1º CAPÍTULO

 

BELLA

Meu nome é Isabella Marie Swan, daqui a exactamente seis dias tenho dezassete anos. Meus pais são divorciados e moro no Arizona com a minha mãe, Renée, e seu marido Phill. Minha mãe é muito aberta comigo, por isso conto-lhe tudo e ela conta-me a mim sobre suas experiências e dá-me conselhos. Dou-me muito bem com Phill, mas não digo o mesmo sobre seus dois filhos, Jonathan e Jordan, que são gémeos têm a minha idade, são apenas dez dias mais velhos que eu, por isso já têm dezassete anos. São giros, têm olhos azuis e cabelo muito escuro, praticamente preto. Ambos jogam no time de futebol. Ah, já me esquecia, por muito bonitos que sejam, EU NÃO OS SUPORTO. Acredita que na noite que fazia um ano de casamento de Renée e Phill, eles me proporam a fazer 'menage a trois'? SIM, EU SEI, ISSO É NOJENTO!

 

 

FLASH BACK

Phill e minha mãe já haviam saído para ir comemorar 1 ano de casamento.

 

Tava no meu quarto ouvindo música, no volume máximo, enquanto fazia exercício físico na minha bicicleta móvel e lia uma revista de fofoca.

 

Senti uma corrente de ar. Desviei meus olhos da revista e olhei na direcção que vinha o vento: a porta. Meus irmãos estavam lá a olhar para mim de uma maneira estranha... será que se passou alguma coisa lá na escola e eles agora querem a minha ajuda? Talvez...

 

– O que se passa? - perguntei, parando de pedalar.

 

– Er... - Jonathan virou-se para Jordan – Diz-lhe tu.

 

– Mas a ideia foi tua! Diz tu!!! - pronto... aí os dois começaram a jogar ao “Diz tu... Não, diz tu”. Por fim, Jonathan derrotado, virou-se para mim lentamente e deu-me um sorriso amarelo. Ahmm, aquilo não me cheirava bem.

 

– Bem... é que... nós tínhamos uma proposta pra você. - ele disse cautelosamente.

 

– Pode ser mais especifico? - perguntei e recomecei a pedalar.

 

Tanta idiotice por causa de uma proposta. PROPOSTA?!?

 

– Bom, é que a gente queria tentar uma coisa com você... mas não é forçado, é só se você estiver interessada, e por favor, o que você vai ouvir fica só entre nós. - Jordan falou nervoso.

 

– Na verdade iria ser uma proposta bem divertida. - disse Jonathan. Seu sorriso malicioso começou a me alertar. – Bom, nós queríamos fazer um 'menage a trois' com você.

 

Eu comecei a rir. Por esta eu não esperava. Eu não tava acreditando. OMG.

 

Olhei novamente pra eles, e vi que eles estavam sérios. Então não era brincadeira. Meu riso começou a cessar enquanto a fúria tomava conta do meu corpo. Meus punhos se fecharam. Um rosnado escapou de minha garganta. Enquanto saía da minha bicicleta. Voltei a olhar para eles. Acho até que mandei faiscas pelos olhos. Os dois irmãos me olharam apavorados e se entreolharam.

 

– CORRE!!! - gritaram os dois e desataram a correr.

 

Quando comecei a correr, pude ouvir Jordan gritando com Jonathan, em panico. Eu era assim tão assustadora???

 

– SE SALVA, CARA. EU TE AVISEI QUE NÃO IA DAR CERTO. É A BELLA, SEU GORILA!

 

Não consegui apanhar eles naquela noite porque eles fugiram de carro e meu carro estava na oficina.

FIM DO FLASH BACK

 

Meu pai esta numa cidadezinha chamada...Forks. Ele é o chefe da polícia daquela cidade insuportável. Eu amo o meu pai, mas não quero morar naquele fim do mundo. Preferia morar com minha mãe, meus amigos, e meu namorado, Akon.

 

Estava no meu quarto, planeando o Dia dos Namorados com Akon, meu namorado. Eu tinha apenas quinze e ele dezassete quando ele me pediu em namoro. Comecei minha vida sexual com ele aos dezasseis. Agora, voltando ao presente, com quase dezassete, cá estava eu, nervosa, hoje tinha que ser uma noite inesquecível. Tinha em mente fazer-lhe uma surpresa. Mais ou menos à meia noite estaria em sua casa a comemorar o Dia dos Namorados.

