, todos nós erramos. – Começou a acariciar os cabelos dele tentando não lembrar do que fez, porque toda vez que lembrava sentia vontade de chorar e naquele momento quem precisava ser consolado era ele não ela. – Shiii, não chora.

— O teme, como o teme está? Ele não tem vindo a escola desde que recebemos a notícia. Já que quando eu ligo ele não atende e quando vou para a casa do mesmo, ele não que me ver, quero dizer, ele não quer ver ninguém.

— Não sei Naruto, eu não sei. Acho que ele foi o mais afetado, já que ele era o namorado dela.

Ouviram sons de passos e olharam para o local de onde vinha, e puderam ver Ino, que sempre tinha feições alegres, sorridentes, sempre bem arrumada, estava tão desgastada quanto eles. O cabelo desgrenhado e o rosto vermelho, com claras feições de choro.

— O que vocês estão fazendo aí? A aula já vai começar, vamos para dentro, está tão frio aí fora.

— Você também se arrepende, não é?

— Por favor Naruto, não me lembre mais, eu quero esquecer de tudo que eu fiz a ela. – Cobriu o rosto com as mãos caindo de joelhos no chão. – O que nós fizemos com ela foi horrível e eu só quero esquecer...

— Não dá, não dá Ino. – Disse Hinata. – Isso vai nos atormentar para sempre.

[...]

“– Por que eu continuaria namorando uma puta de esquina como você? Será que não percebeu que nem eu e nem ninguém quer que você chegue perto? Por que não some? Fique longe de mim, sua prostituta!”.

— Pelo amor de deus, não... – Empurrou com brutalidade as coisas que estavam na escrivaninha.  Não queria se lembrar das coisas que disse a ela, pois todas eram horríveis. Mas isso era impossível já que sempre as lembranças não saiam da sua cabeça e lhe atormentavam.

Se ele não tivesse dado ouvidos aquele boato e sim a ela, eles poderiam estar juntos, se amando e felizes, mas agora nem mesmo um corpo tinha para ser enterrado. Nem mesmo isso.

Nunca pensei que sentiria isso

Culpado e partido por dentro

Vivendo comigo mesmo, nada além de mentiras

 

Sempre achei que fosse conseguir

Mas nunca pensei que deixaria ficar tão mal

Viver comigo mesmo é tudo que eu tenho

 

Me sinto entorpecido

Não consigo vir à vida

Sinto como se tivesse congelado no tempo

 

Vivendo em um mundo tão frio, me definhando

Vivendo em uma casca sem alma, desde que você se foi!

Vivendo em um mundo tão frio, contando os dias

Desde que você se foi, você se foi!

 

Você alguma vez me sente?

Você alguma vez olha bem lá dentro

Encarando-se paralisada

 

Me sinto desconhecido

Não consigo vir à vida

Sinto como se tivesse congelado no tempo

 

Vivendo em um mundo tão frio, me definhando

Vivendo em uma casca sem alma, desde que você se foi!

Vivendo em um mundo tão frio, contando os dias

Já que você não tem jeito, você se foi!

 

Sou muito jovem (sou muito jovem)

Para perder a minha alma

Sou muito jovem (sou muito jovem)

Para sentir essa velhice

Tão sozinho, fui deixado para trás

Sinto que estou perdendo a cabeça

 

(Você alguma vez me sente?

Você alguma vez olha bem lá dentro

Encarando-se paralisada)

 

Vivendo em um mundo tão frio, me definhando

Vivendo em uma concha sem alma, desde que você se foi!

Vivendo em um mundo tão frio, contando os dias

Já que você não tem jeito, você se foi!

 

Sou muito jovem (sou muito jovem)

Sou muito jovem (sou muito jovem)

 

(World So Cold – Three Days Grace)

Se jogou na cama tentando não lembrar.

Podia estra sendo egoísta, mas não queria que os momentos horríveis lhe aparecessem se recusava a lembrar do modo que a tratara. Queria só lembrar dos momentos felizes, mas não conseguia.

Não tinha sido somente ele, mas o peso e a responsabilidade pairavam em suas costas o deixando como um homem horrível. Não, ele era o monstro da pior espécie. O pior. 

