História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 1
Capítulo 1 - ZONA DE DEUS


Notas iniciais do capítulo

Minna-san! o/
Estou postando uma nova história hoje, a fic de n° 10, Anjo! Espero que gostem! =D

Enjoy, Minna-san!



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Urahara Kisuke, um homem de cabelos loiros e conhecido por seu debochado humor, vestia um jaleco branco por cima de seu kimono em tons neutros de marrom e verde enquanto trabalhava checando alguns dados que eram impressos em uma máquina ao lado de um computador central de um pequeno comodo de paredes e iluminações brancas, preenchido de diversos equipamentos médicos e tecnológicos que rodeavam um grosso pilar central de vidro que mais parecia uma espécie de tubo de ensaio virtual gigante. Do pilar irradiava iluminação azulada acompanhada de um quase imperceptível som aquoso.

Máquinas trabalhavam por todos os lados emitindo sons de bips, imprimindo arquivos e analisando dados, porém, naquela sala de decoração laboratorial com a mais alta tecnologia, apenas o solitário homem de cabelos loiros trabalhava e tinha permissão para fazê-lo. Pelo menos assim era até esta semana.

Urahara precisava resolver alguns assuntos relacionados à algumas máquinas e aparelho que necessitaria para seu minucioso, delicado e sigiloso trabalho e, para isso, precisaria viajar durante a semana para conseguir os materiais e peças necessárias para construí-lo.

Enquanto lia o arquivo impresso, Urahara esperava a pessoa que lhe substituiria durante a semana afastado, este era um rapaz que viria da divisão de Kurotsuchi Mayuri, um homem excêntrico que comandava a divisão oficial de tecnologia da Gotei 13.

O interfone tocou e o loiro logo entendeu que seu esperado convidado havia chegado. Pediu pelo interfone para que o visitante esperasse um momento e desligando, bloqueou todos os computadores sem os desligar, se algo acontecesse ele saberia sem que terceiro vissem seus dados, além de fechar a cortina de um poderoso e resistente metal para cobrir o conteúdo do enorme tubo de ensaio central. Quem quer que fosse o rapaz que o substituiria, deveria provar que se tratava dele mesmo e quais eram suas verdadeiras intenções antes de ter acesso à toda a pesquisa e trabalho que acontecia naquele comodo restrito.

Tudo estando pronto, acionou o botão que fazia a resistente, silenciosa e metálica porta de correr se abrir para que seu suposto substituto entrasse.

— Seja bem-vindo, Masashi-san! - Recebendo com um de seus sorrisos comerciais o homem aparentando algo entre o final dos vinte anos, tendo cabelos negros em um corte quadrado e um óculos de grau leve em seu rosto. Este, como Urahara, também usava um longo jaleco branco, além de trazer em suas mãos uma prancheta com alguns papéis e uma caneta. O homem permanecia com uma dura expressão em seu rosto, arremetendo ao loiro a pensar que este era um tipo de clone masculino da assistente do capitão da 12° divisão.

— Masashi Mahiro. Yoroshiku onegaishimasu, Urahara Kisuke-san. - Disse formalmente fazendo uma pequena venha para o loiro.

— Yoroshiku. - Respondeu analisando o rapaz que Mayuri havia lhe enviado. Não era excêntrico como o capitão, mas não lhe agradava muito a aura robótica e cética do homem. Tornando-se sério, decidiu entra no assunto principal. - Se está aqui, deve ter lido o relatório superficial que mandei ao seu capitão, correto?

— Hai. Não estava detalhado e parecia ser bem evasivo, devo dizer. - Começou. - Está pequena unidade tecnológica é jurisdição única do capitão da 10° divisão, Hitsugaya Toushirou-san, sendo que tudo e todo processo realizado aqui deve antes ter a autorização do mesmo, além de que todos os resultados também devem ser reportados exclusivamente à ele, sem inclusão de terceiros. Meu trabalho aqui será apenas me inteirar sobre a situação já em andamento para apenas analisar e passar o relatório ao capitão Hitsugaya enquanto o atual responsável, o senhor, Urahara Kisuke-san, estiver afastado. Os dados e informações daqui provindos, são extremamente sigilosos e não devem ser compartilhados com terceiros, assim como também não tenho permissão para trazer qualquer pessoa aqui sem a autorização expressa do capitão da 10° divisão. - Concluiu o homem.

