Momentos escrita por tsukuiyomi


Capítulo 3
Alexander, o Distraído.


Notas iniciais do capítulo

Oi! :)
Juro que queria ter postado mais cedo. Não planejei ficar atualizando a fanfic só de 15 em 15 dias, queria postar pelo menos uma vez na semana. Mas não deu, desculpem.

PRINCESS!!! Muito, muito obrigada pela recomendação maravilhosa que você escreveu para a fic! Eu amei cada palavra, e quando vi mal acreditei. Obrigada por fazer uma autora muito, muito feliz e realizada ♥ Beijos, esse capítulo é para você! Foi absolutamente incrível :3

Agradeço à EstherMay, Snow Queen, Mrs Halloween e FaFa pelos favoritos ♥ ! Às lindas cristiny, Ravena Krane, Sarah, Leticiabsilva, LilaCalado e FaFa, meus sinceros "ADOREI, TÔ SURTANDO" pelos comentários xD Eu tô super feliz com o retorno que estou recebendo com essa fanfic.

Boa leitura.



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A cor vívida da camisa que Magnus usava era a mais atual distração de Alec. Sua mente vagava por possibilidades assombrosas do que poderia acontecer hoje, de como tudo correria e se estaria vivo no dia seguinte.

Estava namorando Magnus há sete meses, que passaram rápido demais. Alec lembrava-se do dia em que se conheceram como se fosse ontem. De como começaram a namorar e de como, dois meses atrás, viera morar no mesmo apartamento que ele. Alec não se arrependia de nada, foram os meses mais preciosos de sua vida, os meses de autoconhecimento, de companheirismo e de descobertas fantásticas que envolviam principalmente — por mais clichê que fosse — amor.

E ele amava Magnus. Amava acordar ao lado dele todas as manhãs, discutir o que fariam nos fins de semana, conversar sobre coisas banais e poder beijá-lo a qualquer momento. E era por isso que não se arrependia. Não se arrependia de ter, há dois meses, revelado seu relacionamento para os pais.

— Parece que o dia está correndo mais lento. — Comentou, apoiando o rosto nas mãos enquanto olhava para Magnus, que lia um livro velho.

— Isso é porque você está preocupado. — Retrucou o outro, abandonando o livro na mesinha ao lado do sofá e se aproximando de Alec.

Magnus envolveu-o em um abraço, pegando-o de surpresa. É claro que Magnus não tinha o menor constrangimento de tocá-lo de qualquer forma que fosse, mas ainda se surpreendia por ser algo realmente novo para ele, mesmo após sete meses. Alec dobrou uma das pernas sobre o sofá e virou-se para receber melhor o carinho, apoiando o queixo no pescoço do outro. Respirou ali, calmo, e depositou um leve beijo. Ele sabia que Magnus estava sorrindo sem nem mesmo olhar para seu rosto.  

Se Alec estava preocupado? Muito! Seus pais não reagiram muito bem ao descobrir que era gay, a mãe continuara falando com ele, mas parecia ignorar o fato. E o pai... O pai o ignorava. Alec. Totalmente.

E agora, depois de dois meses, Isabelle tinha convencido Maryse de que tinha que pelo menos tentar aceitar o irmão, já que Robert não parecia interessado. Izzy tinha organizado um jantar para hoje e prometera a Alec que fizera a mãe jurar de pé junto que seria educada com Magnus e que tentaria conversar com Alec como sempre fizera. Dissera também que tivera uma conversa com Maryse e a mãe já estava aceitando melhor a situação, só continuava insegura por não conhecer Magnus. E Izzy, em seu jeito Izzy de ser, achou que o melhor jeito de resolver isso era com um jantar em família e socialização.

Já eram 18h09min. Alec acordara com os pensamentos a mil e passara todo o sábado remoendo seus temores, mesmo após ligações tranquilizadoras da irmã e até uma de Jace. Estava esperando mais dez minutos passarem, para que pudesse finalmente ir se arrumar e acabar logo com aquilo. O jantar seria às 20h00, então sairiam de casa uma hora mais cedo para pegarem metrô, já que Magnus não possuía carro e o que Alec ganhara aos dezessete, preferira deixar na casa dos pais ao ir morar com Magnus por não se sentir mais confortável dirigindo-o.

