Diego: As coisas vão mudar, nossa vida nunca vai ser normal... Somos pessoas que se transformam em lobos, mas eu prometo que depois que tudo isso acabar, nós dois vamos ter vários momentos normais, eu prometo.

Francesca: Nesse momento só preciso que me prometa duas coisas, a primeira que nunca vai me deixar, e a segunda que vai terminar logo esse molho – ele riu e me deu um selinho – Eu to como fome!...

Por Violetta

Segui pelo corredor até a última porta. Eu não queria invadir a privacidade dele, mas o meu sono esta protestando a cada piscar de olhos, e já que ele ofereceu o quarto dele... Minha mente gritou um SIM no momento que ele terminou a pergunta.

Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim, logo o cheiro dele espalhado por cada parte do cômodo me atingiu em cheio. As paredes em tons de cinza de alguma maneira me reconfortavam. De onde eu estava eu tinha uma visão perfeita do quarto, a cama de casal estava bem a minha frente ladeada por uma mesinha de cabeceira preta com um abajur branco. Nada com muitos detalhes, era tudo tão simples e tão a cara dele. De frente para a cama encontrava-se uma televisão na parede e algumas caixas de filmes sobre um aparador branco, junto com uma coleção de CD’s, logo reconheci os clássicos.

Mesmo minha mente gritando para me jogar logo na cama e dormir eu preferi tomar um banho primeiro. Duas portas, que logo deduzir ser o banheiro e o armário, chamaram minha atenção. Acertei de primeira o banheiro, primeiro parei na frente do espelho quase tendo um ataque cardíaco ao perceber que eu poderia facilmente me passar por um zumbi.

Abri a torneira para encher a banheira com água quente e voltei para a frente do espelho. Me despi e coloquei as roupas dobradas em cima da bancada da pia. Entrei na banheira sentindo os meus músculos relaxarem com o contato com a água quente.

Lobos, cientistas, guardiões... Que dizer, GUARDIÃO. O universo parece querer brincar comigo a todo momento. Eu sempre me considerei uma pessoa azarada, só não achei que estava driblando a morte. O que os meus pais diriam se eu contasse tudo para eles? Me chamariam de louca? Com certeza.

Senti as lágrimas descerem e logo se misturaram com a espuma. O que eu vou fazer? Eu sei que isso está colocando a vida de todos em risco, mas eu não sei o que fazer. Não é fácil digerir tudo isso de uma vez só.

Fechei os meus olhos por um momento e respirei fundo. Sai da banheira e peguei uma toalha no armário embaixo da pia. Me enxuguei e depois me enrolei na toalha, olhei para as minhas roupas e cheguei à conclusão de que estão sujas demais. A minha mochila ficou na casa da Fran, foi mal Leonzinho, mas vou ter que assaltar o seu guarda-roupa.

Vesti a minha lingerie e me enrolei de novo na toalha. Fui até a segunda porta que revelou ser um pequeno closet. Ali o cheiro dele predominava... Se controla Violetta! Tudo estava realmente muito bem organizado, fui até a parte de camisetas e peguei uma preta e a vesti. Ela batia na minha coxa, bom, melhor que nada.

Pendurei a toalha em um gancho no banheiro e voltei para o quarto. Deitei na cama sentindo o meu corpo afundar no colchão. Puxei o edredom me cobrindo e afundei a minha cabeça no travesseiro. Vários flashes começaram a invadir a minha mente, mas o sono chegou primeiro. Adormeci sentindo o seu cheiro amadeirado exagerado no travesseiro...