Mudanças (Naruhina) escrita por princesahyuuga1


Capítulo 26
Akai Ito: o fio vermelho do destino


Notas iniciais do capítulo

OOOOOLÁAAAA, POVO LINDO!!!!
Gente, vocês estão me fazendo muito feliz!!! Obrigada por acompanharem a fic. Ela é muito importante para mim e vejo que para vocês também. O carinho que recebo através dos comentários, dos favs, recomendações e views é tudo muito especial. Obrigada mil vezes!
Desconsiderem/relevem os errinhos na escrita que porventura encontrarem, mas eu queria muito postar logo! rs

Esse capítulo é mais do que especial por vários motivos, um deles é que contamos com a participação especial com os POV de Sakura, Sai, além de Naruto!

Obrigada demais! Curtam o capítulo de hoje:



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Sakura POV

— Naruto!!! – gritamos Sai e eu, mas já o tínhamos perdido de vista.

Tão logo acordamos com o grito do escandaloso do Naruto, corremos atrás dele, mas não o encontramos mais. Quando estava no modo sábio+Kurama Naruto era muito rápido. Afinal de contas, ele era filho do quarto, o raio dourado de Konoha.

— Sakura, o Naruto entrou ali – Sai apontou para uma escuridão estranha e opulenta. Era nítida onde a escuridão começava e a luz terminava.

Engoli em seco. Aquilo não podia ser coisa boa.

— Sakura, nós temos de entrar – Sai, vendo meu medo, interveio.

Ele tinha razão. Droga!

— Certo. Então vamos.

Respirando fundo, entrei em um passo grande o bastante para que não pudesse voltar atrás. Uma vez dentro daquela escuridão não conseguia enxergar um palmo à minha frente.

— Sai, você está bem?

— Hai, Sakura. E você?

— Também.

Mas não era totalmente verdade. Eu sentia frio e medo. Medo do desconhecido, do escuro e do que poderia acontecer com a gente naquele lugar.

Eu não sabia o que esperar. No entanto, a vida era assim também. Por mais que eu planejasse, algo sempre saía do curso e me fazia perder o rumo. O sentido da vida... suspirei triste. Eu, que sempre fui uma menininha tola com ideias de amor, aprendi da pior maneira que não se deve entregar o coração assim de bandeja.

Senti uma dor incomoda no peito. Era aguda, como se uma flecha me perfurasse a alma. Sentia-me desintegrar como se minha existência não importasse. E talvez, não importasse mesmo...

Sempre estive chorando pelo cara errado. Sempre mirando o objetivo errado. Oh, Sasuke-kun, eu me perdi tanto para te encontrar! Eu quase traí minha vila, meus amigos e meus princípios por você. Eu pisei no meu orgulho só para ter uma chance de te ter, mas mesmo assim, fracassei. Quando se trata de você, não importa o que eu faça, eu sempre perco. Uma vez me disseram que o amor não deveria machucar. Mas eu, boba, não escutei.

Achava que quando o amor era verdadeiro, valia a pena sofrer. Achava que valia a pena por você, Sasuke.

Lágrimas molhavam meu rosto. Enxuguei-as rispidamente da bochecha. Eu não choraria mais por ele.

“Você pode mentir para quem quiser, mas não para si mesma. Você sabe que por mais que tente, nunca terá amor próprio suficiente para deixar de amar aquele que tanto te faz mal. Aquele que tentou te matar inúmeras vezes...”

“Irritante”

“Testuda”

“Você não é digna do mesmo título que sua sishou”

“Sasuke e Naruto sempre estiveram um passo adiante. Você nunca os alcançará”

— Você não sabe nada sobre mim! – Berrei para o nada. Em seguida notei que Sai estava quieto demais – Sai, você está aí?

Mas não obtive resposta.

— Sai?

Nada.

Droga! Ele sumira. Comecei a ficar nervosa, pensando no pior. Estava com dois dos meus companheiros perdidos. Eu precisava fazer alguma coisa. Não poderia desapontá-los. E principalmente, não poderia deixar mais esse peso nas costas de Naruto. Eu estava ali para ajudá-lo e seria o que eu faria.

Engolindo o choro, a humilhação e a dor de me sentir um lixo, me reergui. Não era hora para autocomiseração.

