No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 26
Você é uma Mikaelson


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo
Muito obrigada por todos os favoritos, comentários e acompanhamentos.
Me perdoem se esqueci de responder alguém, os comentários do último cap serão respondidos logo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687198/chapter/26

 Você é uma Mikaelson

Natalia tombou a cabeça para o lado já dentro do carro e olhou pela janela vendo a movimentação ao redor do pequeno poço. Klaus resmungava, gritava, arfava e ofegava a medida que seu corpo era içado para cima pelos seus irmãos, seu estado tão deplorável quanto de Natalia.

O ambiente estava tenso enquanto a garota ainda encarava o corpo de sua “avó” ao seu lado, a jovem sentindo uma grande vontade de degolar a mulher e se questionando de maneira perturbada o motivo pelo qual Elijah não a ter jogado no porta malas.

Suspirou quando o viu ser colocado em outro carro, ela podia ouvir seus ossos quebrados se esfregando um no outro a medida que moviam seu corpo, mesmo com a cura em seu corpo ele se curava vagarosamente, com uma lentidão muito grande e Natalia soube que Davina teria um grande trabalho pela frente tentando o manter vivo. Isso se ela quiser.

Mas Natalia não estava lhe dando a chance de escolher.

Ela ajudaria. Querendo ou não.

— Natalia, por que veio sozinha? – Elijah questionou entrando no local e ela o encarou de maneira agressiva.

— Eu quis. Vocês só iriam me atrapalhar mais ainda tentando buscar um pouco de amor nessa mãe de merda que vocês tem. – respondeu agressivamente.

— Seu pai não é um dos melhores. – resmungou baixo.

— Meu pai nunca tentou me matar.

Ele a olhou pelo espelho e ela suspirou desviando os olhos e tocando o pescoço dolorido, seus olhos transbordando irritação. Não estava assustada, apenas sentia uma dolorosa irritação tendo de passar por isso, seu corpo inteiro doía, tinha espasmos e a  sua única vontade era quebrar tudo em sua frente e matar qualquer um que entrasse em seu caminho.

— Eu... vou procurar um modo. – ela escutou a voz dele soar no carro -  Um jeito de os salvar. – ela negou com a cabeça, não era como se tivessem tempo de sobra pra isso, mas Natalia estava determinada a não deixar que Esther tivesse a palavra final nessa luta.

Ela podia sentir a energia da mulher ao seu lado, mesmo que Esther fosse uma bruxa extremamente poderosa, o efeito da cura em seu organismo já estava mais do que avançado, ela seria uma humana completa assim que acordasse e a jovem estava determinada a prender ao que ela mais odiava. Uma imortalidade como vampira, sem chance de retorno.

Ela destruiria a vida da sua amada avó da pior forma possível.

— Faça como quiser. – sua  voz saíra cortante e ela deu um sorriso irônico – É bem estranho estarmos aqui agora não é? Você disposto a finalmente largar Niklaus... por mim... e agora eu irei morrer. – riu baixo sentindo sua sanidade se afastar vagarosamente – É Elijah... a sorte não é pra todos mesmo.

Ele a encarou com seriedade pelo espelho vendo a confusão mental que ela se encontrava, Natalia teria pouco tempo de vida e Klaus parecia ter menos ainda. Elijah passara tanto tempo tentando deixar tudo da maneira de sempre sem que ninguém tivesse problemas, e no fim ele perderia o irmão e a amada. Os dois de uma única vez.

Se questionou se a situação teria mudado se ele tivesse enfrentado Niklaus e a jogado para longe dali. Provavelmente sim.

— Eu sinto muito. – fora sincero e suspirou apertando o volante enquanto seguia Rebekah – Eu tentarei mesmo Natalia, de todas as formas possíveis.

— Não deveria. – respondeu amarga – Aproveite o tempo que tem comigo e Klaus, será a última vez que irá nos ver... e acha mesmo que irá nos salvar em tão pouco tempo assim?

— Sim. Eu acho.- sua voz se tornara decidida, mesmo que ele não soubesse muito bem por onde começar.

— Eu salvarei Klaus. – sussurrou.

— Irônico?- Klaus ainda não parecia ter absorvido nada da história, seu corpo jogado na cama enquanto milhares de aparelhos de hospitais o rodeavam, transfusão de sangue e sessões de bruxaria com Davina para limpar o seu sangue, a cura ia se removendo de uma forma extremamente lenta, tão lenta que quando fosse retirada o híbrido já seria humano... e pior ainda... morreria logo em seguida.

