Momentos escrita por tsukuiyomi


Capítulo 5
Alexander, o Ansioso.


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal! Sei que demorei bastante, não estava nos meus planos ficar esse tempo todo sem postar; na verdade, já era para a história estar finalizada há tempos. Entretanto, tive alguns problemas com a criatividade e com o andar do capítulo, mesmo que eu soubesse o que queria nele, ficou difícil escrever sobre.
Fora que eu estou numa fase foda da vida, em que 40% eu fico pesquisando sobre um assuntos, 40% surtando e nos 20% que sobram eu sigo a rotina. Pois é, meus amigos, eu descobri uma coisa chamada k-pop e foi difícil finalizar isso pouco tempo depois do lançamento do MV de Agust D e eu estou como? Ainda passando mal. Me amem por estar aqui postando e não surtando no Twitter.
Boa leitura!



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Ninguém esperava que Magnus fosse escolher uma cerimônia tão simples.

O próprio Alec podia ser considerado a personificação da surpresa, porque sabia que não namorava a pessoa mais discreta do mundo e tinha esperado um evento pomposo e, sinceramente, desconfortável para ele. Porém Magnus foi muito compreensivo, equilibrando os gostos do casal para que nenhum dos dois ficasse insatisfeito. E isso fez Alec extremamente feliz. O Lightwood era incapaz de conter sorrisos, mesmo sendo uma pessoa mais reservada, ao observar o local em que se casariam.

A decoração era bonita e simples, montada em tons de dourado e vermelho¹. Alec e Magnus não eram muito convencionais, então o branco era uma cor pouco cogitada. As mesas tinham toalhas de um dourado claro, acompanhadas de um jarro transparente com delicadas rosas vermelhas. Os talheres eram de prata e brilhavam sob a boa iluminação do ambiente. Magnus queria festejar ao ar livre, mas Alec alertou-o que naquela época do ano chovia muito, e Magnus foi sensato o suficiente para alugar um salão.

— Advinha quem deu a ideia das toalhas douradas? Sim, fui eu! — Izzy exclamou, colocando as mãos na cintura e parecendo apreciar a visão ao seu redor. A irmã de Alec usava um vestido cor de lavanda que se estendia até seus pés, deixando apenas um vislumbre de sandálias de salto pretas à vista.

— Se eu pudesse ver Magnus, eu iria ver se o que você diz é verdade. ­— Cutucou Alec, fuzilando Isabelle com os olhos para demonstrar sua irritação.

Eles não conseguiram fazer Isabelle desistir da ideia de que eles não podiam ver um ao outro naquele dia até a hora da festa. E festa porque, tecnicamente, Alec e Magnus já haviam se casado. Como a união foi feita no civil, apenas cuidaram disso uma semana atrás e naquele fim de semana dariam uma espécie de festa para comemorar, com um Jace como “celebrante” dizendo algumas palavras sobre os recém-casados.

Na verdade, Alec nem queria que alguém dissesse alguma coisa, mas acabou sendo convencido pelos amigos de que era importante. É claro que Alec não aprovava deixar seu irmão de criação dizer coisas sobre ele em um dos dias mais importantes de sua vida, porque sabe-se lá que tipo de coisa Jace poderia dizer para constrangê-los. Mesmo que tivesse feito o Herondale jurar que diria apenas coisas apropriadas para menores de idade, Alec continuava inseguro. Magnus estava esperançoso que Jace fizesse alguma gracinha e já dissera isso a Alec sem o menor constrangimento, mas para se defender explicara que as pessoas tinham que ter alguma lembrança engraçada do casamento deles, para que nunca esquecessem aquele dia. E Alec não podia brigar com Magnus por causa disso.  

Eles estavam planejando se casar já há algum tempo, desde que Magnus fizera o pedido. Estavam estáveis financeiramente e no auge do companheirismo, então era o momento perfeito para que concretizassem a união. Não foi tão complicado quanto Alec imaginou organizar tudo, e embora não contasse para qualquer um, ele estava animado. Nunca fora a pessoa mais sentimentalista do mundo, mas casar-se com Magnus tinha um significado, e um significado muito grande.

