Rebeldes Sem Causa: Nova Geração escrita por autorasantiis


Capítulo 1
Summer




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Clover Messi

Olá, meus raiozinhos de sol, sejam bem-vindos ao meu mundinho cor de rosa, bem, não tão rosa já que eu não gosto da cor, mas enfim.

E cá estou eu, saindo do maldito colégio interno em que fui obrigada a ser trancafiada, já que meus pais estavam cansados da minha vida de baladeira. O inferno chamado Elite Way School, foi onde minha mamis conheceu suas melhores amigas, e graças a isso, eu conheci as minhas.

Bem, isso é papo para outra hora, agora está na hora das férias de verão, e já que meu ensino médio finalizou, no outono começarei a faculdade, para cursar cinema, porque graças a poderosa mamis Messi, eu fui influenciada pelas artes dramáticas. Se bem que minha vida já é um drama, falando em Drama.

Caminho até meus pais e lhe dou um abraço apertado, eu sei que eles me colocaram na prisão, mas eu ainda os amo.

— Está tão linda meu amor, preparada para as nossas férias? – mamãe pergunta animada, nos damos muito bem, e ela sempre fica animada no verão, porque é quando podemos rever nossa enorme família, não tão família, mas ainda assim uma família.

— Mais que isso – falo sorrindo, enquanto entro no carro, junto aos dois – onde iremos esse ano?

— Ao lago Purple – meu pai responde me olhando rapidamente pelo retrovisor, enquanto guiava o carro.

O lago Purple é da família Rinaldi, é o lugar onde nos reunimos na maioria das férias, é lá que eu sempre tenho as melhores férias do mundo com minhas amigas, Madison, Skyler e Lydia. Inclusive, eu e a Mad estaremos juntas na faculdade, e graças a minha deusa Afrodite, junto com a Sky e a Ly, que já estão no último ano de faculdade, por elas serem mais velhas que nós.

— Não vi a Mad, ela saiu mais cedo? – mamãe pergunta e eu afirmo com a cabeça.

— Na verdade ela foi embora ontem – falo e mamãe assente.

— Já sabe qual fraternidade quer entrar?

— Ainda estou considerando as opções, mas se eu não conseguir entrar em nenhuma, sempre posso contar com a KKT.

Mamãe sorri, a KKT é a melhor fraternidade da Elite Way University, e é lá que as rebeldes sem causa pertencem.

— Ah – papai fala, como se lembrasse de uma coisa importante – advinha quem vai estar nas férias com a gente esse ano?

Franzo o cenho confusa, era pra fazer suspense? Porque certamente estou esperando uma resposta com medo e desconfiança.

— Os Albuquerque – ele fala e eu quase saltei para fora do carro, a queda seria menos dolorosa do que ter aquelas pragas no mesmo espaço que eu.

Para vocês entenderem, deixe eu esclarecer a situação. Os Albuquerque que meu pai se refere, não se trata da tia Alice e o tio Pedro, mas sim dos meus queridíssimos primos, Hayes e Cameron. Dois pé no saco, sendo Hayes o pior deles.

Eu e o Hayes temos uma história longa, mas antes de contá-la, deixe-me dizer o perfil exato desse babaca. O típico sonho americano, que sorri mordendo os lábios e passando a mão no cabelo, aquele ser demoníaco acha que todas as mulheres caem de amores por ele. Preciso declarar que o odeio porque ele arrancou a cabeça da minha boneca quando tínhamos sete anos? Sim, eu sou rancorosa, era uma Barbie original, me julguem.

Madison com certeza diria uma merda do tipo, “deixa de ser chata, ele é gostoso” e eu diria “vá procurar um médico, de preferência da cabeça”. O tema dessas férias será “circo”.

— Felícia está louca para ver a Ruby e o Nathan – mamãe conta e eu apenas sorrio de lado, é claro que ela está.

— Fiquei feliz de saber que você se comportou esse ano – papai fala e eu rio nasalado, será mesmo pai? Ou a diretora não me dedurou porque eu ameacei ela sobre um romance secreto, definitivamente fornicador, com o pai de um aluno? Nunca saberemos.

— Eu sou uma nova pessoa agora pai – sorrio inocente, com certeza vou tocar fogo no parquinho na primeira piscada que ele der.

[…]

O trajeto feito até em casa até que não foi muito longo, considerando que eu nem estudava em um internato do outro lado do país, brincadeira gente, assim que papai estacionou na garagem, desci e tratei de levar minha mala para o quarto, teria que ser rápida, se estávamos mesmo indo para o lago Purple, então eu só teria tempo de tocar algumas roupas mais compostas por outras mais estilosas.