— Só quero que tudo acabe rápido. — Alec afirmou, afastando-se do abraço de Magnus com gentileza. — Vou tomar banho.

O olhar que Alec captou no rosto de Magnus antes de ir para o corredor mostrou que o namorado estava tão preocupado quanto ele, mesmo que tentasse não demonstrar. E era verdade. Magnus geralmente não se importava com o que pensavam sobre ele, mas se sentia nervoso por conhecer os pais de Alec. Sabia que seria muito difícil para ele, e isso contribuía para que quisesse causar uma boa impressão. Se já era horrível pensar nos pais de Alec discriminando-o por ser gay, seria ainda mais doloroso — para os dois — que, além de desaprovarem Magnus por ser homem, o desaprovassem como pessoa.

Bane saiu do sofá e foi em direção ao quarto, ouvindo o barulho do chuveiro. Já tinha tomado banho, então escolheu algo para vestir. Preferiu vestir algo sóbrio, já que sabia que os pais de Alec eram enjoados para tudo e odiavam o modo como Isabelle se vestia. A blusa grossa de lã que vestia era preta, assim como a calça. Quando Alec saiu do banheiro vestindo algo extremamente parecido, ele pensou que os dois pareciam um casal de luto prestes a enfrentar o pior momento de suas vidas.

Bom, era algo do tipo.

— Parece que vamos a um funeral. — Comentou Magnus, se aproximando de Alec e afastando o cabelo molhado de seus olhos. Em seguida sorriu. — Apropriado.

 Alec não pôde deixar de sorrir junto. Era tão estranho que Magnus conseguisse fazê-lo sorrir até nos piores momentos. Mas não estava reclamando, já que sua vida nunca correra tão leve e prazerosa quanto nos últimos meses. Beijaram-se suavemente, deixando o nervosismo desaparecer naquele momento. Quando se afastaram, Magnus conferiu a hora no celular.

— Hm, ainda está um pouco cedo, mas o que acha de irmos de uma vez?

Alec assentiu e buscou um casaco no armário, depois saíram do apartamento para as ruas movimentadas de Nova York. O dia estava frio, e o ar que saía da boca deles formava nuvens de vapor em suas frentes. O barulho de carros passando distraía Alec de qualquer problema. As mãos enluvadas dos namorados estavam entrelaçadas enquanto caminhavam devagar falando sobre coisas aleatórias para depois ficarem em um silêncio confortável por alguns minutos.

— Sabia que Isabelle está namorando aquele tal de Simon?

A pergunta pareceu despertar Magnus de seus pensamentos e ele olhou para Alec aparentando surpresa.

— Sério? Achei que ela só estivesse enrolando ele. — Revirou os olhos para o céu escuro e sem estrelas.

— Bom, parece que não! — Alec comentou melancólico e ouviu o outro rir. ­

Voltaram a ficar em silêncio até chegarem à estação de metrô. Tiveram que esperar um pouco, mas logo estavam embarcando e descendo na estação correta. A casa dos pais de Alec ficava por perto, então não demoraram a estarem em frente à porta e o de olhos azuis parecer extremamente pálido e sem reação. A mansão dos Lightwood era composta por tons sombrios, pedra fria parecia predominante por todos os lados, e encará-la podia ser opressor.

— Estou tentando me lembrar no que eu estava pensando quando aceitei vir aqui! — A voz de Alec parecia sobretudo reflexiva, mas Magnus o conhecia bem demais e podia detectar a apreensão.

— Esperança, talvez.

Magnus sorriu para ele, tentando parecer tranquilizador. Mas Alec também conhecia Magnus muito bem e era perceptível que também estava se questionando a mesma coisa. Eles se olharam por alguns momentos, decidindo se apertariam a campainha ou se iriam embora, até que um barulho de janela batendo chamou a atenção deles. Jace tinha aberto uma janela no andar de cima — onde seu quarto ficava, Alec sabia — e falava alguma coisa no celular. Olhou para baixo, sorrindo e acenando e virou-se para falar com alguém.

Sob os olhares atentos de Jace, Alec e Magnus não tiveram escolha a não ser esperar Isabelle aparecer na porta para recebê-los. Olharam-se desolados enquanto a irmã de Alec vinha cumprimentá-los, sorridente.