— Sasuke, meu filho você quer algo? – Sua mãe perguntou atrás da porta. Sua voz era de pura preocupação, já que o filho não saia do quarto a dias.

— Não, não estou com fome.

— Mas você não come a dias! – Disse aflita.

— Não estou com fome. Eu só quero ficar sozinho. – Tentou fechar os olhos, mas o rosto e o sorriso dela sempre apareciam para lhe causar dor. – Que merda! Por que dói tanto? Olha o que você fez comigo... – Seus olhos começaram a marejar.

Não queria, não queria chorar, pois se chorasse iria parecer um fraco, entretanto não conseguia parar de pensar o quando ela fazia falta na sua vida, se ele não tivesse dado ouvidos aquela pessoa e aquele boato....

As coisas teriam sido diferentes e ela estaria consigo agora.

Três meses depois

Por mais que os meses tenham se passado aquela escola jamais seria a mesma. O humor das pessoas lá era extremamente pesado, ninguém quase falava com ninguém e quando falavam era somente por educação ou obrigação.

O nome daquela garota não era falado em lugar algum, eles evitavam falar dela. O estranho era que encontraram os corpos de quase todos os passageiros menos o dela, só o dela continuava desaparecido, bem, isso era a última coisa que ouviram antes de encerrarem as investigações para acha-la.

E isso pesava na consciência deles.

— Alguém poderia me explicar um dos motivos que causou da segunda guerra mundial? – Silêncio. – Ninguém vai responder a minha pergunta? Uchiha Sasuke? – Chamou a tenção do rapaz que estava olhando para a janela. Ele tinha voltado as aulas depois que os pais ameaçaram deixar ele de castigo e sem mesada até terminar o colegial.

— Huh? – Desviou a atenção da janela para o professor.

— Poderia me responder?

— Claro, uns dos motivos foi o descontentamento nas nações europeias pela partilha da Ásia e África. Enquanto a Inglaterra e França ficaram com os maiores territórios para explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com os poucos, praticamente o resto, dos territórios.

— Excelente! Agora mais alguém pode- – Foi interrompido pela batida na porta.

Quando ele abriu a porta, seja lá o que tinha do outro lado, fez ele travar, ficar pálido. Ninguém estava entendendo nada, o que tinha do outro lado que fez o professor ficar pálido igual a um fantasma?

E foi o mesmo motivo que fez os alunos arregalarem os olhos e travarem quando ela atravessou a porta.

Os cabelos que antes batiam no meio das costas estavam abaixo do quadril, amarrado em marias chiquinhas, ela estava do último jeito que eles lembravam, mas só aquela expressão doce e amigável que sempre estava presente no seu rosto não havia mais, agora a única coisa que seu rosto mostrava era o nada, não tinha nada em seu rosto.

Ele estava calmo e sereno e isso não era bom, porque essa expressão causava arrepios.

— Perdão pelas faltas, mas elas têm justificativa, pois estava internada em coma por dois meses e o outro mês estava em recuperação. Meu tio vem trazer o atestado. Posso me sentar?

— C-claro, sente-se por favor. – Disse apontando para a única cadeira vazia. Assim que ela se sentou a professor deu uma profunda respirada antes de continuar a aula.

Ninguém conseguia acredita que ela estava ali assistindo aula de história com eles. Não conseguiam acreditar que quem estava sentada na última cadeira da fileira da janela era Haruno Sakura, a garota que eles fizeram questão de humilhar.

[...]

De longe eles observavam cada movimento dela, agora que ela estava sentada de baixo da árvore lendo um livro com calma.

— Vocês não acham que é melhor falarmos com ela?

— E falar o que Naruto? Que estamos arrependidos de maltratarmos ela? Depois de tudo que fizermos você acha que ela vai querer falar conosco?

— Não custa tentar... Ino eu não quero ficar mal com ela, poxa eu estou arrependido e, onde ela foi? – Perguntou ao notar que ela não estava mais ali.

— O que vocês estão fazendo? – Uma voz perguntou de repente fazendo-os saltarem por conta do susto. Ao olharem para atrás viram que era a Sakura.

Como ela tinha saído dali sem que percebessem?

