Falling escrita por Lohane Pinheiro


Capítulo 9
Capítulo IX - Way down we go


Notas iniciais do capítulo

UAU! Voltei rápido dessa vez JKHFSDJKFDKH enfim, na verdade esse capítulo era ainda o Capítulo 9 mas tive que dividir pois tinha ficado GRANDE demais. Então, lá vamos nós de novo



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Um barulho estranho ecoava em sua mente, parecia alguém falando e rindo ao mesmo tempo, estava longe demais para ela distinguir quem era. Ariel sentiu vontade de gritar e abriu os olhos de uma vez, se sentando na cama e ofegante. O quarto era luxuoso, os lençóis em volta do seu corpo eram de seda e alguém tinha acabado de passar sua mão em suas costas, Ariel pegou o braço da pessoa e o deitou na cama, o imobilizando

— Wow, okay! Se você quer ter uma manhã um pouco mais agitada eu aceito – Ariel ficou olhando para o homem deitado em baixo dela

— Mas o que... – Dean sorria para ela, Ariel saiu de cima dele e passou a procurar algo para vestir, estava com uma camisola de seda creme e nada comprida – o que você está fazendo na minha cama?

— Você quer dizer nossa cama? – ela parou de amarrar o roupão e se virou para ele – Você está bem?

— Nossa cama? – ela olhou para o quarto e inteiro, viu uma cômoda com fotos variadas. Ela com um diploma na mão, ela sorrindo para o fotografo, seus pais juntos com ela – não pode ser

— Sua formatura, sua mãe sempre diz que você estava radiante nesse dia. Bem eu discordo porque – ele pegou um porta retrato um pouco atrás e colocou em suas mãos – acho que no nosso casamento você estava iluminando a igreja inteira – ela ficou olhando para aquela foto por alguns segundos e largou ela, fazendo o porta retrato se espatifar no chão em pedaços

— Me... me desculpe eu...

— Tudo bem, eu limpo isso, você pode se cortar – ele depositou um beijo na sua testa e se abaixo para catar os cacos. Ariel saiu do quarto quase correndo. A casa era enorme, toda a decoração era clássica e clara. Alguém tocava a campainha naquele exato momento, Ariel foi descendo aos poucos, devagar, as escadas e parou na porta, quando abriu ela viu duas pessoas que não esperava ver ali

— Acho que chegamos cedo demais, me...

— Mãe? Pai? – Aurora sorriu. Carter deu um passo à frente e abraçou a filha. Ariel sentiu os olhos se encherem de lágrimas e o apertou contra seu corpo, como se ele fosse sumir a qualquer momento em um piscar de olhos

— Eu também estava com saudade mas não precisa esmagar meus ossos – Ariel se afastou um pouco do pai que sorria para a filha e fechou a cara quando olhou para dentro da casa, Ariel não entendeu e olhou para trás, Dean tinha acabado de chegar no hall da casa e vinha em direção dela – você sabe muito bem que eu fui obrigado a aceitar você dormir com a minha filha todos os dias

— Bom dia para o senhor também – Carter apertou a mão de Dean e entrou na casa

— Não ligue para ele, quando o assunto é Ariel, ele fica possesso de ciúmes. Sempre foi assim. Bom dia querido – Aurora depositou um beijo no rosto do genro e outro no rosto da filha – desculpe-nos pelo horário. Mas tivemos que sair um pouco mais cedo de Boston.

— Tudo bem, eu só vou trocar de roupa e... Ariel, você fica com eles?

— É claro – ele sorriu, depositou um beijo rápido em seus lábios e sumiu de vista. Ariel passou a olhar para a mãe a sua frente e não parava de sorrir

— O que foi?

— Eu só... é só estranho isso.

— O que?

— Eu tive um sonho estranho. Sonhei que papai estava morto e você era um anjo que tinha traído o céu e tinha sido exilada porque escolheu dar a luz a mim que era um hibrido e... faz sentido?

— Nem um pouco, sua imaginação sempre foi fértil demais. Seu pai achava que você poderia ser uma grande escritora – Ariel abraçou a mãe – você estava realmente com saudade da gente não é mesmo?

— Você não tem noção – Ariel apertou a mãe forte em seus braços, Aurora afastou a filha e sorriu

— Vou ver o que seu pai está aprontando, ele está ansioso para conversar com o Sam, parece que as coisas na empresa não estão muito boas e ele quer ouvir a voz de um advogado sobre.

— Advogado?

— Sam é advogado do seu pai, Ariel o que houve contigo hoje?