Eles apenas estavam estendendo o seu tempo de vida.

— Muito. – a morena resmungou ao seu lado olhando  o estado do loiro que tinha a pele levemente acinzentada e coberta de hematomas.

— Vão começar a fazer piadas nessa situação? – Marcel os  repreendeu quando Davina saiu – Isso não é hora, já podem parar com isso agora.

— Ok mãe. – Natalia riu sentindo o corpo inteiro queimar e Klaus a olhou sorrindo e tossindo em seguida.

Os olhos de Rebekah dispararam para os dois e ela negou com a cabeça, eles estavam tranquilos demais, calmos demais e a loira sabia que aquilo era algo muito ruim. Eles explodiriam e ai sim os problemas começariam.

— Nada.- Kol passou pela porta e Natalia respirou fundo, se ela ainda tivesse Bonnie... a torturaria das piores formas possíveis até conseguir uma pequena ajuda.

Davina entrou logo atrás do rapaz e se preparou diante de Niklaus, suas mãos sobre o coração dele enquanto se focava novamente em ejetar a cura para fora do corpo dele, mas o estado já estava avançado demais, era fato que Klaus morreria e que Natalia iria logo depois dele.

— Bem... só vamos esperar.

Klaus olhou para Natalia que estava sentadão seu lado, completamente tranquila e parecendo não se importar com seu destino, mas ele sabia que não era exatamente isso. Os dois estavam com medo, desesperados, mas de alguma forma acreditavam que aquilo talvez nunca ocorressem, não era como se tivessem chegado tão longe para morrerem ali, ainda mais com as coisas da forma que estavam. Seus assuntos inacabados, Natalia sentia como se tivesse vivido mil anos e não apenas 18.

— Bem... ai eu arranquei o pescoço dele. – Klaus riu enquanto tossia, seus lábios se manchado de sangue fazendo o clima de animação desaparecer completamente, suspiros foram ouvidos e a jovem vampira passou a mão pela testa suada quando viu Finn entrar no local, pela primeira vez sendo capaz de controlar o próprio corpo.

— Klaus.- chamou a atenção do loiro.

— Irmão, que bom que acordou. – o moreno apenas acenou com a cabeça e se sentou na ponta da cama o olhando atentamente.

— Eu sinto muito.

— Achei que queria me ver  morto, assim como nossa mãe.

— Soube que me procurou nos últimos anos. – isso surpreendeu os outros presentes – Que me queria de volta aqui, com nossa família. – a voz saíra baixa carregada de emoção – Desde que... virou... pai.- olhou para a jovem que escondia o imenso machucado no pescoço com uma gaze.

— Algumas coisas mudaram.- sua expressão se tornou sombria.

— Eu acredito que sim.- um sorriso murcho e Natalia olhou novamente para a família ainda no local.

Marcel tinha a cabeça apoiada em uma mão, Rebekah tinha a cabeça encostada no ombro de Kol e Elijah inquietamente se encostava e desencostava da parede branca enquanto revezava olhares pelo local, embora mantivesse a postura séria poderia ver claramente o quão inquieto estava.

É sério... você pode fazer isso, o quão bem você acha que seus inimigos te conhecem?— Natalia podia ouvir como se Lerry sussurrasse em seu ouvido, as mesmas palavras que escutou em sua infância – Quando o seu inimigo é radical, ele te testa por completo... e quando ele faz isso, ele mostra a sua própria fraqueza. Pessoas radicais... nem sempre devem ser tratadas com cautela, um ataque ofensivo, mortal e o fato de você arriscar tudo... pode salvar a sua vida.

Ela conhece a Niklaus... mas não a mim, mesmo que eu seja sua criação existem diferenças entre nós. Klaus está fazendo o que faria normalmente, brigaria com Elijah para ir atrás do inimigo, depois de conformaria e ficaria sentado e quando conseguisse a cura... ele atormentaria o culpado pela eternidade.

Mas Natalia aprendeu a não ser assim.