Ele dormiu na casa da irmã, passara o dia ansioso e quando à noite chegou, arrumou-se na sob a supervisão de Isabelle e eles finalmente foram para o local das festas. Tinham acabado de chegar e o lugar não estava muito cheio. Convidaram poucas pessoas, e elas acomodavam-se pelas mesas entretidas em conversas animadas.

— É melhor a gente ir ficar perto do pessoal. ­— Chamou Isabelle, indicando com um aceno de cabeça o local onde Clary, Jace, Aline e Simon estavam conversando, os três de pé.

Havia uma mesa por perto, mais próxima ao altar, e lá estavam os familiares deles, ou pelo menos a parte que Alec considerava. A família de Magnus era composta por Catarina e Ragnor, mas apenas Ragnor estava lá, conversando com os pais de Alec. O restante dos Lightwood não aceitou muito bem a união e por isso não compareceria à cerimônia, mas Alec realmente não se importava mais. Os Penhallow, que eram parentes de Alec por conta de Maryse, estavam lá e aquilo era o suficiente para Alec.

Eles caminharam em direção à mesa e foram recebidos com sorrisos animados. Jace deu um tapa particularmente forte nas costas de Alec, e recebeu um ainda mais violento em retorno.

— Você não vai ganhar uma cerimônia bonita se irritar o padre. — Ameaçou Jace.

Antes que Alec pudesse dizer que de padre Jace não tinha nada, Clary interferiu:

— E o Magnus? Já deveríamos estar começando, marcaram a festa já bem tarde. ­

Era verdade. No convite estava escrito para todos estarem lá às 20h00, e como as coisas nunca saíam exatamente na hora planejada, já haviam se passado vinte minutos. Alec suspirou, um pouco preocupado, mas não deixou o nervosismo transparecer. Sabia que a possibilidade de ser “deixado no altar” era de 1%, entretanto Magnus era tão imprevisível que ele não sabia dizer se no momento o marido estava a caminho dali ou escolhendo qual terno vestir.

Alec pôde ouvir Ragnor rindo discretamente da mesa, e ele apenas balançou a cabeça, sorrindo, quando Alec lançou-lhe um olhar indagador.

— Não se preocupem, Magnus vai chegar antes que o dia termine.

Aquela não era uma perspectiva muito animadora.

Nos próximos minutos os amigos foram tentando fazer com que Alec relaxasse, e ele acabou esquecendo-se de onde estava. Vez ou outra algum convidado vinha falar com ele para desejar os parabéns, e foi no meio dessa confraternização que Alec foi agarrado pelo braço violentamente.

Antes que pudesse reagir, Catarina pediu desculpas apressadas à mulher com quem conversava antes de puxar Alec para trás. Alec sorriu assim que se virou e a viu completamente. Catarina estava linda, usando um vestido azul claro e justo no busto, com os cabelos platinados presos em uma trança lateral e as pálpebras adornadas de uma maquiagem em tons suaves de marrom. No entanto, seu visual quase angelical era perturbado pela respiração ofegante e pelo olhar quase desesperado.

— Alec, você tem que ir pra entrada agora! Magnus está te esperando lá para vocês entrarem.

Alec foi girado e empurrado em direção à saída, e sentiu-se subitamente tonto. Os convidados começaram a murmurar entre si conforme ele passava, anunciando que em breve ele e Magnus entrariam. Catarina tinha sumido da mesma maneira que apareceu, tão subitamente que Alec não pôde acompanhar. Ele abriu a porta de saída e fechou-a com um baque surdo.

Ele mal precisou dar dois passos até ser novamente segurado pelo braço, mas dessa vez o toque era gentil. Magnus estava encostado na parede do salão e sorria para Alec de uma maneira tão resplandecente que ele ficou sem fôlego.

— Desculpe a demora! — Exclamou Magnus. Não deu explicações para o que tinha atrasado ele e Catarina, mas Alec teria tempo para saber depois e preferiu apenas assentir, dando um sorriso mínimo em resposta.

