Jace e Clary chegaram o mais rápido o possível na casa de Alec e Magnus, que na verdade, ficava no mesmo condôminio que a deles, mas este era gigante e a casa deles ficava do outro lado, então tinham que ir de carro. Tanto pela distância quanto por causa de Stephen.

Chegando lá, eles avistaram o carro de Izzy e o de Robert e Maryse. Só faltavam eles. Foram recebidos por um Magnus saltitante e um Alec vibrante.

— Ok, agora que todos estão aqui, vocês já podem dar a notícia- disse Izzy

— Ainda não, só depois da sobremesa- disse Magnus

— Francamente, o que é você tem a dizer que não poderiam esperar até amanhã?- pergunta Maryse.

Maryse nunca aprovou de fato a relação de Magnus e Alec, mas como amava muito o filho, acabou que com o tempo, aprenderam a respeitar. E só de o garoto não "dar pinta", como Magnus, ela já gostava.

— Maryse, querida, você é a mulher com o cabelo mais poderoso do mundo, mas não é imune aos pés de galinha. Acalme-se sogrinha, logo logo você saberá- ele disse servindo taças de champagne.

— Puxa, champagne no meio da semana? A coisa é séria mesmo, hein?- comenta Clary pegando uma taça, mas Alec a toma bruscamente da mão dela.

— Ficou louca, mulher?você não vai beber champagne grávida- ele comenta e entrega pra ela uma taça com um suco amarelo por dentro.

— Isso não é justo. E se eu tiver desejo?- ela retruca.

— Esquece, Clary, não vamos deixar você alcolizar o nosso bebê- disse Jace.

— Falando em bebê...como está o meu sobrinho?- pergunta Maryse pegando Stephan no colo. O garotinho estava tão ferrado no sono que nem se quer acordou.

— Quer colocar ele pra dormir ali no chiqueirinho?- Pergunta Magnus

— De forma alguma, ele vai ficar dormindo no colo da titia- disse Maryse sorrindo.

Da sala, eles conseguiram ouvir um bip que vinha da cozinha

— A Lasanha ficou pronta, vou lá tirar  do forno- disse Alec

— Tráz logo pra cá que eu tô com fome- resmunga Izzy

— Mata o homem e come, Izzy- grita Alec

— Era exatamente o que eu iria fazer, se você não tivesse me intimado pra vir até aqui- ela diz

— Izzy, olha a boca. Não na frente do meu filho- disse Clary

Do outro lado da cidade em uma casa mais humilde, porém muito simpática, Jocelyn estava em sua cozinha, terminando uns doces e bolos para um restaurante, cujo o dono viria buscar no outro dia.

— Os pedidos estão crescendo- ela disse sorrindo terminando de decorar uma torta de chocolate trufado.

Valentine estava junto com ela na cozinha e levou calmamente uma uma cerveja à boca.

— Não sei como você pode estar feliz. Nosso filho acabou de sair do hospital. Eu e ele estamos sendo investigados e ainda por cima, estamos sem trabalhar. Não sei como pagaremos as contas este mês.

— Val, fica trânquilo, eu peguei uma encomenda de doces excelente para sábado, tenho certeza, que a quantia vai dar para pagar o aluguel, telefone, água, luz, internet e quem sabe até o supermercado.- ela disse sorrindo e se sentando no colo do marido, que colocou os braços ao redor dela protetoramente

— Eu não acho isso certo. Por mais moderno que seja, eu não concordo com o fato de eu ficar em casa e você trabalhar fora- ele diz

— Tecnicamente, eu trabalho em casa- ela disse

— Mesmo assim, as despesas da casa deveriam ser minhas, não suas- ele disse

— Val, essa situação é temporária, nós vamos dar um jeito, você e Sebs vão sair dessa e logo logo a transportadora volta a funcionar- ela diz dando um beijo no marido.- E antes de vir reclamar, não se esqueça foi isso que foi esse o motivo de você ter expulsado Clary de casa.

— Aquela menina é uma ingrata. Não deu valor na vida que ela tinha. Preferiu sair pelo mundo.

— E ela se deu bem na vida- comentou Jocelyn

— De que adianta ter se dado bem se nem se quer se lembra que a gente existe? Aposto que ela deve morar em uma dessas mansões, com carrões e ser casada com um político corrupto- ele diz

— Não,Val, que isso? O marido dela é médico, igual a ela. Você o conheceu, se lembra? Aquele da policia...

— Aquele com pinta de playboy e que usa o cabelo pro lado?

— Ele mesmo

— Como sabe disso?

— Ela me falou, antes de termos uma discução...

— Opa...opa..opa...você e ela brigaram? Jocelyn, a Clary agora tá montada na grana, em alguma emergência- ela pode nos ajudar

— Val, você tá louco? Ela não vai nos ajudar, ela está...com raiva de nós há mais de dez anos. E com razão- Diz Jocelyn se levantando do colo dele- Além do mais, seria humilhante pedir dinheiro pra ela. Depois de tudo o que fizemos.- acrescenta guardando o bolo na geladeira.

— Ela concordou em colocar a conta do hospital do Sebastian no plano de saúde dela. Ela não se recusaria a nos dar algum dinheiro se mostrássemos a nossa situação decadente pra ela. Seria desumano da parte dela nos negar isso.

— Val não diz isso. Desumano seria pedirmos algo para ela depois do que fizemos. Além do mais, nossa situação está apertada, mas ainda não chegamos no fundo do poço. Eu estou dizendo, esse mês dá pra gente se virar, depois  o mês que vem a gente dá um jeito. Não, não vou deixar você pedir dinheiro pra ela.

