Meu Jeito escrita por Palas Silvermist


Capítulo 17
Capítulo 17 – Primeira Aula




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A quinta-feira se passou sem mais incidentes. Filch não teve do que reclamar… Bem, não de nada incomum como maçanetas fugindo dele, pelo menos. Safira também não foi importunada por Flint, embora tenha passado o dia na péssima expectativa, ficando sempre por perto de Sirius, como ele havia dito.

Na manhã de sexta, ela desceu do dormitório e não viu os Marotos no Salão Comunal. Olhou o relógio. Não poderia demorar pra ir tomar café… Paciência…

Passou rápido pelos corredores. Entrou no Salão Principal e andava apressada em direção à mesa. Quase… Quase… Só mais um pouco…

—Oi, Knight. – o sonserino se pôs no caminho dela de novo

Tinha faltado tão pouco…

Safira levantou os olhos para a mesa da Grifinória. Os Marotos estavam lá… menos Sirius. Ótimo, realmente ótimo.

—Então, - ele continuou – já decidiu que vai sair comigo?

Ela não teve tempo de responder. Sentiu braços a envolverem pela cintura.

—Oi, meu amor.

Sirius surgira de algum lugar e a abraçava pelas costas.

—Oi. – ela respondeu com uma voz doce se refazendo do susto – Te procurei no Salão Comunal e não te vi. – disse com o rosto próximo ao dele

—Queria fazer uma surpresa. – ele falou ao seu ouvido

—Vocês estão juntos? – Flint perguntou com desprezo

—Estamos. – Sirius respondeu – E você está fazendo o que aqui?

—Só de passagem. – ele falou no mesmo tom antes de se retirar para a mesa da Sonserina

—Vem. – Sirius falou novamente ao ouvido dela

E pegando-a pela mão, levou-a à mesa da Grifinória.

Da pouca distância, os amigos tinham escutado a maior parte da cena e riam às gargalhadas. Sirius tinha as bochechas muito levemente coradas. Já Safira tinha o rosto um tom mais escuro que os cabelos de Lílian. Os dois sentaram lado a lado também rindo.

—Vocês viram a cara do Flint? – ria Ana – Impagável.

Eles ainda discutiam o caso, quando Sirius perguntou a Safira:

—Deixei você muito sem graça?

—Um pouco. – ela inclinou a cabeça – Só espero que resolva, não aguento mais aquela voz petulante aparecendo de repente na minha frente.

—Ah, vai resolver. – ele afirmou devolvendo a manteiga para o centro da mesa.

—Por que tem tanta certeza? – ela perguntou ao notar a voz dele

—Digamos que os Marotos, por motivos confidenciais, deram a Edgar Flint um mês inesquecível dois anos atrás. A partir dali, ele passou a detestar qualquer pessoa muito próxima de nós.

—E se ele descobrir que é só uma farsa? – ela perguntou com a voz baixa

—Sem problemas.  Só por você ter entrado na brincadeira ele não vai querer mais falar com você.

—Ah, que pena. – ela disse com um sorriso

… … … … … … … … … … … … 

No final daquela tarde, Alice, Sirius, Remo e Safira conversavam em frente à lareira. Tiago, Ana e Frank estavam no treino de quadribol, com Pedro na arquibancada. Lílian ainda não voltara da Ala Hospitalar, e Maia havia saído com Guilherme.

Os quatro estavam ali há uma meia-hora quando Safira olhou para trás pela terceira vez.

—Por que aquelas meninas estão olhando feio pra mim? – ela perguntou

—Quem? – Alice olhou na direção indicada – Ah, elas. Não liga, são do fã-clube do Sirius. Estão bravas porque pensam que você está saindo com ele.

—Você tem um fã-clube? – Saf apenas desviou os olhos para ele

—Nem me olha assim. – Sirius se defendeu – Não fui eu que fundei.

—Também não reclamou. – falou Remo

—Com carteirinha e tudo o mais? – Saf olhava para Sirius divertida

—Não faço idéia. – ele respondeu

—Mentira. – Alice riu – Elas até tentaram fazer ano passado. Por algum motivo não deu certo.

Safira riu com gosto.

—Te fizeram autografar fotos também?

—Você está se divertindo à beça com isso, não? – ele cruzou os braços

—Não imagina o quanto. – ela respondeu entre uma risada e outra – E pela resposta evasiva, você autografou essas fotos.

