No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 7
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7

— Natalia aos 17 -

— Natalia! - rolou os olhos ao ouvir Niklaus gritar no andar de baixo.

— Você praticamente se teletransporta, o que custa bater na porta do meu quarto e me chamar? - ela desceu correndo e jogou a mochila em cima dele que a segurou bem a tempo - o Kol pelo menos fazia isso. - resmungou passando por ele que a seguiu.

— O Kol fazia muita coisa para te mimar, o Kol não é seu pai! - ele gritou como não deixava de fazer todos os dias e ela se encolheu conhecendo a personalidade nada confiável de Niklaus.

— Quando ele volta? - o perguntou entrando no carro e ele fez o mesmo dando de ombros - Niklaus quando ele volta?

— Você me questiona todo dia e eu digo que não sei, daqui dois meses, dois anos, duas décadas, dois séculos. Ele vai vir quando quiser. - acelerou o carro mantendo os olhos fixos na estrada. - Ou quando eu deixar. - sussurou.

— Nossa, mas depois que você passou a me criar sem babás sobrenaturais passou a ficar bem nervosinho hein? Eu vi uma propaganda de um calmante que eles dizem ser... - ela foi se calando quando ele lhe deu um olhar assassino - Talvez devesse comprar pra mim. - terminou vendo- o relaxar considerávelmente.

— Ser pai solteiro é difícil. - ela rolou os olhos e colocou os fones de ouvido cansada de ouvir esse discurso diário - Você não sabe como é cuidar de uma criança desde que ela nasce, e só piora com o tempo, antes era só choro e agora eu tenho que... Natalia. - resmungou ao ouvir a música ecoar pelo carro - Natalia! - gritou e como foi ignorado pegou o aparelho de celular e arrancou os fones dela os atirando pela janela.

— Klaus você enlouqueceu? Eu trabalhei duro pra comprar aquele celular! - reclamou.

— Fui eu quem o dei!

— Depois de eu ter limpado todo o jardim. - ele se virou para ela com o olhar sombrio e ela se encolheu mais ainda no banco decidindo ficar em silêncio antes que ele perdesse a paciência.

— Como eu estava dizendo antes, eu vim cuidando de você durante todos esses últimos anos sem a ajuda de Marcel e Valerine, Kol só te ensinou coisas erradas. - ela riu de maneira debochada.

— Tipo não te contrariar? Não me meter mais ainda no mundo sobrenatural... ah, espere... nada de bruxas e vampiros! Kol só me ensina coisas erradas. - ironizou e logo gritou - Vai ver por isso eu nunca tive um amigo e um namorado! - Klaus freou e ela correu para fora do carro quase sendo atropelada no processo, o loiro rolou os olhos engolindo e ódio e impedindo que milhares de adolescentes vissem um show particular.

— Óbvio que foi Kol que a ensinou a me contrariar e fugir.- desceu do carro o deixando estacionado no meio da rua sem se importar em atrapalhar os outros veículos ou ter o próprio guinchado.

— Quando vai me transformar em uma vampira? - ela o questionou tentando mudar de assunto.

— Quando eu quiser, já disse que não iremos mais discutir sobre isso Natalia, você ainda não está na idade certa para isso.

— Mas Klaus... eu já tenho 17 anos.

— Quer ficar com cara de criança pela eternidade ou vai esperar ficar com a aparência de que é minha irmã e não minha filha?

— Ninguém nunca acreditou que você era meu pai. - ele se engasgou com uma risada.

— Quer que eu faça com que acreditem que é filha de Elijah? São parecidos, até mesmo em conseguir me irritar querida.

— Eu não acho que o tio Elijah parece ter filhos da minha idade. Olha como é elegante. - ela retirou a foto de dentro de um caderno e ele suspirou arrancando as fotos da mãos dela.

— Onde conseguiu isso? Mexeu nas minhas coisas? - questionou irritado.

— Você disse que o que é seu é meu e do Marcel, e é, mas o que é nosso não é seu. Deixo claro desde agora.

— Qual o motivo para não ser? - perguntou sorrindo.

— Para quê você iria querer ter regatas e lingeries? - Klaus ficou sério e deu a volta e foi para o carro.

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— Melhor não. - deu um sorriso amarelo para o garoto sabendo que se Niklaus os visse ele o mataria - Não quero sair e estou esperando alguém. - foi evasiva fugindo do nada e encantador rapaz.

— O que foi Natalia? É só uma volta. - Derick insistiu e ela negou com a cabeça se afastando dele e torcendo o pulso do garoto com agressividade quando ele tentou encostar nela.

— Eu já disse que não. - falou firme com o semblante frio retirando toda a coragem do garoto que logo a recuperou.

— Não foi um pedido. - quando Derick avançou contra ela foi acertando por um chute na panturrilha e teve a cabeça violentamente empurrada contra um carro que teve a janela quebrada quando seu corpo a atravessou.

— Valerine não se bate em adolescentes dessa maneira. - Niklaus apareceu dando um sorriso para o garoto que resmungava de dor.