— Mas ela deve ganhar uma fortuna naquele hospital. E o marido dela também, francamente Jocelyn, o que é que eles fazem com tanto dinheiro assim?

— Oh...bem...eu não sei, mas as despesas deles devem ser altas também- ela disse e segurou até o último para não contar pra Valentine do filho de Clary, ela conhecia bem o marido pra saber que se ele souber do neto, pode tirar proveito da situação e isso ela jamais permitiria.

— Então...uns mil há menos não vai fazer falta pra ela. É isso, esta resolvido nosso problema financeiro. Clary vai nos fazer um cheque. E bem gordo- ele disse se afastando da cozinha e Jocelyn ouviu ele subindo as escadas.

— Oh, Deus, como é que eu fui deixar esse homem chegar nesse ponto?

Voltando ao outro lado da cidade, na casa de Alec e Magnus, os convidados do casal, estavam saboreando a lasanha feita cuidadosamente pelas mãos de Alec. Ele e Magnus estavam trocando olhares furtivos e rindo um para o outro o tempo inteiro. Após todos terminares de comer, Magnus se levantou e foi buscar a torta de sobremesa.

— Então...vocês vão nos enrolar a noite inteira?- pergunta Clary que estava voltando do sofá, onde eles haviam colocado Stephan para dormir enquanto jantavam. Clary estava quase dormindo.

Jace a puxou para o colo dele e ela se ajustou ali o abraçando. Sabiam que era errado fazerem isso na frente dos outros, mas Magnus e Alec eram da família.

— Por favor gente, o que quer que tenham pra nos contar, contem logo, vocês dois teram folga amanhã, mas o restante de nós não.- diz Izzy

— Tudo bem, nós vamos nos casar- Diz Magnus animadamente para eles.

— ARRRGGGHHHHH, eu não acredito que saí de casa pra ouvir isso- diz Clary escondendo a cabeça no pescoço de Jace.

— Vocês já não são casados?- pergunta Jace

— Não no papel. Nós vamos formalizar a nossa união aqui no jardim no sábado- diz Magnus sonhadoramente.

— Nesse sábado? Mas...por que a pressa? Você está grávido, Magnus?- pergunta Izzy e todos na mesa começam a rir

— É mais ou menos por aí, Izzy-disse Alec e todos pararam de rir e o encararam.

— Meninos...traduzem- disse Robert em um tom de voz mais severo.

— Nós vamos adotar- disseram Magnus e Alec juntos

— Adotar? Uma criança?- pergunta Maryse assustada

— Na verdade, uma menina. Ela tem dois aninhos e se chama Emma- disse Alec animado com a situação.

Clary e Izzy ficaram com os olhos iluminados

— Gente...isso é sério?- pergunta Jace

— Sim, só precisamos formalizar a união, para facilitar o processo. Se correr tudo bem, até a semana que vem, ela já estará aqui- disse Alec.

Jace se levanta e coloca Clary no chão com cuidado e abraça Alec.

— Parabéns cara. Eu fico feliz que seu sonho de ser pai vai se realizar- ele disse para o primo, que era irmão.

O casal foi abraçado por todos da família.

— Oh gente, nossa família só está crescendo. Izzy, está faltando você agora, querida. Jace e Clary já estão no segundo. Magnus e Alec vão adotar o primeiro, só falta você- disse Maryse

— Hey...não vou sair por aí arrumando filho com qualquer um- ela se defende

— Oh, mas quem sabe então com esse que você está agora, como é mesmo o nome dele? Sigvard?- pergunta Jace

— Simon. O nome dele é Simon. E ele é um astro do Rock. Provavelmente vai querer ficar com alguém tipo...Taylor Swift, Selena Gomez ou...Demi Lovato, quem sabe até aquela Miley?

— Bom, Izzy, eu concordo, todas elas são bonitas, gostosas e talentosas, mas você. Mas todas tem um problema. Elas não são Lightwood. Nenhuma Britney ou Cameron Diaz pode com você- disse Magnus

— Faz o seguinte Izzy, tráz ele no casamento de Alec e Magnus no sábado e a gente vê se esse...mundando, está no nível de uma Lightwood- disse Jace

— Nossa gente, coitadodo garoto, ele nem está aqui pra se defender- disse Clary

— Mas a vantagem é que a nossa família sempre tem espaço pra mais um- disse Robert

— A Emma será muito bem vinda nessa família- disse Jace

— Coitada, não vai levar dois dias e ela já vai ficar maluquinha de tudo- disse Clary

Um celular começou a tocar alto, mas para a surpresa de todos, era de  Robert e ele se afastou da sala e foi atender lá fora. Todos encararam Maryse.

— Não se preocupem, deve ser uma urgência- ela diz

— Se ele fosse médico a gente entendia, mas ele é juiz, mãe- diz Alec

— Deve ser um delegado pedindo uma prisão de última hora- ela comenta. Todos a encararam em um silêncio constrangedor, mas ela bebeu mais um gole de champagne e disse: Então, onde é que estavamos mesmo?- ela pergunta

Com muito cuidado, todos voltaram a se amimar. Mas Clary desconfiou que havia algo de errado. Jace também, na verdade todos eles sabiam o que estava acontecendo. Mas, ninguém ousou tocar no assunto. Maryse começou a falar do casamento do filho e todos deram prosseguimento.