Abri a porta do quarto e respirei fundo sentindo o cheiro do meu perfume espalhado por todo ele, que saudade eu senti daqui, meu quarto é um lugar muito aconchegante. As paredes estão pintadas de branco, com algumas flores de cerejeira desenhada em uma parede, como se estivessem caindo da própria. Meus moveis tem cores de marfim, meus lençóis estão em um tom rosa claro e há um tapete enorme por todo ele, basicamente eu não uso sandálias no quarto.

Caminho até o guarda-roupa e trato de pegar alguns vestidinhos leves, algumas blusinhas de alcinha fina, já que é verão, joguei as peças escolhidas em cima da cama e voltei para pegar mais algumas, bem, vejamos, três vestidinhos refinados para ocasiões especiais, alguns shorts e saia, biquini é claro, sandálias, saltos e minha bota de pelúcia.

— Clover? – ouço meu nome ser chamado, e eu juro que rezei, rezei muito para que fosse qualquer assombração, seria melhor do que o dono da voz.

Virei-me com tedio, largando a arrumação da mala.

— Ah, é você – reviro os olhos com um suspiro.

Já posso ouvir a voz da Madison na minha cabeça, trouxa do jeito que ela é por esse cara.

— Quanto animo em me ver prima – ele fala sorrindo, entrando no meu quarto, com seus pés imundos grudado em uma bota de fazendeiro, eu juro que vou perder o réu primário.

— Sua presença é tão animadora que eu fico extasiada em te ver – debocho e miro seus pés, eu juro que vou matar ele.

— Que encorajador – ele ri, e se joga na minha poltrona no canto do quarto.

— O que faz aqui Hayes? – pergunto voltando minha atenção a arrumação da mala, antes que eu realmente decida cometer um assassinato.

— Vamos todos juntos esse ano, exceto pelo Cameron, ele foi buscar a namorada e vai direto – conta e eu reviro os olhos, na verdade nem estava interessada em saber de verdade o que ele queria ali, na verdade eu nem me importo.

— Aonde está Felícia?

— No andar de baixo com o coelho novo que ela ganhou.

Termino minha arrumação, fecho a mala e ponho no chão, pronta para arrastá-la até o andar de baixo, mas o energúmeno levanta e pega da minha mão.

— Eu levo – fala solidário e eu semicerro os olhos, desconfiada? Talvez, ou com certeza – já está tudo dentro do carro, não demore, estamos prontos para ir.

Apenas assinto, se esse filhote de cruz credo fizer alguma gracinha com minhas roupas caríssimas, eu juro que não respondo por mim.

Arrumo uma bolsa extra para maquiagem e produtos corporal, e trato e trancar o quarto, antes de descer. Felícia estava no pé da escada exatamente como o Hayes disse que ela estaria, brincando com um coelho.

— Felí — chamo e abaixo próxima a ela para conhecer seu novo bichinho.

— Lolo – ela me abraça sorridente e eu retribuo.

Felícia tem apenas 12 anos, e ao contrário dos seus irmãos, ela é um amor de pessoa.

— Como é o nome dele? – pergunto apontando para o bichano.

— Senhor Felpudo.

Rio, ela é realmente uma figura.

— É um belo nome – falo me levantando.

Felícia pegou o pequeno coelho e saiu de casa. Papai logo entrou e comunicou que iriamos sair em cinco minutos, me distrai por um minuto com as notificações no celular e me assustei quando olhei para a frente e vi a garota me encarando.

— O que é você? – falo assustada e sacudo a cabeça negando – desculpe, quem é você?

— Gabriela, namorada do Hayes – ela responde doce.

Então a Madison tinha razão, Hayes tem mesmo uma namorada, e até que ela não é feia, ou dentuça como a ruiva desejava que fosse.

— É um prazer – forço um sorriso, não me levem a mal, eu não sou falsa ou coisa do tipo, mas eu não a conheço.

— Hayes me falou muito de você – ela fala animada e eu sorrio com estranheza.

— Tem certeza de que era de mim?

Ela ri e eu quase achei que ela estava brincando, mas sua fala foi totalmente o contrário do que eu esperava, Hayes estava mesmo falando de mim, provavelmente mal, muito mal, aquele garoto me odeia.

— Por falar em surpresa, não sabia que ia com a gente – falo, mudando de assunto, ou realmente diria algo que não gostaria.

— Foi de última hora, meus pais acabaram indo para a França e só voltam daqui a alguns meses – conta.

— Entendi, que ótimo – sorrio – seja bem-vinda e espero que seja satisfatória suas férias conosco.

— Você também estará na Elite Way University?

Suspiro cansada, eu realmente espero que isso seja uma alucinação coletiva de pessoas que nem estão presentes no momento.

