Playing With Blood - Hiatus escrita por Vênus


Capítulo 5
Incomodo.




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Nuvens cobriam o imenso céu da cidade. A lua tinha seu brilho coberto por nuvens carregadas de água. O vento que o tempo trazia balançavam seus cabelos prateados. Ela fechara seus olhos para sentir o doce momento da liberdade. Fechara seus olhos para que como o vento, seus problemas seguissem, fossem embora como ele. 

Ela estava fazendo coisas erradas. Muitas coisas erradas. Sua vontade muitas vezes era de abandonar tudo e isolar-se do mundo. Ela poderia viver em alguma ilha do Pacífico mas isso não mudaria nada. Eles nunca a deixariam em paz.

Seu prazo estava terminando e a impressão que tinha era que nada acabaria bem. No final, o poder não seria nada.

Ela sentiu a presença atrás de si. Ele pigarreou chamando sua atenção. Não queria atrapalha-la mas era a hora. Moka suspirou e virou-se de modo que poderia olha-lo.

— Ele chegou. – Disse sem delongas. 

— Vá na frente Tsukune, estou logo atrás.

Ele ia protestar mas ela apontou para a sua saída. Tsukune fez uma breve reverencia e entrou no elevador.

Virou-se e olhou para baixo. Ela poderia pular do terraço do prédio do vigésimo andar e não sofreria nenhum arranhão, mas se caso alguém a visse isso iria causar muito alvoroço. Seria péssimo se algum humano a visse aterrissar como um gato, tranquilamente depois de pular de uma altura que com certeza levaria a morte uma pessoa normal e ela saísse totalmente ilesa.

Seguindo o mesmo caminho de Tsukune optou por descer de elevador. Sem dúvida era o mais sensato a se fazer.

***

O ponto de encontro era num prédio vizinho e quando Moka chegou no destino viu Tsukune lhe aguardando em frente a porta de entrada como sempre dando um pequeno sorriso em saudação. Ela o ignorou e entrou mais uma vez no cubículo que a levaria para a sala de costume.

Sem cerimonias, ela abriu a grande porta de madeira e adentrou no cômodo de decoração gótica e antiga. O lugar tinha um costumeiro cheiro amadeirado e de coisas antigas. As cortinas vermelhas pareciam não terem sido tocadas durante anos e sobre uma enorme mesa que ficava um pouco a frente havia alguns livros que estavam perfeitamente alinhados, como sempre.

Seu olhar deu de encontro com orbes negras e sem vida. A figura estava apoiada na parede à sua esquerda, observando. O pequeno sorriso que tinha nos lábios era de satisfação, Moka pôde constatar. Os cabelos negros que lhe acompanhavam um pouco à cima dos ombros pareciam um pouco bagunçados. Nada normal para um vampiro perfeitamente alinhado como Kim Smith.

— Vejo que hoje a senhorita resolveu aparecer. – Sua voz era rouca, mas soara firme.

Moka não respondeu. Ela estava cansada dos joguinhos dele e de toda a conversa que era a mesma. Ela sempre se perguntou do porquê dele, até agora, mesmo depois de quatro anos mantendo sua irmã num cativeiro, a mantendo como refém, não mandou seus homens a pegar a força e a levar para ser a “Mãe” dos vampiros. Ela não sabia aonde ele queria chegar, a fazendo comparecer à reuniões ridículas. Isso, além de a irritar, só deixava seu coração mais quebrado e magoado.

— Eu só quero saber de uma coisa, Smith.

— Diga, meu anjo caído. – Moka ignorou.

— Por que todo esse jogo? Por que não mandou os caras que você mantem no prédio durante todos esses anos me levarem logo com você?

Kim gargalhou brevemente.

— Minha querida, tudo ao seu tempo. Fico feliz em saber que você sabe que eu tenho poder o suficiente para te levar comigo a hora que eu quiser, mas, isso não teria graça, teria? – Kim estava perto o suficiente da Akashiya para sentir a respiração bufante em seu rosto.

— Eu não sou idiota, Smith.

— E nem eu, querida Akashiya. Ou, você acha que eu não sei sobre sua pequena aventura? Acha que eu não sei sobre seus negócios? Acha que eu não sei sobre o seu curioso envolvimento com um humano? – Kim ao ver a expressão assustada de Moka ganhou um sorriso vitorioso no rosto.

— Ele é apenas um sócio. – Falou a verdade.

— Sócio? Vamos Moka, é claro que você percebeu que, pra ele, você é mais que isso. Ou você não percebeu a aceleração dos batimentos cardíacos? Até mesmo eu, que fui comprovar pessoalmente percebi logo de começo. Vai ser uma pena, não é mesmo? ele ser abandonado mais uma vez quando você for. Realmente vai ser uma lástima!