Ela podia sentir os pensamentos sombrios invadindo cada vez mais a sua mente a medida que o veneno penetrava cada vez mais em suas veias, a dor que sentia percorrer seu corpo era incomparável a qualquer outra dor que tivesse sentido durante sua vida e até mesmo sua morte, seus pensamentos entravam em conflito, a dor de cabeça aumentara como se tivesse levado uma pancada dura, seus lábios ressecaram e a pele se tornara pegajosa com o decorrer das horas, e agora ela sentia como se tivesse entrado em colapso.

Sua mente se tornara obscura afundando em um vazio e pareceu se iluminar quando ela notara o olhos brilhantes de Elijah grudados nela, a falsa esperança dele desaparecendo aos poucos a medida que ambos se deterioravam e Natalia parara para pensar... quando ela teve de lutar de verdade? Quando ela teve a oportunidade e o poder de tentar lutar por alguma coisa? Nem mesmo lutara quanto Klaus pelo amor que sentia por Elijah... e agora tanto ela quanto Klaus estavam a beira da morte, e ela nem mesmo pudera ter a chance de ser feliz por míseros segundos sem ter que correr logo em seguida com medo de tudo aquilo se desmanchar. E agora... agora estava se desmanchando.

A morena se ergueu e olhou para o pote que continha sangue de vampiro, cujo Klaus consumia a cada uma hora. Sentido o corpo se encher de uma raiva incontrolável a morena saltou sobre ele e agarrou o pote com o conteúdo olhando para Marcel.

— Ela acordou? – sussurrou sombria se referindo a Esther e logo após olhou para Davina e Marcel.

— Sim. – ele sorriu captando suas intenções e olhou para Davina, em uma fração de segundos os vampiros originais foram ao chão deixando apenas Klaus acordado que aos poucos parecia entender o que ela planejava.

— Tome cuidado após a transformar. – o loiro pediu enquanto fechava os olhos.

— Eu fui bem treinada.

A jovem disparou pelo local e logo estava no porão diante da cela em que Esther estava presa, os cabelos desgrenhados e o corpo pálido. Tão patética quanto a vampira havia imaginado, tão odiada quanto Natalia jurou que seria quando se vissem olho a olho pela primeira vez.

— Veio me implorar pra salvar a sua vida e a do seu pai? – ela sussurrou rindo como uma maníaca, os olhos brilhando de raiva – A resposta é não, que os dois apodreçam até a morte! – ela berrou – O quanto Klaus arrancou de mim! O demônio que ele se tornou e toda a desgraça que trouce a essa família!

— Me desculpe... mas a única coisa que eu quero ouvir de você... são os seus gritos de desespero.- entrou na cela batendo a porta com força e indo em direção a loira – 3 segundos... me dê a resposta... e tenha mais algumas horas sendo uma humana, antes de eu te transformar no seu pior pesadelo. – a morena a olhou fazendo-se ser visível os olhos cheios de manchas de sangue, os cabelos desgrenhados e o brilho insano no olhar, tão insano que a fez gelar.

Natalia não era uma santa e o fato de estar envenenada, não a impediria de tentar nada.

— Elijah vai te odiar pra sempre. – sussurrou.

— Ele não vai ser o primeiro, muito menos o último. E por que está tão assustada... eu não vou morrer da mesma forma? Não é como se ele pudesse fazer muito.- ironizou – Você sabia Esther... que quando se recebe a cura, a única forma de se ter uma alma... e ter o seu corpo? Que depois que você morrer como uma humana, o outro lado não existe pra você?- a mulher a olhou sombriamente – Você não poderia voltar... mas eu irei te fazer um grande favor, eu irei te prender a essa terra por toda a eternidade. – sussurrou entre dentes.

— A cura... para a cura. Reversão. – sussurrou sentindo o corpo gelar e deu um sorriso duro.

— Da mesma forma que se inicia... se acaba. Uma dupla contraria... o puro e o sujo, a vida e a morte. Reverta-se e transforme-se, meu imortal. – Natalia recitou vendo o olhar surpreso – Acha que eu sou burra? – questionou enquanto sua mente confusa e perturbada tentava se lembrar de algumas coisas escritas em suas receitas.

Natalia agarrou o pescoço de Esther com força e a jogou na parede escutando seus ossos se quebrarem.

— Desista. – Esther desafiou – Você e sua amiga mataram a sua última chance. – a mente de Natalia se acendeu e ela riu maliciosa.