— Yoshi! Parece que conseguiu decorar até mesmo as vírgulas do relatório, Masashi-san. - Disse o loiro em um sorriso debochado, fazendo o homem franzir a testa em desgosto, em seguida, voltou a tornar-se sério. - Uma última pergunta, ouvi dizer que foi o senhor mesmo quem se candidatou para o cargo. Por quê?

        O homem pigarreou por um momento para limpar sua garganta antes de responder.

— Sou um cientista, embora não tão brilhante como o senhor e o meu capitão, isso é tudo que eu sei fazer. - Fez uma pausa. - Entretanto, sempre respeitei o capitão da 10° divisão, Hitsugaya-taichou, por seu brilhantismo durante seus anos de academia e acho que essa será uma das únicas oportunidades que terei de trabalhar com ele, além de que estando aqui ainda posso ver como um dos maiores cientistas da Soul Society trabalha e ter o privilégio de ter a informação que muitos daqui almejam: o conteúdo e o motivo de ser o único esquadrão com um centro tecnológico próprio e privado, com a permissão do próprio comandante para existir. - Respondeu.

      Urahara o encarou durante alguns segundos antes de continuar a conversa.

— Que tipo de homem acha que é o capitão desta divisão? - Perguntou-o sério.

— Um homem sério que coloca seu trabalho e suas obrigações em primeiro lugar, o que o tornou o capitão mais eficiente desta organização, acredito eu. - Respondeu, embora tenha achado a pergunta estranha.

— Está dizendo que o admira por não aparentar ter sentimentos, é isso? - Tentou confirmar.

— Apesar de simplista, pode ser colocado dessa forma. - Afirmou.

— Então, sugiro que desista de trabalhar aqui e encontre outra pessoa para colocar no seu lugar. - Disse o loiro diretamente.

— O quê? Que tipo de brincadeira é essa? - Perguntou o homem indignado.

— Não é brincadeira! - Disse sério em bom tom. - Se está aqui para trabalhar com o Hitsugaya-taichou, admito que está certo em sua escolha. Ele vem aqui todos os dias, além de ser o homem que financia tudo isso. Mas se veio aqui apenas por esse motivo e para saciar sua curiosidade, acredito que não é a pessoa ideal para o cargo. - Fez uma breve pausa, mas sem deixar que o homem respondesse antes de continuar. - Depois de aceitar o trabalho de fato, não terá mais volta. O que está sendo trabalhado aqui é extremamente sério, e se por acaso acontecer aqui, algum erro, mesmo que por distração, é capaz de toda sociedade das almas ser destruída. - Ameaçou. - Acredite, Hitsugaya é alguém eficiente e competente como você mesmo disse, mas não é pelo motivo que acha ser. Dependendo da sua interpretação, se acontecer de desapontar-se com a realidade e levar este trabalho menos à sério, colocará seu pescoço e mais alguns milhares em risco. - Concluiu. - Última chance para o senhor, qual é a sua resposta após saber dos riscos? - Indagou sério.

      O homem assustou-se com a declaração do loiro. Mahiro não conseguia pensar em que tipo de trabalho poderia haver tanto risco a ponto de colocar seu mundo em cheque e muito menos como isso poderia estar ligado ao capitão de uma divisão tão pacífica quanto à de Hitsugaya. Se fosse algum tipo de arma, seria muito mais lógico que a 12ª divisão fosse a responsável e embora seu capitão estivesse ciente da real situação, nunca lhe pareceu ter interesse real sobre o assunto. Ponderou alguns segundos e finalmente se decidiu, o que quer que acontecesse a partir de agora, estaria nas mãos do destino.

— Estou ciente dos riscos e quero continuar a permanecer com a vaga. - Respondeu. Estava determinado à descobrir o que acontecia ali.

      Urahara encarou-o durante alguns segundos, logo após dar um suspiro, virou para ir ao computador central novamente.

