Projeto Alex - Livro I - Cidade de Metal escrita por Projeto Alex


Capítulo 9
Prólogo - O Informante B (Parte1)


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, este é o que seria o início de Projeto Alex. Resolvi postar assim tão fora de ordem por causa dos personagens novos e de algumas coisitas que você não deveriam saber logo no Capítulo 1. Espero que gostem do rumo que a história está tomando. Comentem e não deixem de me acompanhar. Valeu.



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Há apenas um segurança. Acho que consigo dar um jeito de entrar lá...

De uma sala escura, um jovem espreitava a misteriosa instalação. Observando atentamente o homem armado, ele arquitetava maneiras de invadir a câmera que era guardada por tal homem. A porta era protegida por fechadura eletrônica, então alguém deveria ter um meio de acessá-la, quem sabe, este mesmo segurança que ali estava...

Mas primeiro, tenho que tirar esse cara daí. —Pensou.

O rapaz tirou do casaco, a lanterna que levava consigo, e implantando-a no fundo da sala, ligou-a. O foco luminoso do aparato, não causava alarde, visto que era suficientemente forte para ser visto somente para quem estava naquele mesmo cômodo. Depois, o garoto abriu o armário e tateando as prateleiras, encontrou um grampeador de papeis o qual tomou. Entrou no armário, entrefechando-o, e apenas com o braço para o lado de fora, jogou com toda a força, o grampeador, em direção ao fundo do recinto. O objeto acertou em cheio um grande arquivo de metal, causando estrondo.

O guarda, deixando seu posto, alarmado pelo barulho, foi averiguar desconfiado, de onde partira tal som. Adentrou no espaço sombrio e logo percebeu o clarão da lanterna, indo em direção a ela.

—Ei, quem está aí? Identifique-se! —O segurança ordenou, apontando o rifle na direção da luz e caminhou imprudente, na direção dela.

Mas antes que o soldado estivesse perto o suficiente para perceber que caíra numa armadilha, o garoto emerge da estante, desarmando-o com um chute, na mão que segurava o rifle. O homem ainda tentou se defender, mas em questão de segundos, o jovem agarrou-o pelas costas, dando-lhe uma chave de braço.

Ele esperneava, agoniado e tentando gritar por reforços, contudo o garoto apertava o pescoço do homem de tal forma que lhe faltava o ar. Quando o guarda finalmente desfaleceu, o rapaz tirou-lhe o uniforme escuro que era trajado por ele, uma espécie de túnica militar¹ sem detalhes, e vestiu em si mesmo. Amarrou o outro e lhe amordaçou a boca para que se mantivesse quieto quando acordasse. Colocou-o no mesmo armário onde se mantivera escondido e antes de trancar, jogou sobre ele sua própria jaqueta surrada.

—Fica pra você, hehehe. —Passou então a mão no cabelo castanho. —E agora, aquela porta idiota. —Trancou o homem amarrado, tomou o fuzil e guardou a lanterna na pequena bolsa que portava, indo em direção ao objetivo.

Ao deixar o recinto, deu de cara com dois guardas, que faziam a ronda. Afoito, o invasor cumprimentou os seguranças com um toque na boina. Estes o cumprimentaram de volta da mesma forma, embora considerando-o um tanto peculiar.

Que sujeito esquisito! —Um deles comentou para seu companheiro, sussurrando.

Assim que sumiram de vista, o rapaz começou a caçar, no casaco daquele que nocauteara, algum cartão de acesso para entrar na porta eletrônica. No entanto, parecia que nem mesmo aquele homem tinha o direito de entrar ali.

Ah cara, não acredito! Mas que merda! —No entanto, não estava tudo perdido. Aquele jovem audacioso deu um sorriso cínico. —Hunf, até parece que isto vai me impedir. 

Abriu a pasta com cuidado e dela tirou um dispositivo, conectando-o a fechadura eletrônica. Em poucos segundos, o apetrecho rastreou as ultimas senhas e desbloqueou a porta, permitindo-o a entrada. —Bingo! —Quase gritou de satisfação, olhando assim para os lados, com medo de ter dito isso alto demais.

Dentro da sala havia um painel juntamente com uma enorme tela. Rapidamente, trancou a porta por dentro, pôs o fuzil sobre a bancada e ligou o computador. O monitor se iluminou, clareando o interior daquele quarto, os armários de ferro, a mesa de reuniões e acima, junto às paredes, os dutos de ventilação. Visto que o computador pediu novamente a senha, ele pegou aparelho hacker mais uma vez e com ele, invadiu o servidor. Logo apareceram imagens da câmera de segurança e bem como varias pastas contendo informações não apenas sobre o pequeno complexo onde se encontrava, como também sobre a própria matriz, a Cidade de Metal. Além disso, a sua disposição estavam mapas, escalas, pesquisas, e nomes de funcionários importantes.

