O Coração de um Nerd escrita por LivyBennet


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Seus bonitos o/
Olha eu aqui de novo.
Obrigada pelos comentários, Elias Bruno e Jonay Fanfics. Vocês me incentivaram. Eu não sabia como essa mudança de POV seria recebida. Muito obrigada.
Mas aí está mais um cap. E para você que já está shippando Meggie e Greg, comemorem!
Enjoy ;)

Leitura anterior: Todo Mundo Odeia o Primeiro Beijo.



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POV. GREG (Brooklyn Beach - 1986)

Ergui os olhos para o teto do meu quarto e respirei fundo. Baixando novamente os olhos, vi o relógio da minha escrivaninha marcar 18h15 e me surpreendi. Cinco horas estudando sem parar é demais até para mim. Levantei da cadeira e me alonguei um pouco, sentindo os ossos estalarem. Depois saí do quarto, indo até a cozinha pegar um copo d’água.

Eu estava sozinho em casa há três dias; meu pai havia viajado nesse tempo e só voltaria dali a mais três dias. Depois que fiz 17 anos, ele não se preocupava mais em me deixar em casa sozinho, pelo que eu dava graças já que não era mais obrigado a ir para a casa da minha avó escoteira.

Sorri ao lembrar da última vez que estive na casa da minha avó. Chris e Lizzy olhando tudo em volta, chocados com a decoração e a música escoteira em cada canto da casa. Óbvio que eles me zoaram por semanas pela roupa ridícula que eu estava vestindo - forçado, que fique bem claro. Tudo bem que eu dormia vestido de personagens de Hq, mas aquele short verde no meio da perna e… Esquece… É melhor nem comentar...

Depois de beber água, olhei ao redor da sala, procurando algo para fazer. Fui poupado do esforço quando a campainha tocou. Franzindo o cenho, andei até a entrada, não reconhecendo a silhueta da pessoa pelo vidro fosco da porta. Parecia ter cabelo longo. Pode ser algumas das vizinhas que, às vezes, vêm pedir favores ao meu pai.

Abri a porta e fiquei boquiaberto quando cabelos loiros e um sorriso lindo me receberam.

“Oi?”

A voz ficou presa na minha garganta, e eu, com certeza, devia ter a maior cara de idiota do mundo. Como da primeira vez que nos falamos, precisei de alguns segundos para conseguir articular alguma coisa.

“Ah… o-oi… Meggie.” De repente, percebi o absurdo da situação. “C-como descobriu onde eu moro?” Ela sorriu à guisa de desculpa.

“Fiz uma breve pesquisa.” Ergui uma sobrancelha, menos nervoso e mais interessado na “pesquisa” dela. Ela percebeu meu interesse e suspirou. “Ok, eu inventei uma história ridícula para a diretora da Corleone. Disse a ela que eu era sua prima e que precisava muito saber onde era sua casa.”

Meu choque foi expresso na minha pergunta seguinte.

“E ela acreditou nisso?” Ela começou a rir.

“Pior que sim.”

Ela continuou rindo, e eu me descobri gostando daquele som. Era suave e envolvente, me fazia relaxar e, acima de tudo, me atraia para perto dela. Sacudi a cabeça levemente, tentando expulsar esses pensamentos, também percebendo minha falta de educação.

“Ah, desculpa o mau jeito. Quer entrar?”

“Gostaria.”

Abri mais a porta e convidei-a a entrar com um gesto. Ela entrou, olhando tudo interessada. De repente, tomei consciência de como eu estava vestido e em que situação: eu vestia apenas uma calça moletom cinza, uma blusa do Super-Man e estava descalço; tinha uma garota linda e que eu mal conhecia na sala da minha casa; e, acima de tudo, meu pai estava viajando.

Observei-a olhar tudo e, enquanto ela não estava com a atenção em mim, aproveitei para respirar fundo e tentar acalmar o tremor nas minhas mãos. Quando ela virou para me olhar, eu já não tremia mais, porém minha voz não acompanhou a calma.

“E-então, p-por que queria tanto saber onde era minha casa?”

Algo em seus olhos mudou, e eu me surpreendi ao ouvi-la dizer:

“Você ficou estranho ontem pela manhã. Fiquei preocupada.”

