“Seja sincero.”

Kageyama repetia essas palavras em sua cabeça ininterruptamente. O cenho franzido fazia sua expressão ficar ainda mais assustadora. As pessoas por quem ele passava no corredor acabavam dando um passo ou dois para trás a fim de sair do seu caminho. 

Não havia conseguido encontrar Hinata no começo da aula, e agora no intervalo, caçava-o pelos corredores como se quisesse matá-lo.

— Hinata! — Kageyama acabou gritando o nome dele e apontando, sem perceber, quando o viu no pátio logo depois.

— Ihh! — Hinata deu um pulo como um gato assustado ao ver a expressão assassina de Kageyama.

— Precisamos conversar. Agora.

Não foi preciso dizer para segui-lo, e se ele tivesse um pouco mais de tato, perceberia como aquilo estava sendo apavorante para o pequeno.

— Hinata, eu gosto de você. — Kageyama disse sem qualquer preâmbulo, o que resultou em um Hinata estático. — Ei, você me ouviu?

— Ah, sim! Mas... o que...  você quer dizer?

— Eu gosto de você, foi isso que eu quis dizer.

Hinata ficou em silêncio por algum tempo.

— Hum... Kageyama-kun, eu gosto de jogar vôlei com você, mas se for em outro sentido...

Inconscientemente Kageyama enterrava as unhas nas palmas das mãos, quando falou, e depois quando ouviu a resposta.