— Eu sempre fracassei, fraquejei, falhei, quando se trata de você, Sasuke-kun. Mas dessa vez, eu juro, vou te salvar.

Ergui o punho para o alto, para provar a mim mesma o meu poder interior. Eu tinha de ser forte. Eu devia isso a Naruto. Não permitiria que Sasuke, Sai ou mesmo eu, interrompesse o caminho de Naruto até Hinata.

Tomada de decisão e cheia de energia revigorante voltei a andar. No caminho, encontrei algo curioso: um risco brilhante no meio daquela escuridão toda.

— Uhmmm! Mas o que é isso?

Abaixei para analisar o que era aquilo, quando notei que não se tratava de um mero risco e sim um fio, peguei-o na mão com cuidado, pois parecia muito fino e desgastado. Temi que se desfizesse ao meu toque, mas para minha surpresa, ele pulsou brilhando vermelho-sangue em minhas mãos.

Oh!

Comecei a enrolá-lo ao redor de minha mão para acompanhar até onde aquele fio me levaria. Notei que o fio estava enroscado em muitas pedras que encontrei no caminho. Desfiz os nós com paciência e continuei seguindo o trajeto. O fio brilhava mais e apesar de ser esquisito, eu não estava com medo. Continuei seguindo em frente. O coração a mil. Em meio a escuridão, vi a silhueta de um homem caminhando meio abaixado, como se se esgueirasse. Quem seria?

Naruto POV

— Naruto... – eu ouvi seu sussurro fraco quando estava a ponto de desistir de tudo.

Era sempre assim: nos meus momentos mais escuros, nos momentos de profunda dor e medo desolador, lá estava ela para iluminar meu caminho. Hinata.

Senti meu corpo recobrar os sentidos, a energia fluir como fogo e eu senti-me iluminar por completo. Eu, que me sentia tão pequeno, segundos antes, de repente vi-me brilhar como o Sol. Bastou uma palavra dela para que eu não desistisse.

— Eu sou – comecei a falar – Uzumaki Narutooooooo! – gritei no final, cheio de esperança motivadora. – Hinataaaaaaaaa!

“Aeeeee, moleque!!! Tá virando homem!” Kurama caçoou de mim, mas eu ri. Nada apagaria minha chama agora.

Eu podia ser um ponto de luz na escuridão, mas era o amor de Hinata que me alimentava. Eu não deixaria nunca mais esse fogo morrer.

“Demônio maldito! Minha família morreu por sua culpa” - Ouvi as vozes retornarem para me atazanar, tentando me fazer desistir.

“Fique longe dele”

“Ele é perigoso”

“Ele é mau”

“Ele nunca será ninguém na vida”

“Ninguém o ama”

“Nem os pais o quiseram”

Ri de canto, a determinação inabalável. Mal sabiam as vozes que eu já estava calejado de palavras duras como pedras.

Mas junto delas, outras começaram a se fazer ouvir:

“Não vou deixar que continue machucando o Naruto-kun” era a voz de Hinata “Eu estou aqui porque quero estar. Desta vez, eu vou te salvar, Naruto!” - a voz dela aumentou um décimo ao dizer meu nome.

Apertei a mão em punho, mais determinado do que nunca a encontrá-la.

— Hinataaaa! – Chamei seu nome.

“Eu sempre estive chorando e desistindo mesmo antes de tentar. Eu fiz as escolhas erradas tantas vezes, mas você me ajudou a encontrar o caminho certo, Naruto-kun. Eu sempre te observei de longe, mas agora eu quero andar ao seu lado”

— Hinataaaaaaaa – eu gritava ainda mais alto seu nome.

“Eu quero estar ao seu lado para sempre”

Embora eu corresse mais rápido que podia, eu não chegava nunca a lugar algum. Não tinha perdido a esperança, de jeito nenhum, mas, conforme a declaração de Hinata na batalha contra Pain era declamada novamente, eu sentia um aperto enorme no peito. Por Kami, como eu quero estar ao lado dela para sempre!

 “Seu sorriso me salvou, Naruto. É por isso que não tenho medo de morrer se isso significa proteger você, Naruto-kun. Porque... porque eu te amo, Naruto”

Lágrimas de felicidade e dor inundavam meu rosto enquanto eu corria contra o tempo.