Juro que senti todo o meu sangue fluir para o meu rosto, e minhas mãos começaram a tremer de novo. Como ela pode dizer coisas assim com essa facilidade? Nós mal nos conhecemos, e ela diz que está preocupada? Só pode ser zoação com a minha cara. Eu já tinha ficado em dúvida se ela estava me zoando quando disse que queria sair comigo, agora tenho quase certeza.

Respirando fundo algumas vezes, reuni o máximo de calma que consegui e encarei-a. Tentei fazer com que minha voz saísse firme e agradeci por ter conseguido.

“Ah, Meggie, você já pode parar de brincar comigo. Sei que isso é absurdo demais para ser verdade. Você não pode estar interessada em mim.”

Primeiro a surpresa, depois a raiva cobriu seu rosto. Eu não soube como reagir. Por que ela está com raiva?

“Eu não sei o que você pensa de mim, Greg, mas eu não sou o tipo de garota que brinca com os sentimentos dos outros. Tudo o que eu falei para você até aqui é verdade, mas se você não acredita…” Ela desviou os olhos de mim e se encaminhou para a porta.

Meu coração bateu mais rápido; uma voz na minha cabeça disse que eu não devia deixá-la sair daquele jeito, e, felizmente, eu não deixei. Dando um passo para o lado, fiquei em seu caminho até a porta. Ela ia desviar, mas eu a segurei pelos ombros.

“Meggie, desculpa. Eu não quis insinuar que você era daquele jeito.”

Ela afastou minhas mãos, mas eu não saí do caminho. Seu sarcasmo me lembrou o da Lizzy.

“Sério? Pois insinuou!”

“Desculpa. Não foi minha intenção. Já fui enganado assim uma vez, então desconfiei.”

Por um momento a raiva dela cedeu, e seu olhar me avaliou.

“Como assim?”

Eu não queria contar - era vergonhoso -, mas sabia que precisava falar para ela não sair dali correndo e me detestando.

“Isso já-- aconteceu comigo e com o Chris. Uma garota bonita veio falar conosco e disse que queria ir ao fliperama com nós dois. Chegamos lá e descobrimos que era tudo uma armação do valentão da escola para dar uma surra na gente longe da diretora.”

Preferi não olhar seu rosto; sabia que veria pena e não queria ver.

“Greg…” A voz dela era suave, e eu trinquei os dentes. “Desculpa ser incompreensiva.”

Parei de respirar por alguns segundos ao sentir sua mão deslizar na minha e resolvi olhar para ela. Ao contrário do que pensei, não vi pena, vi carinho. Novamente o sangue fluiu para o meu rosto, e eu não consegui falar sequer um “obrigado pelo apoio”. Ela continuou:

“Eu disse a verdade quando falei que fiquei preocupada. Você estava tão pálido.”

“E-eu só… me senti um pouco m-mal. Está tudo bem.” Ela sorriu, e meu coração errou uma batida.

“Que bom.”

Depois de tomar coragem por alguns segundos, perguntei o que estava me incomodando.

“Meggie, como-- como pode se importar comigo se mal nos conhecemos?”

“Simples: eu não me importo com o tempo que nos conhecemos, me importo com o que sinto. O tempo não é importante.”

Como ela pode ser assim? É o verdadeiro significado de não se importar com o que os outros vão dizer…

A risada dela interrompeu meus pensamentos.

“Desculpe, Greg. Eu sei que isso pode te chocar. Choca a maioria das pessoas que eu conheço, mas é assim que eu sou. Você é a primeira pessoa que eu achei interessante em anos, e eu não vou te deixar escapar.”

Dizendo isso, ela aproveitou nossa proximidade - eu nem tinha percebido que estávamos tão próximos - e beijou meu rosto. Tomei um leve choque e fiquei paralisado. Ela se afastou, sorriu e disse:

“Fico feliz que esteja bem. Até mais.” E foi embora, deixando seu perfume para trás.

Não sei quanto tempo eu fiquei em pé paralisado, apenas sei que me movi dali para o sofá e caí deitado. Tentei assimilar o que tinha acontecido, mas meu cérebro parecia incapaz. Era algo que eu nunca tinha sentido antes, então não havia com o que comparar. Levando os dedos ao meu rosto no lugar onde ela havia beijado, um sorriso idiota se espalhou pelo meu rosto.

Então é assim que você se sente quando alguém gosta de você…

 

***


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Notas finais do capítulo

E aê? Gostaram? Estão shippando eles cada vez mais né? Compreendo ^^
Reviews????

Próxima leitura: Todo Mundo Odeia a Páscoa.



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