— Nada eu só... deixa para lá okay? Foi esse sonho, me deixou um pouco confusa

— Vou começar a pedir para o Dean não deixar você beber antes de dormir – Ariel sorriu para a mãe, a mesma sumiu de vista também e Ariel respirou fundo, sua cabeça estava uma confusão total. Primeiro, ela e Dean eram casados, aquilo já tinha sido chocante demais para ela até o momento que viu seu pai e sua mãe vivos, agora Sam ter virado advogado era demais. Ela não sabe por quanto tempo ficou parada ali mas sentiu alguém agarrar sua cintura e puxar para perto de si, depositando um beijo em seu pescoço

— Se você me der 5 minutos eu consigo despistar eles

— Eu preciso trocar de roupa, não vou ficar na frente deles com essa camisola

— Está ótimo para mim

— Idiota – ela se desvinculou do marido e subiu as escadas. Chegando no quarto, ela trancou a porta e se encostou na mesma – o que está acontecendo? – ela começou a vasculhar o quarto inteiro, procurar por alguma coisa que pudesse ser prova de algum feitiço ou bruxaria mas não tinha nada. Ela se sentou na cama e sua respiração começou a ficar ofegante novamente, estava entrando em estado de pânico, aquilo não era real, ela sabia disso. Pelo amor de deus aquilo não poderia ser real – eu? Casada com o Dean? Logo o Dean? – Ariel suspirou e fechou os olhos – Cas? Cas? – ela esperou por alguns segundos e nada – pelo amor de deus não me deixa na mão logo agora. Que tipo de guardião é você? - Nenhum barulho de asas, nada – que droga!

— Ariel? – era a voz de Dean do lado de fora do quarto, ela se levantou e ficou procurando o armário – Ariel está tudo bem?

— Está eu só... eu só quis tomar um banho e... eu já estou indo

— Estamos esperando por você, Sam acabou de chegar

— Tudo bem eu... eu não vou demorar – ela rodou o quarto inteiro e viu uma porta semi-aberta perto de onde ficava a cama, ela abriu a porta por inteiro e sentiu o ar faltar, era um closet, lotado de roupas de todos os estilos. De um lado era apenas roupas femininas que ocupava quase o outro lado que era de roupas masculinas. A maioria eram ternos, algumas roupas casuais mas não muitas – é sério isso? – ela olhou para a parte que ela tinha entendido ser a dela e tinha várias roupas variadas, vestidos, calças sociais, jeans, sapatos de todos os estilos – eu estou no paraíso – ela sorriu e procurou por uma roupa mais casual, colocou uma blusa branca com poá e uma saia rodada de cintura alta. Colocou um sapato de salto médio e antes de sair do quarto arrumou os cabelos. Desceu as escadas quase que saltitando e quando chegou na sala, viu todos sentados no sofá. Sam conversava com seu pai em um canto e Dean com a sua mãe no outro, ela foi na direção de sua mãe e parou do lado dela

— Eu invejo sua mãe, ela conseguiu criar vocês dois tão bem e praticamente sozinha já que seu pai... eu... sinto muito. Eu não deveria falar sobre...

— Está tudo bem, já faz um tempo. Já superamos, pelo menos ele morreu na tranquilidade – Dean sorriu e piscou para Ariel, estendendo a mão para ela, esperando que ela segurasse e viesse para o lado dele. Ariel olhou para ele e o abraçou

— Eu preciso falar contigo – ela disse baixo em seu ouvido – é urgente

— Você se importa de... não vamos demorar – Aurora sorriu, os dois se afastaram dela e foram para um canto mais afastado deles – o que?

— Eu só quero te fazer uma pergunta, como nos conhecemos? – ele ficou olhando sem entender para ela – eu só quero...

— Você tinha acabado de conseguir o trabalho no colégio, eu estava lá fazendo algumas pesquisas sobre educação e você me queimou com o café. Porque?

— Você tem certeza que...

— Ariel eu ainda não estou velho o bastante para começar a esquecer as coisas – ela abaixou a cabeça – sua mãe disse que você teve um sonho estranho essa noite, você deveria colocar essa sua imaginação para algo útil

— Eu não... – uma voz chamando seu nome veio em sua mente, estava como se fosse um sussurro desesperado – Eu não... Eu não sei o que está acontecendo com a minha cabeça ultimamente – ela continuou escutando e piscou várias vezes, a voz sumiu – acho que é o estresse

— Você deveria mandar essa sua chefe para o inferno

— Você faria isso?

— É claro que eu faria, na verdade eu fiz e virei secretário do governo – ele sorriu – vamos, eu sinto que vamos ter uma surpresa boa nesse dia – ele segurou sua mão e saiu com ela. Ariel conseguiu olhar para o quadro atrás dos dois. Dean era secretário de educação dos Estados Unidos, aquilo não fazia sentido nenhum. Ariel entrou no carro ainda tentando processar tudo aquilo mas não conseguia e aquela voz na sua cabeça chamando seu nome não ajudava em nada.

