Hermione entrou no quarto como um raio, com as lagrimas embaçando sua visão. A raiva e o ciúme queimavam por dentro fazendo seu peito doer.

Severo Snape vinha logo atrás implorando que ela o ouvisse, ela era a senhora Snape afinal de contas pensava ele. Não necessitava desse escanda-lo.

— Hermione, escute

— Escutar o que? – Disse com a voz embargada e ao mesmo tempo quase gritando– escutar? o que eu vi não tem tradução, está estampado em seu rosto- apontou – você ainda a ama!  E eu sou só uma idiota com quem você dorme, fingindo que é com ela. Que dorme com ela. Que se deita com ela. – Hermione segurou o parapeito lutando contra as lagrimas e contra raiva.

— Hermione... – pediu

Ao entrar no escritório da casa viu Severo olhando a caixa com fotos de Lilian Potter, fotos que petúnia tinham enviado para entrega a Harry. Severo olhava as fotos e pelo seu semblante ele estava muito distante e o jeito que ele olhava as fotos ela nunca tinha visto. Severo se sobressaltou ao ouvir as palmas vindos da porta.

— Está de parabéns, não sei se é você por estar perto do seu grande amor ou eu por ter feito o papel de maior idiota do mundo bruxo.

— Eu posso explicar... – Mas Hermione já estava subindo as escadas.

— Negue – Hermione se virou bruscamente e vociferou –negue pra mim que você ainda a ama, que eu ocupo o lugar que era pra ser dela...

— Sim eu ainda a amo – falou acima do tom de Hermione pegando-a de surpresa pois era raro severo alterar a voz mesmo quando estava com muita raiva e mesmo sem saber porque aquilo a deixou muda. Ouvir que ele a amava foi como um tapa e fez o coração doer ainda mais. Por um momento Hermione se sentiu derrotada. – Ela foi a minha única amiga. Eu não tinha mais ninguém. Ninguém me via como ela me via. Eu a amo por isso. Lilian não me julgava... você sabe como as pessoas julgam as outras... as excluem... e eu a matei... eu disse ao lorde das trevas... – Snape falava como se estivesse muito machucado – eu fiz o lorde das trevas caça-los e mata-los... EU! Eu sempre irei me culpar pelo que eu fiz...

— Então me diz o que eu estou fazendo aqui – Jogou as mãos mostrando a casa – eu sou só um troféu pra você... não, melhor a mãe do seu filho que você acha que tem a obrigação de ficar casado? Não, eu não aceito dividir você com mulher morta. – Hermione riu em meio as lagrimas ao ver a ironia – veja só estou competindo e perdendo para uma mulher morta. Meu Merlin. Fique com ela já que é ela que você realmente a ama. – Hermione se dirigiu a porta, mas severo a impediu puxando-a para perto.

— Você nunca perderia para Lilian, Hermione, eu amo você mais do que eu amei qualquer outra pessoa, mais que a mim mesmo. O amor que sinto pela Lilian é diferente do que eu sinto por você. Hermione, meu bem, ninguém no mundo deseja uma mulher como eu desejo você, você me faz sentir vivo a cada toque a cada caricia. E não desejo ter isso com mais ninguém, nem mesmo com Lilian.

— Você estava olhando as fotos dela com tanta devoção...

—É um amor diferente. Eu sou seu somente seu. Eu amo você. É só você que eu quero.

— Você me ama, Severo? – Era a primeira vez que ele dizia isso.

— Amo – disse olhando no fundo de seus olhos e acariciando o seu rosto manchado de lagrimas e enxugando outra lagrima que insistia em rolar pelo rosto – Lilian é uma parte do meu passado, mas vocês e o Benjamim são o meu mundo, meu presente. Hermione você me deu mais do que eu merecia. Eu passo os dias contando as horas para estar de novo em seus braços e quando estou com você rezo para que o tempo pare. – Se olharam por um longo tempo até que Hermione o beijou. Um beijo a princípio tímido, mas logo se tornou exigente, apaixonado e só se separaram quando estavam sem folego e com o desejo estampando no olhar.

— Não suportaria dividi-lo, eu o amo tanto severo – disse Hermione abraçando-o.

Severo enfiou o rosto na curva do pescoço sentindo aquele de cheiro de rosas que o deixava louco. Começou a despi-la e beijar aquele corpo perfeito, cada centímetro, cada curva. Logo os dois estavam abraçados na cama, um aquecendo o outro vendo a chuva cair.