— Fala de Katherine? – riu – Eu preciso de uma cura... e existem dezenas de duplicatas Petrova’s por ai. Você não é tão perigosa como dizem por ai, é só mais uma imbecil frustrada.

A vampira agarrou o rosto da mulher sentindo as unhas rasgarem seu corpo e então levou o pote aos lábios dela o forçando contra seus lábios quebrando-lhe uma parte da mandíbula, a jovem colocou aos mãos sobre os lábios a impedindo de cuspir e tampou lhe o nariz bloqueando a respiração sendo assim forçando a ex bruxa a engolir o líquido.

— Espero que tenha aproveitado suas horas como humana. – e com uma frieza incomum quebrou o pescoço da mulher e a jogou no chão olhando o seu corpo no local. – Espero que esteja em casa Elena. – sussurrou fechando a porta da cela.

— Dizem que quando tem que acontecer, o mundo facilita. – falou atrás do garoto o assustando, fazendo-o saltar para longe.

— Natalia. – ele suspirou com uma mão no peito embora tivesse receio em a ver.

Elena e seus amigos haviam comentado certa vez que a jovem não era confiável, e isso lhe vinha em sua mente agora que via o corpo ensanguentado e a aparência de louca que ela possuía, ele se lembrava vagamente de Damon conversando com Stefan sobre Rose e os Mikaelson. Ele sabia que aquilo era um péssimo sinal.

— Ah... procura alguém? – ele olhou para a própria casa.

— Sua irmã. – tom de voz saíra agressivo a medida que ela sentia o descontrole em seu corpo, a vontade incontrolável de matar qualquer um em seu caminho.

— Não está, está com os Salvatores. – Natalia tombou a cabeça para o lado sentindo a mentira na voz dele, pobre Jeremy.

— Então eu irei esperar com você lá dentro. – sua voz saiu esganiçado quando ela enfiou as mãos nas costas do jovem agarrando sua espinha e a quebrando enquanto o arrastava para porta ignorando os gritos altos dele e o fato de poder ser vista por alguém.

— Jeremy! – Elena gritou quando a porta voou em direção a cozinha e ouviu os gritos de dor e desespero do irmão mais novo e logo atrás dele viu a Mikaelson mais nova o segurando, tirando suas pernas do chão que balançavam sem o garoto se mover.

— Eu só preciso do seu sangue. Facilite. – a morena pediu – Me deixe entrar e ande logo com isso. – gritou fazendo Elena saltar e a olhar nervosa.

— O deixe vivo. – uma voz lhe chamou a atenção e os olhos escuros dispararam na direção dela – Natalia... filha. Eu estive a procurando. – os olhos da jovem se arregalaram, sua mãe não estava simplesmente ali, ela era uma duplicata... Natalia era filha de uma duplicata Petrova.

— Natalia... por favor. – Elena pediu vendo o irmão começar a perder sangue descontroladamente – Eu dou o que eu quiser... só não mate meu irmão. Seja lá o que procura nós não temos a ver com isso! Da mesma forma em que você precisa da sua família... eu preciso da minha. – ela gritou e a mente perturbada da jovem  viajou para Klaus a beira morte naquela cama, Valerine perdendo sua vida todos os dias, até finalmente deixar de existir e se resumir ao nada.

— Você queria saber quem matou seus amigos. Aqui está. – apontou em direção a duplicata mais velha, contando a mentira, tudo que Natalia menos precisava naquele momento era dar a certeza de que havia matado suas duas melhores amigas. – Não era o que tanto queria saber? – viu o rosto de choque dela – Eu vou te dar essa chance... por que apesar de ter sido criada como uma Mikaelson... apesar de ter o sangue deles em minhas veias, uma parte de quem eu fui antes de passar por esse inferno... ainda existe. – Natalia buscou o pouco de humanidade que ainda lhe restava em sua mente conflituosa, ela não poderia se deixar influenciar pelo veneno e nem pelos princípios de Klaus, seria o mesmo que começar uma guerra por si mesma e acabar por ele.

Seria o mesmo que aceitar a sua objeção, seria o mesmo de renegar a si mesma para viver a vida do vampiro. Natalia era forte e não seria mais nenhuma covarde, ela destruiria todos os seus inimigos, mas nenhuma vida inocente seria prejudicada por ela. Apesar de tudo, Natalia deveria preservar a si mesma. Mesmo que amasse Lerry, mesmo que amasse Klaus e seus tios, ela não viveria a favor das ambições deles. Aprendera muitas coisas, e levaria todas para sua vida, mas a sua maneira.

