How To Be The Princess of England escrita por Emily Rhondes


Capítulo 16
How NOT to die intoxicated by daisies


Notas iniciais do capítulo

Como não morrer intoxicada por margaridas

ESSE CAP É DEDICADO A DUDA DI ANGELO ♥



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Meu cordão estava na história.

Meu cordão estava na história.

Por que meu cordão estava na história?!

Meu cordão não estava na história.

Pelo menos não na que meu pai me contou.

Eu nem sabia que essa história estava em um livro!

Foram todas essas coisas que formigavam minha cabeça enquanto corria até o quarto de Jason.

— Jason! - Bati várias vezes, até a porta ser aberta por Andrew.

Ai Jesus.

Lá estava Andrew, o que procurei o dia inteiro. Mas eu não cheguei a pensar no que falaria pra ele, apenas pensei em ve-lo.

— Oi... - Falei, sem fôlego.

— Emily? O que foi? - Jason perguntou. Queria explicar, mas meus pulmões gritavam por ar. 

— Am... Entra... - Andrew falou, se distanciando da porta. O olhei triste por alguns milésimos de segundo, e entrei.

— Respira. - Jason pediu, me fazendo sentar em sua cama.

— É latim...

— O que é latim? - Andrew perguntou.

— A frase? – Jason disse, e eu assenti.

— Meu cordão está na história. Num livro. 

— Como descobriu?

— Lyly. - Respirei fundo, e olhei pra Andrew, encostado na cômoda, esperando uma explicação. - Vem, explico no caminho. - Levantei, e peguei sua mão, o que o fez dar um  leve sorriso.

Fomos com mais calma pra biblioteca, e esperamos Jason voltar com um livro grosso. Ele largou na mesa, e abriu. 

Na capa estava escrito "Latim"

Ele filiou várias páginas, até pedir meu colar. Dei pra ele, e ele anotou a tradução no papel.

— Meu Deus, Emily. - Ele arregalou os olhos.

— O que foi?- ele me deu o papel, e minha surpresa passou para espanto. 

— Vocês estão muito estranhos, sério, eu não estou entendendo nadinha. - ele cruzou os braços.

— Fica quietinho enquanto os adultos pensam. - Jason pediu, cruzando os braços. Andrew deu um sorriso sem mostrar os dentes  Não parecia ligar para o comentário.

— Ilha Rhodes, Aparondes chave. – Li o papel.

— Isso é o que está escrito atrás do seu colar? - Andrew perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Sim.

— E o que significa, exatamente?

Eu e Jason nos entreolhamos.

— Que a história não é uma história, é uma lenda, seu lerdo. - Jason.

— E se for verdade? Significa que você tem uma ilha com seu sobrenome?

— Talvez. No fim da história, a Deusa cela a ilha. "Aparondes chave." Meu colar seria a chave, de acordo com a lenda. - Esfreguei os olhos. Levantei o olhar, vendo os dois se olharem. - O que? - perguntei irritada.

— Srta Rhodes, sinto dizer que não é lenda. É real. - Jason respirou fundo.

Eu não conseguiria dormir, com certeza.

(...)

E não consegui. 

Tudo isso martelava em minha cabeça, me fazendo revirar como uma minhoca na areia.

Meu colar, uma herança de família, era chave pra uma ilha que achava que era fictícia, mas é real.

Passamos muito tempo revirando a biblioteca, procurando provas.

Mas não tinha, tínhamos apenas especulações. A ilha Rhondes não estava em lugar algum.

Meu pai sabia?

Era uma coisa que eu insistia em me perguntar, mesmo já tendo tentado me convencer de que ele não sabia, e que não mentiu pra mim.

Haviam coisas que não faziam sentido...

Flash back On

"- Ela tem que saber Steve!

— Não agora. Ela só tem 11 anos, Katerine.

— Com que idade elas vieram atrás de você? 

— Eu tinha 17. Ela precisa viver sem esse medo por um tempo. Ela precisa de uma infância normal, por mais um tempo. Desde os 7 eu sabia que viriam atrás disto.- ele mostrou o colar a ela.