Eu finalmente era amado! Pensar que ela poderia ter morrido naquele dia, me fez sentir o pior dos homens.

— Hinata – sussurrei.

Foi então que notei um risco tracejando o chão. Abaixei-me para averiguar, ao tocar o chão, vi que se tratava de um fio espesso e resistente, vermelho vivo como fogo. Foi com surpresa que notei que ele vinha de mim! Estava atado ao meu dedo mindinho. Como foi que não vi isso antes?!

O fio era cumprido e se estendia a perder de vista. Num lapso de memória, lembrei-me da história de meus pais: minha mãe havia sido sequestrada e deixara os próprios fios de cabelo como rastro. Meu pai os seguiu, salvo-a. Lembro-me bem das palavras que me disse: “O cabelo que tanto odiava acabou se tornando o meu fio vermelho do destino”.

Se aquilo – o fio – não era um sinal dos céus me ajudando, eu não sabia mais o que era. Sorri esperançoso. Andando um pouco agachado, continuei o caminho que ziguezagueava sem rumo, parecia um pouco perdido. Bem parecido comigo, é verdade...!

Mas nada me faria perder o rumo novamente. Continuei andando e notei que o fio ficara preso. Puxei-o com força até notar que não seria assim que sairia dali, com cuidado, ajoelhei-me e desenrosquei o fio que estava preso à gravetos de cerejeira.

Sorri com a ironia. Os céus estavam me mandando uma indireta daquelas. Assim sendo, segui meu caminho. O fio continuava brilhando no meio da escuridão e eu o segui.

Sakura POV

— Sakura, ai shuteru – ouvi de repente.

Olhei para traz, procurando a origem da voz.

Aquela voz... engoli em seco. Não. Não podia ser ele. Concentrando-me no meu objetivo, voltei o olhar em direção a silhueta que eu vira segundos antes, mas já havia desaparecido. 

— Me perdoa, Sakura – a voz disse.

Estanquei onde estava, sem entender direito o que era aquilo ou o que significava. Seria alguma alucinação? Se fosse, seria uma de muito mal gosto. Brincar assim com o sentimento dos outros...

— Kai! – eu disse, tentando me libertar do que quer que fosse aquele genjutsu. Usar a voz de Sasuke-kun para pronunciar aquelas palavras era golpe sujo demais. – Kai!

Nada.

— Kai! Kai! Kai! – eu gritava em desespero enquanto chorava. – Ka-kai! – tentei uma última vez, já sem forças. Comecei a soluçar tentando inutilmente represar o choro.

Que merda! Eu era uma menininha chorona. Shanaroo!

Soquei forte o chão sob meus pés e senti todo o perímetro tremer com meu golpe.

— Sa-sakura? – Era a voz de Sasuke-kun (ou algo muito parecido).

— Quem está aí?

— Sakura? Eu não acredito! O que faz aqui? Ou será que morri e estou no céu?

Prendi a respiração. Estava surpresa demais e sem ação. E se fosse apenas uma ilusão?

“Ele nunca vai te amar, garota patética” a voz me disse.

— Sasuke, é você?

— Sakura. Vo-você... – mas a voz dele morreu no meio da frase.

— Sasuke? – Corri a seu encontro, com medo que estivesse ferido e acabei me enroscando no fio e tropeçando. Cai de cara na poeira.

— Cof, cof, cof – eu tossia para desengasgar do pó quando senti alguém me dando tapinhas gentis nas costas.

Olhei para o lado assustada e me afastei rapidamente.

A figura que me olhava de volta se parecia muito com Sasuke. Definitivamente, eu estava alucinando. Afinal, esse Sasuke me olhava cheio de... amor?

E porque tudo estava mais iluminado? Eu podia ver seu rosto!

— Sakura! – ele disse como se eu fosse uma oração atendida. Havia tanta emoção em sua voz. Tanta espera e desejo contido e num pulo, ele me abraçou.

Arregalei os olhos e fiquei inerte. Não correspondi o abraço. Estava assustada demais.

— Sakura, eu te amo. Eu te amo – ele continuava dizendo.