Movido por curiosidade, ele abriu esta ultima pasta, e na lista, dois pesquisadores chamaram sua atenção: os dois, Hill!

—Então é verdade, os senhores Hill realmente já trabalharam aqui. Se é assim, eles nunca terão sossego. —O espião apóia as mãos no painel, olhando fixamente os nomes de seus conhecidos. —Eu nunca mais soube notícias deles. A Cidade de Metal continua vigiando seus ex-empregados, e quando não, é porque eles já estão mortos! —Ele passa a mão no rosto, apreensivo. —O moleque dos Hill vai ficar louco quando souber.

Ele tratou de copiar todos estes dados em CD.

Entretanto, certa pasta de arquivos o qual era exibido na tela, chamou-o a atenção. Esta estava nomeada como “Projetos AG”. O jovem abriu a pasta e ficou surpreso quando viu seu conteúdo.

Aparentemente a Cidade de Metal vinha investigando a localização da base de certa terrível organização bem como seus desumanos experimentos!

—Isto é quente! —O jovem coça o pescoço, pensativo. — Então este é o padrão da organização que vem sido responsável pelos massivos desaparecimentos de crianças há anos. Mas espere, tem algo de estranho aqui... Não acredito nisso! Como esta coisa passou despercebida pelos líderes da CM? Como não fazem idéia que ela está atuando bem debaixo de seus narizes?

Olhando um pouco mais abaixo, observa alguns vídeos de experiências realizadas ali.

—Então é para isso! —Ele limpou os olhos, tentando não acreditar naquilo que estava vendo. —Isto é... sádico! —Rangeu os dentes.

Também havia disponível uma lista de crianças raptadas, algumas com anos de diferença, provavelmente a mando daquela organização e ao lado de cada nome havia um símbolo, quatro símbolos diferentes no total; Ao que parece isto servia para classificar qual seria o destino de cada indivíduo.

Ajani Abayomi

Dmitri Vassilievitch

David Falk

Felipe C. Ferreira

Li Jiang

Margery Wells

Pietro Guerra

Sarah Blanche

...

Deve ter cerca de quinhentos nomes de crianças desaparecidas aqui. —Ele aproximou o rosto do visor enquanto apertava a seta para baixo. —Estranho este nome... “Takayama Mai”. Takayama... É o mesmo sobrenome daquele homem!

De repente, ao olhar para o vídeo da câmera de segurança, percebe que os guardas estão retornando. Assim, ele colocou o outro CD para compilar estes dados também.

No entanto ao acionar a opção copiar, o alarme é ativado. Na tela aparece uma gigantesca janela, enquanto ao mesmo tempo, uma voz feminina computadorizada dá o aviso não só naquele recinto, mas no prédio inteiro:

WARNING! COPIA DE DADOS NÃO PERMITIDA. INICIANDO PROTOCOLO DE DEFESA CONTRA POSSÍVEIS AMEAÇAS.”

—E agora essa! — O jovem encurva o dorso, assustado com o estridente barulho que o pegara desprevenido. —Droga! Isso é importante demais pra deixar aqui. Se eu não posso copiar, talvez eu possa fotografar!

Assim, ele tirou da bolsa uma câmera polaroid² e retratou tudo o que pôde, afinal, logo os soldados descobririam de onde estava vindo acesso não autorizado.

De fato, os seguranças já estavam na porta e o alarme soava em toda a instalação, sem parar. Eles já traziam os pesquisadores com os cartões de acesso a fim de abrirem a porta. Entretanto, o jovem fora mais esperto. Deixara um segredo na fechadura, impedindo que fosse aberta tão facilmente.

—Pf, patéticos! —Ele se ria da própria esperteza vendo-os falhar enquanto assistia o vídeo da câmera na tela. —Vocês não estão lidando com um hacker qualquer!

Nesse momento, um soldado extremamente bruto empurrou o cientista que tentava destrancar a entrada e pôs um detonador na tranca sem avisar a aqueles ao seu redor o que estava planejando.

—Imbecis, vou mostrar a vocês como é que se faz. —Ele soltou ao se afastar o suficiente para permanecer seguro. Isto causou intenso alarde, pois ao perceber a maquinação daquele homem, todos correram e pularam no chão a fim de não ficarem em pedaços. Então a porta explodiu!

Em meio a fumaça, era óbvio que havia causado um buraco desmedido na entrada, destruindo a porta bem como seus caros equipamentos. E como se não fosse o bastante, deixara vários de seus colegas seguranças incapacitados.

—MILLER, SEU MALDITO, VAI ACABAR MATANDO A TODOS NÓS! —Aqueles os quais permaneciam parcialmente ilesos, criticavam ultrajados e com razão. Aquele homem era de fato insuportável e perigoso.