— Tudo bem. Contaremos quando ela tiver 17.

— 19.

— Como assim? 

— Nós estamos seguros aqui, no sul. Longe do palácio.

— O Rei nunca contou a ninguém, certo? Depois do que ele fez...

— Não, não contou. Perdoe ele de uma vez, mulher! 

— Mãe...? - Me aproximei dos dois, colocando um fim a conversa.

— Olá princesa... Está tarde, não consegue dormir?

— Vocês estão falando alto.

— Desculpe princesa, falaremos baixo. - Meu pai esfregou minha cabeça. 

— Do que estavam falando?

— Sobre a história. - ele piscou pra mim.

— Bem que você podia contar ela pra mim de novo... - ele sorriu, e me acompanhou até meu quarto."

Flash back off

 

Me sentei, sentindo uma pequena tontura.

Meu pai nunca me contou nada relacionado ao rei, nem a pessoas que viriam atrás de mim. 

Por que alguém viria atrás de mim?

Destructives.

Ai Meu Deus.

Não, era impossível...

"- A vó Harah faleceu, a bastante tempo, princesa. Não precisa chorar por isso..."

"- Saudações, nobres engomadinhos. Sou Harah, líder das Destructives, como já devem saber..."

"- Posso falar com você querida?

Era meu aniversário de 19 anos. Foi bem antes de minha mãe morrer.

— Claro. - fechei meu livro.

— Trouxe seu presente. - Ele sorriu, se sentou na cadeira a minha frente, e me deu uma caixinha vermelha. A abri, curiosa, e sorri ao ver o colar de rubi da delicada caixa.

— Era da sua avó... Mas ele é muito, muito muito importante.

— Que lindo, pai. - sorri, o abraçando.

— Sobre sua avó... Bem, eu só te dei agora por que... - ele parou de falar, respirando fundo. - Ah, deixa. Volte a ler, princesa. Vou ajudar sua mãe a terminar seu jantar especial. - ele sorriu."

Senti lágrimas começaram a rolar de meus olhos.

 Tudo fazia sentido. Nada mais incomodava minha cabeça, eu apenas me joguei no colchão, me afogando em lágrimas silenciosas escorrendo sobre meu rosto.

Meus pais sabiam, e mentiram pra mim. 

Elas queriam me levar viva.

(...)

Fiquei encolhida a noite inteira, sem conseguir dormir.

Elas queriam meu colar, era tudo por causa do meu colar. Eu estava muito assustada, muito.

Agora tudo mudara. Era como se elas fossem me levar a qualquer momento.

Minha avó, a que achei que estava morta, estava viva, e comandava um grupo terrorista que faz parte de uma lenda, que na verdade é real, tudo para ter sua casa de volta, e se vingar da monarquia por terem invadido suas terras.

Nunca achei que diria isso.

Andy e Ludymila entraram no quarto, e me olharam completamente assustadas.

Apenas pedi para que me deixassem sozinhas. E elas saíram, sem fazer perguntas, gesto que agradeci muito.

Não desci para o café, e fiquei lá por mais tempo que pude contar.

Não estava mais chorando, nem chateada, só calma, aproveitando o momento sozinha pra absorver tudo, e tomar providências.

Até que o que eu achei que não queria, mas na verdade queria muito, aconteceu.

Ouvi três batidas ritmadas na porta. 

Era o jeito que Jason batia.

E bateu de novo, três vezes.

E mais uma vez.

Ele não iria embora. Mas eu não queria isso mesmo.

— Em. - ele colocou a cabeça pra dentro do quarto. - Meu Deus, eu vou entrar. - ele falou, se colocando dentro do quarto.

Assenti, sentindo meus olhos se encherem de água novamente, e desabar em lágrimas que escorriam quietas.

— Meu anjo, odeio ve-la chorar. - ele se sentou, encostado na parede ao meu lado. 

Dei um sorriso pequeno, e limpei todas as lágrimas que correram de meus olhos. 

— Você consegue ser fofo e mostrar que se importa na mesma frase, viu? - ele revirou os olhos.

Ele conseguia mudar meu humor com uma frase.

