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Capítulo 10 – Luz Verde Para o Amor

Contrato de Relacionamento.

Dia 2.

Era manhã de sexta-feira e Sakura estava animada enquanto trabalhava em sua clínica. Ela estava em seu consultório dando vacina em uma cadelinha chamada Jujuba da raça yorkshire.

—Fora isso está tudo bem, certo? – Perguntou Sakura à Sra. Cho, uma de suas novas clientes, dona da pequena Jujuba. 

—Ah, tem outra coisa, Haruno-san. – Disse a simpática Sra. Cho pegando a cadelinha recém vacinada nos braços. – Ela soluça sempre que vê o cachorrinho do meu vizinho. Acho que ela está apaixonada por ele.

Sakura arregalou os olhos para a Sra. Cho e deu uma risada histérica.

—Mesmo? Não pode ser! – Disse ela sacudindo a cabeça. A lembrança da última noite veio sobre ela como um balde de água fria.

—Estou falando sério! – Disse a Sra. Cho dando uma risada bem-humorada. – Ela fica nervosa. Minha Jujuba deve estar apaixonada.

Sakura deu uma risada sem graça e acompanhou a Sra. Cho até a saída da clínica.

Deve estar apaixonada... Pensou ela sacudindo a cabeça e cruzando os braços. Soluçar porque um homem se aproximou dela não queria dizer que estava se apaixonando por ele. Que ridículo...

E daí que ela tinha soluçado quando o Sr. Uchiha se inclinou sobre ela, lançando aquele meio sorriso e a fitando com aquele olhar tão intenso? Aquilo não queria dizer nada.

Ou queria?

Arg! Por que isso está me incomodando?

Sakura voltou para de trás do balcão da recepção da clínica para se ocupar com seu trabalho. Ela não podia permitir que aqueles pensamentos atrapalhassem sua concentração. Já tinha sido difícil dormir na última noite porque estava com a cabeça cheia, por isso ficar pensando no que tinha acontecido naquele primeiro encontro arruinado durante o dia era muito pior. Ela não ganharia nada pensando demais naquele homem, muito pelo contrário, perderia todo seu dia de trabalho.

O sino da porta soou indicando que um novo cliente tinha acabado de entrar. Sakura levantou a cabeça com um sorriso para cumprimenta-lo, mas o sorriso morreu em seus lábios.

Quem tinha acabado de entrar era aquela adolescente que estava apaixonada pelo Sasuke.

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Sasuke estava em uma reunião interna checando alguns relatórios com seus chefes de departamentos. Ele estava com dor de cabeça, pois tinha dormido muito mal na última noite. O motivo disso ele não sabia dizer. Sasuke nunca teve problemas para dormir antes. Ele só sabia que sua cabeça estava cheia de pensamentos e por conta disso não conseguiu pegar no sono.

Pensamentos estes, que até aquele momento o incomodavam. Ele não tinha conseguido parar de pensar no desastroso primeiro encontro da última noite com Haruno Sakura. Desde o segundo em que quase perdeu a cabeça por deixa-la na aula de dança com outro homem até o momento em que a levou em casa mais tarde.

Como as coisas foram sair do controle assim? Nada tinha acontecido como ele realmente planejou e isso o deixava extremamente irritado. Ele prometeu a si mesmo que da próxima vez não ocorreria falhas e que ele não se descontrolaria por coisas fúteis. Principalmente não perderia seu tempo observando-a dormir para depois provoca-la. Sasuke ainda tentava entender porque tinha feito aquilo.

—A propaganda com a gata não foi tão bem quanto a primeira com aquele cachorro. – Disse um dos funcionários despertando-o de seus pensamentos. – Então para esta, vamos mirar mais agressivamente nos clientes.

Sasuke espantou seus pensamentos para longe e tentou se concentrar. Era a primeira vez que ele precisava tentar se manter focado em uma reunião. Nunca antes pensamentos ou preocupações o distraíram de seu trabalho, por isso ele não entendia o que estava acontecendo.

Um barulho de um celular vibrando ecoou pela sala de reuniões interrompendo o secretário Lee no meio de uma frase.

—O que é isso? – Perguntou Sasuke severamente. – Não sabem desligar o celular durante as reuniões?

Os cinco homens na sala se olharam entre si desconfortáveis e Lee ao lado do chefe, que estava sentado à cabeceira da mesa oval, se inclinou até ele e pigarreou.

