Army of Angels escrita por gwmezacoustic


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me.
Boa leitura e não me matem, bolinhos.



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Simon não sabia exatamente onde estava quando acordou, sua cabeça doía e constatou que também sangrava ao tocá-la, se sentia tonto e podia jurar que compartilhava da mesma sensação de estômago revirado que sentiu aos sete anos quando tentava pescar com o pai.

Os solavancos que o cômodo sofria roubando sua atenção por instantes, cada parte de seu treinamento lhe dizia que deveria tentar descobrir uma saída, mas seu corpo cedeu sobre o chão frio com o simples pensamento de levantar e tentar andar, ele se sentia esgotado e não conseguiu se impedir de cair na inconsciência logo depois.

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Passos. Isso foi o que Simon pensou ouvir no tempo indeterminado em que permaneceu de olhos fechados, flashes cheios de memórias eram as únicas divisórias entre seus momentos de inconsciência e a realidade.

Vermelho. Ele lembrava da cor viva que marcava as torres de Alicante.

Medo. Ele lembrava de sentir seu coração se apertar no peito, não do jeito bom, como quando olhava para Isabelle, mas de um jeito ruim, como quando viu o corpo do jovem Max sobre o chão.

Max. Ele podia lembrar do esforço que exerceu contra a porta do armário para que o garoto parasse de puxá-la e ele pudesse finalmente trancá-la e mantê-lo longe da confusão.

Gritos. Ele podia ouvir as vozes abafadas de caçadores de sombras guerreando com demônios, e podia arriscar dizer que sentia como se ainda estivesse em meio á batalha.

Dor. Ele revivia a dor de ser arremessado contra a parede, e em seguida podia sentir o seu corpo tremer enquanto uma lâmina atravessava suas costelas.

Arrepios. Ele lembrou de sentir seu corpo tremer com a simples lembrança do sorriso sombrio que marcava o rosto de Sebastian.

Escuridão. Ele lembrava do modo como achava que todos os sonhos e promessas que fizera com Isabelle haviam ido por água a baixo em questão de segundos, e ele temia nunca mais poder vê-la.

Pedaços desconexos de conversas podiam ser ouvidos, mais solavancos faziam a estrutura do barco tremer, e uma imensa sensibilidade à luz o invadiu quando finalmente abriu os olhos.

 Podia avistar o que julgava ser o corpo de Joseph caído próximo a porta, poças de sangue a seu lado, um caçador de sombras que havia visto algumas vezes em reuniões da Clave caído a sua esquerda e George com as vestes ensanguentadas de bruços sobre o piso frio.

Voltou a escuridão, dessa vez propositalmente, pensava que talvez pudesse acordar e perceber que tudo não passava de um pesadelo, quando ele abrisse os olhos acordaria ao lado de Isabelle no quarto tão conhecido.

No fundo Simon tinha consciência que estaria no mesmo local quando acordasse, mas a ilusão foi mais forte do que ele. Tateou os bolsos em busca de sua estela, uma onda de alívio o invadindo quando a localizou. As lembranças dos olhos de Isabelle tomaram conta de seus pensamentos enquanto traçava uma iratze sobre suas costelas.

A dor que sentiu ao movimentar a área lesionada foi semelhante, se não pior, a milhares de agulhas sendo inseridas simultaneamente em sua carne. Talvez esperar um pouco ajude, pensou. Mas novamente lembrou do olhar de Isabelle, e trincou os dentes sufocando qualquer gemido de dor enquanto procurava estabilidade e vagarosamente levantava.

Caminhou até George, sua mão livre testando o pulso fraco do colega de quarto, tentou afrouxar o aperto de sua mão sobre a estela, que fazia com que os nós de seus dedos ficassem brancos e traçou inúmeras iratzes pelo corpo imóvel a sua frente.

A espera entre o momento que desenhou a última runa e a hora em que George finalmente pareceu tomar consciência, pareceu interminável para Simon, que já estava melhor, pronto para encarar outra, se sentia pronto, inclusive, para chutar repetidas vezes as costelas de Sebastian como vingança por ter quebradas algumas das suas.

George sempre foi mais lerdo do que Simon, mas o modo como o escocês ignorou suas dores físicas e se pôs de pé em um pulo para acompanhar o amigo aonde quer que estivesse indo o fez pensar que o universo não poderia ter lhe presenteado com um colega de quarto melhor.

