No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 2
2




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2

Klaus suspirou passando uma mão pelos cabelos loiros e revolto devido a sua correria um tanto desnecessária já que ele parecia nunca chegar a lugar algum, o loiro usava o outro braço para apoiar i bebê que se mantinha em um sonho inabalável. Tão tranquila que nem o próprios Niklaus poderia explicar o motivo para a tamanha irritação que ele sentia, talvez fosse pelo fato de ter medo de deixar a pequena criatura jogada em alguma viela ou na porta de algum doente, ou até mesmo em um orfanato desestruturado. Niklaus era louco, mas não idiota a tal ponto de salvar a vida de alguém e a colocar em risco logo depois. Essas eram as coisas que ele ouviria da boca de sua irmã toda vez que desse uma sugestão.

— Rebekah incomoda até mesmo quando está submersa em um rio à 5 quilômetros de distância de mim - resmungou dando uma olhada rápida no bebê - Eu estou cansado de vigiar a rotina alheia, vai ficar aqui. - o loiro a colocou diante de uma imensa porta de madeira depois de averiguar que havia uma adorável família... pelo menos pelos poucos segundos que ele olhou, não queria encontrar defeitos que o fizessem fugir com ela para longe novamente.

Niklaus deu pancadas fortes na porta e deixou o embrulho no chão seco e fugiu para longe ficando no alto de um prédio observando a movimentação da casa que logo se intensificou, ele deveria ter verificado por mais tempo. Um imenso homem corria de um lado para o outro com uma imensa arma enquanto  gritava palavras de ódio para a família, o loiro arregalou os olhos quando o homem começou a disparar com a imensa arma em todos os familiares, matando os filhos primeiro.

—  Com tanta porcaria de noite pra decidirem se matar, tem que ser justo na noite em que eu estou nessa cidade. - resmungou saltando de volta para a porta da casa e pegando o bebê nos braços, tocou a campainha e assim que a porta se abriu agarrou a arma pelo cano e a virou disparando contra o homem o acertando na cabeça.

Se virou jogando a arma no rio vendo ela ser levada pela correnteza, suspirou e seguiu pela cidade escura e adormecida enquanto procurava por um local com pessoas equilibradas, decidiu a deixar por fim em uma delegacia e deu meia volta quando viu que o local estava extremamente agitado já que uma grande quantidade de arruaceiros haviam sido presos. Por fim a deixou de baixo de um imenso prédio do corpo de bombeiros e se afastou dando uma última olhada e indo em direção ao final da rua e logo se virando ao ouvir o choro estridente e ver uma aproximação estranha.

Pedófilo, cafetão, estuprador, assassino. Podem usar esse bebê para vender os órgãos. Você deixaria alguém fazer isso com um bebê Nik? E se fosse eu? Imagina qual seria o sofrimento de uma pequena criança ter que passar por isso por sua culpa? É sua culpa. - a voz de Rebekah invadiu novamente sua mente.

Niklaus a segurou com força e desapareceu na noite fria. Quando Rebekah o encontrou pela manhã o loiro estava escondido em um amontoado de cobertores em sua grande parte cor de rosa cobrindo cada parte do seu corpo. Ele cheirava a leite, uma pequena bolsa de ursinho estava jogada ao seu lado e um brilho louco dominava seu olhar enquanto ele encarava o imenso quadro na parede do museu com uma expressão capaz de assustar qualquer um que se aproximasse dele. Rebekah parou a uma distância segura vendo uma idosa se aproximar sem notar ao perigo ao qual estava se expondo.

— Oh que linda essa mocinha! - os olhos do loiro acompanharam vagarosamente a pequena mulher que não se incomodou com o olhar hostil enquanto tentava olhar o bebê todo coberto. - Qual o nome dela?

Niklaus travou sem saber o que responder e então deu um sorriso cínico carregado de fúria enquanto seus olhos avermelhavam de ódio, os dentes trincaram e ele falou entredentes.

— Jenna. - respondeu aleatoriamente sem se importar, ele só queria que ela saísse da frente do quadro que ele estava contemplando a 3 horas, antes mesmo do museu abrir.

— Que nome de gente velha para uma criança. - Niklaus puxou o ar com força e sentiu o estômago embrulhar devido a raiva reprimida.

