Army of Angels escrita por gwmezacoustic


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Hello, irmãos.
Eu não sei porque não postei esse capítulo antes já que está escrito há algum tempo, mas é aquele ditado.
O que está em itálico é um flashback, de novo.
Boa leitura, seus lindos.



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. . .

“Sabe por que eu te quero? Eu não sabia que estava perdido, até que você me encontrou. Não sabia que estava sozinho, até a primeira noite em que passei na minha cama sem você. Você é a única coisa certa na minha vida. Você é o que eu sempre esperei.”

— 

Belo Desastre.

  

. . .

Isabelle Lightwood Point Of View

Nada é tão deprimente quanto á inutilidade. Simon me disse isso uma vez, e eu não poderia concordar mais com essa afirmação.

Ficar no escuro é complicado, principalmente se esse escuro é literal, não é como se você pudesse deixar a escuridão de lado por alguns momentos para descansar, muito menos como se você pudesse fazer algo para resolver a situação. A inutilidade é um dos sentimentos que mais odeio, por que tudo não pode ser fácil? Merda, eu não estou pedindo nada demais, só uma porcaria de sinal. Mesmo que sinalize que tudo está uma merda, porque a vida é feita de merdas, e a gente supera, sempre supera, não é? Me sinto esgotada, não fisicamente, mas emocionalmente, eu só precisava de um alento, mas fraquejar não é uma opção, nunca foi.

O corpo imóvel a minha frente me fazia pensar na infinidade de coisas que poderiam dar errado, que grande piada, promessas sempre foram um assunto sério pra mim, porque se nós analisarmos as promessas chegaremos a conclusão de que nós não temos noção do peso que estamos assumindo sobre nossas costas, nós somos todos errados quando se trata de promessas. As promessas ostentam os dois lados de uma mesma moeda, ambas na área das lembranças, lembranças ruins e boas se relacionam a promessas. E droga, prometer para os outros é melhor que para si mesmo, porque você sempre vai se torturar por uma promessa que não conseguiu cumprir a si mesmo, e eu só sou adepta de promessas para mim, porque eu sei lidar com esse fardo, aí ele veio, ele foi a exceção a regra, eu prometi tentar, mas só se pode tentar quando ambos os lados estão dispostos a isso.

No sistema mundano de ensino costumam destacar inúmeras lições sobre a guerra, a primeira e segunda mundiais são as preferidas dos professores de história, é cômico pensar nelas, porque no fundo elas são resultado de egoísmo ou patriotismo exagerado. É diferente pensar nelas quando já viveu algo parecido, talvez até pior, mas nós sempre nos colocamos sobre o centro do universo, nós sempre achamos que o que nós vivemos é o pior possível, então pensar nas guerras que vivenciei como o pior que o mundo presenciou é relativamente errado, mas inevitável.

A parte sobre o Dia D é uma das minhas preferidas, quero dizer, a mente humana é algo fantástico, capaz de ir de excitação para raiva e depois medo em questão de segundos, o que pensaram os soldados antes dos momentos finais? Será que em suas mentes aquilo tudo fazia algum sentido? Sacrificar-se em nome do egoísmo de alguém vale a pena no final? O que pensaram os jovens enviados para as trincheiras? Será que eles pensaram “hey, isso aqui está prestes a acabar e valeu a pena”? Ou foram invadidos pelo arrependimento por terem se alistado? Eu não sei, sequer imagino o que pensaram.

Como disse, nós só sabemos de nossas próprias lutas, nada além disso. Eu sei o que vivenciei no momento de ápice, sei como é ser invadido pela excitação da guerra, sei como é se sentir a cima de todos e até melhor por estar ali representando os direitos da maioria, mas eu trocaria tudo, todo o sentimento de glória por não ter presenciado o corpo desfalecido dele tombando sobre o piso frio. Eu quis abraçá-lo, senti a necessidade de fazer daquele momento algo bonito, eu queria e precisava estar próxima dele, eu o envolvi em meus braços, o sorriso torto em seus lábios mostrava que estava consciente da merda em que havia se envolvido, eu o abracei e quis torná-lo memória, em nossas mentes tudo pode ser controlado, tudo é fácil de ser modificado, mas é como fiz aquele ditado. A vida não é fácil, é faça.

Uma semana antes

Lâminas voando. Músculos rígidos. Perigo à vista. Excitação contagiante. A tão conhecida emoção de batalha.

Estava treinando com Jace e Alec ao mesmo tempo, que não mediam esforços enquanto empunhavam suas lâminas em minha direção, os treinos eram algo constante agora que estávamos sob os iminentes ataques de Valentine.

