Já era o dia do baile, Marinette estava no seu quarto aplicando mais alguns detalhes em seu vestido.
— Que tal? — Mostrou a roupa para a kwami, agora mais brilhante e entre outros detalhes.
— Está lindo, Marinette!
— Agora só falta a máscara. — Começou a vasculhar uma sacola de papelão que estava no chão, onde estava os materiais para reajustar a vestimenta da festa e deveria estar os para criar a máscara. — Ai meu Deus, eu esqueci completamente da máscara!
— Não esquenta, ainda dá tempo de você comprar o que for preciso e fazer. Afinal, o baile é só a noite.
— Tem razão, Tikki. — Abriu a bolsinha para que a pequena entrasse e saiu correndo para ir achar o que precisava o mais rápido possível.

— Chegamos. — A garota abriu a porta e entrou no quarto, se jogando na cadeira e deixando uma nova sacola ao seu lado no chão. — O sol tinha que ficar tão quente bem na hora que eu saio?
A garota ía começar a preparar o assessório quando olhou para a cima da escrivaninha e se surpreendeu ao reparar em um buquê de flores, mais especificamente rosas vermelhas, já imaginava de quem era.
— Adrien... — Cheirou o buquê, percebendo uma pequena carta nele.

"Bom dia My Lady, sonhou comigo essa noite? Imagino que sim.
Bem, espero que tenha gostado das flores, suas preferidas, não é mesmo?
Ainda pretendo ver seus olhos azuis antes do baile.
Uma recordação do sonho de ontem, em que um gatinho e uma joaninha estavam felizes.
De seu amado gato preto, câmbio desligo."

Dentro do mesmo envelope, havia uma foto tirada pelos dois no dia anterior, abraçados por trás e sempre sorridentes.
— Vocês realmente gostaram de ontem. — A kwami palpitou.
— Foi como um sonho, ou melhor que um. — Sorriu com seus pensamentos, colocando a fotografia em um porta retrato horizontal que tinha guardado em algum lugar, era um quadro especial, havia ganhado já fazia um bom tempo porém nunca usou. Deixou em cima da mesa e se voltou novamente para sua avermelhada. — Mesmo depois de toda aquela descoberta, parece que me livrei de algo que me prendia, acho que estou mais feliz.
— Ele te faz feliz. — Elas riram, isso valia para os dois lados da moeda.
Depois de conversarem, focaram em fazer o que eram para fazer minutos ou até uma hora atrás. Já era de tarde, um pouco depois da hora do almoço. Depois de terminarem, ficariam um bom tempo sem nada para fazer, ou era para ser assim.
Enquanto fazia alguns detalhes no objeto quase pronto com linha e agulha, ouviu um barulho ao longe, sendo que levou um susto tão grande que acabou espetando o dedo na agulha.
— Ai! Por que eu tenho a sorte de sempre me espetar com essa mesma agulha? — Colocou o dedo na boca.
— O que foi esse barulho?
— Não me fala que é um akuma, Tikki. — Olhou pela janela, não havia nada, apenas um prédio virado de cabeça para baixo, espera, isso era para estar ali?
— É um akuma.
— Parece que vamos ter um trabalho extra para fazer. — Se levantou da cadeira, preparada para a transformação, porém uma coisa faltava, sua kwami havia sumido. — Tikki?
Um relâmpago surgiu no céu e na luz que refletiu no quarto da moça apareceu uma pessoa conhecida, um rosto familiar que assustou a dona dali.
— Procurando isso? — Abriu uma caixinha onde a pequena estava deitada dentro.
— Volpina?!
— A própria! — Riu. — Então era você o tempo todo! Eu confiei em você, Marinette! E você me acerta pelas costas! Eu deveria ter percebido os sinais, percebido... Tudo! — A raposa fazia gestos com as mãos enquanto falava, ainda inconformada com seu raciocínio lento diante da situação.
— O que você fez com ela? — Observava seu ser místico, que sempre a ajudava e agora havia sido raptada pela sua segunda maior inimiga depois da Chloé, que não tinha comparação neste caso.
— Se você não me entregar suas preciosas jóias, eu jogo ela pela janela. Vamos acabar logo com isso.
— Você não faria isso! Deve ser mais uma de suas ilusões! — Jogou uma caneta na mão da vilã onde estava a caixa, porém nada aconteceu, não era uma de suas mentiras. — Como?!
— Você achou que eu era boba?! —Deu mais risadas maléficas. — Já que é assim, de um último adeus para sua mascote!
A akumatizada se preparou para lançar, porém mais um relâmpago se destacou nas nuvens escuras e um trovão assustou a portadora do miraculous da joaninha, fazendo-a acordar de seu sono profundo, era tudo um sonho, ou no caso um pesadelo.
— O que aconteceu? — A pequenina apareceu em sua frente, bocejando cansada.
— Por quantas horas eu dormi? — A menina coçou os olhos e pegou seu celular para conferir a hora. — Já são quatro horas! E eu nem terminei a máscara ainda. — Observou o que tinha feito, provavelmente enquanto fazia acabou caindo no sono. — Mas acho que tudo isso me deu uma ideia! — Começou a fazer detalhes com linha no projeto, tipo o que havia visto em sua mente, apesar de difícil de lembrar igual deveria ser.
Depois que acabou, foi para o banho relaxar o estresse e a ansiedade, queria esquecer aquele pensamento ruim e se concentrar na que seria a melhor noite da vida dela.