— Ele deu em cima da sua filha. - a morena resmungou saindo do lado de Natalia e saltando para cima do carro ficando agachada sobre o teto.

— Ela ia matar ele não é querida? Pelo menos eu acredito que foi o que Valerine e eu te ensinamos nesses últimos anos.

— Valerine sempre me ensinou que eu deveria os beijar. - os olhos verdes de Klaus dispararam na direção da morena que desviou os olhos fingindo que nada havia acontecido - Assim como ela e o ...

— Cala a boca. - arremessou uma bota na garota.

— Você já foi mais carinhosa.

— Você não podia se defender. - deu de ombros e a jovem a olhou de boca aberta.

— Uau, agora eu posso matar vampiros?

— Droga. - Derick saiu esbarrando em Niklaus achando que ele era quem o havia acertado. - Quem é você?

— Klaus, pai da Natalia. - apontou para ela que sorriu constrangida

— É meu irmão. - falou para o garoto que correu - Não pode dizer por ai que é meu pai Niklaus, você tem idade pra ser meu irmão! Pelo menos na aparência. - o loiro rolou os olhos, ela poderia ter aparência de uma mulher de 40 anos que ele ainda diria que era sua filha.

— Menos Natalia. - os olhos dele acompanhavam Derick, e assim fariam até o ver em uma cova.

— Então o que veio fazer aqui? - ela se virou para Valerine.

— Vim para o seu aniversário e para passarmos mais uma semana juntas! - ergueu os braços e Natalia fez uma careta mesmo sentindo falta da amiga que não via há anos.

— Não se preocupe Natalia - Niklaus riu da expressão dela - Valerine estará bem ocupada infernizando seu irmão Marcel.

—-

— Ah eu não vou te ajudar não. O dono da casa é você, eu sou visita. - Valerine resmungou se sentando com uma taça em mãos enquanto Niklaus bufava e terminava de colocar mais algumas sobre a mesa de centro.

— Você não precisa ser moradora para não ajudar, não é Valerine? - Marcel ironizou ao se lembrar do espirito preguiçoso da mulher.

— Boa piada Marcy. - rolou os olhos quando ele suspirou - Mas é melhor você calar essa boca antes que eu a chute até enfiar meu pé na sua garganta.

Klaus deu uma risada silenciosa enquanto Natalia apenas enchia a boca de pizza temendo que alguma discussão se iniciasse entre os dois e alguém saísse sem uma perna como ela vira acontecer algumas poucas vezes em sua infância. Valerine parecia ser controlada, mas explodia ao menor sinal de irritação. Já Marcel era extremamente calmo, calmo até demais para a opinião da jovem.

— Garotos. - Niklaus pediu se sentando ao lado de Valerine que tornou a encher a taça de vinho, embora odiasse a bebida.

— Ah Niklaus, por favor, - a mulher resmungou sem se importar com o pedido de socorro discreto do loiro.

— Onde ficaram por tanto tempo? - Natalia os questionou e Valerine desviou os olhos para longe.

— Viajamos um pouco pelo mundo e passamos um bom tempo em Nova Orleans. Valerine estava um pouco... entediada. - deu um sorriso amargo e a vampira rolou os olhos sabendo que suas decisões não haviam em nada o deixado feliz, em algum momento ela simplesmente havia decidido que a imortalidade era demais para ela.

Niklaus preferiu ignorar a troca de olhares entre os dois sabendo que algo estava sendo escondido dele e se focou apenas na filha que conversava animadamente com o irmão e a amiga desequilibrada que tanto a ajudou e a ensinou o básico da sobrevivência.

— Então como será minha festa? Podemos chamar Rebekah? Kol? - Natalia jogou o caderno na mesa junto de algumas canetas e cruzou as pernas - Eu estava pensando em músicas bem agitadas, no estilo David Guetta embora eu não seja fã...

— Não, de forma alguma!- Niklaus contestou.

— Podemos até traze-lo para cá. - Valerine sorriu vendo o loiro ficar vermelho.

— De forma alguma eu já disse que eu vou organizar uma festa, eu sei organizar uma festa para uma adolescente. - o loiro contestou.

— Está brincando comigo? Você é a pessoa mais sem graça que eu conheço. - Marcel zombou e o loiro estreitou os olhos antes de resmungar, recolher todos os papéis de cima da mesa e sair do local deixando os três se encarando enquanto riam do drama dele,

— Ele não mudou nada, na realidade parece estar bem pior do que era antes. - Valerine fechou os olhos jogando a cabeça para trás e sentiu ser abraçada pelos ombros enquanto sentia a aproximação de Marcel.

— Ele consegue piorar a cada ano. - o moreno respondeu de Natalia concordou com um aceno vendo a interação dos dois.

— Ah vocês se tornaram um casal?

Os dois fizeram uma careta e negaram com a cabeça.

— Estou esperando Kol! - Valerine zombou fingindo um ar sonhador e Marcel riu da amiga enquanto Klaus retornava para o local com uma sobrancelha arqueada e se recostava na parede.

— Quer dizer que agora eu poderei me preocupar em dormir com as portas dos quartos trancadas? Eu só tenho dois filhos Valerine, você não é um deles. Tudo que um líder de uma família não deseja. - resmungou preocupado saindo do local.