Aspirei fundo o cheiro da pessoa que me abraçava. Senti o calor que emanava daquele corpo. Vibrei junto à alma dele. Era mesmo Sasuke.

— Sasuke-kun? – Eu perguntei, os olhos cheios de lágrimas.

— Sim, Sakura. Sou eu. Ninguém mais – e dizendo isso, ele me beijou.

Senti-me nos céus com aquele beijo. Se o mundo acabasse agora, morreria feliz. Aproveitei cada segundo daquilo, por que embora eu o amasse muito. Eu não sabia se o que ele me dizia era verdadeiro, ou somente gratidão por eu tê-lo encontrado naquele lugar.

Ainda assim, sorri para ele ao terminar nosso beijo. No fundo, estava feliz.

Ele pareceu notar, pois me perguntou se estava bem. Respondi que sim e enxuguei minhas lágrimas teimosas. Eu parecia uma cachoeira ambulante. De fato, sou irritante! Ri mentalmente da minha piada.

Sasuke pegou minhas mãos nas suas e beijou cada um de meus dedos, por fim, o meu mindinho, onde um fino fio vermelho estava amarrado. Notei que na mão dele também havia um laço também.

— Você é o meu destino, Sakura. Eu me perdi muito para me encontrar em você. Espero, sinceramente, que um dia possa me perdoar por tudo o que te fiz passar. E se não puder, tudo bem. Vou passar o resto da vida tentando. Eu nunca vou desistir de você porque te amo.

— Sasuke... – eu choraminguei.

Em toda minha vida, sempre ansiei ouvir aquelas palavras. Era emoção demais para suportar.

— Ai shiteru, Sasuke-kun – foi tudo o que eu disse.

Porque a verdade é: quando o amor te chama, não há rancor ou medo forte o bastante para impedi-lo. Eu me entregaria de corpo e alma àquele que me era destinado – Eu te amo demais, Sasuke-kun.

Ele sorriu ao ouvir minha declaração e me beijou apaixonadamente mais uma vez.

Naruto POV

Sentia meu coração palpitando feito um cavalo selvagem dentro do peito. Eu estava perto. Podia sentir.

— Hinataaaaaaaa!

Nada ainda. Continuei seguindo o fio por mais alguns minutos.

— Hinaaaaaataaaaaa! – Chamei novamente – Koishiteru, Hinata – eu disse.

Meu amor por Hinata ultrapassava o amor romântico, era transcendental. Eterno. Reencarnado em muitas vidas. No fundo, bem lá no fundo, eu sempre soube disso. Embora fosse tapado na época, quando nos beijamos eu não tive dúvidas de que era ela.

— Hinataaaaa!

— Naruto! – ouvi ela me chamando.

Arregalei os olhos, mal acreditando que a ouvira me chamando.

— Hinataaaa!

— Na-naruto-kun!

— Hinata, amo amo você minha Hina-hime! – não sei de onde veio o apelido, mas veio tão naturalmente quanto respirar.

— Eu ta-ta-também te a-amo, Na-naruto-kun!!! – ela disse com aquela voz doce que me fazia derreter, mas a alegria durou pouco porque vi uma luz azul turquesa forte ganhar intensidade.

Corri até o foco de luz. Eu sabia que era Hinata lutando contra o selo.

— Hinata!

— Naruto-kun! – Ela disse e eu tive tempo de ter um vislumbre de seus olhos pérolas pedindo por mim, antes da luz me cegar.

— Hinaaaataaaa! – a procurei desesperadamente, lutando contra a cegueira momentânea.

Ela gritou de dor e eu quase morri ao ouvir seu sofrimento.

Ainda de olhos fechados, sentindo apenas seu chackra, me aproximei dela. Tomei sua mão na minha e jurei internamente que nunca mais a soltaria.

— Minha Hinata.

— Arrrrrgh! – ela resfolegou de dor e eu me senti um imprestável assistindo sua agonia sem poder fazer nada.

— Apenas estar ao meu lado, segurando minha mão, é tudo o que eu sempre quis, Naruto-kun. Não se culpe – ela disse como se pudesse ler minha mente.

Segurei o choro.

— Sinto muito. Sinto tanto. Sinto por nós dois, Hinata.