— Preste atenção, Izzy! - Jace alertou ao encostar sua lâmina próxima a minha cintura.

— Que merda, Jace. - revidei o prendendo contra parede, a lâmina em seu pescoço, um sorriso travesso brincava em meus lábios.

— E Jace está fora. - Simon anunciou, ele observava a luta de perto, era o mais próximo que tínhamos de um juiz ou mediador durante os treinos.

— Você pode fazer isso? Quer dizer, você namora Isabelle. - ele repetiu aquilo pela quinta vez em período de uma hora.

— Sim, ele pode fazer isso, aceite que perdeu, Jace. - Clary o repreendeu.

— A minha próxima luta é com você. - avisou apontando em direção a ruiva.

— Se você admitir em voz alta que eu sou melhor posso te deixar em pé. - a voz de Alec chamou minha atenção de volta a luta.

— Nem sonhando. - me dirigi até ele, seus olhos azuis presos em meu rosto, inverti as posições e puxei meu chicote, o prendendo em sua perna direita e o derrubando no chão.

— E Alec está fora. - a voz de Simon soou como música para meus ouvidos.

— Simon! Isso não foi justo! Você sabe que não foi justo! - Alec disse ainda desnorteado.

— Nós nunca dissemos que seria um jogo justo, Alec. - Simon respondeu.

— Eu não sei porquê ainda faço parte disso. - Alec disse enquanto levantava.

— Porque você não tem nada melhor pra fazer. - as mãos de Clary já traçavam runas em seus braços.

— Magnus está fazendo não sei o que no submundo. - o moreno se dirigiu até Jace, se preparando pra observá-lo enquanto batalhava com Clary.

— Você ainda tem tempo para uma última batalha? - Simon se aproximava, carregava uma lâmina serafim em sua mão direita.

— Você sabe que sim. - respondi, entrando em posição de combate.

— Certo, só tenha em mente que é você quem cuida de mim se eu vier a me quebrar porque você me lançou na parede, amor. - um sorriso tomou conta de meus lábios ao perceber a pronuncia de “amor”.

— Vamos lá. - ele se aproximou na intenção de selar nosso lábios, o prendi contra a parede.

— Delicadeza, Isabelle Lightwood. - destacou, voltando ao centro da sala.

— Vou fazer todo o possível, amor. - seu rosto se iluminou, iniciando a batalha em seguida.

Simon era habilidoso, devo confessar, mas ele sempre tinha em mente que quem estava em sua frente era sua namorada, o que era um ponto fraco, então foi fácil derrubá-lo, caiu de olhos fechados e permaneceu assim por um bom tempo, tempo demais, poderia dizer.

Me dirigi até ele, seu corpo imóvel, eu havia o deixado inconsciente? Que tipo de namorada eu sou? O analisei de perto, estava ajoelhada a seu lado e foi aí que senti meu corpo ser preso ao chão, ele estava sobre mim, havia invertido as posições e sorria satisfeito.

— Você me deu um susto. - dei um tapa em seu ombro.

— Um beijo resolve tudo. - sussurrou contra meus lábios, sua respiração quente e descompassada era sentida em meu rosto, tudo nele parecia feito perfeitamente para mim, para nos completarmos.

— Vocês não conseguem manter-se longe um do outro? - a voz de Alec ecoou pelo cômodo - Qual o problema dos casais heterossexuais?

. . .

Encarei seu corpo ainda imóvel, minha mão apertava a sua levemente na esperança de que ele se agarrasse a aquele gesto e pudesse usá-lo para voltar pra mim.

Era noite, todos já haviam se retirado e voltado a seus respectivos quartos para se preparar para o jantar, eu permaneci a seu lado, como conseguiria pensar em algo, ou fazer algo, sabendo que ele estava inconsciente e solitário sobre uma cama?

— Como sair dessa confusão, Simon? - pensei alto.

Me aproximei para depositar um beijo sobre sua testa, bagunçando seus cachos por alguns instantes, ele parecia tão frágil, mas isso não o fazia menos belo. Voltei a me aproximar, dessa vez para beijar demoradamente seus lábios.

Me perdi enquanto olhava seu traje de batalha largado sobre a cômoda, sendo retirada de meus devaneios por um aperto em minha mão.

— Um beijo resolve tudo. - seus olhos castanhos me encaravam com um alívio evidente.

— Bem vindo de volta, amor.— não impedi o sorriso vitorioso que tomou conta de meus lábios.

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Notas finais do capítulo

Segurem a marimba, irmãos.
Fiquem com Deus e até o próximo. Beijão.



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