—CEO Uchiha, acho que é o celular do senhor. – Disse Lee desviando seus olhos arregalados de Sasuke para o aparelho moderno sobre a mesa ao lado de uma pasta.

Sasuke soltou um longo suspiro frustrado com os olhos fechados e colocou uma mão na têmpora. Sua cabeça estava prestes a explodir.

—Vamos fazer uma pausa de cinco minutos e depois continuamos. – Disse ele aos seus funcionários que se levantaram e saíram da sala deixando-o sozinho.

Sasuke abriu os olhos e ao confirmar que estava mesmo sozinho, pegou o celular que tinha voltado a vibrar. Ele leu “teimosa irritante” na tela com um olhar surpreso. Era muito raro Sakura ligar para ele.

—O que foi? – Perguntou Sasuke sério, sem transparecer na voz a curiosidade que realmente sentia.

—Ela veio na clínica!— Sussurrou Sakura alarmada do outro lado da linha.

—Quem? A Hanabi?

—Sim! Ela mesma! O que eu faço?

Sasuke sacudiu levemente a cabeça e suspirou. Ele deveria ter imaginado que Hanabi não iria mesmo desistir como prometeu.

—Faça o que quiser. – Respondeu Sasuke dando de ombros. Ele realmente não se importava e não iria se preocupar com uma coisa tão boba. Já tinha perdido a paciência, na verdade.

—É fácil para você falar isso!— Retrucou Sakura irritada. Sasuke podia até imaginar a cara que ela estava fazendo ao revirar seus belos olhos verdes. – Se ela me chamar de velha solteirona mais uma vez eu juro que não vou responder pelos meus atos!

Sasuke esboçou um meio sorriso sem poder evitar.

—Já disse para fazer o que quiser. De qualquer forma, você é minha namorada agora. Faça-a entender isso e aceitar.

Sakura ficou um momento em silêncio e depois suspirou desanimada.

—Não é tão simples apenas dizer isso para que ela entenda. Ela parece bem durona mesmo sendo jovem.

Sasuke soltou uma leve risada e sacudiu a cabeça.

—Você também é durona, Haruno Sakura. Você é uma moça durona. – Disse ele com um olhar perdido ao se lembrar das vezes em que ela o enfrentou. Se Sakura não tinha medo dele, ela também não tinha nada o que temer de uma adolescente.

—O que quer dizer com isso?— Perguntou Sakura parecendo desconfiada e ao mesmo tempo ofendida.

—Se ainda precisar da minha ajuda, me ligue. Eu te ajudarei. – Disse ele ignorando a reação dela.

—Ah, agora você quer me ajudar?— Perguntou ela com um grito antes de desligar na cara dele.

Sasuke olhou para o aparelho celular com uma careta, apertando-o em sua mão.

—A educação dela ao telefone continua ruim. – Ele murmurou antes de soltar o aparelho sobre a mesa.

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Sakura desligou o celular e voltou para a sala de espera da clínica, onde a pirralha a esperava com impaciência. Sakura deveria imaginar que o Uchiha não lhe daria nenhuma sugestão de como lidar com aquela garota. Ele deveria gostar de receber toda aquela adoração, embora não admitisse.

Sakura sacudiu a cabeça e se repreendeu por esse pensamento impróprio. Uchiha Sasuke poderia ser um idiota arrogante, mas ela não podia acreditar que ele era o tipo de homem que se aproveitaria de uma jovem de dezoito anos.

—Eu não bebo café instantâneo. – Reclamou Hanabi quando Sakura colocou uma xícara na frente dela sobre a mesinha de centro.

—Não estou surpresa. – Disse Sakura puxando uma cadeira para se sentar também.

Hanabi estava sentada no sofá de braços cruzados lançando a ela um olhar tão ferino quanto o olhar de Marie quando estava com fome e Sakura se atrasava para servir sua comida.

—Quando você conheceu o Sasuke-kun? Onde e como? Está pensando em se casar com ele? – Perguntou Hanabi sem respirar entre uma pergunta e outra.

Sakura tentou permanecer com a expressão indiferente sob o olhar assassino de Hanabi.

—Me casar? Quem sabe? Eu não sei o que o futuro me reserva. – Disse Sakura dando de ombros. – Não sabemos o dia de amanhã, e é por isso que a vida vale a pena ser vivida. Mas o que você sabe na sua idade?

Sakura tentou desconversar e deixar a garota confusa, mas ela só parecia ainda mais furiosa.

