O dia dos namorados na Torre da Liga escrita por Aiki Shimizu


Capítulo 1
Eu posso te oferecer mais!


Notas iniciais do capítulo

Ah, o amor ❤. Dia dos namorados me inspirou a fazer uma "gracinha" típica de fã do casal #DiBruce.

Está bem simples, bem suave, mas espero que curtam.

Feliz dia dos namorados!!!



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― Então está definido, Diana e Bruce cobrirão o turno de amanhã. De qualquer forma, vamos ficar em alerta, caso surja alguma eventualidade. – Diz Super Man, recebendo a concordância dos demais.

Aos poucos todos os heróis deixam a sala de reuniões para cuidarem de seus deveres na torre de vigilância ou na Terra. Diana e Bruce saem por último e a princesa não resiste em fazer um comentário.

― Não pegaria mal para a reputação do playboy de Gotham, passar a data de amanhã sozinho? – Questiona, com um sorriso provocativo.

― Ao contrário, princesa. O fato de não passar a data de manhã acompanhado é que dá ênfase à fama de Bruce Wayne de conquistador e desapegado de sentimentos que o aprisionem. – Bruce esboça um sorriso triste e Diana revira os olhos.

― De qualquer forma, você não pode negar, vai passar a data muito bem acompanhado. – Diz a princesa dando-lhe uma piscadela e um sorriso perfeito, antes de dar-lhe as costas e seguir para o refeitório, sozinha.

Batman não foi capaz de evitar o sorriso que se formou em seu rosto perante o comentário pretencioso da amazona. Realmente, nunca passara o dia dos namorados tão bem acompanhado quanto passaria no dia seguinte. Apenas lastimava que a companhia não pudesse ocupar, de fato, o rótulo que a data pedia.

 

***

 

No dia seguinte, sentada no refeitório da Torre da Liga, Diana conversava com Wally e Clark que haviam terminado o turno de vigilância e estavam prontos para descerem à Terra e se encontrarem com as respectivas namoradas.

― E então Diana, não acha que estou muito formal? – Pergunta Clark um pouco sem jeito, trajando um terno cáqui.

Diana sorri, enquanto se levanta e dá uma ajeitada na gravata do amigo.

― Você está como a Lois gostaria que estivesse. Elegante, sério e muito bonito. Não foi esse o charme que usou para conquista-la? – Diana fala, deixando o amigo desconcertado.

― Pelo menos eu acho que sim. – Ele responde, ajeitando os óculos.

― Para mim você está muito caretão. Mas, mulheres têm cada gosto. Ainda bem que a minha Bia curte meu estilo descolado e jovial. – Diz o ruivo ajeitando as jaquetas de couro marrom, que caía muito bem com a camiseta branca e o jeans escuro que ele trajava.

― Sim, Wally. Há gosto para tudo. E você também está lindo. – Diz a princesa, obtendo um enorme sorriso de satisfação do velocista.

― E você, princesa, que tipo ou estilo te atrai? ― Pergunta o ruivo.

― Não me importo muito com as aparências  Wally. Basta ter um coração nobre e certamente há chances de me conquistar.

― Os homens do planeta não sabem o partidão que estão perdendo. – Declara Clark, que recebe um sorriso tímido da amazona.

― E, pior, além de passar o dia dos namorados sozinha numa torre, a princesa vai ter a companhia de um Morcego mal-humorado.

― Acho que já está na sua hora, West. – Diz Batman, que se aproxima de onde os amigos estavam reunidos e lança um olhar nada amigável ao ruivo.

― Batman tem razão, vamos indo Wally, pois se tem uma coisa que as mulheres não toleram são atrasos. Elas acham que isso é um direito só delas. – Clark e Wally sorriem enquanto se afastam, recebendo um olhar de reprovação de Diana e de indiferença do Batman.

 

***

 

Algumas horas mais tarde. Mulher Maravilha e Batman estão na sala do computador central, monitorando as atividades na Terra. Estava uma noite tranquila, parecia que realmente só o amor iria reinar devido à data. Batman parecia um pouco desconfortável, quase não se dirigia à princesa e limitava-se a respondê-la, de maneira monossilábica, quando ela puxava algum assunto.

A verdade por trás de toda essa indiferença era que, a cada dia mais, lutar contra o sentimento que a princesa lhe despertara se tornava uma batalha árdua.

Essa situação estava irritando profundamente a princesa. Não havia nada de relevante para se preocuparem e tinham uma longa noite pela frente, o mínimo que esperava é que pudessem ter um turno socialmente dialogado e sem qualquer tipo de evasivas.

Levantando-se, encostou-se na bancada próxima do computador que Batman utilizava e chamou a atenção dele para si.

― Bruce, vamos mesmo passar a noite toda com os olhos vidrados na tela de monitores e conversar o estritamente necessário? – A princesa cruza os braços e arqueia uma das sobrancelhas, mostrando claramente sinais de insatisfação.