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Salas vazias, solavancos de cinco em cinco minutos, cheiro de icor e o som dos próprios passos, corredores e mais corredores, corredores sem fim, malditos corredores, Simon praguejou em pensamento. Os olhos escuros de Isabelle ainda em sua mente, como um lembrete do universo o mandando continuar. Caçadores de sombras caídos pelos cantos, a nota mental de parar de andar em círculos e finalmente os sons de uma discussão podiam ser ouvidos.

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— Você chegou aqui por livre e espontânea vontade, sério? - Isabelle perguntou, seu tom beirando o sarcasmo, recebendo uma confirmação de Jace em um movimento quase imperceptível de sua cabeça - Você é uma piada, uma porcaria de piada. - amaldiçoou mentalmente o momento em que decidiu chutar o armário do cômodo, suas pernas ainda protestavam pelo machucado recente.

— Se eu fosse você não faria isso. - Jace levantou em direção a irmã adotiva, o desejo de impedir que ela se machucasse mais.

— Se não o que? Você pede pra a dupla dinâmica me jogar no mar? - ela apontou para os dois caçadores de sombras vestidos com trajes vermelhos que observavam a conversa deles, aparentemente incapazes de emitir qualquer reação, e nada irritava Isabelle mais do que pessoas estáveis demais, ela lançou o que julgava ser uma escrivaninha em direção aos dois, que se afastaram e depois observaram o buraco aberto na parede que dava visibilidade ao corredor, ainda sem fazer nada.

— Só. Se. Acalme. - Jace pronunciou cada palavra lentamente, sua respiração falha era retrato de seu nervosismo.

Isabelle o fuzilou com o olhar, mas foi impedida de expressar o que pensava quando Sebastian entrou no cômodo.

— Você causou um belo estrago. - salientou o óbvio.

— Eu prometo que isso não vai se repetir. - o tom de Jace era suplicante.

— Não faça promessas que não pode cumprir. - Isabelle aconselhou.

— Fique quieta, OK? - Jace pediu, recebendo um movimento negativo de Isabelle.

— Por que eu estou aqui? Por que não me largaram em Alicante? Preferia lidar com demônios do que ter que olhar vocês. - Isabelle encostou-se na parede, seu tom de clara superioridade sendo notado.

— Jace não consegue lidar com a distância dos irmãozinhos. - Sebastian zombou.

— Sabe do que eu me arrependo? - Isabelle não queria uma resposta, ela queria desestabilizar o seu inimigo - De não ter arrancado sua cabeça quando tive a chance, uma mão foi pouco.

— Você não passa de uma vagabunda. - Sebastian pareceu cuspir as palavras - Mas eu não posso te ferir fisicamente, então encontro outros meios. - o sorriso tenebroso voltando a seu rosto - Você verificou o seu namorado recentemente?

— Merda. - Isabelle pronunciou automaticamente.

— Você parece alguém inabalável, Isabelle Lightwood, mas te causar dor física e até te quebrar uma perna seria um grande nada, não é? Você não se importa com qualquer sofrimento ou dor que aconteça com você, mas você se culparia eternamente por toda e qualquer lesão que ocorresse com Simon por sua culpa, por pagamento dos seus atos. - sua risada capaz de causar arrepios em qualquer um. - Depois compartilhe comigo a sensação de ver o corpo do seu namoradinho sem vida em uma poça de sangue.

E então Isabelle constatou o óbvio: ela nunca se perdoaria se algo tivesse acontecido com Simon por sua culpa.

— Você está blefando. - e ela fazia uma prece silenciosa para que ele realmente estivesse blefando e Simon estivesse bem e longe dali.

— Nunca desafie seu inimigo. - o olhar mortal de Sebastian preso no rosto de Isabelle, esperando ver qualquer centelha de dor para iniciar seu divertimento, e então o seu olhar se dirigiu a área de suas costelas, arrancando a flecha que se instalava ali e levantando o rosto para encarar Alec próximo a porta.

— Sim, você claramente está blefando. - o moreno disse, se afastando para dar visibilidade a Simon que estava parado ao lado de Magnus, todos claramente entretidos com a discussão que haviam presenciado.

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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo as coisas vão ser mais ou menos explicadas, e nos próximos alguns detalhes vão ser mostradas que garantem o que vai rolar no futuro e tal se pah.
Fiquem com Deus e até o próximo. Beijão, seus lindos.



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