—Então quer dizer que não sabe se vão se casar? – Perguntou Hanabi horrorizada. – Se não tem certeza, como pode estar saindo com ele?

—Não é chato pensar que todo relacionamento acabará em casamento? – Perguntou Sakura arqueando uma sobrancelha. – Eu prefiro curtir a vida enquanto posso.

—Que velha astuta! – Gritou Hanabi se colocando de pé com os punhos cerrados.

—Cuidado com a boca, sua pir-ra-lha! – Exclamou Sakura se levantando também e lançando um olhar estreito para Hanabi.

Hanabi desfilou em seus saltos altos e minissaia até a porta e se virou para dar a palavra final antes de sair.

—Fique esperta! – Ameaçou apontando um dedo para a Haruno. – Você nunca ficará com ele, Sol-tei-rona!

—Eu sou a namorada dele. Quem é a solteirona aqui? – Murmurou Sakura antes que ela saísse.

Hanabi ficou tão vermelha quanto um tomate enquanto pensava em algo mais terrível para dizer e contra-atacar Sakura. Mas como não conseguiu, ela gritou arrasada e à beira das lágrimas saiu correndo pela porta.

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—A ideia de criar uma imagem baseada no preço alto não está mais funcionando. Por quanto tempo você terá uma ideia assim? – Perguntou Sasuke para um dos chefes de departamento da U.C.I. Produções.

Eles tinham retomado à reunião alguns minutos atrás, mas novamente ela foi interrompida pelo celular de Sasuke. Com um suspiro e uma carranca irritada, ele pegou o celular e atendeu a ligação, dessa vez sem dispensar seus funcionários da reunião.

—O que foi agora? – Ele perguntou impaciente.

—Eu ganhei! Sabe a garotinha chamada Hanami ou ramem, sei lá? Ela pensou que daria a palavra final, mas fui eu quem ensinou uma lição a ela.

Sasuke esboçou um sorriso sem poder se conter e ao perceber que Lee estava olhando para ele e sorrindo também, o Uchiha ficou sério e encarou o secretário, que rapidamente desfez o sorriso e desviou o olhar.

—Estou no meio de uma reunião. Se não for importante, tenho que desligar. – Disse Sasuke finalizando a chamada e depois lançando um minúsculo sorriso para o aparelho.

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Sakura voltou ao trabalho depois de comemorar a vitória contra a garota obcecada pelo Uchiha. Embora tenha ficado irritada por ele não lhe dizer nada antes de desligar a ligação na sua cara, ela estava satisfeita e esperava profundamente que aquela garotinha não fosse mais procura-la.

Enquanto preenchia as planilhas com as informações de seus últimos pacientes, seu celular tocou indicando o recebimento de uma mensagem de texto.

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Sasuke: Quase me esqueci, se você fugir esta noite, estará morta!

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Sakura revirou os olhos e digitou rapidamente uma resposta.

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Sakura: Claro, como posso contrariar sua ordem, Sr. Dominador?

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Às vinte horas em ponto, Sasuke buscou a veterinária Haruno em sua clínica conforme o combinado. Sakura odiava admitir, mas estava tão nervosa quanto na noite anterior. Talvez naquela noite tudo daria certo e mesmo sendo um encontro falso, ela não conseguia ignorar a empolgação e a forma como seu estômago embrulhava de nervoso.

—Aonde vamos? – Perguntou Sakura curiosa após um momento depois de entrar no carro do Uchiha.

—Ao cinema. – Respondeu ele com os olhos na estrada.

—Cinema no primeiro encontro? Que previsível. – Resmungou a rosada decepcionada.

—Cinema é uma ótima ideia. – Retrucou o Uchiha com um olhar estreito. – Você fala como se tivesse ido a vários encontros.

Sakura olhou para ele ofendida.

—Eu fui a vários encontros! – Protestou. – Além disso, aprendi sobre encontros pela internet.

Sasuke conteve uma risada. Tinha prometido a si mesmo que não tiraria sarro da inexperiência dela, mas era inevitável não rir da forma em que ficava nervosa.

—Não que seja da sua conta, mas eu já tive um namorado. – Disse ela irritada pelo meio sorriso que ele esboçava. Ele estava zombando dela? – Estou falando sério. Eu já tive.

—Claro que teve. – Disse Sasuke sem parar de sorrir.