 

Olhei para o relógio, eram 23:39 minutos. Já estava pronta. Fui ao espelho mais uma vez. Minha pele era pálida, e aquela lingerie preta realçava mais. Pus uma maquilhagem carregada nos meus olhos e um baton vermelho nos lábios. Coloquei meu casaco comprido e calcei uns sapatos pretos scorpian, peguei as chaves do carrinha Nissan preta, novinha em folha e fui rumo a casa o meu amado.

 

Cheguei lá num abrir e fechar de olhos. Sorri ao ver que as luzes estavam ligadas. Fui silenciosamente para a porta. Ia bater, mas vi que estava apenas encostada e não resisti em causar-lhe um pequeno susto. Tirei os sapatos antes de entrar para não fazer barulho enquanto andava. Entrei sorrateiramente e fui para a sala. Sentei-me no sofá. Ia começar a chama-lo mas uma coisa vermelha no chão me chamou atenção. Levantei-me imediatamente e peguei. Era um soutien vermelho. Uma lágrima escorreu pela minha face quando me apercebi que não era minha. Ouvi um gemido baixinho e me virei na direcção de onde o som vinha. Comecei a andar na direcção do som. Era o quarto de Akon. A porta estava entreaberta e eu fiquei petrificada com o que vi. Era Jessica! A pessoa em quem eu mais confiava além de minha mãe. Ela estava a cavalgar em cima de Akon na cama que nos amamos tantas vezes. Meu namorado, e a partir de agora, ex-namorado. Estava tão horrorizada que nem sequer me dei ao trabalho de mostrar a minha presença. Depois comecei a ficar com uma raiva tão grande, que tive vontade de ir lá e esbofatea-los. Mas ao invés disso, fui novamente para a sala, peguei minha bolsa e meus sapatos para ir embora. Mas antes de ir, não sei o que me deu, mas peguei no soutien da cabra que estava no quarto de Akon e fui embora.

 

Mal cheguei a casa, fui para o meu quarto e comecei a chorar. Não conseguia acreditar no que acabara de presenciar. A minha melhor amiga a foder com o meu namorado. Realmente não dava para acreditar.

 

Troquei de roupa e me sentei na secretária, em frente ao espelho. Comecei a tirar a maquilhagem lentamente enquanto chorava.

 

Minha mãe bateu à porta e entrou. Quando viu que eu chorava, veio me abraçar.

 

– Bella, o que se passa? - perguntou-me precupadamente.

 

Bem, eu podia confiar nela, por isso, contei-lhe. Ela ficou chocada e pálida enquanto eu contava a história toda. De repente, ficou vermelha de raiva e se levantou bruscamente.

 

– Bella, isso não vai ficar assim!

 

– Mãe, calma, não faça nada. Eu vou resolver isso sozinha, à minha maneira. - eu disse rapidamente. Mostrei-lhe o soutien de Jessica e ela esboçou um sorriso.

 

– Eu sabia que você não deixaria isso escapar. Muito bem pensado!

 

Ela levantou-se, deu-me um beijo na testa e me deixou sozinha. Acabei de tirar a maquilhagem e fui´à casa de banho. Lavei os dentei, a cara e os pés, e fui me deitar, com um prazer escandaloso, pois para alguém que acaba de perder o namorado e já não deita nenhuma lágrima, é MUITO ESCANDALOSO.

 

Acordei tristemente. As primeira coisa que me lembrei foi a cena entre Akon e Jessica na casa dele.

 

Fui tomar um banho rápido e lavar os dentes. Fui para o quarto escolher a roupa. Peguei uma lingerie cinzenta e vesti. Logo em seguida, escolhi umas calças jeans escuras, quase pretas, muito justas e uma blusa cinzenta com detalhes pretos. Depois de vestir, fui secar o cabelo e maquilhei-me. Pus base, lápis preto, sombra preta e gloss rosado, da cor dos lábios, mas com brilho. Voltei ao quarto e optei por umas botas estilo militar/roqueiro. Desci e fui para a cozinha. Minha mãe me olhou com pena e carinho. Veio até mim e abraçou-me, beijando-me a testa.