— Não tinha certeza se vocês viriam. — Confessou, envolvendo o irmão em um abraço apertado. Alec se permitiu retribuir e se sentiu seguro naquele momento. Izzy tinha aquele efeito nas pessoas. Ela se afastou e deu um beijo em sua bochecha antes de fazer o mesmo com Magnus. Ele ficou comicamente surpreso.

Isabelle, perceptiva como sempre, notou quando Alec hesitou na soleira da porta.

— Papai ainda não chegou, está na empresa.

Aquele foi o incentivo necessário para que Alec entrasse na casa. Se Magnus achou estranho uma pessoa trabalhando até tarde em um sábado não comentou nada. Alec foi invadido por uma súbita sensação de nostalgia ao voltar a pisar naquele lugar, mesmo que só fizesse dois meses que estivera ali sentia uma saudade irracional. Estava adorando morar com Magnus, era uma experiência embriagante e totalmente nova, mas ele passara a vida toda naquela mansão e tinha apenas dezenove anos, é claro que sentia um pouco de falta do antigo.

Alec deixou o casaco sobre o sofá e Magnus fez o mesmo, olhando ao redor admirado com a decoração. O namorado sabia que ele gostava dessas coisas, e por um momento se permitiu observar o opulento interior da casa dos Lightwood. Parecia tudo tão diferente. A sala estava sombria porque a pesada cortina verde escura estava fechada, mas logo foi aberta por Isabelle enquanto Jace descia as escadas.

— E aí!? — Rindo, Jace apertou a mão de Alec, lhe puxando para que colidissem os ombros. Alec riu também, Jace sempre fazia aquilo, embora os dois ficassem cambaleantes por alguns segundos em todas às vezes. O loiro apertou a mão de Magnus ao se afastar.

Eles conversaram por alguns minutos, sentados no sofá e nas poltronas da sala, trocando histórias e rindo ocasionalmente. Alec estava bem mais tranquilo, até sua mãe descer as escadas, o barulho dos saltos fazendo eco na sala subitamente silenciosa. Maryse usava um vestido preto sem muitos detalhes e o cabelo estava solto, o que era pouco usual. Por um momento Alec se permitiu admirá-la como um filho orgulhoso. Maryse era bonita, e quando sua expressão estava relaxada, ela se parecia bastante com Isabelle. Relaxada. Maryse parecia confortável ao andar em direção a eles e fazer Alec se levantar para lhe abraçar.

Não importava quantos anos tivesse, o quão maduro fosse, ele se sentiu muito melhor naquele momento. Ficou satisfeito por ter o rosto escondido nos cabelos da mãe, porque sentiu os olhos — traidores — lacrimejarem. Desde que contara a verdade sobre si meses atrás, não vira muito a mãe. Só alguns minutos, só algumas palavras. Uma ligação. Ele teve incertezas e preferiu dar um tempo a ela. Bom, era querer muito que esse tempo fosse encerrado e que ela entendesse? Parecia que isso tinha acontecido. E Alec estava absurdamente feliz.

— Senti sua falta. — Disse ela, afastando-se dele e passando a mão pelos cabelos bagunçados do filho.

— Eu também. — Murmurou Alec, olhando em volta e sendo praticamente cegado pelo sorriso ofuscante de Isabelle. Ela parecia praticamente quicar no sofá, e até Jace parecia animado, disfarçando um sorrisinho ao digitar algo no celular. O filho mais velho observou, curioso, a mãe apertar a mão de Magnus e acenar com a cabeça educadamente. Sem sorrisos, mas Maryse era uma mulher séria e mal o conhecia. Alec ficou satisfeito.

Alec estava se divertindo bastante ao ver Magnus respondendo as perguntas que lhe eram dirigidas, como se nunca tivesse passado por uma coisa daquelas. Talvez fosse verdade, Alec sabia que Magnus nunca tinha tido um relacionamento tão sério assim com alguém antes. A campainha tocou e Jace foi atender, voltando minutos depois com os braços em volta de Clary. Ela usava um sobretudo azul escuro, o que ressaltava seu cabelo ruivo, e sorriu para todos eles como cumprimento.

