Como Escrever um Romance em 10 Dias escrita por Alena Santana


Capítulo 2
Sobre músicas melosas, fanfics e ships


Notas iniciais do capítulo

Eaí, pessoal!!
Capítulo saindo do forninho... Esse não deu para betar, então, qualquer coisa mea culpa, hehe.
Hoje, de fato, é o aniversário da Emily. Uhul!! Feliz aniversário!!
Para você e para os demais,
Boa leitura!



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Como escrever um romance em 10 dias

Sobre músicas melosas, fanfics e ships

Restavam apenas 6 dias para o juízo final. E, Aidan tinha em mãos o mesmo manuscrito que possuía à princípio. Nenhuma mísera alteração e nenhuma ideia do que fazer.

Quando seu novo-vizinho-muito-louco-de-ácido, praticamente, invadiu sua casa, descobriu seu “segredo” e ainda disse que o ajudaria... Bem, tinha que admitir que – no fundo – teve certa esperança. Mas, um maluco surgir assim, simplesmente do nada, e ainda lhe salvar a pele, era digno de enredo daquelas comédias – românticas — ruins. Nem perderia seu tempo lendo ou assistindo algo do gênero.

No final, Thomas apenas o enchera de perguntas relacionadas à prazos, ideias e o que já tinha pronto (obviamente, Aidan só contou por cima). Deu-lhe um CD abarrotado de músicas românticas (com direito a Backstreet Boys, Celine Dion, Roxette, entre outros pesadelos), uma lista de filmes “úteis” e foi embora “reunir” material que pudesse ajudar.

Dois dias se passaram e nada, apenas perda de tempo. Por falar nisso, já tinha perdido tempo suficiente apenas procrastinando. Precisava começar. Logo. Só faltava um pouco de inspiração. – ‘Tá, muita inspiração.— Seus relacionamentos não foram nada inspiradores, ambos acabaram porque, aparentemente, ele não era “romântico”. Que piada. Talvez, a situação na qual se encontrava fosse uma espécie de praga de alguma de suas ex.

Praga ou não, a inspiração não surgia. A Toni Braxton e a Whitney Houston também não estavam ajudando. Entregar o manuscrito do jeito que estava e mandar o William enfiá-lo você-sabe-onde, parecia uma opção muito atrativa. Seu pensamento macabro foi interrompido por batidas na porta. Decidiu ignorar, se fosse algum vendedor... Ele não responderia por si!

— Ei, Wind! Sou eu! – Wind? Mas que ultraje! Era só o que faltava agora... Talvez ele fosse embora, se ficasse quietinho. – Não adianta fingir que não está, sei que não saiu hoje!

— E você é o que? Um stalker? – resmungou queixoso, enquanto abria a porta.

— Um pouco. – entrou sem ser convidado (de novo!), abrindo um sorriso radiante ao notar o som ligado. – Bon Jovi ajudou?

— Para falar a verdade, quase. Roxette chegou mais perto.

— Nem Backstreet Boys? – Aidan se limitou a negar com um aceno de cabeça. – Poxa, eles são tão legais... Enfim, minha pesquisa rendeu bons frutos!

— Acho que isso é bom... O que exatamente você pesquisou?

— Em resumo, a opinião dos fãs, que é o que importa de verdade, através de algumas fanfics. – a expressão questionadora de Aidan assustou Thomas. – Cara, você não sabe o que é fanfic?

— Bem, acho que já ouvi falar... – Thomas se acomodou no sofá encarando Aidan em total descrença. Este, sentou na poltrona de costume, sentindo-se meio idiota por não saber o que diabos era fanfic. Bem, o termo era até familiar, William falou algo uma vez, mas, ele não prestou muita atenção.

— Um escritor que não sabe o que é fanfic, essa é nova... Bem, como eu posso explicar isso?... É uma narrativa ficcional, feita por fãs, com personagens de livros, séries, filmes, jogos, enfim, qualquer coisa. – deu de ombros. – É, geralmente publicado em sites específicos para isso ou em blogs...

— Ah, sim! – interrompeu. – Eu já ouvi falar disso, só não associei ao nome. – explicou, sentindo-se menos idiota. – Mas, minhas histórias têm fanfics?

— Têm! Muitas, tipo, muitas mesmo! Eu demorei porque fiquei lendo várias delas. Além de algumas coisas em fóruns... Também sobre seus livros! – complementou devido a cara de espanto e descrença do outro. – Olha, sua saga é bem popular. Nos fóruns, mesmo que muitos afirmem sentir falta de um romancezinho para descontrair, não cheguei a ver muita reclamação de falta de romance. Alguns fãs acham bom porque não curtem esse tipo de “perda de tempo”. – Fez as aspas no ar. – Outros gostam de ter “liberdade para ‘shippar’ o que bem quiserem”... Antes que pergunte, ship é, basicamente, um casal que você acha que tem que ficar junto.

— Entendo, acho... – afirmou, não muito convencido.