 

Tomei o pequeno almoço e fui para o carro. Aquele carro trazia-me más recordações. Me lembrava de quando cheguei em casa de Akon feliz, e quando saí de lá a chorar. Novas lágrimas apareceram, e deslizaram pelo meu rosto. Como eu sabia que iria chorar, graças a Deus, pus maquilhagem à prova d'água , por isso não borratou. Mas mesmo assim, olhei-me ao espelho e limpei as lágrimas. Bella, tu não vais chorar por causa de um traidor e uma puta que fingia ser tua amiga, nem pensar, tu és forte, não é por causa de dois filhos da puta que vais chorar. Respira... Inspira, expira, inspira, expira...

 

Quando cheguei, vi Akon encostado a sua mota e conversar com aquela que eu pensava ser minha melhor amiga. Estacionei o mais longe possível daquela cena e fiquei no carro até tocar. Quando tocou, saí do carro e tranquei-o de longe com o botão automático. A minha primeira aula era Educação Física. Tinha ensaios com a claque. Fui ter com Agatha, minha segunda melhor amiga. Quando Agatha viu que não estava equipada para ensaiar, começou a puxar-me para as bancadas, nas partes isoladas.

 

– Bella! Qual é o seu problema??? Hoje a gente tem que ensaiar! Porque você não esta equipada? Ainda por cima, é a líder das torcidas e decide se baldar... - ela estava me me dando um sermão, mas eu não me importei. Era como se não a escutasse. Minha cabeça ainda estava na noite passada, naquela cena horrível que presenciei. – Bella!!! Você esta me ouvindo? - ela me abanou e eu saí do meu transe.

– Me desculpe, Agatha... Hoje eu não estou nos meus dias. - me virei e esbarrei em Akon.

 

– Então princesa? Você passou por mim. Eu estava a sua espera, até guardei um lugar perto da minha mota pra você estacionar o carro, mas em vez disso, você foi para um canto muito longe. O que se passa? - ele me perguntou.

 

Então foi aí que me lembrei do soutien de Jessica na minha bolsa. Me virei para Agatha e pedi-lhe que fosse chamar Jessica. Agatha assim o fez. Jessica estava muito pálida, mas tentava disfarçar com um sorriso falso. Também sorri para ela falsamente e pus a mão na minha bolsa.

 

– Querem mesmo saber o que se passa? - tirei a peça vermelha da minha bolsa e olhei para os dois. Ambos estavam pálidos. Agatha olhou para mim confusa. – Então aqui vai, passa-se que ontem, preparei-me, vesti a minha melhor lingerie e fui para sua casa para comemorar o Dia dos Namorados, mas só que DESCOBRI QUE O MEU NAMORADO ME TRAIA COM A MINHA MELHOR AMIGA!!! - gritei e todos a nossa volta nos olharam incrédulos. Jessica ia começar a falar, mas eu a interrompi – MAS A PARTIR DE AGORA, QUERO VOCÊS DOIS BEM LONGE DE MIM. - virei-me para Akon – ESTÁ TUDO ACABADO ENTRE NOS! - e depois para Jessica – A PARTIR DE AGORA, JÁ NÃO ÉS MINHA MELHOR AMIGA, E ESTÁS FORA DA CLAQUE! - Jessica ia me esbofetear, mas Agatha segurou ela. Segurei o soutien dela e peguei a tesoura. Cortei o soutien em bocados e esfreguei na cara de Jessica. Ela gritava de raiva e frustração, tentando se soltar de Agatha. Virei-lhe as costas e fui-me embora a chorar.

 

Todos à minha volta me olharam com pena e orgulho. Os rapazes e algumas raparigas olharam Jessica e Akon com desprezo, e o resto das raparigas ficaram satisfeitas, afinal, Akon agora era solteiro.

 

A minha claque veio atrás de mim e alguns jogadores também. Meus dois meios irmãos vieram até mim e me abraçaram. Por muito que eu não os suportasse, eles até eram muito carinhosos e gostavam muito de mim. Eu retribui os abraços. Jordan decidiu me levar pra casa, e Jonathan aproveitou para se baldar das aulas. Fomos em carros separados. Jordan fez questão conduzir, deduzindo que eu não estava em condições para tocar no volante.

 

Jordan era mais compreensivo do que seu irmão. Durante a até casa, ele conversou comigo. Contei-lhe tudo o que aconteceu, com detalhes, o que eu senti e como me sentia agora.