—Não, eu não… - ele começou

—Almofadinhas… - Remo o repreendeu também rindo

—‘Tá, autografei. – Sirius foi obrigado a admitir cruzando os braços de novo

—Saf, você ainda perdeu a cena delas correndo atrás dele com a câmera. – Alice falou entre risos

—Me fala que vocês têm algum registro disso. – pediu Safira

—Infelizmente, não. – falou Remo ainda rindo

—Fazer o quê? – Sirius reclinou-se para trás na poltrona colocando os braços para trás da cabeça – O preço de ser lindo.

—E o ego continua intacto. – Alice olhou para o alto

Nessa hora, Remo olhou o relógio.

—Lice, temos reunião agora. – ele lembrou

—Já? – ela consultou o próprio relógio – E estamos quase em cima da hora. Vamos. – ela se levantou

—Até mais. – disseram os dois

E saíram pelo quadro da Mulher Gorda.

—Shi, é agora que vou ser azarada pelas costas. – Saf falou despreocupada cruzando a perna

—Por quê? – Sirius perguntou

—Se as suas amiguinhas já estavam com aquela cara com Alice e Remo aqui, imagina agora que fiquei sozinha com você. … A propósito, minhas tarefas já estão em dia. Posso te ensinar a dançar se ainda quiser aprender.

—Quero, sim.

—Só não sei onde poderíamos ir, acho que no Salão Comunal não daria muito certo.

—Tem uma sala vazia que acho que deve servir. – ele disse vagamente – Pode ser amanhã à tarde?

—Amanhã a tarde. – ela confirmou

… … … … … … … … … … … … 

Sirius entrou no dormitório sem fazer barulho e viu Tiago, de costas para a porta, sentado na ponta de sua cama. Olhando por cima do ombro do amigo, ele falou:

—Pontas, é a terceira vez que você está fazendo isso, está ficando meio patético.

—Fazendo o quê, Almofadinhas? – Tiago bateu com a ponta da varinha no pergaminho que segurava e dobrou-o em quatro.

—Observando a Lily pelo Mapa.

—Eu não estava observando a Lily pelo Mapa.

—‘Tá, vamos pular a parte em que eu te convenço a falar a verdade e fingir que já aconteceu. Quanto tempo mais vai demorar pra você falar com ela?

—Almofadinhas, já falamos sobre isso. – Tiago foi até a cômoda e encheu um copo de água

—É, eu só esqueci de te perguntar uma coisa aquele dia: - disse em um tom displicente – você está esperando aparecer um outro cara na história, ou é impressão minha?

—Quê?? – Tiago cuspiu metade da água que bebia de volta ao copo

—Alôô? – Sirius bateu na cabeça do amigo como se batesse à porta – Deve ter pelo menos um neurônio em algum lugar aí dentro, então esse um, por gentileza, responda. Pontas, acorda. A Lily é simpática, é bonita, é inteligente entre “n” outras qualidades que você provavelmente iria adorar passar o resto da tarde falando. Se você não tem coragem para falar com ela, alguém corajoso o suficiente vai aparecer cedo ou tarde. Você vai realmente ficar sentado esperando?

—Acontece que eu não sei como falar com ela sem fazê-la lembrar do nosso quinto ano.

—É, você era meio obsessivo na época mesmo.

—Obrigado, Almofadinhas.

—Era mesmo, você queria que eu dissesse o quê?

—Realmente, obrigado, Almofadinhas.

—Disponha. Bom, uma idéia seria você não convidá-la para sair logo de cara.

—Essa parte eu já tinha conseguido imaginar por mim mesmo. – Tiago disse em tom óbvio

—Já é um bom começo. Comece por pequenas sutilezas. Até porque, você não tem sido realmente um mestre em esconder que gosta dela. Lily teria de ser muito desligada pra não notar alguma coisa. E ela não é.

—Pode ser uma idéia… Você acha mesmo que ela percebeu alguma coisa?

—Ela não é boba, Pontas, você sabe bem disso. Ela pode não ter certeza, ou não estar acreditando, mas ela percebeu. E aqui vem o dado interessante: nem por isso ela fugiu de você.

… … … … … … … … … … … … 

Sábado à tarde, no horário combinado, Saf encontrou Sirius esperando por ela no Salão Comunal. O lugar estava praticamente vazio, a maioria dos alunos aproveitava o fim de semana nos Jardins.

Atravessaram os corredores sem falar muito. A moça tentava se concentrar para aprender o caminho, mas acabou se perdendo quando precisaram dar a volta por uma das escadas ter mudado de direção enquanto eles subiam.