—Ora, porque tanta irritação? Eu abri essa imundice ou não? —O soldado indagava com aquela cara insana. —Andem depressa com essas bombas de gás, ou querem que eu faça do “meu jeito”? —Ameaçou.

Os guardas, usando máscaras de gás, jogaram as não-letais e invadiram a sala, empunhando cada qual sua arma, e alguns iam à frente portando escudo tático para repelir possíveis projéteis. Mas não havia sinal de vida dentro do recinto, foi como se o cara tivesse evaporado e se misturado com o ar. Um dos cientistas entrou quando a fumaça se dissipou e olhando a tela, ficou atônito ao notar que tipo de documentos aquela pessoa estava procurando.

—INFORMEM AO CHEFE DE SEGURANÇA! TRANQUEM O PRÉDIO INTEIRO E NÃO DEIXEM QUE ESSE CARA ESCAPE! —O pesquisador apontava alvoroçado para a saída.

Mas o rapaz estava quase saindo da instalação a essas horas, aproveitando-se de sua baixa estatura, engatinhava por dentro dos dutos de ventilação. —Idiotas. Provavelmente não perceberam onde estou. —Ele se vangloriava em pensamento. —Que bom que tive a ideia de fechar a grade antes de dar o fora!

Ao passar por cima de uma das salas, o rapaz notou através da trama de outra grade, uma pessoa operando um grande computador, a qual achou familiar. Então, tocando no metal gélido, ele parou para observá-la melhor.

A mulher, sentada solitária numa cadeira, mantinha-se entretida em seus afazeres, apesar da bagunça acontecendo por causa da falha na segurança. Quando ela estica os braços para cima, espreguiçando-se.

—AAHH QUE BARULHEIRA IRRITANTE! —A dama fala alto, fatigada com tanto alvoroço. —Quem pode trabalhar nessas condições?

—Você? —Ele disse surpreso ao reconhecê-la finalmente. Assim, ele abriu a grade e desceu bem na frente dela. —O que a senhora está fazendo aqui? Venha, vamos te tirar daqui. —Ele a segurou pelo braço, e mirou a entrada do quarto, recalculando qual seria a melhor rota de fuga.

No entanto, a mulher trajada com um comprido jaleco, ao invés de esboçar o mínimo de alívio, na realidade parecia assombrada com a presença daquele que a reconhecera. Deste modo, ela pôs a mão no bolso e dele tirou um revolver, o qual apontou para o garoto:

—Moleque miserável! Como ousa pô-lo em perigo? Eu vou acabar com você antes que te peguem primeiro. —Disse nitidamente perturbada.

—Senhora! —Sem entender, ele ergueu as mãos para cima, ao passo que ia se afastando para trás, em direção a saída.

Para sua sorte, antes que fosse alvejado com a pistola, devido ao protocolo de segurança iniciado, a porta desceu, impedindo a mulher de atirar nele.

Injuriada, ela bateu na porta com o punho. —MALDIÇÃO!

[...]

Quando a porta abriu novamente, o jovem já estava longe dalí. Na sala, entrou um homem alto e com a barba por fazer. De imediato, a pesquisadora lançou-se ao pescoço dele, enforcando-o com seus dedos finos.

—Homem, o que você fez? Colocou todo mundo atrás daquele garoto! Você pôs em risco a segurança do nosso bebê, seu imprestável!

—E como eu ia saber que se tratava do Bennett e que ele iria chegar até aqui? —Ele segurou as mãos dela, afastando-as de seu pescoço, sem o menor esforço. —Não tem jeito. Ele com certeza será pego. —Coçou o queixo quadrado.

—Está louco? Se o pegarem vivo, estamos perdidos! —Ela balança a cabeça, atormentada.

—Eu sei, é por isso que temos de chegar nele primeiro. Só existe essa solução... —O homem aproxima os lábios ao ouvido da dama, causando-lhe um calafrio e fazendo mexer levemente os cachos escuros. Então pronuncia algo inaudível, possível de ser assimilado somente por ela.

Assim, dirigindo-se ao microfone, ele convoca:

—Roger Miller, Projeto Sarah e... Tenente Margery. Vão atrás do espião e o tragam com vida para interrogatório. Eu enviarei as coordenadas de onde ele foi avistado pela ultima vez. Peguem-no!

Desligando o fone, ele sorri sádico.


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Notas finais do capítulo

túnica militar¹: peça composta principalmente por uma comprido casaco até o meio da coxa, muito usada pelo exército britânico desde 1850. Posteriormente, devido o prestígio da Inglaterra, essa vestimenta foi copiada pelos demais países.

²Câmera Polaroid: A mais conhecida entre as câmeras instantâneas É um tipo de câmera fotográfica que revela a imagem na hora.



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