— Como eu disse, odeio ver as pessoas chorando.

— Acho que você disse que era só eu, não as pessoas. - ele piscou pra mim, me fazendo sorrir, e olhar pra baixo.

— O que te deixou assim? Tem a ver com o colar?  - Bufei. 

— Tudo isso tem a ver com o colar. Elas querem o colar, Jas.

— Elas?

— As Destructives. Elas são as habitantes da ilha, da história. Eu não ligo se é lenda, história, verdade, eu queria uma vida normal. Mas meus pais esconderam tudo de mim. E agora vem tudo pra cima de mim, como um avalanche.

— Não importa, você está segura aqui, meu anjo. - ele passou a mão em volta dos meus ombros, e eu deitei a cabeça em seu ombro. - Adorei seu pijama de unicórnio. - Sorriu. 

Ele era uma camiseta e um short curto rosa claro, com vários unicórnios espalhados pelo tecido. Revirei os olhos.

— Você não dormiu? Parece cansada. - Neguei com a cabeça. 

— Não estou cansada.

— Bom. Vamos pra fazenda de madrugada. Acho melhor você dormir um pouco.

— Se eu conseguir. - Ele sorriu, e olhou pra outra mão por um tempo.

— Se precisar...

— Eu sei. - dei um pequeno sorriso, e mordi o lábio. Acho que ele pensava a mesma coisa que eu, por que simplesmente se jogou em cima de mim. 

E novamente estávamos "nos pegando escondidos" como Aly disse. Não diria isso, já que era só um beijo. O beijo mais ardente. Mas ainda só um beijo sem importância.

Voltando...

Sorri mentalmente, e segurei sua nuca, o trazendo pra mais perto. 

Jason passou a mão pela minhas costas, traçando caminhos por cima do meu pijama, me fazendo arrepiar.

Me ajoelhei, ficando mais alta que ele, e o empurrei, o forçando a deitar. Ele sorriu, e me puxou pela cintura, selando nossos lábios novamente.

Até que ouvi três batidas na porta. 

Desgrudei nossas bocas, e ele arregalou os olhos. Mas Jason tinha um sorriso bem grande e divertido na boca.

Sai de cima dele rápido, e ele de sentou distante de mim, ainda com um sorriso, que agora tentava esconder. Como ele podia estar sorrindo?

— Pode entrar! - Falei, olhando rapidamente pra ele.

— Emil... Ah, senhorita Emily... - Andy olhou pra Jason, depois pra mim, pra Jason, e depois pra mim... Ah, ela pegou, porque deu um sorrisão. - Eu, am... Altezas... - ela fez uma reverência. - Eu... Volto mais tarde, Am, boa noite, quer dizer... Ah, fui. - ela fechou a porta.

Nos olhamos por alguns segundos, antes de começarmos a rir descontroladamente.

Como eu amo a risada dele.

(...)

— Eai. - Aly se colocou do meu lado no corredor. - Vestido legal. 

Fiz questão de inovar no vestido. Ele era estilo sereia, bem aberto no final. Vermelho, e coberto de pérolas formando arcos em volta do meu corpo.

— Obrigada. Gostei do pircing.

— Coloquei ele no meio de uma briga de gangues em Las Vegas. - Arregalei os olhos, o que a fez sorrir abertamente. - Brincadeira. Foi em Chicago. - ri. - Então. Meu tio acha que tenho que passar as medidas de segurança com todos vocês, e como a lindinha não estava no café eu vou ter que repetir. E não perguntarei se está bem, porque não quero saber. - ela ajeitou a jaqueta.

— Ta bem.

— Bem, vocês não tem permissão para ultrapassar a cerca. Ela tem 1500 volts, e é capaz de fritar um elefante. Vão ter guardas rondando o outro lado do muro, e alguns estarão do lado de fora da casa, mas no território de vocês. Lá vão ter paramédicos e criadas. Caso tenha um ataque, ou achem alguém a pelo menos 500 metros do permitido, vai soar um alarme, e todos deverão procurar os guardas, já que só eles sabem onde ficam as passagens para os abrigos secretos, que aguentam um ataque nuclear. Caso a coisa fique preta, vamos tirar vocês de lá. Entendido?