Sakura resolveu ficar em silêncio ao invés de tentar convence-lo de que ela não era tão idiota assim a respeito de encontros românticos. Ela não tinha argumentos fortes o suficiente. Tudo que dissesse seria mentira e Sasuke já parecia saber que ela era uma péssima mentirosa.

Sasuke dirigiu até um drive-in, um cinema ao ar livre de onde se podia assistir ao filme do carro. Sakura estava empolgada, pois nunca tinha ido ao drive-in antes. Quando disse isso ao Sasuke, ele apenas deu de ombros. Ele não parecia tão animado quanto ela.

Sakura não ligou para o mau humor do Uchiha. Ela pediu a ele que lhe comprasse pipoca e refrigerante e depois de alguns minutos o filme começou.

—A pipoca está quentinha. Você quer um pouco? – Perguntou Sakura estendendo o balde de pipoca para ele.

—Eu não como isso. Odeio besteiras. – Resmungou o Uchiha sério depois de lhe lançar um olhar teimoso.

—Você odeia tanta coisa. – Disse Sakura fazendo uma careta. – Odeia pelos de gato e coisas gostosas... Tem algo de que você goste?

Sasuke não a respondeu ou olhou para ela. Sakura não entendia porque ele gostava de se fazer de difícil para algo tão pequeno. Ela se aproximou dele segurando o balde de pipoca bem perto de seu rosto.

—Não seja assim e experimente. Comer pipoca é quase uma obrigação ao assistir um filme. – Disse Sakura com um leve sorriso.

Sasuke a fitou com sua expressão carrancuda, olhando bem dentro de seus olhos verdes.

—Não faça isso. – Avisou ele sério.

—O que? – Perguntou Sakura confusa. Ela só estava lhe oferecendo pipoca, não era nada demais.

—Não chegue tão perto de mim. – Disse Sasuke ainda com aquele olhar intenso e estreito.

Sakura se afastou imediatamente e fez uma careta de irritação. Esse homem é insuportável! Pensou Sakura revirando os olhos enchendo a boca de pipoca. Ela resolveu deixa-lo para lá e colocou sua atenção no filme que já tinha começado.

Sasuke, embora olhasse para a enorme tela do lado de fora do carro, não estava prestando atenção no que passava. Sua cabeça ainda estava cheia de pensamentos confusos e isso o irritava profundamente.

Ele ainda tentava entender o motivo de ter estado tão distraído e não ter conseguido trabalhar direito naquele dia. Quando imaginava que a culpa de sua mente estar tão desestabilizada era de Sakura, ele ficava irritado consigo mesmo. Não podia permitir que aquilo acontecesse, pois afinal a ideia de trazê-la para sua vida foi dele. Ele não podia permitir que Sakura o distraísse, nem que ela interferisse em seus assuntos.

Quando teve a ideia de fazer um contrato para aquele relacionamento, seu plano era muito simples. Ele iria fingir que Sakura era sua namorada por três meses, eles sairiam juntos todos os dias para que sua família não o incomodasse mais arranjando encontros às escuras para ele e assim, Sasuke se preocuparia apenas com seu trabalho e não com a pressão de se casar aos trinta anos!

—Ah, minha nossa! Estou chocada! – Gritou Sakura de repente, dando risada de algo que viu no filme.

Sasuke virou-se para ela e a observou em silêncio. Sakura não notou os olhos escuros do Uchiha sobre ela enquanto ainda ria e comia pipoca ao mesmo tempo envolvida no filme.

Enquanto a observava, Sasuke não percebeu quando todos os pensamentos confusos e irritantes que enchiam sua cabeça se dissiparam e algo em seu interior se aqueceu. Ele manteve os olhos fixos na bela veterinária de cabelos róseos, assistindo cada expressão e reação às cenas do filme.

Sasuke se manteve assim por longos minutos, quando Sakura desviou seus olhos verdes para ele parecendo extremamente constrangida. Ele então percebeu que ela estava ruborizada por causa da cena de amor que estava passando no filme e sem poder evitar, ele esboçou um meio sorriso. Por que todo aquele pudor lhe parecia tão encantador?

Sakura deu um longo gole no seu refrigerante e se recompôs do constrangimento quando a cena quente de amor entre os protagonistas passou. Sasuke voltou a observa-la cautelosamente sem dizer uma palavra, mas com uma sensação indescritível.

Quando o filme acabou e os créditos finais subiram, Sakura comia o resto da pipoca e chorava silenciosamente pela morte do mocinho do trágico filme.