— Se está ciente, não há mais o que fazer. - Respondeu enquanto ligava o computador. - Logo o Hitsugaya-taichou deve estar passando aqui, ele vêm todos os dias no mesmo horário, embora algumas vezes volte também no final do expediente. Ele tem todos os códigos de acesso, então não se surpreenda se um dia chegar e já o encontrar aqui dentro. - Explicou enquanto liberava todos os materiais e dados novamente. - Se respeita tanto o capitão desta divisão, deve saber sobre o caso em que sua Zampakutou se descontrolou misteriosamente e pôs em risco todos os shinigamis e o mundo humano, além do equilíbrio entre os dois mundos. - Comentou.

— Hai. Não sei muita coisa, mas sei que um tempo depois ele conseguiu reassumir o controle de Hyourinmaru e usou os últimos anos para compensar em trabalho tudo o que aconteceu. Ninguém sabe muito sobre o que aconteceu, assim como menos ainda sabem sobre a "zona de Deus". - Respondeu enquanto observava os dados aparecendo no telão.

— Zona de Deus? - Perguntou.

— É como os shinigamis de cargos mais baixos chamam está unidade. Ninguém sabe o que acontece aqui, além do extremo sistema de segurança usado para qualquer um que for entrar. Um tipo de lenda urbana que criaram dizendo que aqui era uma zona pertencente à Deus e que em teoria, um anjo estivesse sendo mantido aqui. Idiotice, em minha opinião. - Comentou.

— Talvez não seja tão fictício assim. - Insinuou o loiro. - Para início de conversa, de fato há mais alguém aqui. Sua informação sobre o capitão ter reassumido o controle de Hyourinmaru está errada, ou melhor dizendo, incompleta. Hitsugaya nunca conseguiu assumir o controle por si mesmo, foi uma pessoa que conseguiu pará-lo antes que destruísse tudo à sua volta, porém isso lhe custou um preço alto. - Urahara acionou um botão em seu computador e um bip começou a apitar repetidamente enquanto lentamente a cortina de ferro se abria novamente na frente do pilar central de vidro. - A garota que o parou está sendo mantida aqui enquanto tentamos fazê-la recuperar sua consciência novamente. Está viva, por um milagre, mas está. Hitsugaya criou essa unidade e me pediu para que a dirigi-se na tentativa de recuperar o corpo e a consciência dela. - Apontou para o pilar que brilhava forte durante a abertura da cortina e atrapalhava a visão de Mahiro, que ainda estava confuso com toda a informação recebida. - Isso é uma espécie de tanque criogênico, eu o desenvolvi, porém este funciona utilizando a reiatsu do próprio capitão de gelo e o que está flutuando dentro dele, é a garota que o salvou. Todo o monitoramento de seus dados estão sendo computados por todo o maquinário desta sala. Tudo deve ser cuidadosamente analisado e registrado em relatórios periódicos para o capitão e ao sinal de qualquer mudança ele deve ser avisado imediatamente, assim como eu. Este será o seu trabalho durante está semana, Masashi-san, e conto com toda a sua competência.

      Cada informação liberada da boca de Urahara era como avalanches que soterravam o homem cético de postura robótica transferido da divisão tecnológica de Mayuri. Aos poucos, cada impressão e dedução feitas pela mente estudiosa era destruída e substituída por dados impossíveis de serem cogitados mesmo em seus casos mais improváveis. Um homem conhecido por sua fria personalidade, na verdade estava financiando uma pesquisa milionária com o melhor cientista daquele mundo por causa de uma mulher; O maior incidente de descontrole de poder de um dos mais fortes capitães da Soul Society na verdade fora parado por uma única mulher e a mais secreta unidade tecnológica criada pela Gotei 13 era o centro de tratamento desta e monitorá-la seria o grande e sigiloso trabalho que ele havia acabado de aceitar sobre jura de morte e caos. Pelo menos era isso o que o loiro à sua frente acabara de lhe dizer.

      Em meio ao seu estado atônito, os olhos de Mahiro finalmente se acostumaram o suficiente para que conseguisse virar seu olhar para a esquerda para vislumbrar o suposto tanque criogênico contendo a suposta mulher.