— Eu sei, foi a maluca da minha esposa que escolheu. - a olhou com firmeza – Mas não é como se minha filha fosse ter 3 meses para o resto da vida, não é? - seu tom de voz saiu baixo e ameaçador, ele estava louco para que ela sumisse.

—  De fato, onde está sua esposa? - a mulher olhou ao redor.

Niklaus a olhou completamente livre de sentimentos e então deu um sorriso sádico vendo a chance de se livrar da mulher.

— Morta. Eu a matei e sequestrei nossa filha. - a idosa o olhou horrorizada e saiu de perto dele imaginando que ele estava terrivelmente estressado, mal sabia que essa era a verdade.

O loiro retirou uma imensa garrafa de vinho de baixo dos cobertores e bebeu o conteúdo ainda vidrado na pintura.

— Vai ficar? - Rebekah se sentou ao lado dele vendo o desespero nítido em cada ato de Klaus.

—  Não. - foi curto.

—  E conseguiu esse enxoval por...?

— Acidente. Sem querer uma loja pegou fogo, salvei o que tinha dentro, mas não sabia onde colocar e trouce comigo. Se deixasse na rua poderiam roubar. - Rebekah riu tomando a criança dos braços do irmão e retirando um dos cobertores.

— Ela está suada Niklaus. - resmungou ajeitando o cabelo do bebê e a olhando intensamente.

Era um bebê grande e os dois sabiam que não deveria ser muito velho. A pele estava avermelhada devido ao calor que o loiro impôs ao pequeno corpo, os olhos eram imensos e escuros. Brilhavam tanto que Rebekah quase se sentiu presa em alguma hipnose, a loira supôs que a resistência do irmão em entregar o bebê era fruto desse olhar intenso. Mal sabia que Niklaus se quer teve coragem de a olhar e que o loiro tramou a madrugada inteira para se livrar do bebê, mas algo sempre dava errado. Prova disso fora o tiro que ele tomou quando a largou na sacada de um prédio.

— Então a seque. Eu não estou recebendo por hora. - ergueu um dedo - Na realidade estou sim. Ódio. - o loiro se cheirou sentindo o perfume de bebê impregnado em suas roupas - Perfeito. Vou passar o resto do dia com cheiro de maternidade.

Rebekah rolou os olhos apoiando o pequeno corpo quente no seu enquanto mordia os lábios, para ela o bebê deveria ficar com eles, mas Niklaus nunca aceitaria algo assim. Ele tinha outras preocupações no momento.

— Vamos para um hotel. - a loira decretou - Parece que você tomou mais banho do que ela conseguiu se alimentar. - a loira riu ao ver as manchas brancas de leite pelo casaco escuro do irmão. Mais de mil anos pra não conseguir cuidar de um bebê. Incrível.

°°°°

— Desde quando um Mikaelson sabe trocar fraldas? - Klaus olhava Rebekah de longe que trabalhava de maneira habilidosa.

— Não é tão difícil quanto parece Klaus, são instruções simples. É você quem gosta de complicar tudo. - ele se encostou no batente da porta encarando a irmã de longe.

— Alto lá. - o loiro ergueu o indicador - Certas coisas não foram feitas para vampiros milenares.

— Um pouco de humanidade, bom senso e respeito pode ser utilizado por qualquer criatura que possua o mínimo de bom senso Niklaus. - ela resmungou e ele se aproximou ao ver a fralda fechada enquanto a encarava com desconfiança, Rebekah sorriu e ele bufou desviando os olhos da irmã.

Klaus se afastou tentando escapar do discurso que ele sabia que a irmã faria, mas não adiantou, ela falou antes mesmo que ele pudesse se virar. Como sempre, era o método para não o deixar fugir de uma discussão, se ele recebesse espaço demais ele fugiria... mas se ele confrontasse os ouvidos doeriam por um bom tempo devido aos berros do loiro. Cruel e escandaloso, não são combinações boas.

— Você me deve muito. Me tirou muita coisa. - ele quase podia sentir que ela já aninhava o bebê no colo. - Sempre assim Niklaus, eu vivi para agradar você por anos e anos... eu sou sua irmã, não sua prisioneira, você deveria...

— Você nunca foi maternal. - interrompeu sem a olhar.

— Você nunca me deu chance de ser o que eu queria.