— Sim, você também?

— Sim – ela dá um pulo animada e eu me assusto – foi lá que eu conheci o Hayes.

Vocês conseguem ouvir? O som do desespero batendo no fundo do meu POV definitivamente é da Madison, abram alas.

~Surto interno~

Amiga, joga ela do carro quando estiver no caminho – Madison.

Desculpa Mad, já posso ser presa, mas quem sabe a irmã da Sky pode te ajudar – Clover.

Não mete minha irmã na história – Skyler.

Não se importem, deixa que eu mato ela, afogada de preferência – Lydia.

Saiam do meu POV – Clover.

Hasta la vista bitches – todas.

~~

Essa viagem será um show de horrores.

[...]

 — Sejam bem-vindos ao lago Purple – o gerente se pronuncia.

— Olá Garry, é um prazer estar de volta – mamãe sorri animada para o homem de meia idade, ele estava mais para um mordomo do que um gerente, já que o lago Purple era um enorme casarão com vários quartos, e uma área que nossa senhora, caberia um campo de futebol aqui dentro.

— Seus quartos já estão prontos, e serão os mesmos de sempre – ele aperta a mão do meu pai e em seguida a do tio Pedro – espero que tenham um verão maravilhoso, doce Clover.

Sorrio toda inocente, mas vejo o Hayes gargalhar com deboche.

— Olá Garry, como estão seus netos? – pergunto, ignorando a ceninha ridícula daquele jumento.

— Estão ótimos, mandaram lembranças – ele fala e eu assinto, deixando-lhe um beijinho na bochecha e seguindo para dentro da mansão.

— Estaremos no show de talentos desse ano – tia Alice fala, estávamos caminhando lado a lado.

— Pedro sabe disso? – mamãe pergunta, arqueando a sobrancelha.

— Ainda não, mas logo saberá, depois de uma abertura de férias – fala rindo e as duas caem na gargalhada.

— Credo, vocês velhos tem cada conversa – nego, tampando os ouvidos e seguindo o mais rápido que podia até meu quarto.

Antes de adentra-lo eu já podia ouvir vozes no quarto em frente, por isso apenas deixei minha mala e minha bolsa no quarto, e segui até a porta vizinha, batendo com fervor. A loira abriu a porta afobada e se jogou em cima de mim, por pouco não caímos.

— Até que fim você chegou – ela fala e me puxa para dentro, logo fechando a porta atrás de si.

— Cheguei mais cedo no canil? – pergunto brincalhona e a ruiva deitada na cama me mostra o dedo do meio, em um claro sinal de malcriação.

— Demorou demais — Mad levanta e vem me abraçar, havia um montinho de baixo da coberta que eu julguei ser a Sky.

— A namorada do Hayes passou mal – eu dou de ombros e indico a cama – quando foi que decidiram criar um urso das montanhas?

 — Dê um desconto a ela, viemos da universidade, a Skyler está acordada há 47 horas e ainda teve que dirigir, chegamos hoje de madrugada – Lydia fala e se senta no sofazinho, ao lado da Mad, que já folheava uma revista, não que ela esteja prestando atenção.

— E para onde foi sua carteira de habilitação? – pergunto confusa.

— Sabe que estou me perguntando isso até agora?

Rimos, essa garota é uma negação.

— A faculdade está difícil?  Você parece um panda – falo e ela ri fraco.

— Tivemos que organizar algumas coisas da KKT antes das férias, as inscrições começam em duas semanas e ainda temos mais trabalhos, a Skyler está a ponto de um colapso.

— Vocês trouxeram o trabalho para as férias? – Mad pergunta com careta de nojo, essa aí odeia tudo que dê trabalho.

— Nossos notebooks estão cheios de planilhas e em duas semanas vamos começar a correr para organizar todas as candidatas – Lydia fala, ignorando totalmente a cara da Madison.

— Ly, me diz uma coisa, você conhece bem as fraternidades? – pergunto curiosa.

— Bem, digamos que sim, você está em dúvida sobre qual ir?

— Um pouco, quero uma boa referência antes de decidir, pensei em perguntar a você ou a Sky.

— Ai depende de que atividade extra curricular você vai querer participar, tem a Kappa com as patricinhas de Beverly Hills, apesar de serem um saco, elas fazem a maioria dos eventos da universidade, e arrecadam fundos para doação – Lydia dá de ombros com desgosto – as Zeta são as líderes de torcida dos castores, tem as Theta Pi que são as meninas do time de lacrosse – ela para um instante pensando e retoma – tem a ômega que as meninas se dedicam apenas para estudar e dar aulas as crianças do orfanato Mandalay, tem a Zeta Sigma Beta que são as festeiras, mas não se engane, elas não são iguais as Kappas.