Encarando-a com o ar frio e habitual, o Morcego responde com certa arrogância:

― Estamos aqui para isso, Diana.

― Tudo bem, estamos responsáveis pelo monitoramento, mas, sinceramente, podemos conversar e olhar um nos olhos do outro esporadicamente no decorrer do tempo. Estamos parecendo dois estranhos.

― Não podemos desviar nossa atenção com distrações em conversas não pertinentes às nossas funções.

― E quem disse que quero conversar sobre assuntos não pertinentes às nossas funções? Podemos falar sobre as missões, rever alguns fatos passados para melhorarmos o trabalho em equipe ou algo do tipo.  – O olhar da princesa era de tal forma,intenso, que parecia exercer uma força de atração sobre o sóbrio instinto racional do Cavaleiro das Trevas.

― Está certo, princesa. Vamos ao refeitório tomar um café e conversamos um pouco.

Assim que Bruce se levanta, Diana se apoia em seu braço e o arrasta para o refeitório. A princesa sorri com o desconforto evidente do Batman perante o gesto, mas não se intimida e faz todo o trajeto sem deixar brechas para que ele usasse uma desculpa para contornar a situação e se afastar.

Os dois se sentam e se servem com café. Diana encara o Homem Morcego em silêncio. Por alguns instantes, se distrai e imagina como seria se estivesse agora com Bruce Wayne, o playboy de Gotham, passando a noite do dia dos namorados. Sorri, imaginando que tipo de extravagância ele faria em sua companhia para manter as aparências. Não que ela se importasse com as encenações de Bruce, mas com quem ele realmente era e com o sentimento que ele lhe despertara nesses anos de convivência.

De frente para a princesa, Bruce se incomoda com o silêncio da mesma, já que ela fazia tanta questão que conversassem. Observa que o pensamento da princesa estava longe, mesmo que ela o encarasse, sentia que ela via através dele, o que o incomodava ainda mais. Aqueles olhos azuis eram sua perdição ou redenção, não sabia ao certo. Por via das dúvidas, quando tinha oportunidade, evitava confrontá-los, apesar de sua sagacidade, sabia que esse jogo ele perderia facilmente.

― Parece que não estava tão interessada em conversar como havia dito, princesa. – Bruce, enfim se pronuncia despertando Diana de seu devaneio.

A princesa sorri ao se dar conta que se distraiu por tempo demais.

― Desculpe, Bruce. Apenas me distrai com alguns pensamentos.

― Imagino que não queira compartilha-los. – Retruca o Morcego, mas no intuito de tentar obter alguma informação sobre o que ocupava a mente da princesa e a fazia sorrir tão ternamente.

― Ao contrário, gostaria assim. – Bruce a encara curioso e ela retribui de maneira intensa, antes de prosseguir. – Estava pensando, como seria, se ao invés do Batman, estivesse passando a noite de hoje com Bruce Wayne.

Bruce não consegue evitar o choque com a revelação. Diana ainda o encarava, com um sorriso sugestivo. Ele gostaria de ter a mesma coragem e revelar que mais cedo pensara a mesma coisa, mas era melhor não alimentar esse devaneio em ambos. Retomando a postura séria, desconversou.

― Que eu me lembre, você disse que queria conversar sobre missões. – Bruce diz e Diana desfaz levemente o sorriso.

― É claro, missões. – Ela suspira e logo em seguida demonstra um novo brilho no olhar com a recordação que lhe surge. ― Gostaria de saber como foi que venceu Circe, quando ela me transformou em uma porquinha. Derrotar uma bruxa como ela não é fácil, nem tampouco fazê-la voltar atrás.

Bruce pensa rápido uma maneira de desconversar, sabia que Diana estava jogando com ele e não iria se arriscar nessa noite em que estavam tão próximos, revelando-lhe o que fora capaz de fazer por amor, por ela.

― Nós fizemos um acordo e ela voltou atrás.

― Que tipo de acordo? – Diana insiste.

― Não quero falar sobre isso. – Diz Bruce, irritado.

― Você não está colaborando para a conversa fluir. – Ela rebate e sorri perante o desconforto do Cavaleiro das Trevas.

― Seus assuntos é que não estão sendo do meu interesse. – Diz Batman, grosseiramente.

― Quer dizer, que nada do que diz respeito a mim e a você te interessa?

― Você está distorcendo as coisas.

― Não estou. Apenas quero chegar a uma questão. Já parou para pensar que poderíamos formar um casal como nossos amigos, John e Shayera, Oliver e Dinah, Wally e Beatriz, Helena e Vic?

― Se está sensível por causa do dia dos namorados ou se realmente está afim de um namoro, está se insinuando para o cara errado.

― Meça suas grosserias, senhor Wayne. Não estou sensível devido a data, só não faço questão de bancar a dissimulada em relação ao que nós dois sentimos. E, se de fato, quisesse um namorado qualquer, não seria nenhum um pouco difícil arrumar um pretendente que correspondesse, na Terra ou até mesmo entre os heróis da Liga.