     Ainda sem palavras, embora tenha entreaberto os lábios para tentar falar alguma coisa, o homem finalmente virou para o pilar central enquanto inconscientemente desejava que não encontrasse nada do que o seu superior lhe disse anteriormente e tudo se tratasse de uma das suas famosas piadas desnecessárias. Seu pedido involuntário foi rejeitado.

      No tanque de vidro elevado 60cm do chão por uma plataforma metálica, a grossa parede de vidro tinha suas extremidades superiores e inferiores embaçadas a ponto de estarem quase congeladas. Dentro do tubo transparente, alguns finos tubos flexíveis saiam da base metálica e serpenteavam dentro da água em direção à figura feminina em seu centro.

      Por um instante, Mahiro esqueceu-se de respirar. Sua mente não conseguiam acreditar na mensagem enviadas por seus olhos. Flutuando no centro do perceptível líquido gélido, uma bela jovem aparentando algo por volta do início dos 20 anos descansava com uma feição incrivelmente serena. A garota possuía um longo cabelo negro que solto dançava lentamente nas águas em temperaturas negativas; seu rosto era fino e feminino, quem embora o tom pálido mantinha leve tom rosado em suas delicadas maças e os lábios de traços finos mas que contraditoriamente era cheio, mantinha um tom ainda mais vermelho. O vestido de decote quadrado e de comprimento médio, feito de um leve tecido negro - que agora, assim como o cabelo, flutuavam lentamente - cobria as curvas esculturais e harmoniosas que compunham o corpo feminino. A garota de fato era bonita, mas o que acabou por roubar mais a atenção do cientista assistente, foram os finos e minúsculos cristais de gelo aglomerados no formato de asas que misteriosamente saíam das costas da morena, fazendo com que quem quer que olhasse para a garota no tanque acreditasse que se tratava de um verdadeiro anjo.

      O peito de Mahiro doeu em protesto pela falta de ar, acordando o homem de seu devaneio involuntário e lembrando-lhe de voltar a puxar o ar para dentro de seu corpo. Ajeitou seu óculos sobre o nariz e recompôs sua postura, colocando sua mente novamente em seu modo "racional". Olhou todo o equipamento em na sala e que era usado pela garota, tudo lhe pareceu ser extremamente atualizado, o que também lhe dizia que os custos não eram algo que qualquer cientista conseguia autorização para gastar em qualquer projeto e assim, novamente voltou a olhar para a morena no tanque, tentando reconhecer seu rosto. Se ela era alguém rica ou de grande reconhecimento, ao menos uma vez deveria tê-la visto em algum meio de comunicação, mas ele acabou por não ter sucesso em sua busca memorial, o que queria dizer que se tratava de uma figura comum.

— Por que fazer tudo isso por uma simples shinigami? Ela já havia jurado morrer se necessário para Soul Society. - Indagou o homem para Urahara.

— Está garota não é uma shinigami, é uma humana. - Respondeu somente o loiro.

— Uma humana? - Exclamou desacreditado. - Uma humana não poderia parar a fúria de um capitão! Impossível! - Afirmou. - Ainda que fosse o caso, não há motivos para fazer algo como isso para salvar apenas uma humana. É um desperdício de tempo e dinheiro, em minha opinião. - Comentou o homem com o cenho franzido olhando para a garota.

— Se eu fosse você, tomaria cuidado com sua palavras, Masashi-san... Essa garota é extremamente importante para o Hitsugaya-san, ofendê-la pode ser perigoso. - Alertou o cientista que encarava de forma misteriosa por cima das folhas de dados o seu novo assistente.

— Me recuso a acreditar que um capitão do calibre dele chegaria a tanto por apenas um rabo de saia. - Ao terminar esta frase em seu resmungar baixo, Mahiro sentiu a temperatura cair bruscamente e uma lâmina fria vinda de trás encostar em seu pescoço. Seu olhos se arregalaram ao perceber a imagem refletida no tanque à sua frente. Olhos de tom azul-esverdeado emoldurados por mechas grisalhas lhe encaram de forma densa e sombria enquanto empunhava a espada ameaçando seu pescoço.

— Insulte-a mais uma vez e arranco sua cabeça. - Ameaçou calmamente a voz rouca de tom gélido e severo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Até o próximo capítulo!

Sayonara, Minna-san!

Abraço!



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