—Decida se vai chorar ou comer. Faça uma coisa por vez. – Disse Sasuke sacudindo a cabeça lentamente. Ele tinha se arrependido de tê-la deixado escolher o filme. Odiava aquele tipo de filme emotivo.

—Como pode não chorar com um final tão triste? Nunca conheci alguém tão insensível. Por acaso você é um psicopata? – Perguntou Sakura enxugando os olhos.

—Você é extrema a respeito de tudo. – Murmurou Sasuke com um olhar estreito. – Não gosto desse tipo de filme, só isso.

Sakura revirou os olhos e deu de ombros. Ela não estava surpresa. Sasuke deveria gostar apenas daquele tipo de filme cheio de sangue e morte, que a propósito ela detestava. Eles eram tão diferentes! Em quase tudo! Como conseguiriam fazer aquele maldito contrato durar três meses?

—Mas não foi assim tão chato graças a você. – Completou Sasuke olhando pela janela e interrompendo seus pensamentos.

Sakura o fitou confusa. O que ele queria dizer com isso? Se ele não gostou do filme ele tinha passado as duas últimas horas sendo torturado.

Ah, que seja! A culpa de tudo que acontecer e ele não gostar, será somente dele! Pensou Sakura. Ela não iria se responsabilizar por nada, já que foi ideia dele fazer aquele contrato.

Lembrando-se que deveria ter uma prova de que estava cumprindo o contrato, Sakura teve uma ideia. Ela pegou os canhotos dos ingressos daquela noite, pegou seu celular e se aproximou do Sasuke para tirar uma “selfie”.

—Diga “xis”! – Disse ela sorrindo, enquanto Sasuke fazia uma carranca.

—O que está fazendo? – Perguntou ele irritado quando o flash da câmera o deixou vendo estrelas.

Sakura voltou para o seu lugar abrindo a foto recém tirada em seu telefone.

—Se eu tirar uma foto nossa toda vez que nos virmos, será um registro de como estou cumprindo a minha parte no contrato e como esta submissa responde bem ao seu dominador. É como o livro de ponto diário no trabalho. – Explicou ela olhando para a foto.

—Ponto diário?

—Ah, não podia ter dado um pequeno sorriso pelo menos? Você arruinou a foto. Veja isso! Não podia colaborar um pouco? – Lamentou ela mostrando a foto para o Uchiha.

—Quanto mais eu posso colaborar? – Ele perguntou sem paciência, quando seu celular tocou antes que Sakura pudesse retrucar. – Alô? Itachi?

Ele saiu do carro para atender a ligação e Sakura o observou do lado de dentro do carro. Enquanto conversava ao telefone, Sasuke esboçava um sorriso tão contente e sincero que Sakura se perguntou se aquele era o verdadeiro Uchiha Sasuke.

—Por que ele não sorriu assim? – Perguntou-se Sakura encantada. Ele parecia ficar mais bonito quando sorria daquele jeito.

Sem entender o motivo, Sakura sentiu-se com uma enorme vontade de saber mais sobre ele. O que o fazia sorrir daquele jeito, do que gostava de fazer e o motivo de não gostar de pipoca. Apesar de ser controlador, um pouco arrogante e muito mandão, aquele homem também tinha um coração e Sakura estava curiosa para conhece-lo melhor.

Você deve estar enlouquecendo, Sakura. Pensou ela sem desviar seus olhos do Uchiha.

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Naquela mesma noite antes de dormir, Sakura imprimiu a foto que tinha tirado com o Sasuke e pegou um caderno para montar um álbum.

—Livro de ponto diário? Registro de encontros? Que nome eu dou para isso? – Perguntou-se ela olhando para a capa em branco do caderno.

Ela resolveu deixar como “Livro de Ponto Diário” e escreveu com um marcador. Na primeira página ela colou a foto e escreveu “Primeiro Encontro do Contrato, Sasuke e Sakura”. Para enfeitar a página, ela pegou alguns adesivos, mas mudou de ideia antes de colar.

—Acho que adesivo de coração é demais, não? – Disse ela segurando o pequeno adesivo de coração vermelho no alto da página. – Sim, um adesivo de coração é demais.

Sakura não queria complicar as coisas. Principalmente deixar que aquele relacionamento falso afetasse o seu bom senso. E se ela começasse a acreditar que tudo era real?

Ou pior?

Que começasse a gostar de verdade de Uchiha Sasuke?