— Sim senhora. Mais alguma coisa?

— Se você morrer, vai se ver comigo. - Ela saiu andando firme.

《Não morrer》anotado.

(...)

— Andrew? - sorri, e abri a porta, o deixando entrar. - Achei que... Bem...

— Não, não. - ele sorriu, constrangido. - Eu... Precisava pensar... Mas... Desculpa, eu não queria...

— Tudo bem, Andrew. - sorri. - Não foi o fim do mundo.

— Que bom. - Ele sorriu, coçando a nuca. - Am, quer ajuda pra fazer as malas?

— Não, obrigada. Estou acabando.

— Certo... Ah, te vejo no jantar? - Assenti, o olhando e com um sorriso pequeno pedindo pra virar um sorriso enorme. Ele sorriu, e saiu do quarto.

Coloquei a blusa em minhas mãos na cama, e sorri novamente, me perdendo em pensamentos.

Depois de acabar minha mala  (Com roupas de gente, uhul!), me arrumei para o jantar. Estava com o mesmo vestido, só reforcei o batom.

Chegando lá, eu estava atrasada como de costume, e vi o sorriso de Andrew no meio de tudo. Me sentei ao seu lado.

— Oi. - sorri.

Procurei os olhos de Wanda pelo local, e a achei no canto da mesa, conversando com Hlenah. Nossos olhares se cruzam, e ela sorriu. Devolvi com um sorriso malicioso, apontando pra Hlenah. Ela revirou os olhos, mas não conseguiu deixar de sorrir. 

— Vocês conversando é uma fofura. - Andrew sorriu. 

— Sou hetero, cara. - O comentário o fez rir, se esforçando pra não chamar toda a atenção pra ele. A risada dele não era tão linda como a de Jason, mas era ótima de se ouvir.

Jason.

Subi o olhar do meu prato, para Jason. Notei que ele me olhava do mesmo jeito, e piscou. Sorri, mordendo os lábios. Era um ritual: quando ele piscava, meus dentes eram forçados a morder meu lábio.

E acho que Georgia percebeu isso. Assim que o olhar de Jason se perdeu do meu, encarei Georgia, pra que ela tomasse juízo.

"Fica longe dele, ou vai se arrepender" foi o que pude ler saindo de seus lábios a distância. "Me obriga." devolvi sorrindo. Ela sorriu também, e chamou um dos criados ali perto. Ela sussurrou algo pra ele, e apontou pra mim. O cara assentiu, e fez uma reverência.

— Meu Deus, o que ela vai fazer? - Me virei pra Andrew. Engoli em seco. Não deixaria ela ter o gostinho de me ver assustada.

O jantar seguiu, mas eu me mantinha alerta para o que poderia acontecer. Eu estava quase acabando, quando uma das criadas me chamou.

— Senhorita Emily. – me virei pra ela, e vi um vaso de planta com algumas flores brancas. Nesse momento, todos já olhavam confusos pra mim.

— Que isso?

— Me pediram pra entregar isso pra senhorita. – me levantei, indo pegar o jarro. Assim que o segurei, Wanda gritou.

— EMILY, NÃO TOCA NISSO, SÃO MARGARIDAS DO SUL! – Larguei o jarro que espatifou no chão, já tendo dificuldades pra respirar. Minhas pernas falharam, e eu cai de joelhos tossindo no chão.

— Ela é alérgica! – Wanda gritou novamente. Andrew saiu de seu lugar, e veio até mim.

— Levem-na pra ala médica. – O rei pediu, se aproximando. Dois guardas se aproximaram.

— Eu a levo. – Andrew me pegou no colo, enquanto eu me esforçava ao máximo para respirar.

Meus pulmões pegavam fogo, e minha boca coçava, e minha garganta fechava.

— Vai ficar tudo bem. – ele corria comigo em seus braços, e eu tentava me manter acordada. Mas foi em vão, e eu já estava inconsciente. – Não, não, Emmy, olhe pra mim...


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