—x-

— Ariel? – Sam batia de leve em seu rosto. Ariel estava olhando vidrada para o nada, estava acorrentada e com uma agulha em seu pescoço – Vamos, acorda

— Cas não responde – Dean segurou o rosto da menina e o virou para si – vamos Ariel acorda. Você está morrendo, acorda – Ariel não demonstrava nenhum sinal que iria acordar.

Já na cabeça dela ela estava em um almoço super agradável com sua família. Sam estava agora com sua namorada, Jéssica, ao lado. Seus pais estavam sorrindo, seu pai contava alguma história que estava fazendo os irmãos rirem bastante. Ariel se viu meio área por algum tempo mas alguém chamando ela fez ela voltar ao local atual

— Hey, está tudo bem?

— Está, me desculpe eu... eu fiquei um pouco área – Dean beijou sua mão e voltou a conversar com Carter. Ariel olhou para a loira a sua frente que sorria conversando com Aurora. Uma outra mulher loira vinha na direção deles sorrindo, Dean se levantou primeiro e abraçou-a

— Pensei que você iria se atrasar?

— Me desculpe, o trânsito está cada vez pior – ela se sentou do lado de Ariel – Olá querida, você fica cada vez mais linda sabia?

— Obrigada

— Mãe, pare que flertar com a minha esposa

— Dean! – Ariel ficou olhando para aquela mulher, ela sempre escutava os dois falando sobre a morte da mãe, as vezes eram brigas bobas mas outras vezes eram sérias de os dois ficarem sem se falar por alguns dias. Mary estava ali, do lado dela, a elogiando como se conhecesse ela a anos – não liga para ele Ariel, acho que eu falhei com ele em não mostrar os bons modos direito – Ariel sorriu para a mulher ao seu lado.

— Bem, já que todos estão aqui eu quero fazer uma coisa

— Lá vem a surpresa – Dean disse baixo em seu ouvido, Ariel viu Sam se ajoelhar na frente de Jéssica e pedir sua mão em casamento. No momento exato ela disse sim e todo o restaurante aplaudiu o casal. Ariel sorria e aplaudia, olhou para o marido e ele estava sério, tinha acabado de terminar de beber uma taça de vinho e sorriu para a cena – eu não aguento mais isso

— Você quer ir embora?

— Por favor – Ariel não entendeu a reação dele, esperava que Dean ficasse feliz pelo irmão mas não foi exatamente isso que aconteceu. Os dois se levantaram – nós precisamos ir

— Tudo bem – Sam falou seco demais, os dois não trocaram olhares, Dean se despediu da mãe e saiu do restaurante. Ariel não sabia o que fazer, se despediu de Sam e a noiva, Mary e quando chegou nos pais ela abraçou os dois de uma vez

— Eu vejo vocês mais tarde?

— Se Dean não achar ruim, pode ser

— Ele não manda em mim, apareçam mais tarde, por favor

— Tudo bem – Aurora disse assustada pela reação que a filha teve, depositou um beijo no rosto da filha – que os anjos te protejam – aquela frase fez com que Ariel se afastasse com medo da mãe. O rosto dela começou a ficar estranho como tivesse se desfazendo – o que? – a voz chamando seu nome tinha ficado mais alta na sua mente – Ariel?

— Eu... – o rosto de seu pai tinha ficado estranho também, ela piscou várias vezes e ele ficou normal e sorriu, aquele sorriso não era do pai dela, não que ela lembrava, ela se sentiu sufocada – eu...

— Sam, chama seu irmão – Ariel tentava respirar mais não conseguia, Aurora segurou a filha para ela não ir direto ao chão. Ariel puxava o ar com dificuldade, a voz da pessoa pedia para ela acordar, agora ela conseguia entender, pedia insistentemente para ela acordar. Ariel viu o rosto Dean desfocado

— Ariel, olha para mim – ela olhou mas o rosto dele, com aquele cabelo perfeitamente arrumado e a blusa social, se misturou com o de cabelo bagunçado e uma jaqueta verde, com a barba para fazer e parecia perto demais dela – Ariel, foca em mim

— Me tirem daqui – Ariel disse desesperada – me tirem daqui – ela sentiu que estava chorando – por favor...

— Sam me ajuda – ela sentiu que tinha sido levantada do chão, estava nos braços dele mas não parecia real, nada daquilo parecia real. O mundo em volta dela parecia desaparecer, sua visão periférica agora ficava escura

— Eu preciso...

— Ariel respira fundo – ela tentou mais não conseguia – você vai ficar bem, é só um ataque de pânico, você vai ficar bem – o rosto dele mesclou com o Dean que ela conhecia novamente, agora parecia que ela não estava mais naquele local e sim em um local mais escuro e sujo.

— Dean... me tira daqui – ela desmaiou.


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Notas finais do capítulo

Okay, agora eu vou dar um tempo para vocês processarem tudo. Por hoje é só, eu juro hahahaha
Espero que vocês tenham gostado e até domingo



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