A mão de Magnus deslizou do antebraço de Alec para segurar sua mão. Ele puxou Alec em sua direção de uma maneira impaciente, e Alec teria rido de toda aquela ansiedade se não tivesse sido distraído por um beijo quente e apressado. Quando se separaram, Alec ficou perdido entre risos e ofegos, enquanto tentava normalizar a respiração.

— Você está lindo. — Comentou Alec rapidamente, o rosto avermelhando-se em seguida ao dar-se conta de que as palavras saíram de sua boca quase automaticamente.

Ele fora sincero. Magnus usava um terno preto mais discreto do que Alec esperava, ainda que o tecido parecesse brilhar de alguma maneira, e era arrematado por uma gravata vermelha de cetim. Os cabelos estavam estilosamente penteados para trás e ele usava pequenos brincos de um metal escuro que Alec não soube identificar. Os olhos estavam contornados por lápis e ele sabia que Magnus tinha passado rímel. Tanto tempo convivendo com Magnus, ele não se surpreendia por ser capaz de notar cada diferença, inclusive o brilho leve de purpurina vermelha que estava no cabelo dele.

Magnus inclinou o pescoço para o lado e lançou um pequeno sorriso a Alec, demonstrando que apreciava o elogio enquanto transmitia um brilho divertido pelo olhar.

— Você também. — Confessou Magnus, ajeitando a gravata azul marinho de seda que Alec usava. O Lightwood tinha optado por um terno parecido com o de Magnus, só que sem o brilho. Isabelle até tentou, armada de ameaças e argumentos, mas não conseguiu convencê-lo a passar maquiagem.

Magnus contou a Alec que estavam apenas esperando que a música começasse a tocar, e eles esperaram esse tempo abraçados um ao outro. Magnus sabia que Alec não fazia questão de dar uma festa, no entanto ele não objetara em momento algum por saber que aquilo era algo que faria Magnus feliz. Assim, o Bane providenciou tudo para que aquele dia fosse agradável aos dois.

Alec começava a se sentir ansioso quando uma daquelas músicas que Magnus gostava começou a tocar; Alec não conhecia a música, mas não era nada muito dançante, então ele gostou. Magnus transparecia suavidade, elegantemente parado ao lado de Alec com os braços entrelaçados um ao outro. No entanto, Alec o conhecia bem o suficiente para saber que ele também estava ansioso; ele tamborilava os dedos da mão esquerda na perna.

Eles tinham decidido que nenhum dos dois iria de encontro ao outro no altar: optaram por entrarem juntos. Magnus fez um sinal para Alec e eles começaram a caminhar depois de empurrarem a porta. Talvez Magnus tivesse um lado clichê que Alec desconhecia até então, porque havia um tapete vermelho esticado no chão, pelo qual eles deviam seguir para ir até o altar improvisado onde Jace estava.

Não foi tão ruim quanto Alec esperava. Ele não gostava de aparecer em público e muito menos de ser o centro das atenções, mas todos ali eram pessoas das quais gostava e Alec se sentia confortável caminhando entre elas, que bateram palmas assim que eles entraram e ofereciam sorrisos conforme iam passando pelas mesas. Eles chegaram até Jace rapidamente, porque nenhum dos dois queria seguir aquele ritmo moroso típico de casamentos. Magnus parecia perfeitamente confortável lá de cima, acenando para todos e fazendo gracinhas na direção de Ragnor e Catarina. Alec não pôde evitar revirar os olhos, e tal coisa fez com que Magnus lhe desse um leve empurrão, o que rendeu risos dos convidados.

Jace começou a falar. O bom-humor dele pareceu envolver a todos enquanto ele dizia coisas não tão sentimentais assim sobre Alec e Magnus, como quando eles se conheceram e detalhes particularmente vergonhosos do primeiro encontro que Alec desejou não ter contado. Não demorou muito, porque todo mundo ali sabia que não seria uma “cerimônia” convencional, conforme Alec e Magnus tinham avisado no convite. Foi bonito, e quando o discurso acabou Magnus elogiou o desempenho de Jace com uma voz falsa de deboche.