—-

— Eu não esperava por isso. - Natalia comentou ao lado de Valerine que tinha a expressão completamente fria enquanto bebia o champanhe indiscriminadamente. - Quer dizer... esperava, mas foi como meu aniversário de 15 anos. Não acredito que meus colegas de classe conseguem ser formais.

— Você queria isso? Diz que não por favor. Esse vestido está apertando bem na minha bunda. - a mulher reclamou ajeitando o vestido tomara que caia, ele apertava-lhe os quadris dificultando que caminhasse - Qual é o problema de Niklaus pra me dar uma merda dessa, eu disse que tinha um vestido.

— Você está falando daquela sacola de lixo esfarrapada? - Valerine bateu a taça contra o corrimão da escada a estourando e apontando em direção a garota indiscretamente.

— Eu roubei da Dolce E Gabbana. Levou dois minutos. - sussurrou com os olhos escurecendo e teve a mão segurada delicadamente enquanto a taça era retirada dela e colocada em uma pequena mesa próxima as três.

— Vocês não mudaram em nada. - as duas se viraram vendo Kol sorrindo para elas.

Natalia voou para os braços do moreno que a rodearam e Valerine se afastou rapidamente corando de vergonha e descendo as escadas rapidamente sumindo entre os convidados deixando os outros dois confusos, gostaria de manter distância do vampiro original.

— Você parece uma adolescente. - Marcel surgiu ao lado dela.

— Tecnicamente sou uma vampira bebê, não me culpe por agir como uma. - resmungou baixo invadindo do quarto de Niklaus e se refugiando no imenso e escuro closet dele. - Ainda não me perdoei por ele ter vencido aquela luta. - Marcel riu ao lado de Klaus que terminava de ajeitar o smooking.

— Kol tem mais de mil anos e isso faz 13 anos.

— O que ela tem? - Kol perguntou para Natalia a girando diante dele e vendo o belo vestido que Niklaus havia lhe dado.

— Alguém sabe?

O vestido azul marinho longo, tomara que caia soltando-se nos quadris, o tecido tornando-se brilhoso a medida que chegava próximo ao chão.

— Parece que Niklaus finalmente está vendo que está se tornando uma mulher.

— Depois que Valerine voltou, ele acredita que ela irá acender o meu lado homicida estando por perto e que provavelmente eu irei matar qualquer garoto que ouse se aproximar de mim.

— Ele está certo? - os dois se olharam em silêncio e completamente imóveis.

— E alguém já me viu errar? - o loiro se aproximou e Natalia viu com surpresa os dois se abraçarem, Niklaus a olhou por alguns minutos antes de se aproximar e a abraçar com força - Feliz aniversário minha querida.

—-

Natalia estava sentada no chão com as pernas de lado enquanto terminava de beber uma pequena garrafa de refrigerante, Valerine estava jogada ao lado dela com o vestido rasgado até as coxas enquanto encarava o nada, Marcel encarava o teto e a Kol e Klaus estacam sentados em poltronas enquanto esvaziavam algumas garrafas de vinho.

— Céu dourado, Samantha e Pietro. - Lerry sussurrou virando outro copo e sujando o chão da mansão.

— Você acha que algum dia eu irei conhecer o restante de minha família? - Natalia questionou se deitando ao lado de Valerine que apenas ergueu os olhos notando que Klaus tinha apenas sua atenção focada em Marcel e Kol.

— Mas é claro que sim. Ouvi falar que Elijah é um pedaço de mal caminho. - zombou sem realmente se importar com isso - Tudo que Niklaus não sabe ser, ele não é burro. Se Niklaus não a levar até eles, eles virão até você. - a vampira falou o óbvio enquanto um plano se formava na mente da jovem, ela iria os conhecer mais cedo do que qualquer um imaginasse e a situação de Kol a ajudaria.

— Eu tenho que voltar a Mystic Falls. - Kol olhou para Klaus - E acho melhor que venha comigo irmão. - isso chamou a atenção de Niklaus.

— O que foi? - ele se endireitou.

— Achamos a duplicata de Katerina, Elijah voltou... mas temos outro problema.

— O que foi?

— A duplicata dela está com Stefan e Damon apareceu. - o loiro suspirou e puxou o ar com forma enquanto ria de forma irônica.

— A maldição pode ser quebrada.- riu novamente.

— Katherine vai a matar se você não for atrás do que quer.

— Porquê está me ajudando? - o loiro o olhou de lado estranhando o comportamento amigável do irmão.

Kol já se mantinha mais amigável, parceiro e até mais sociável do que o normal. Ele nunca admitiria, mas o fato de Niklaus ter o colocado responsável pelo seu bem mais precioso havia o animado, o fizera até se sentir mais amado. Niklaus confiava em Kol, demonstrava amar o irmão mais do que o fizera no último milênio. Ele finalmente se sentia parte da família e esperava que um dia essa família se completasse em algum dia para reparar os danos terríveis e dolorosos que lhes foram causados.

— Nós somos uma família.


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