 

– Bella, queres um conselho? - olhei para ele e assenti com a cabeça. – Na minha opinião, se eu estivesse no teu lugar, nunca mais olharia para a cara dos dois. Por isso, o meu conselho é sair da cidade.

 

– Sair da cidade? Para onde eu iria? - perguntei, até gostando da ideia. Era verdade que não queria mais olhar para a cara daqueles idiotas, a única solução de isso não acontecer, era sair daqui.

 

– Que tal ires para casa de algum familiar que viva fora daqui? Por exemplo, o teu pai.

 

Sorri e limpei as lágrimas. Sim, eu iria para Forks. Para mim, já não me interessava o tempo ou se lá não havia nenhum garoto gostoso. Eu só queria sair daqui para não ter de me cruzar com aqueles traidores. Jordan viu a minha mudança de humor e sorriu também. Chegamos a casa e estacionamos o carro na garagem da casa onde estava o audi cinzento da minha mãe.

 

– Jordan, muito obrigado pelo teu conselho. Vou seguir o teu conselho! Eu vou sair daqui ainda esta semana! - dei-lhe um abraço e um beijinho na bochecha.

 

Saí rapidamente do carro e corri para o sótão, para ir buscar as malas de viagem e fui imediatamente para o meu quarto. Abri os armários e tirei de lá toda a roupa que tinha e pus em cima da cama. A porta do meu quarto estava aberta. Minha mãe apareceu e observou-me. Depois viu as malas no canto do quarto e surpreendeu-se.

 

– Bella? - ela estava assustada.

 

– Mãe, eu tenho uma coisa para te dizer. - parei de arrumar e fui ao encontro dela. – Mãe... eu vou-me embora. Eu... eu vou morar com o pai... em Forks. - lágrimas começaram a cair pelo rosto de minha mãe,depois ela veio até mim e abraçou-me com toda força. – Mãe... não chores, sempre que puder eu virei visitar-te. Sabes que eu te amo muito, mas não quero ficar aqui. - ela assentiu. – E também vai ser uma boa coisa, tenho saudades do pai, não o vejo desde o Natal do ano passado.

 

– Posso ajudar-te a fazer as malas? - ela perguntou, limpando a lágrimas. – E depois de fazermos as malas, vamos às compras e passamos o resto do dia juntas. Pode ser? - sorri, e ela retribuiu-me um sorriso.

 

– Claro. - fizemos as malas. Ao todo eram duas malas. Em seguida, liguei ao mau pai. Ele ficou super feliz e disse que faria uma surpresa quando eu chegasse. Perguntou-me quando é que eu iria e eu disse que chegaria lá o mais rápido possível, mas ele pediu-me para ir no fim de semana, um dia depois do meu aniversário.

 

Logo depois, fomos ao shopping, compramos montes de roupas, eram pelo menos mais duas malas, por isso, compramos mais uma mala de viagem. Depois das compras, fui ao colégio, falar com o director e pedir transferência para Forks High School. Tratamos dos meus documentos e compramos uma passagem de avião para que eu partisse logo no sábado. Sim, hoje era segunda-feira, decidi fazer tudo apenas para passar o resto dos dias com quem mais amo. Depois de um dia difícil, fui para o quarto. Tomei um duche, lavei os dentes, penteei os cabelos e pus os meus cremes Nivea no corpo e na cara. Vesti a minha calcinha azul e uma T-shirt branca XXL que eu mandara estampar 'ODEIO NAMORADOS' hoje à tarde. Ficava-me como um vestido.

 

Fui para a cama muito tarde. A coisa boa era que amanha eu não iria à escola, eu praticamente já tinha saido da escola. Ainda tinha assuntos a tratar amanhã, como por exemplo, decidir quem seria a nova líder da claque. Provavelmente, seria Jessica, se não fosse ela a responsável pelo que eu estava a passar. Por isso, a única hipótese, seria Agatha. Sim, seria ela a nova líder da claque e a mais popular da escola. Sorri, já estava mais aliviada. Assim sendo, adormeci mais tranquila. Amanhã seria outro dia.