Moka não respondeu. Sua maior preocupação naquele momento era Naruto. O medo fez seus pelos se enriçarem. Smith faria alguma coisa para prejudica-lo. Ela sabia.

— Bem, quem sabe se você for boazinha eu não mate-o. Ele daria um ótimo soldado para nós, o que você acha? Aposto que ele vai adorar beber desse seu sangue delicioso.

— Deixe-o em paz. Já disse que não tenho nada além de negócios com o Uzumaki.

— Oh, vejo que insiste nisso... Você não acha uma afronta? Um humano qualquer apaixonado por um ser tão especial como você?

— Não ligo para isso – respondeu.

— Ah, eu tenho uma surpresinha para você.

A porta se abriu e uma garota ruiva, anoréxica, aparentemente alguns anos mais nova que Moka, saiu de uma porta que ficava aos fundos do cômodo junto de dois homens que mais pareciam ser lutadores de MMA.

— Kokoa... – disse num sussurro. – O que você fez com ela?! – Virou-se para ele.

— Eu? Eu não fiz nada. Bem, você sabe, pra fazer um exército precisa de muito sangue e a coitada da sua irmã não tem o suficiente. – Kim segurava o rosto de Kokoa como se fosse uma boneca de pano. – Você não vai querer que a sua querida irmã seque, não é mesmo, Moka?

A Akashiya quase não pôde acreditar no que estava vendo. O nome da sua família estava sendo jogada no lixo por causa de vampiros idiotas e insensatos. Ela poderia perder tudo o que mais ama por causa de gente hipócrita e gananciosa. Sua vida nunca fora um mar de rosas mas desta vez estava se tornando um caos. 

— Liberte minha irmã e deixe o Uzumaki em paz que eu me entrego a você agora mesmo.

— Mas assim não teria graça. E o Mestre não a quer agora, Akashiya. Em breve isso que você chama de vida não passará de um pesadelo e você sentirá o que é ser o rei do mundo, Akashiya Moka.

Smith passou junto com Kokoa e seus seguranças por Moka com um sorriso satisfeito no rosto.

— Ele estava com ela, e bem aqui. – Disse para Tsukune que apareceu rapidamente logo após a saída de Kim. – Eu poderia fugir com ela para bem longe daqui.

— Sim, você poderia.

Atordoada, Moka precisou de um minuto para se recuperar.

— Não – negou com a cabeça -, eu posso.

Moka foi em direção a saída de emergência do prédio e desceu a escada o mais rápido que pôde. Quando chegou a portaria, o carro havia acabado de sair, porém, ela não desistiu.  Ali, dentro daquele carro estava a única esperança dela viver em paz. Ela não poderia simplesmente fugir a abandonar a sua irmã nas mãos de torturadores. Ela havia feito uma promessa.

O carro virou à direita mas a vampira correu em direção a um beco que daria exatamente onde o carro iria passar. Dentre os relâmpagos que não paravam de iluminar o céu, ela se jogou na frente do carro e o parou com apenas um golpe.

O motorista e mais dois seguranças saíram do carro e seus olhos estavam brilhando de raiva.

Moka iria atacar. Ela faria o que fosse preciso para salvar sua família.

Os dois brutamontes correram em uma velocidade estonteante em direção a vampira. Moka, com movimentos graciosos passou por eles sem nenhum problema arrancando a cabeça de um deles num movimento rápido jogando a cabeça nos pés de seu colega de trabalho.

O grandão, intimidado, deu um passo vacilante para trás. O que fez brotar um sorriso no rosto da vampira. Mas, o outro oponente de Moka não pareceu ficar tão intimidade e, num estante apareceu atrás da Akashiya a agarrando, ou achando que tinha a agarrado. Antes que ele pudesse virar os olhos, quando sentiu a presença atrás de si, ela estava montada em seus ombros arrancando-lhe os braços que tentava a impedir e logo em seguida a cabeça que voou perto de uma lixeira.

Com um sorriso vitorioso, ela foi em direção ao último que faltava, antes de chegar ao chefão. Quando, num súbito, pulou para o lado. Sentiu o projétil raspar seu braço e ardeu como lava. Ela olhou para trás. Não esperava que Smith tinha homens do lado de fora também. Antes dela poder localizar, sentiu outro projétil vindo em sua direção e desviou com mais facilidade desta vez.

Olhou para o segurança e percebeu que ele também desviou de uma bala que ia em sua direção. Kim, saiu para o lado de fora, impaciente e olhando de onde vinha os disparos.

— Akashiya, é melhor você não tentar brincar de pega comigo novamente, se não, sua irmã não estará viva da próxima vez que a vê-la.

Dez segundos depois, apareceu um carro na esquina e saíram mais três seguranças do mesmo. Quando Moka viu que Smith estava carregando sua irmã de um modo desajeitado até o carro, deu um passo à frente, mas os brutamontes estavam dispostos a não deixar ela passar.