— Como estou? — Marinette girava na frente do espelho, já estava pronta. Utilizava o cabelo desta vez solto, seus olhos se destacavam na máscara avermelhada e preta.
— Perfeita! — Rodou ao redor de sua mestra.
— Obrigada. — Abraçou-a. — Eu ainda não sei como posso levar você. A minha bolsinha não combina com o visual.
— Que tal se eu fosse... — Voou até o ombro da garota, ficando de forma que parecesse um pequeno detalhe da roupa, disfarçada entre os cabelos azulados. — Aqui.
— Boa ideia! — Riram.
— Então vamos? Não vai querer chegar atrasada na festa também, não é? — A outra assentiu e desceu as escadas, encontrando com seus pais na sala, assistindo um pouco de televisão.
— Uau! — Sabine se impressionou ao vê-la. — Alguém aqui vai brilhar hoje.
— Você vai arrasar, meu bem! Toca aqui! — Os dois fizeram um toque, sorridentes.
— Obrigada. Bem, espero me divertir. — Colocou um fio de cabelo para trás.
— E vai. — O pai confirmou.
— O Adrien também vai estar lá? — A chinesa perguntou, curiosa.
— Eu acho que sim. — Corou.
— Então é melhor você já ir indo, não vai querer chegar atrasada. — A mãe piscou para a garota, que deu um beijo nela e em seu marido, pronta para ir.
— Tchau mãe, tchau pai. Até mais tarde. — Estava de frente para a porta, e no que a abriu, deu de cara com um conhecido par de olhos que brilhavam no rosto por causa da máscara escura. — Oi... — Deu um beijo na bochecha dele. — O que você está fazendo aqui?
— Eu falei que ía te ver antes da hora. — Piscou. — Boa noite Sr. Dupain e Sra. Cheng. — Cumprimentou.
— Se cuidem vocês dois. Boa diversão. — A mulher sorriu e deixou que os dois fossem, lembrava de quando era jovem e presenciava eventos de seu colégio.
Enquanto desciam as escadas, apreciavam um ao outro.
— Você está linda.
— Você também. — Colocou um fio de cabelo para trás novamente, envergonhada.
— Oi Tikki. — Acenou para a kwami ao percebe-la. — Parece que achou um bom esconderijo.
— Você é sortuda de não ficar presa em um bolso a noite toda sem um único pedacinho de queijo. — O gato saiu de seu esconderijo para reclamar, como sempre.
— Oi Plagg. — As duas cumprimentaram.
— Você não cansa de comer só isso? Não podia gostar de algo mais cheiroso?
— Se quer se transformar em super herói esse é o preço! — Entrou novamente para dentro do mesmo bolso do mesmo terno.
— Se quiser posso pegar um pedaço para ele.
— Não precisa, ele pode aguentar um pouco. — Foi possível ouvir um barulho de reclamação do pequeno, não ficou contente com a resposta de seu mestre. — Bem, eu quero te mostrar uma coisa. — Pegou uma caixinha de outro bolso. — Para você. — Entregou.
— O que é isso?
— Um presentinho simples. Abra e descubra.
— Tudo bem então... — Abriu e se impressionou com um colar prateado dentro, nele havia um pingente em forma de joaninha. — É lindo! — Tirou de dentro da caixa e ficou apreciando em sua mão.
— Você gostou?
— Eu adorei! Obrigada! — Abraçou o rapaz, feliz com o presente ganho. — Obrigada mesmo! — Encararam-se, olho no olho, até iniciarem um beijo rápido e cauteloso.
— Posso? — Pegou da mão dela e a mesma assentiu, se virando para que colocasse a jóia em seu pescoço. — Vamos?
— Vamos. — Atravessaram a rua e ficaram observando as pessoas chegando e entrando para dentro do prédio. — Parece que realmente não estamos atrasados. — Finalmente entraram, um do lado do outro, de mãos dadas.
— Nos vemos daqui a pouco. — O loiro se soltou e entrou no meio das pessoas.
— Marinette? — Uma voz a chamou por trás e no momento em que olhou para trás, encontrou sua melhor amiga vestida de laranja e preto.
— Alya?!
— Por onde você andou?! Não atendia minhas ligações, nem retornava meus recados. Fiquei preocupada! — A abraçou.
— Desculpa, meu celular estava desligado.
— Desde ontem?
— É... Ele tava sem bateria. — Inventou uma desculpa qualquer, realmente ela havia esquecido de responder as mensagens depois.
— Se você diz. — Deu de ombros. — Você pelo menos ficou sabendo sobre a seção de fotos?
— Do Adrien? — A morena assentiu com a cabeça. — Com certeza, eu estava lá também. — Disse a última parte tão baixo que era quase impossível de ouvir, quase.
— Espera um pouco, você estava lá?! — Parece que não foi tão impossível de ouvir assim.
— Aham... — Abaixou a cabeça, envergonhada. — Eu até participei... — Coçou a nuca, se queria se tornar um pimentão estava conseguindo.
— O quê?! Amiga, você deveria me contar essas coisas!
— Desculpa. Prometo te contar tudo daqui em diante! — A garota fez sinal de juramento, acabando com o suspense sobre essa parte da vida dela.
— Então, me conta! Como foi?!
— É uma longa história...