 

TRIM TRIM TRIM... o som do despertador era TÃO irritante! Desliguei-o rapidamente e continuei na cama. Depois de quase uma hora, ouvi o som de Jordan e Jonathan lá em baixo a arrancarem no jipe para irem à escola. ESCOLA! Tenho que me levantar e organizar a minha partida! Tenho que deixar a liderança em boas mãos. Fui para a casa de banho, tomei um duche rápido e fiz a minha higiene pessoal. No quarto, pus os cremes e vesti-me rapidamente. Saí de casa sem sequer tomar o pequeno almoço e fui directamente para a escola, no ginásio. Falei com o professor para que ele me autorizasse a escolher a minha sucessora. Ele logicamente aceitou e fiquei à espera que aparecesse quem era suposto aparecer, as miúdas da claque.

 

Juntamente com elas, vieram os jogadores já todos equipados. Acenei para Agatha que me viu imediatamente, e veio ter comigo.

 

– Então, recuperaste de ontem? - ela parecia preocupada mas sorri para tranquilizar.

 

– Sim, agora estou óptima, obrigado. Queria falar contigo. - puxei-a comigo ao balneário e fui directo ao assunto – Agatha, eu preciso de te pedir um favor. Eu vou sair daqui, e como sou a líder, quero que me substituas, quero que sejas a minha sucessora. Agatha, a partir de agora, és a líder da claque. - não vi nada. De repente, estava no chão, alguém me puxava os cabelos.

 

– Larga-a sua vaca! - Agatha gritou, foi então que consegui olhar, era Jessica. Aquela seria a primeira vez que usaria a autodefesa, eu frequentei aulas para prevenir caso fosse assaltada ou agredida.

 

Jessica estava em cima de mim, a tentar esbofetear-me, mas segurei-lhe os pulsos, enquanto Agatha puxava Jessica para longe. Antes que Agatha conseguisse afasta-la, dei-lhe um par de bofetadas na cara, marcando cinco dedos em cada face da minha ex-melhor amiga. Levantei-me e olhei-a mortalmente. Se o olhar matasse, Jessica já estaria morta. Ela tentava se libertar de Agatha, mas as outras meninas chegaram.

 

Ia-me embora, mas antes tive de ir à casa de banho, onde tinha espelho. Recompus o cabelo e vi se tinha borratado a maquilhagem, por sorte não, então passei apenas um gloss.

 

Quando saí, Jessica já tinha ido embora, menos as miúdas da claque. Provavelmente Agatha já tinha contado às outras o que aconteceu, pois elas estavam incrédulas.

 

Quando me viram, vieram ter comigo rapidamente, sorrindo.

Disseram-me que eu tinha feito a coisa certa ao escolher Agatha, ela merecia pois esforçava-se muito e iria fazer um óptimo trabalho na minha ausência. Algumas choravam, pois eu ia-me embora e não voltaria. Dei-lhes muitos abraços e beijinhos, combinamos sair todas as noites até que eu me fosse embora. Hoje iríamos a uma boate todas juntas.

 

Despedi-me delas, por enquanto, pois iríamos ver-nos daqui a umas horas. Fui para o minha carrinha Nissan e fui para casa arrumar o que me faltava. Peguei nos peluches que fui tendo ao longo da minha vida e ocupei onze caixas para guarda-los. Fechei as caixas com fita adesiva levei-as para a garagem uma a uma. Já ia na terceira caixa quando os meus irmãos chegaram. Ajudaram-me a trazer o resto das caixas para baixo, poupando-me muito tempo.

 

Passei à fase seguinte: o calçado. Tinha muito calçado. Tinha praticamente a colecção toda da All Star, todas as cores menos cor-de-rosa e alguns botins desportivos da Nike, Adidas, Puma... com isso, tive de ir ao sótão para ir buscar as caixas dos sapatos. Peguei os pares de ténis e pus nas respectivas caixas. E fui colocando as caixas em uma outra caixa enorme. Para arrumar os sapatos foram necessárias uma caixa grande e uma média. Os meus irmãos de boa vontade levaram tudo para a garagem. Jonathan já estava feliz pois quando eu me fosse embora o meu quarto passaria a ser dele. Jordan também estava satisfeito pois teria o quarto só para ele. Deixei os dois na garagem a discutir sobre quem tinha direito a um quarto individual. Achei estupidamente estúpido terem uma discussão tão estúpida e desnecessária, pois não havia razão para isso porque ficariam com um quarto individual na mesma, mesmo depois de decidirem quem merece. Estúpido, eu sei.