— Qual a atividade extra delas? – Madison pergunta confusa.

— Você não prestou atenção? – Lydia levanta a sobrancelha sugestiva e ri – beber demais e ser presa por dirigir alcoolizadas, como eu disse, diferente das Kappas.

— O que as KKT fazem?

— Fazemos trabalho beneficente no centro para idosos, também arrecadamos fundos e doamos para instituições de crianças carentes ou para hospitais – explica orgulhosa – arrecadamos isso em uma única festa, a lendária festa do capuz.

— Parece interessante – falo animada e pensativa – por que você disse que eram o lar das rebeldes?

— Somos perversas com outras fraternidades, a única que ainda sai ilesa são as ômegas, Skyler não deixa nada passar, somos implacáveis.

— E a semana do inferno? – Mad pergunta animada, já sabemos onde ela vai parar.

— A SDI, é onde avaliamos nossas candidatas, fazemos pegadinhas ou provas para saber se elas estão aptas a entrar na KKT, mas é divertida – ela se espreguiça – vou tirar um cochilo.

— Também vamos – Madison se junta a Skyler na cama, enquanto a Lydia toma conta do sofá e eu do cantinho na janela.

[...]

— Adivinhem quem está aqui? – ouço alguém bater na porta e pronunciar, provavelmente já dentro do quarto.

— Espero que seja o Jason – resmungo com um suspiro.

— Seria melhor que fosse o Freddy, assim essa cara feia ficaria um pouco mais bonita – ouço a voz rouca da Sky, muito baixa por sinal, indicando que ela realmente estava muito cansada.

— São boas opções, mas não – Madison resmunga, parecendo estar olhando para o ser misterioso na porta.

— Vamos meninas, quero apresentar minha namorada para vocês – ouço o mesmo falar e dou uma espiada só para ter certeza de que novamente, isso não é nenhum tipo de delírio em conjunto.

— Quem foi a louca que caiu nas suas tramoias? – a Sky pergunta se espreguiçando.

— Não seja ridícula sua mal caráter – ele resmunga e ela lhe mostra o dedo do meio – vamos logo o Christian e o Jack estão lá fora.

— O que? – eu, a Mad e a Lydia gritamos juntas, nos sentamos rapidamente, e por um segundo pensei ter visto o olho da Skyler bilhar com lagrimas de tristeza.

— Kelly e Lisa estão junto? – Skyler pergunta, neutra, mas eu e as meninas sabíamos que havia algo a mais naquela pergunta.

— Estão – Cameron fala perdido, sem saber o motivo do nosso desespero.

— Já iremos sair Cam – Madison levanta e põe o mesmo para fora do quarto, ele resmungou algumas coisas, mas não prestamos atenção, pois o quarto foi imerso em um silencio sinistro, eu até preferia um filme de terror agora – o que faremos?

— Deixar para lá – Skyler se levanta, indo até sua mala para pegar uma muda de roupa e tomar um banho.

Olho da Mad para a Ly, e em seguida para a Sky de volta, ela parecia estranha a àquela altura, mas não dissemos nada, tratamos apenas de seguir para os nossos quartos, combinando de nos encontrar na cozinha.

Coloquei um vestidinho bem leve, já que estava muito calor, e minhas sandálias de verão, amarrei o cabelo em um coque folgado e nem fiz questão de maquiagem.

Assim que passei pela porta da cozinha, fui parada pelo loiro, que sorria feito um psicopata, juro que revivi Psicose umas mil vezes.

— Oi Loli – fala animado e eu sorrio.

— Oi Chris – olho para a garota ao lado e ele acompanha meu olhar, tratando de agarrar a cintura dela e apresenta-la.

— Essa é minha namorada, Lisa Fray.

Eu simplesmente não sei como reagir, por isso apenas dou um sorriso breve e assinto.

— É um prazer conhece-la, Clover Messi – falo estendendo a mão para ela, que aperta – não sabia que vocês viriam esse ano – me dirijo ao Christian, que coça a cabeça sem graça.

— Eu e os meninos decidimos de última hora – Christian sorri – por falar em última hora, vamos ter a festa de início de verão no clube, vocês não vão?

— Quem sabe – dou de ombros e trato de sair dali rapidamente, indo até minhas amigas que já ocupavam a bancada.

— Pensei que estava quase se afogando na sua falsidade – Lydia fala e eu mostro o dedo do meio para ela, que apenas ri.

— E então, almoço e piscina? – Mad pergunta animada e afirmamos, eu sinceramente não sei o que esperar desse verão, mas coisa boa não é.


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