Ela calculava estarem já no sexto ou sétimo andar. Sirius deu meia-volta, deu alguns passos, tornou a virar e andar de novo.

—Por que estamos passando aqui pela terceira vez? – ela perguntou

—Já vai ver.

Logo em seguida, uma porta surgiu na parede lisa. Olhando dos lados, ele girou a maçaneta e os dois entraram.

Parada, Safira observava a sala. Era grande e retangular. O chão era revestido por um assoalho claro e duas paredes adjacentes eram cobertas de espelhos.

—Estranho. – ela murmurou – Por que Hogwarts tem uma sala dessas se vocês não têm aulas de dança?

—Hogwarts não tem a sala exatamente. Essa é a Sala Precisa, se transforma naquilo que a pessoa precisa. Daí o nome.

—Interessante…

Safira andava para o centro do aposento acompanhada do rapaz.

—Ah, tem algo que esqueci de te perguntar. – falou Sirius

—O quê? – ela parou e virou-se para ele

—Corri o risco de ser azarado pelo cara que te deu o anel? – Sirius apontou para a mão direita dela

—Foi presente do meu pai.

—Certo, as chances de seu pai entrar no castelo são mínimas, presumo. Corri o risco de ser azarado por algum outro cara?

—Não. – ela respondeu simplesmente

—Que bom, posso dormir mais tranqüilo agora.

A moça apenas estreitou os olhos sorrindo, tinha certeza de que ele dormiria como uma pedra mesmo com o risco de “um cara” querer azará-lo.

—Bom, pelo que entendi, você quer aprender a dançar valsa?

—Eh.

—Certo… Com licença. – ela falou tirando a capa dos ombros dele – Com isso não veria seus movimentos. – disse ao colocá-la em um canto com a própria capa

Com um gesto displicente da varinha de Safira, uma música começou a tocar.

—Arrume a postura. – disse ela puxando os ombros dele um pouco para trás e levantando seu queixo – Melhor. Vou começar do seu lado e você imita o que eu fizer, tá?

Saf colocou-se à direita de Sirius e começou:

—Um… - ela colocou um pé a frente e esperou-o repetir – Dois... Três... De novo: Um… Dois… Três…

… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …

Alice acompanhou Ana até o Campo de Quadribol para o treino da Grifinória. Enquanto Ana foi se aquecer no ar, Lice foi ao encontro de Tiago, que vinha carregando a pesada caixa com as quatro bolas.

—Oi, Lice. – falou ele ao vê-la

—Não pareça tão desapontado. Se a Lily não me enganou, daqui a pouco ela chega.

—Eu não pareço desapontado. – ele negou

—Não tanto. – ela concordou – Mas achei que ia gostar da informação.

Tiago não pôde esconder um sorriso.

… … … … … … … … … … … … 

Depois de uns vinte minutos naquele exercício, Saf falou:

—Acho que essa parte você já aprendeu. Agora tenta fazer comigo.

Ela se colocou na frente de Sirius e apoiou sua mão esquerda no ombro dele. Sirius entendeu a deixa e com uma mão segurou a mão livre da moça e com a outra a envolveu pela cintura.

—Não olhe para baixo. – ela instruiu – Você vem pra frente e eu vou para trás. Tudo bem?

—Tudo bem.

—Um… - Safira deu um passo atrás tentando indicar com a pressão de suas mãos que ele viesse para frente – Dois… ops.

Sirius havia pisado em seu pé.

—Desculpe. – ele apressou-se em falar

—Tudo bem. Vamos tentar de novo... Um… Dois… Três…

… … … … … … … … … … … … 

—Está atrasada. – Alice falou quando viu Lily chegar

—Me atrapalhei com o último parágrafo da redação da McGonagall. – ela respondeu ao sentar-se ao lado da amiga – Não sabia que ia bater cartão.

Lice riu.

—É que você perdeu Ana resmungando com o goleiro no início do treino. Ele deve dar graças aos céus por ela não ser a capitã.

—Tiago já capturou o pomo?

—Duas vezes. Estamos com um time bom esse ano também.

—Apesar dos resmungos de Ana.

—Apesar dos resmungos de Ana – Lice concordou

Tiago, ao mesmo tempo em que procurava o pomo, prestava atenção aos outros jogadores fazendo comentários e correções aqui e ali. Por isso, só depois de algum tempo, notou a presença de Lílian nas arquibancadas. Abriu um sorriso que, infelizmente pela distância, dificilmente seria visto pela ruiva… E quase foi acertado por um balaço mal rebatido pela distração.