 

Entrei no meu quarto. Não parecia o mesmo, estava quase vazio, só tinha a cama, a cómoda e a mesinha de cabeceira. As estantes tinham ainda os meus livros. Fui buscar duas caixas médias e arrumei-os lá. Couberam perfeitamente. Levei as caixas para a garagem. Agora Jonathan e Jordan faziam braço de ferro. Ri-me baixinho enquanto passava por eles. Fechei as caixas que ainda não tinha selado com fita adesiva e fui para perto deles. Convidei-os para irem comigo e com a meninas à boate e eles aceitaram imediatamente, pelos vistos Jordan estava de olho em Agatha e Jonathan tentava a todo custo aproximar-se de Joanne. Ai ai!

 

Avisei-os que tínhamos que ir busca-las mal acabássemos de jantar.

 

Apressei-me para o meu quarto e tomei um duche. Vesti umas calças jeans escuras e calcei os All Star branco que não guardei. Vesti uma camisa branca muito justa ao corpo realçando as minhas curvas femininas e por cima vesti um casaco da mesma cor das calças. Pus a maquilhagem de costume, base, lápis e sombra preta e um gloss rosado. Passei uma escova pelos meus cabelos ondulados e VOILA! Estava prontissíma!

 

Fui rapidamente para a cozinha e jantei. Os meus irmãos, por muito incrível que pareça, já estavam prontos e já tinham jantado primeiro do que eu.

 

Fui escovar os dentes, peguei na minha mala cinzenta e branca e fui rapidamente para o carro.

 

Arranquei, e logo depois Jordan e Jonathan me seguiram. Fomos buscar as miúdas e fomos para a boate. Três horas depois, fomos para casa e descansamos.

 

O resto da semana foi assim, mas fazíamos actividades diferentes.

 

Na sexta-feira, quando fiz anos, prepararam-me uma festa surpresa e de despedida. Recebi uma mota Honda preta com detalhes brancos e vermelhos de Phill e um capacete preto a combinar de minha mãe. Das minhas amigas recebi roupas, calçados, malas, livros, álbuns de fotos para me lembrar delas e peluches enormes e super fofos. Lá iam mais caixas!

 

Nesse dia tive que dormir mais cedo pois amanha partiria para uma nova vida. Minha mãe disse que iria encaixotar o que recebi e depois mandaria os meus pertencentes por encomenda, incluindo o carro e a mota. Yupi!!!

 

O meu despertador tocou. Levantei-me imediatamente, não me queria atrasar para o voo. Às 7:30 o avião partiria e eu teria que estar pronta. Vesti umas calças pretas uma camisa vermelha e um mini colete justo ao corpo. Calcei os meus All Star pretas e vermelhas oferecidos por Agatha ontem e levei a minha mala All Star do mesmo conjunto das sapatilhas que calçara. Fui à casa de banho e pus maquilhagem à prova d'água. Pus gloss vermelho e fui para a cozinha. Os meus irmãos já lá estavam. Vieram me abraçar, deram-me muitos beijinhos e disseram-me que minha mãe e Phill já estavam na garagem a por as minhas coisas no carro. Dei-lhes os últimos beijinhos e fui para a garagem.

 

Depois de chegarmos no aeroporto, me despedi de minha mãe e Phill e entrei no avião.

 

Minha vida começaria hoje. Minha vida teria que ser melhor.

 

 

EDWARD

 

– Carlisle, eu preciso de sangue, senão ainda ataco alguem lá na escola! - eu disse assim que cheguei em casa. Estava vindo do colegial e sabia que meu pai estava mesmo lá em cima, com Esme.

 

– Edward, porquê que você simplesmente não faz a mesma coisa que nós? Pelo amor de Deus, se você respeita assim tanto os humanos, você poderia... - Esme começou, mas eu a interrompi.

 

– Eu estou respeitando eles não os matando! - eles desceram as escadas lentamente, como se fossem humanos.

 

Carlisle se aproximou de mim. Eu sabia que eu o magoava por não ser “vegetariano”, mas também o alegrava por estar presente, com eles. Por mais que eu amasse minha família, não conseguia agrada-los em tudo.

 

– Seu sangue já esta no frigorífico. - ele disse pacificamente junto a mim.

 

– Obrigado. - e fui tomar a minha refeição. Minha garganta já ardia em chamas.