— Eu sei. Hoje eu sei.

— Me perdoe por não ter vindo antes. Por não ter te salvado a tempo.

— Está brincando? Seu sorriso me salvou, Naruto. Foi isso que me manteve viva e feliz durante esses anos todos. Eu não poderia nunca te culpar.  Ninguém é obrigado a amar ninguém. Mesmo que você amasse a Sakura, eu nunca poderia te odiar. E sabe por que? Por que eu amo você. Aaaargh! – Ela gritou no final, se afundando em agonia.

Eu a abracei forte contra o peito como se isso fosse apartar a dor ou passá-la para mim.

— Eu sentiria toda a dor que sente agora de bom grado se eu soubesse que você ficaria bem – eu disse.

— Na-naruto... – sua voz morreu no pigarro que ela deu para controlar outro grito de dor.

Tomei-a mais forte nos meus braços. Eu não me importava de morrer ali, agora, se fosse ao seu lado. No entanto, eu não queria que a gente terminasse assim. Queria demais viver ao lado dela nessa reencarnação também. Juntos como Naruto e Hinata.

Com ela em meus braços, entrelacei seus dedos pequenos e macios aos meus e comecei a fazer uma infusão do meu chackra no dela.

— O-o que está fazendo? – Ela perguntou.

— Tentando de salvar, minha Hina-hime. Talvez meu chackra junto ao seu sejam fortes o suficiente para romper o selo.

— Hai! – Ela disse, me concedendo o direito de continuar.

Foquei toda minha energia nisso, tomando o cuidado de não usar o chackra de Kurama, pois, caso eu esgotasse o meu, o dele me manteria vivo. E assim, eu teria mais chances de salvar Hinata.

Senti-me sendo sugado e ao mesmo tempo invadido. O chackra de Hinata também se misturava ao meu numa dança cósmica. Consegui abrir os olhos. Estávamos ambos iluminados, o laranja duelando contra o azul turquesa. Olhei para ela em meus braços e senti uma alegria enorme por estar ali e não em qualquer outro lugar. Era ali que eu pertencia.

Na Terra, na Lua, sendo Naruto ou outro, eu seria sempre dela e ela seria sempre minha. Eu não precisava dizer com palavras, pois, ela sentia o que eu sentia e vice-versa. Hinata me amava demais e aquilo acalentava minha alma torturada. Éramos, os dois, crianças famintas de amor que cresceram em meio a guerras e disputas sem sentido. A imagem de todos que conhecíamos e amávamos passou como um filme em nossas mentes. Vi meus pais, vi Ero-Sennin, Nagato, Itachi, Neji e muitos outros... de certa forma, eu e Hinata estávamos vivos graças a cada um deles. Era nosso dever e direito viver nossa vida da melhor maneira possível. Honrar a morte deles com paz e amor, nada mais.

Olhando nos olhos pérolas, eu me sentia capaz de tudo. Tirei força não sei de onde e projetei mais chackra para o corpo de Hinata que o recebeu de bom grado e finalmente, o selo se rompeu.

Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!

Houve uma explosão e muito vento ao redor, como um furacão. Segurei firme na mão de Hinata. Não deixaria ela escapar nunca mais. Fomos arrastados, mas consegui projetar meu chackra ao nosso redor, numa redoma de ar para nos protegermos enquanto a explosão ainda surtia efeito do lado de fora de nossa bolha.

— Hinata! Você está bem?

— Sim, Naruto-kun! Sim! Sim!!! – Ela gritou, eufórica e pulou no meu colo. Dando-me diversos beijos pelo rosto – Você me salvou, Naruto-kun! Me salvou! – Mais beijos – você me ama!

Sorri, bobo para ela. Seus olhos brilhantes me olhavam com emoção.

— Não chore, meu amor – disse enquanto com o polegar enxugava as lágrimas de seus olhos – Nunca mais quero te ver chorando. Ainda mais se eu for a causa.

Ela riu em meio as lágrimas teimosas.

— Eu te amo, tanto, tanto, Naruto-kun! Aiii! – Suspirou.

— O que foi? – Fiquei em alerta – Está sentindo dor?