— Faça o que eu digo. – olhou para a mãe, reconhecera da pequena foto distorcida que vira em sua infância, a pequena foto que Klaus pegara durante o incêndio e lhe entregara quando completou 16, a foto distorcida, masque mesmo assim foi possível reconhecer a mulher – Me deixe entrar, deixe o sangue no frasco e leve seu irmão.

— Entre. – pediu desesperada e ela jogou Jeremy em sua direção e parou diante da outra duplicata enquanto Elena rapidamente dava o próprio sangue para Jeremy.

— Achei que nunca mais a veria. – ela viu os olhos se encheram de lagrimas falsas – Niklaus a tirou de mim, eu sinto muito, muito. – Natalia sentira o ódio lhe dominar o coração, era óbvio que era uma mentira.

— Pra que precisa de mim agora? Um modo de atingir Niklaus? Como me achou? Esther? – e os olhos da mulher foram uma afirmação para todas as suas perguntas.

— Niklaus... ele tem que pagar pelo que nos fez. Por matar minha irmã.

— Olha... – ergueu a mão – Estou sem tempo.

A morena se lançou contra a vampira e a puxou pelo cabelo a batendo contra a parede que revidou chutando seu estômago a lançando o outro lado da cozinha a fazendo atravessar a janela passando por cima dos Gilbert. Natalia se levantou rapidamente e invadiu a casa de novo correndo atrás da vampira que subia as escadas e a segurou com força quebrando seu joelho e um pedaço da madeira.

— Natalia. – gritou a chutando novamente fazendo-a rolar escada abaixo.

A mais nova levantou imediatamente pulando nas costas dela que bateu contra a parede fazendo um buraco, a mais nova a chutou vendo-a correr para o banheiro e antes mesmo que pudesse sair pela janela, Natalia chutou a porta a quebrando completamente e a agarrou pela perna a batendo contra a parede, chutou o joelho dela com força o quebrando e logo em seguida seu rosto.

Viu a sombra de Elena no fim da escada e pegou no ar a estaca de madeira que a vampira lançou em sua direção e sem hesitar um minuto se quer ela cravou a madeira nas costas da mulher atingindo seu coração.

Natalia passou a mão pelo rosto vendo o corpo dela endurecer e ressecar, pegou o frasco intacto no bolso da jaqueta e cortou o pescoço dela coletando o líquido, logo em seguida se levantando cambaleante e seguindo em direção ao fim da escada onde Elena a esperava com um frasco na mão.

— Você ia me matar. – afirmou.

— Sim.

— Apenas vá. – estendeu o frasco na direção dela – Antes que Damon chegue.

Natalia apenas acenou com a cabeça, e cambaleante foi em direção a saída da casa. Bem, ela havia conseguido.

Quase dois dias até que tanto Klaus quanto Natalia se recuperassem por completo, o primeiro  se recuperando antes e Natalia logo em seguida após finalmente beber o sangue dele. Nos últimos dias ela pensara o quão cansativo fora essa recuperação, o medo de Klaus não ser mais um híbrido e sim um vampiro os atormentaram por algumas horas até seus olhos amarelos brilharem novamente e o seu sangue curar a jovem vampira promovendo-os um alívio.

— Então... hoje é o dia? – Elijah a questionou vendo o rosto corado da jovem que seguia em direção a mansão, andando pelo imenso jardim cobertos de flores.

Em plena primavera.

— Sim. – a morena afirmou o olhando de lado – Eu apenas decidi ir. – lembrou-se de Niklaus lhe dizendo que deveria ficar – Eu recebi a liberdade que vocês não receberam em mil anos. O melhor é que eu vá embora enquanto tenho a chance, assim ele se acostuma. Com o tempo.

Ele acenou em compreensão.

— Eu poderia dizer um milhão e coisa...

— Mas não precisa se eu já sinto o mesmo. Eu irei te poupar de você ter que fazer um discurso amoroso que vai nos constranger. – os dois riram baixo e Elijah colocou as mãos nos bolsos tendo sua lotada de pensamentos.

Também era sua hora de partir.

— E então... uma sentença. – Klaus apareceu diante dos dois sorrindo e esticou a mão para Natalia – Vamos?