Eles desceram e, por mais que Alec não estivesse tão incomodado como pensou por estar lá em cima, ouvindo coisas do irmão, ficou feliz ao sair do foco de tantas pessoas. Os convidados se distraíram com a comida que os garçons serviam e Alec sabia que o pior da noite — o receio do que Jace iria falar — tinha terminado e agora podia relaxar completamente.

A noite passou como um borrão. Magnus estava se divertindo muito conversando com todo mundo e Alec não estava muito diferente. De todas as maneiras que ele pensou que a noite terminaria, sem dúvidas muito tarde não foi uma delas. As pessoas pareceram esquecer-se do tempo ali e quando o salão começou a esvaziar já era quase meia-noite.

No fim de tudo, Alec estava sentado em uma cadeira sem compromisso algum, com os braços apoiados na mesa atrás de si e o nó da gravata parcialmente desfeito enquanto Magnus despedia-se do resto das pessoas para que pudessem fechar o salão.

— Aproveitem muito a viagem! — O grito de Jace foi escutado por Alec, mesmo que ele estivesse do lado de fora. As risadas que se seguiram só confirmaram a Alec o teor altamente malicioso das palavras do irmão. Ele balançou a cabeça, não sabendo se ficava irritado ou constrangido.

— O quê você acha que ele quis dizer com isso? — Perguntou Magnus, aparecendo novamente pela porta e apoiando-se no batente.

A expressão no rosto de Magnus indicava que ele não precisava a resposta. O seu sorriso tinha mil e uma intenções. Percebendo o olhar de aviso de Alec, o sorriso apenas se alargou ainda mais. Alec foi até a porta, sendo incapaz de conter uma pequena risada e um leve balançar de cabeça, saindo e esperando que Magnus a trancasse. 

O vôo deles sairia de manhã cedo, e mesmo que tivesse tido uma noite consideravelmente agitada, Alec ainda se sentia alerta, a euforia da festa ainda correndo por suas veias e impedindo que se sentisse cansado. Ele e Magnus passaram o caminho inteiro conversando sobre amenidades e suspiraram em conjunto, aliviados, quando finalmente entraram no apartamento que lhes pertencia. 

A primeira atitude de Alec foi acender as luzes e encostar-se na porta, absorvendo tudo o que acontecera naquele dia e tendo a certeza de que ele e Magnus se lembrariam dele para sempre. Magnus chamou Alec com um leve murmúrio, tão suave que Alec quase não ouviu. Quando o Lightwood o encarou, os olhos de Magnus estavam mais brilhantes do que jamais haviam estado, a cor incomum ressaltada pela iluminação da sala. A mistura de cores dava a Alec a impressão de formarem dourado, e era tão bonito de se olhar que ele acabou se aproximando mais para ver melhor.

— Hm, Alexander, neste momento, qual é a sua necessidade de dormir? — perguntou Magnus, quando assistiu Alec retirar a gravata azul em um movimento descompromissado com olhos atentos. Agora eles estavam perto; Alec sorriu e fingiu pensar um pouco. Preferiu não responder verbalmente, aproximando-se ainda mais. — Porque, sabe, eu não estou nem um pouco cansado.  


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Notas finais do capítulo

¹- Ok, eu queria um pouquinho de dourado mesmo em UA. Pelo menos sem branco, né?

Não é um assunto que eu curto muito escrever e tal, e esse capítulo ficou meloso demais em minha opinião UAHUSHSA Mas era algo assim mesmo que eu queria. Acho que o modo que eu escrevi esse está um pouco mais apagado do que os outros. E foi lento. Eu não falei muita coisa e passou das duas mil palavras. Foi mal UAUHSUHA Porém, eu já o reescrevi várias e várias vezes e esse foi o melhor. Digam o que gostaram e não gostaram nele, ok? Me ajuda bastante! Erros de português também! ^^
Fico escrevendo finais de capítulo assim, mas não continuo, eu sou uma pessoa má. Desculpem. É que eu adoro finais assim aushsuha
A história está no final! Era pra ser só mais um capítulo, mas eu não coloquei o pedido de casamento nesse aqui então talvez — talvez! — tenhamos mais dois.
Beijos e até o próximo!