Ela os encarou e ia ir em frente quando sentiu outro projétil vindo em sua direção. Olhou para trás, sem deixar a guarda baixa e vislumbrou dois caras, um ruivo magricelo e o outro moreno com cabelos que mais pareciam um abacaxi. Eles estavam armados até os dentes. Ela sabia o que eles eram e se irritou. Se não fosse por eles, sua querida irmã estaria segura agora.

Os Caçadores a olhavam de cima a baixo, parecendo nem se importar tanto com a presença dos outros quatro vampiros que estavam atrás dela, prontos para feri-la o suficiente para a vampira ficar inconsciente. Eles começaram a atirar, e num movimento gracioso, Moka se livrou de cada uma delas. Os quatro que estavam atrás dela, no entanto, não tinham tanta sorte ou velocidade o suficiente para se desviar de cada uma delas como a Akashiya fazia. A sessão de ataque não parava e dois dos capangas de Kim foram para cima de um deles. Embora os Caçadores estavam os dando nos nervos, Moka não deixaria que os ferissem. Pegou um deles no momento em que ia fazer sua vítima de cabelo espetado, dando um soco na boca do estomago de um dos seguranças, que voou contra a parede. O ruivo, no entanto, não teve tanta sorte. O brutamonte que foi em direção ao ruivo o socou pelo menos três vezes antes de Moka conseguir pará-lo, chutando seu maxilar tão forte que a cabeça do vampiro voou feito um frisbee e bateu no vidro do carro que Moka havia parado. A vampira sentiu um enorme incomodo no ombro esquerdo quando olhou para os outro brutamontes. Seu ombro estava sangrando. O cabelo de abacaxi a pegou com a guarda baixa e atirou por instinto. Para ele, ela era um monstro afinal de contas.

Moka lançou lhe um olha ameaçador e antes dele atirar mais uma vez, ela deu um leve tapa perto do pescoço e o mesmo desmaiou. Mesmo com a dor que ardia em seu ombro, agora, ela poderia se concentrar em acabar com os lacaios de Kim.

Um deles apareceu bem diante dela, tentando acertar um local estratégico, mas falhou miseravelmente. A vampira o pegou pelo braço e o girou feito uma boneca. Ela pode ouvir seu braço quebrando antes de batê-lo na parede, que rachou devido ao impacto. Mesmo o ultimo grandão vendo todas as habilidades da vampira, ele pareceu confiante, determinado. Provavelmente queria fazer uma média com Kim. Moka se surpreendeu com a velocidade do vampiro, ele a acertou no rosto com tanta força que ela achou que seu maxilar iria quebrar.

— Interessante – ela sorriu, após cuspir um pouco de sangue.

Mas o vampiro grandalhão se achou confiante demais. Um erro da parte dele. Lutar com um Vampiro da Alta Realeza como Moka, não era tão fácil como ele imaginava. Foi sorte ele tê-la acertado. Sorte.

Num borrão, Moka apareceu perto do grandão e chutou sua perna. Antes dele cair do chão, a vampira lhe desferiu outro chute, só que dessa vez nas costelas, o fazendo gritar quando o golpe atingiu um dos órgãos. Em seguida, Moka, num movimento rápido, arrancou a cabeça do seu último oponente.

Ela olhou ao redor, o estrago tinha sido maior do que ela esperava. Pegou o telefone e mandou uma mensagem para Tsukune cuidar das evidencias que estavam no local.

Suspirou. Seu ombro ainda ardia, e muito. Quando mais ficava no local, mais a incomodava. Olhou para os dois Caçadores à sua frente. Eles eram jovens. Muito jovens.

 “Provavelmente algum parente foi morto por vampiros.” – pensou.

Seu olhar vagou pelo ruivo. Ele estava muito ferido. Ponderou se deveria ou não deixa-lo num hospital.

Tsukune chegou acendendo uma fogueira e jogando os corpos para queimar. O fogo aumentava a cada corpo jogado. Não demorou e ele estava ao lado da Akashiya.

— O que está olhando? – ele perguntou.

— Estou pensando o que faço com eles.

Ele pensou em responder mas o abafado toque no bolso do cabelo de abacaxi o interrompeu. Ele se abaixou e pegou o celular na mão, ainda tocando. Estava escrito QG.

— Provavelmente estão procurando eles. – Ele indicou o nome no eclã do celular e o toque parou alguns segundos depois.

Ela tomou o celular de sua mão e com movimentos rápidos, escreveu uma mensagem para o número denominado QG.

— O que você...?

— Eles chegarão em alguns minutos. Vamos sair logo daqui. Essa bala está me incomodando. – Ela disse franzino o cenho.


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