… … … … … … … … … … … … 

Havia algo estranho… A maioria das pessoas talvez não percebesse, mas Safira sim.

—Você está quieto. – ela se separou de Sirius

—Só estou concentrado.

—Não acho que seja bem isso. – ela disse com os olhos mais estreitos

O olhar dela o avaliava. Era como se enxergasse mais do que aparentava.

—Acostumado a ser bom em tudo? – ela perguntou com um sorriso suave

—Eh. – Sirius deixou escapar – Quer dizer, não.

Saf apenas riu.

—Bem vindo ao mundo real. Nem tudo você vai aprender fácil.

—Ah, não. Não me fala que a Fada dos Dentes também não existe. – ele brincou

—Sinto muito. – ela adotou falsa expressão de pesar

—E ainda faço papel de bobo na frente de uma bela dama. – disse Sirius curvando o corpo em um cumprimento antigo

—Bela dama? Onde? – Safira olhou para trás em um meio sorriso

—Não se acha bonita? – Sirius falou com um olhar galante

—Não disse isso. – ela continuou no mesmo meio sorriso – E definitivamente esse não é ponto. Se não se sente tentado a desistir pela dificuldade, - ela brincou – sábado que vem podemos continuar.

—Sábado que vem. – ele confirmou

… … … … … … … … … … … … 

Conversando, Lily e Lice demoraram um pouco a descer da arquibancada depois de o treino terminar. As duas ficaram em frente à porta dos vestiários esperando Ana sair. Alguns minutos depois, quem saiu foi Frank,

—Vocês estão aí? – falou ele – Ana não viu vocês aqui e saiu correndo achando que vocês já tinham ido para o castelo.

—A gente não tinha descido ainda. – respondeu Alice – Bom, vamos, então?

—Vão vocês. Eu… vou esperar o Tiago, esqueci de falar uma coisa pra ele

—Quer que eu entre para chamá-lo? – Frank ofereceu

—Ah, não precisa. Podem ir.

—A gente se vê mais tarde, então. – falou Lice com um sorriso

Lílian encostou na parede e ficou observando os dois se afastarem. Não tinha certeza de nada, mas tinha um palpite que os dois ainda ficariam juntos. Lice andava meio distraída… especialmente quando Frank estava por perto…

—Lily? – falou uma voz baixa ao seu lado

—Oi, Tiago. – ela virou-se para ele

—Ouvi do vestiário que você queria falar comigo.

—Ah, Slughorn pediu pra te avisar que vai ter mais uma das reuniõeszinhas dele e me pediu pra te convencer a ir.

—Que dia?

—Sábado à noite. Acho legal a gente ir, vai ser a primeira vez que Saf vai.

—É verdade.

Um vento frio soprou fazendo Lily cruzar os braços.

—Vem, vamos voltar para o castelo. – falou Tiago passando o braço pelos ombros dela

E os dois seguiram para o Salão Comunal.

… … … … … … … … … … … … 

Mais tarde naquele dia, Safira batia à porta da sala de McGonagall.

—Pois não, senhorita Knight. – falou Minerva quando ela entrou

—Professora, posso deixar essa carta com a senhora? – a moça estendeu um envelope

—Claro, entregarei ao professor Dumbledore ainda hoje.

—Obrigada.

Vendo que a aluna não fazia menção de ir embora, McGonagall perguntou:

—Mais alguma coisa?

—Na verdade, sim. O professor Slughorn me convidou para uma reunião na sala dele e… pelo que ouvi falar dessas reuniões, estou preocupada que ele possa falar alguma coisa… sobre quem é minha família.

—Entendo. Falarei com o professor Dumbledore a respeito disso também e depois volto a falar com a senhorita.

—Certo… Obrigada, professora. Boa noite.

—Boa noite. – Minerva respondeu antes que Safira saísse de sua sala para voltar à Torre da Grifinória


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Notas finais do capítulo

N/A
Olá, pessoas lindas que acompanham essa fic!
Comentários do capítulo: a cena do plano do Sirius foi baseada em fatos reais, embora com algumas adaptações. O que vocês acharam?
Aliás, o Sirius apareceu bastante dessa dez, gostaram do fã clube dele? E da primeira aula de dança com a Safira?
Aguardem o próximo capítulo. Acho que vão gostar dele. :)
Beijos
Palas



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