— Queria agradecer a todos que estão presentes aqui hoje e que participaram desta semana. Agora, por favor, gostaria de chamar aqui os chefes da equipe. — Sr. Damocles agradeceu e logo Marinette e Adrien subiram no palco, deslumbrantes a luz da quadra.
Senhorita Bustier e Senhorita Mendeleiev apareceram no palco com duas coroas, uma de rei e uma tiara de princesa, atraindo olhares curiosos se aquilo era para os dois.
— Vocês fizeram um bom trabalho, e representando a todas essas pessoas que confiaram em vocês, irão receber essas coroas como forma de agradecimento, para que se lembrem desse momento por toda suas vidas. E hoje, vocês dois podem se considerar reis da noite. — Caline fez seu depoimento, sendo aplaudida por todos ali presentes.
Mendeleiev se posicionou atrás do loiro enquanto a professora de literatura ficou atrás da joaninha, cada uma colocou os objetos na cabeça dos dois, que receberam mais aplausos ainda.
— Agora sim está parecendo uma princesa. — Cochichou com a colega, que deu um sorriso.
— Digo o mesmo.
— E então, princesa da noite, esse é seu primeiro baile?
— E não é o seu? — O garoto parecia pensativo na resposta.
— Não, mas com certeza é o melhor. — A abraçou por trás, começando a prestar atenção no que o diretor lia, até outra ter atraído a atenção dos alunos.
— Eu sou Hawk Moth, reveladora da verdade e guardiã dos sentimentos! Só eu que estou achando isso calmo de mais? — Risada maléfica.