—Não, não, não! Isso não vai acontecer! – Gritou ela fechando o Livro de Ponto com violência e o jogando sobre a mesinha de centro da sala de espera da clínica.

Me apaixonar por aquele homem... Pensou ela soltando uma risada histérica.

—Isso é impossível!

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Contrato de Relacionamento.

Dia 3.

Era tarde de sábado e Sakura estava revirando o seu guarda-roupa (ou melhor suas malas) à procura de algo apropriado para vestir no segundo encontro com Uchiha Sasuke. Naquela noite ele iria leva-la para jantar, aparentemente em algum restaurante de alto nível, pois ele lhe recomendou usar algo formal.

Sakura não estava feliz com aquela ideia. Ela iria fazer com que Sasuke a conhecesse melhor. Ele deveria saber que ela era uma mulher de gostos simples. Não era necessário leva-la em um restaurante caro apenas para impressiona-la.

—Você parece cansada, Sakura. – Disse sua amiga Ino observando-a retirar várias peças de roupas de dentro das malas e joga-las no chão. – Está farreando a semana inteira com seu namorado bonitão, não é? Por que não fica aqui hoje comigo? Faz tempo que não fazemos nada juntas.

Sakura parou de cavar dentro de suas malas e olhou para sua amiga ponderando a ideia. Não era nada mal. Ela não estava muito a fim de sair naquela noite. De um jeito ou de outro, Sasuke teria que respeitar a vontade dela.

—Está bem. – Ela concordou pegando seu celular para mandar uma mensagem ao Uchiha.

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“Melhores restaurantes para encontros românticos”, digitou Sasuke no site de buscas em seu notebook. Ele estava fazendo uma lista para planejar seus encontros daquela semana. Ir ao mesmo lugar todos os dias não era uma boa ideia, por isso ele precisava de um planejamento. Ele tinha pensando em pedir ao secretário Lee que fizesse isso, mas não confiou no homem. O que Lee sabia de encontros românticos?  

Sasuke estava no escritório da sua casa, enviando e-mails do trabalho e finalizando alguns relatórios, além de pesquisar lugares apropriados para um encontro a dois.

Seu celular tocou indicando o recebimento de uma nova mensagem.

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Sakura: Me dê esta noite de folga! Estou cansada. :(

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—Mas que droga! Ela acha cansativo sair comigo? – Resmungou Sasuke digitando rapidamente uma resposta.

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Sasuke: Devo lembra-la de que está escrito no contrato que devemos nos ver todos os dias?

Sakura: Exatamente! Devemos nos ver e não necessariamente sair! Se você quer me ver, venha até aqui.

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Sasuke soltou o celular fazendo uma carranca ao perceber que ela estava certa.

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Sasuke não respondeu sua mensagem, então Sakura acreditou que ele não iria insistir no encontro ou ir até lá para vê-la. Talvez ele estivesse começando a se arrepender de toda aquela maluquice de relacionamento contratual. Um relacionamento falso parecia ser mais complicado que um de verdade. E Sakura tinha notado isso mesmo sendo seu primeiro relacionamento.

—Acho que essa lâmpada queimou, amiga. – Disse Ino olhando para cima, na direção da luminária que tinha se apagado.

Sakura estava sentada no sofá ao lado da amiga que estava pintando as suas unhas dos pés. Era finalzinho de tarde e por isso todas as persianas das paredes de vidro estavam fechadas e as luzes da clínica veterinária acesas.

—Deve ter outra lâmpada no depósito dos fundos. Eu vou trocar. – Disse Sakura prendendo seus cabelos em um coque. Ela estava acostumada a trocar lâmpadas queimadas, isso acontecia muito na sua antiga clínica, porque ela usava lâmpadas baratas.

—Eu vou até lá procurar.

Ino foi até os fundos da clínica enquanto Sakura pegava uma escada dobrável de metal para verificar se a lâmpada estava mesmo queimada. Ela subiu quatro degraus da escada e se esticou para tocar na lâmpada.

—Você não disse que estava cansada? O que está fazendo?

—AH!!!

Sakura se assustou ao ouvir a voz de Sasuke às suas costas e ao se virar, acabou escorregando da escada e indo parar diretamente nos braços do Uchiha, que ao pegá-la, também assustado pelo grito dela, não pôde evitar o que aconteceu:

Os lábios dela se encaixaram nos seus quando a segurou contra ele.