— Não é isso – ela sorriu docemente – eu finalmente posso dizer olhando no seu rosto que eu amo você. Eu, finalmente, posso segurar na sua mão, sentir o seu calor e dizer o quanto amo você. Koishiteru, Naruto-kun.

Não aguentando a força daquele amor no meu corpo humano, precisei expressá-lo de alguma forma. Beije-a com toda a fome e sentimento que eu tinha. Foi doce, selvagem e alguma coisa mais.

— Na-naruto-kun, preciso de ar – disse entre meus beijos.

— Acho que essa coisa de ar é muito superestimada – respondi dando-lhe outro beijo.

Ela riu e me beijou novamente, dessa vez com ainda mais paixão e desejo, entregando-se completamente a mim, de corpo e alma.

Sai POV

— Uau! E eu pensando que o Naruto era lerdo!

Hamura que estava ao meu lado, assistindo comigo os acontecimentos através de uma bola de energia, riu. Em seguida, desfez a bola de energia para dar aos pombinhos alguma privacidade.

— Sai, você é um bom amigo – Hamura disse.

— Obrigado, Hamura-sama. Aprendi com os melhores – sorri, sincero.

Naruto e Sakura haviam me ensinado que o amor, seja ele por um amigo, família ou amante, era mais forte que tudo. Senti meu coração esquentar um pouquinho com essa constatação. Tive sorte de conhecê-los, do contrário, ainda estaria na vida insossa que levava. Também não teria conhecido Ino e com ela, uma das tantas facetas do amor. Sorri. Sentia-me completo.

Estava genuinamente feliz por Naruto e Sakura terem - finalmente - encontrado seus caminhos depois de tanta merda que fizeram.

— Sabe, Sai, foi por isso que saiu tão fácil do jutsu da escuridão infinita. Você é simples.

— Isso é um elogio? – perguntei, sincero.

Hamura riu da minha confusão.

— Você é engraçado. E sim, é um elogio.

— Ah, neste caso, obrigado – sorri. – Ino diz que por ser minimalista demais nunca vou entender sua profundidade. Tenho motivos para crer que ela quer me enlouquecer.

Hamura gargalhou.

— Mulheres...

Não disse nada depois do seu comentário. Não sabia o que dizer!

— Não se preocupe, você nunca vai entender por completo outra pessoa. No entanto, deve usar a regra de ouro: nunca fazer com os outros o que não gostaria que fizessem com você. Pronto. Segredo da vida revelado a você, garoto.

Uuuhmmm! Fiquei pensando a respeito disso durante um tempo. Hamura não parecia se importar com o silêncio entre nós. Agradeci por isso.

Acho que o que ele quis me ensinar foi: se colocar no lugar dos outros para evitar injustiça e ódio. Amar sem julgamentos, nem críticas. É, de fato era um bom conselho!

— O que está fazendo, garoto? – Hamura me perguntou enquanto eu pegava um pergaminho.

— Apenas anotando a lição de um mestre.

Hamura riu. Não sei porque ele me achava tão engraçado. A maioria se irritava comigo facilmente, embora, eu também não entendesse por que.

Dei de ombros. Não importava. O que importava era que estávamos todos a salvo – da missão que eu achei que seria suicida – e que voltaríamos a tempo para a posse de Kakashi como Hokage. 


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Notas finais do capítulo

Na língua japonesa existem várias formas de se dizer "te amo". São elas:
Ai shiteru, sendo um amor romântico.
Koishiteru, sendo um amor que ultrapassa o romântico.
E tem aquela palavra que a Hinata usou durante a batalha do Pain "Daisuki" que dá margem à interpretação, do tipo, ela o ama como amaria a um amigo ou um ídolo. Sacas?! Então, Hinata, amiga, me ajuda, né!!! Vai se declarar, se declara de uma vez!!! kkkk
E tem mais um que nao lembro agora, por que não falo japonês. haha Se alguém souber, pode falar nos comentários.
Um bjo e espero que tenha gostado do capítulo. Eu amei! :3 hihih
bjs

*ATUALIZAÇÃO: o usuário "Hinata Hyuuga" nos disse qual é a outra forma de se dizer eu te amo em japonês: Watashi wa anata no ai (私はあなたの愛) . Tks, girl! ;)