Os três seguiram em direção a imensa fonte que seria colocada no quinta, o buraco era grande, profundo e ao redor dele havia um imenso caminhão com cimento. Natalia se aproximou vendo o corpo no local, Esther se debatia freneticamente tentando se soltar das correntes que a prendiam na parede enquanto gritava vendo Finn, Elijah, Rebekah e Kol a olharem de cima. Seu ódio aumentara apenas mais ainda ao ver a Mikaelson mais nova se aproximar com Elijah e Niklaus.

— Eu disse que você iria viver por muito tempo, só não da forma que você imaginava.

— Eu espero que isso tenha te ensinado uma lição. O que você tentou contra mim mamãe... só fez com que eu me tornasse uma lenda maior ainda. – Klaus se vangloriou – Espero que goste do meu agradecimento, uma amiga me ensinou.

Ele assobiou e o caminhão lentamente se virou despejando o cimento sobre o corpo da mulher, de forma vagarosa a fazendo gritar em desespero. Uma prisão eterna sem ter como fugir. Klaus se virou vendo o olhar frio de Natalia assim como o de Marcel que se aproximou, Finn se encontrava pensativo e embora triste, Kol mantinha um leve sorriso sádico nos lábios. Rebekah continha lágrimas nos olhos e Elijah fitava o local agora completamente preenchido sem nenhuma expressão.

Todos seguiram para dentro da mansão em silêncio e se dispersaram, Natalia fora em direção ao próprio quarto vendo a pequena mala já em sua cama e a puxou verificando tudo o que precisava, e sem olhar para trás desceu as escadas dando de cara com Elijah que a encarava com intensidade. Suas mãos dentro dos bolsos, a postura ereta e o semblante tranquilo como sempre.

— Natalia... já está indo? – ele questionou mesmo vendo a pequena mala dela  e se aproximou pegando-a de sua mão e depositando no chão enquanto acariciava sua bochecha – Eu espero que...

Respirou fundo baixo a cabeça e se aproximou da jovem puxando seu rosto em direção ao dela, Natalia sentiu os lábios mornos dele tocarem os seus enquanto seu corpo eletrificava, beijar Elijah era como ar um passo em direção ao paraíso, intenso, forte e perigoso, assim como ele. – foi o que pensou quando sentiu seu corpo ser envolvido ainda mais por ele – antes dele ser empurrado para longe.

— Klaus! – repreendeu vendo o pai bufando de raiva.

— Isso tem que parar agora! – o loiro gritou sentindo a irritação subir.

— Pare de tentar controlar a minha vida! – berrou sentindo a irritação e ajeitou os cabelos revoltos - Por que me dá liberdade e a tira de mim dessa forma? Você não se cansa de me ver morrer a cada dia mais? Nos últimos anos a única coisa que soube fazer foi me controlar a ponto de me transformar como você!

— Baixe o tom de voz Natalia. – pediu sentindo a irritação subir mais ainda.

— Quem é Natalia Niklaus? Você vê algum traço desse mulher em mim? Alguma coisa que ainda te prove que ela está aqui?- apontou para si mesma – Nos últimos tempos não vem restado mais nada de mim, a cada dia que passa você só vem me destruindo mais e mais e abrindo espaço para uma nova pessoa. Você não é mesmo capaz de aprender com os seus próprios erros? Nem mesmo ter quase termos morrido não faz você perceber que eu sinto tanto quanto você, e também mereço a felicidade? Que a única coisa que nos prende agora é a minha transformação?

— Natalia, nós somos uma família... eu a criei! – ele gritou e ela o olhou amargurada.

— E vai me matar como fez com a Lerry? Eu vou ter uma última e única demonstração de amor quando eu estiver morta? Você só vai me permitir que eu seja feliz nos últimos 5 segundos quando tiver certeza que eu nunca mais vou poder ir contra você? É esse o meu destino?

— Não... Natalia... -ele ergueu a mão tentando toca-la.

— Adeus Niklaus. Eu espero que nunca mais o vejo, isso se me amar o tanto quanto diz. – Natalia saiu batendo a porta da sala e Elijah encarou o irmão.

Suspirou profundamente reunindo sua coragem, antes de virar de costas para o híbrido e abandonar a mansão.

— Eu irei cuidar de Natalia Niklaus, como cuidarei de qualquer Mikaelson. E será como minha.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.