O jantar correu tranquilo, a conversa fluía entre eles como sempre fluiu, a comida estava fantástica, como tudo que Maryse cozinhava. De repente eles estavam falando sobre planos para o futuro, sobre o trabalho de Magnus, sobre a faculdade de Alec e sobre o último ano de Clary, Jace e Izzy. Alec terminara antes por ser um ano mais velho, e estava para começar o terceiro semestre da faculdade de Direito.

— Quero começar Direito ainda esse ano, acho que vou me matricular essa semana. — Comentou Isabelle enquanto dava uma colherada desinteressada em sua torta de chocolate. A família a encarou, todos expressando surpresa.

— Direito também? Não pensei que quisesse seguir a família. — Maryse inclinou a cabeça para o lado, olhando para Izzy como se não a conhecesse. A garota ficou vermelha antes de responder.

— É... Na verdade eu não fazia ideia do que fazer. ­— Confessou, dando de ombros. — Mas acho que é melhor ir rápido com isso, e já que tenho pessoas na família para me ajudar com instruções...

Alec riu, o que chamou a atenção de todos para ele. Sabia muito bem a que a irmã se referia.

— Não vou te emprestar os meus trabalhos, Izzy!

Izzy arregalou os olhos, fingindo descrença, mas logo depois começou a rir e acertou o guardanapo de pano na nuca do irmão. 

— Idiota! Não foi o que eu quis dizer.

Ninguém acreditava realmente naquilo, o que desencadeou uma onda de risos na mesa.

***

Se Alec tinha sentido qualquer decepção ou dor, não conseguia mais lembrar. Enquanto os lábios de Magnus passeavam pelo seu pescoço, ele não conseguia lembrar, não conseguia ficar chateado. Não pôde evitar um sorrisinho satisfeito, feliz consigo mesmo por estar tão leve, e Magnus se afastou dele para sorrir de volta. Ficaram se encarando por vários segundos, as respirações se misturando uma na outra, com as mãos de Alec circundando a cintura de Magnus.

— Você é incrível. — Magnus sussurrou, olhando diretamente em seus olhos. Sorriu ainda mais ao notar o rubor que subia pelas bochechas de Alec. Os olhos azuis brilhavam.

Alec deslizou os dedos pela face do outro, escorrendo-os pela pele macia e parando sobre os lábios dele, como se para impedí-lo de falar. Magnus, que não tinha nada de casto e era absolutamente travesso, mordeu o dedo indicador de Alec.

— Você é incrível. — Repetiu Magnus, sorrindo malicioso enquanto puxava Alec para um beijo.

Em alguma parte de sua mente, Alec estava pensando no pai finalmente chegando à mansão, quando todos já tinham acabado de comer tempos atrás, olhando rapidamente em direção a todos e cumprimentando Clary com um aceno de cabeça. Logo depois, observando Alec e Magnus com a face impassível, subiu as escadas rapidamente. Sem falar com nenhum dos dois.

Em alguma parte de sua mente, Alec pensava nisso, na decepção que subiu por sua garganta e fez com que quisesse chegar em casa logo, se despedindo de todos e arrastando Magnus até o metrô.

Mas a maior parte de sua consciência estava focada em Magnus, em seus beijos e em seu esforço para fazer com que ele esquecesse qualquer coisa ruim, para distraí-lo dos problemas. Apagando os últimos momentos da noite. Alec sabia que amanhã Magnus diria para que pensasse em sua mãe, e na maneira como ela finalmente parecia ter aceitado. Porém, agora, Magnus sabia do que Alec precisava. Ele só precisava ser lembrado do por que, do motivo de tudo. Ele só precisava de Magnus.


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Notas finais do capítulo

Erros? Avisem, por favor!

Lembrem-se que se quiserem falar comigo, estou sempre no Twitter: @MorangoLunar


Tive vontade de escrever sobre a aceitação da família do Alec sobre Magnus. Algo simples, mas que mostrasse realidade. Não sei se consegui. Desculpem por fazer um Robert pior do que nos livros com relação a isso e pelo capítulo meio pequeno. Tentei fazer maior, falando sobre os sentimentos do Alec, mas não consegui. Sobre descrição do lemon: talvez outro dia AHAH MALS!

Até o próximo! Beijinhos ♥ .