― Pois, faça isso então. Eu estou bem como vivo e não penso em mudar meu estilo de vida.

O Wayne se levanta e se prepara para deixar o local. Impulsivamente, Diana faz o mesmo e o intercepta segurando-o pelo braço e forçando-o a encarar-lhe novamente.

― Não pensa mesmo? Será mesmo que nunca imaginou o quanto seria bom se ficássemos juntos? Não minta para mim, Bruce. Eu poderia usar o meu laço em você agora mesmo, mas prefiro que você seja nobre e admita, que tanto quanto eu, você sonha em vivermos uma história juntos.

― Eu nunca magoaria você ou a colocaria em risco. Isso é o melhor que posso te oferecer.

― Eu posso te oferecer mais.

Diana envolve a nuca do Homem Morcego e o beija intensamente. Ele tenta inutilmente resistir e se afastar, mas como sempre soubera, nesse jogo, ele era soldado vencido. Retribui então, com a mesma voracidade o beijo, envolvendo a amazona pela cintura. Um beijo urgente, quente, perigoso, irresistível. Os dois terminam o beijo e se olham ávidos por mais.

― Não acha a minha proposta melhor?

― Talvez, mas não hoje e não agora. Isso não deveria ter acontecido, muito menos nas dependências da Torre.

― Realmente, podemos continuar isso em outro lugar. – Diana, propõe.

― Está louca, princesa? Estamos responsáveis pelo turno de vigilância.

― Eu sei. E por sorte está tudo sob controle. O Senhor Incrível está monitorando também, qualquer anormalidade ele nos encontrará pelo comunicador. Nunca pensou em como seria o Batman à lá Bruce Wayne? Empreste só um pouquinho da inconsequência do playboy ao justiceiro e depois conversamos sobre essa mistura.

― Já disse que não quero magoá-la, princesa. Você me provocando assim só me tortura ainda mais. Você queria a verdade e a verdade é que sonho sim com nós dois juntos, felizes, mas sei que isso é impossível. Poderia tê-la em meus braços por uma noite, mas amanhã não poderia prometer nada em relação a nós. Você não merece isso.

― E nem você, Bruce. Não vamos pensar no amanhã, até porque a felicidade mora no agora, vamos aproveitá-la, juntos e inconsequentemente, senhor Wayne. Diana dá-lhe um selinho e o arrasta pela mão até o seu quarto.

Bruce permanecia mudo, ainda estava surpreso, confuso e resistente sobre tudo que ouvira e o que acontecera até agora entre Diana e ele. Ele observa a amazona à sua frente, linda, desejável, esperançosa e cheia de atitude. Por alguns instantes quase deixou sua frieza de Batman lhe dominar. Mas o sorriso da amazona o fez lembrar da frase na noite anterior, quando ela lhe disse que Bruce Wayne passaria a data de hoje muito bem acompanhado. Se ela queria a inconsequência do playboy excêntrico, ela teria e não só isso, teria também o sentimento que ela cultivou no verdadeiro Bruce, que pouco tinha voz ativa em suas personalidades alternadas.

Retirando a máscara de Batman, as luvas e o cinto de utilidades, aproximou-se da princesa e a envolveu ternamente pela cintura com uma das mãos, enquanto lhe acariciava os cabelos com a outra.

― Eu ainda não concordo com o que estamos prestes a fazer, princesa. – Ele diz com um olhar misto de desejo e tristeza.

― Conhecendo-o como conheço, não me importo com o que sua cabeça concorda, Bruce. Me importa apenas, o que diz o seu coração e sei que ele concorda com o meu.

Os dois se encararam por mais alguns instantes, olhares intensos, expressões enigmáticas, corações disparados.

Não houve mais falas. Os gestos falaram por si só. Carícias, beijos, respirações entrecortadas, suspiros, amor. As armaduras de heróis se foram, as máscaras e as resistências também. Os olhares contemplaram a perfeição física que cada um ostentava e as mãos e os lábios cuidaram de valorizar cada centímetro do corpo um do outro.

Cada segundo bem aproveitado, cada gemido a estimular uma exploração mais contínua e intensa, até se tornarem um só e juntos se entregarem de forma única e completa, como jamais foram ou poderiam ser de outra pessoa. Paixão, desejo, volúpia, amor. Plenos e saciados, apenas os olhares ainda continuavam a se comunicar, inebriados de sentimentos e ansiosos por mais.

Sem dúvida, nenhum dos dois jamais passara essa data tão bem acompanhado e sequer já tinham experimentado o que a união física e emocional de ambos lhes proporcionara essa noite.

Se a felicidade prolongaria até o amanhã, eles não sabiam. Mas, naquele momento, ela imperava entre eles. Ali não eram mais o garoto com problemas ou a princesa de uma sociedade de guerreiras imortais, eram apenas um só coração e uma só alma, completos, repletos, enamorados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Nos vemos na minha outra fic, desse casal lindo: "Sentimentos Cruzados"

Kisses❣



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