Ainda não conseguia assimilar que, realmente, tinha fãs e que, mais absurdo ainda, estes se davam ao trabalho de escrever algo sobre suas histórias. Era estranho pensar nisso. Escrevia porque gostava, apenas. Manteve-se por trás da alcunha de “Aidan Hill” com o pretexto de proteger sua privacidade. Mas, aquilo não era de todo verdade. O motivo real era não ser atingido, diretamente, por críticas. William, mesmo sendo um babaca, sempre lhe apresentava críticas construtivas. Sempre tentava fazer da melhor forma, mesmo com sua visão um tanto limitada em alguns aspectos. Nem todos têm essa preocupação. Alguns só jogam na sua cara que todo seu trabalho é uma porcaria. Sem explicações. Sem argumentos.

Mas, agora, via que fugir das críticas era fugir do reconhecimento. As críticas te fazem melhorar, quando construtivas. O reconhecimento te motiva a melhorar ainda mais. E, era isso que iria fazer.

— O que mais você achou? – questionou, ansioso.

— Esse é o espírito! – elogiou, quase batendo palmas de tão animado. – Agora vem a parte mais importante!  Eu li, principalmente, as fanfics de romance. E, digamos que o ship mais badalado é “Ágliv”. Assim, já assistiu “Xena: A Princesa Guerreira”? – Aidan balançou a cabeça em afirmação. Na verdade, só havia assistido alguns episódios perdidos. Mas, Thomas não precisava saber. – A Ágda é tipo a Xena e a Liv é a Gabrielle dela. Sério, tem um vídeo no Youtube sobre “100 motivos para shippar Ágliv”, fizeram umas montagens com cenas da Gabrielle e da Xena!

— Mas, a Ágda e a Liv são amigas... O que eu poderia fazer? – perguntou retoricamente, um tanto perdido. – Bem, o que mais você achou?

— “Rugrid”, que você fez o favor de destruir. – disse em tom de acusação. – Acabou com o sonho de muita gente... Enfim, tem “Sverik” também.

— Em minha defesa, a morte da Sigrid foi por um bem maior. O Rurik só morreu porque... Sei lá, alguém tinha que morrer naquela parte... “Sverik” seria Svein e Erik?

— Eles mesmos. Para falar a verdade, faz muito sentido. Sério! Aquela coisa do Erik salvar o Svein no mercado de escravos, do nada, foi bem suspeito. Fora que depois disso eles ficaram super próximos. E o Erik quase morreu para salvar o Svein... Detalhe que, antes do Svein, ele não ligava para nada e nem ninguém.

— Sim, mas... Nunca os vi por essa ótica, imaginava-os como amigos e só. A amizade também pode mudar as pessoas. – deu de ombros.

— Cara, isso foi profundo. Até arrepiou. – esticou o braço como prova. – Bem, além desses tem Runakon, Runa e Hakon e Driorn, Drifa e Bjorn. Algumas variantes também, tipo, cerca de 20% da fandom acha que a Ágda e o Axel deveriam ficar juntos. Alguns acham que o Erik e a Liv tem tudo a ver, particularmente, não vi o menor sentido nisso.

— Tudo bem, eu já entendi! – exclamou, como quem acabou de ter grande ideia. – Eu sei exatamente o que eu vou fazer.

— E o que seria?

— Vou agradar a todos. – Aidan ostentavam uma expressão um tanto assustadora, meio maquiavélica.

— Como assim? Vai fazer uma orgia? – questionou, horrorizado.

— Claro que não, credo! Você vai ver, em breve... Acho.

— Confio em você, Wind. Vai ficar incrível... – Thomas falou em um tom tão confiante que Wind, digo, Aidan teve a sensação de que tudo estava bem e que tudo daria certo. – Mas, para ficar incrível, você precisa ir dormir primeiro. Sério, você está horrível e seu apartamento está nojento.

— Obrigado pela sinceridade. – murmurou sarcástico.

— Por nada. Agora você vai dormir e vou limpar isso aqui.

— Por que ‘tá fazendo isso? – Aidan fez a pergunta de 1 milhão de dólares, enquanto Thomas tentava o arrastar do sofá e empurrá-lo em direção ao quarto.

— Isso o quê?

— Isso tudo? Por que ‘tá me ajudando?

— Digamos que eu vou com a sua cara. – sorriu amarelo, nada convincente. – Okay, quando eu vejo que alguém precisa de ajuda e eu posso ajudar, por que não? Fora que essa coisa toda ‘tá sendo bem divertida!

— Mas, não está te atrapalhando? – perguntou, preocupado.

Nop. – Quem fala isso?— Estou de “férias” por causa da mudança.

— E você faz o quê?

— Trabalho no jornal local. Geralmente, escrevo reviews de filmes. Às vezes me aventuro em outras seções, tipo arte, música ou teatro... – completou, sonhador. Mudando de expressão assim que notou o assombro do outro. – Sua cara de choque me ofende!

— Desculpe... E, obrigado por tudo. – Não sabia mais o que dizer, dormir parecia a melhor saída.

Ao som de “My heart will go on”, da Celine Dion, Aidan adentrou seu quarto ainda chocado com o que ouvira. Sério que depois de todo cuidado em manter sua “identidade secreta”, ele tinha um jornalista dentro de casa? E, pior, um jornalista que sabia seu segredo, muito sobre seu livro novo e ainda ia fazer a faxina!

Quando você pensa que as coisas não podem ficar mais estranhas...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo será postado em breve, acho, haha. Obrigada a quem favoritou e comentou, moram no meu coração ♥ ♥
E, se você chegou até aqui, por que não deixar aquele review maroto??
Beijocas, até a próxima!!



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