— Ahh, não estávamos fazendo nada. – Disse Hinata.

— De qualquer forma não é da minha conta mesmo. – Deu os ombros. – Alias o professor pediu para entregar isso a vocês, é a revisão para a prova. – Entregou a eles duas folhas para cada um.

— Obrigado. – Agradeceu Ino.

— De nada. Até mais. – Respondeu se retirando, antes que falassem algo uma voz debochada os interrompeu e fez Sakura parar no lugar.

— Ora, ora... Parece que a puta sobreviveu ao acidente....

— É bom ver você também, Karin. – Disse calma.

— Como você sobreviveu? Deu para o piloto para ele lhe salvar? – Riu e mais algumas risadas acompanharam.

— Claro que não, já que eu não sou você. – Comentou cortando a comedia. A ruiva olhou para ela irritada.

— Olha lá o que falar sua puta de quinta.

— Pode me chamar do que quiser, pois eu não me importo. Não sou a pessoa que você diz que eu sou, já que foi você que espalhou aquele boato... – A ruiva a olhou surpresa. – Acha que eu não saberia? Querida, eu não sou idiota.

— Sua...

— Sua o que? Huh? Você nunca gostou de mim não foi? Pois bem, eu também nunca gostei de você. Mas sabe, nunca me abalei com o boato que você espalhou, minha consciência sempre foi limpa ao contrário de você, não é? – Sorriu de canto.

— Do que você....

— Você sempre se gabou porque sua família é rica não é? Mas quem diria que a “princesinha” não é como todos pensavam que fosse... uma vergonha alheia para a família. Karin, minha querida, você é praticante de Enjo Kosai*, não é? – Karin arregalou os olhos e começou a tremer. – Eu tinha descoberto isso antes de você espalhar aquele bendito boato e você soube, mas ficou com medo que eu abrisse a boca e destruísse sua vidinha medíocre. Mas como eu tinha dito várias vezes para o mundo ouvir, eu não sou você. Como seu medo tinha falado mais alto, você não pensou duas vezes antes me colocar para baixo, de humilhar, espalhando aquele boato. – Começou a caminhar em direção a saída. – Tenha um bom dia Karin, passar bem. – Ao passar pela ruiva esta caiu de joelhos no chão.

Depois de tudo que tinha feito a ela, essa desgraçada ainda abre a boca...

Olhou para as pessoas ao redor de viu, percebeu o que mais temia... O olhar de desprezo de todos ao redor, nojo, depois de tudo que tinha feito ela não queria receber esse olhar das pessoas.

Gritou para a Haruno que já estava no portão, indo embora.

— Vai fugir, não é? É só isso que você sabe fazer! Pois saiba que eu consegui, eu consegui estragar sua amizade com seus amigos e fiz Sasuke terminar com você! – Sakura parou e olhou para trás.

— Não irei fugir se é isso que acha, meu tio me chamou para ir ao médico e é isso que vou fazer. Amigos? Que amigos? Está falando deles? Pois saiba que eles não são meus amigos, pessoas como eles quero distância. Amigos de verdade não fazem o que eles fizeram e pode ficar com o Sasuke, você sempre quis eles não é mesmo? Aproveite, pois ele não passa de um resto. – Virou as costas e saiu.

Eles tremeram diante dessas palavras. Tudo bem que eles já imaginavam que ela não os perdoaria, mas isso doeu e muito em cada um deles.

Eles tinham preferido dar ouvidos ao que outras pessoas diziam ao em vez de escutar uma amiga que eles cresceram junto. Cada um deles tinha errado, mas... ahh quem eles queriam enganar?

Doía saber que por causa disso uma grande amizade foi estragada.


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Notas finais do capítulo

*Enjo Kosai (援助交際 = Relacionamento auxiliado ou namoro compensado) é uma prática comum no Japão, onde garotas colegiais são pagas por homens mais velhos para os acompanhar em saídas ou, algumas vezes, para lhes prestarem serviços sexuais.

Bem feito para eles, esses tipos de 'amigos' é melhor ficar distante, não é? Não importa se foi uma única vez, amizade verdadeira não acontece isso, não importa o que a pessoa está passando um amigo de verdade apoia e não traí-la.

Até o/



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