— Não vamos começar com isso de novo Rebekah. - o loiro se virou a olhando duramente - Olhe ao nosso redor, acha que qualquer um que tenha um pé no sobrenatural irá cuidar de uma criança? Acha mesmo? E quando não mudarmos mais e tivermos que sair da cidade fazendo ela abandonar os amigos dela? E quando as pessoas notarem que não envelhecemos? E quando os inimigos vierem? - Rebekah suspirou ainda não se dando por vencida, ela poderia fazer um outro discurso mais tarde, sua preocupação no entanto se dirigia apenas ao pequeno bebe que ressonava tranquilamente, ela sabia que mais uma palavra Niklaus explodiria dando um de seus sermões escandalosos enquanto se passa por vítima. Ela teria que fazer isso em um lugar neutro, não que isso não o fizesse quebrar tudo ao redor.

— Klaus. - a voz dela baixou enquanto ela tentava controlar o temperamento difícil - Talvez ela traga a bruxa até nós. - o loiro parou para pensar – Talvez quando perceber que o bebê não está mais lá ela consiga associar isso a nós e venha. Você também está atrás de Stefan não é?

— Stefan me leva até Katerina, ou uma duplicata Petrova. - desconversou.

— Por isso precisamos dela. - ele negou com a cabeça, sabia muito bem onde queria chegar.

—  Mikaelson não tem tempo e nem estrutura para isso Rebekah, é por isso que somos imortais. É por isso... - se aproximou da irmã a olhando duramente – ... Que nenhum de nós nunca irá continuar com a nossa linhagem. Seja do nosso sangue, ou não. Nós já temos criações demais e todas elas querem nos matar.

°°°

—  Quando iremos embora? - os três caminhavam sob a luz fraca do sol.

— Logo, eu devo ir antes de você. - ele respondeu e olhou para a irmã que terminava de ajeitar o bebê nos braços como se ele realmente fosse dela – Isso vai embora hoje e eu logo irei atrás. Pode começar a se despedir.

—  Nenhuma chance dela ficar? - ele a olhou de lado vendo as pequenas mãos puxando o cabelo de Rebekah.

— E ser devorada? Literalmente. - ele puxou uma cadeira para Rebekah e se sentou ao lado dela enquanto olhava ao redor.

—  Ninguém fará isso.

— Não fale por Kol. - Klaus riu e Rebekah suspirou.

— Ela nunca nos deixa, nunca vai deixar seja para o nosso bem ou mal, ela sempre vai estar ali. - se referiu a Esther enquanto o olhava atentamente - É isso que a família faz, essa seria uma criação nossa... nós a moldaríamos a nossa forma e tudo ficaria bem. Ela seria nossa maior aliada, amiga, confidente e irmã. Se você a criar da maneira certa ela será a pessoa quem dará a vida por você, será a pessoa que irá te sustentar e proteger com todas as forças, será o laço entre criatura e criador. Pai e filha, irmã e irmão. Amor eterno sem cobranças, ela vai aprender a te amar, assim como eu aprendi Nik. E então você será a pessoa mais importante da vida dela, assim como ela será pra você. Se a deixar agora... talvez nenhum de vocês tenha outra chance.-  o celular de Rebekah tocou e ela se levantou passando o bebê para o irmão e sinalizou que estava indo embora, deu um beijo no rosto do bebê e se afastou deixando Niklaus que apenas suspirou.

O loiro fechou os olhos preso nas palavras de Rebekah, ele duvidava muito que essas coisas fossem dar certo para ele, sempre tivera a intenção de ter Marcel, mas com essa era diferente. Niklaus não queria aumentar mais ainda a sua família problemática, a colocar no meio dos irmãos que a transformariam a seu próprio favor. Niklaus era impulsivo, mas não era burro.

Passou pela porta do hotel em que estavam hospedados e suspirou com o peso em seu braço, se dirigiu até o sofá e se sentou com o embrulho balbuciante no sofá que resmungava a todo momento enquanto passava os dedos molhados de saliva no rosto do loiro, as pequenas mãos pousaram na bochecha de Klaus lhe trazendo uma sensação agradável que o fez a olhar pela primeira vez sendo marcado pelos intensos olhos castanhos. Olhos tão intensos que poderiam passar mensagens sem que um dia ela precisasse falar algo, olhos tão intensos que ele poderia enxergar a verdade, olhos tão intensos que lhe trouxeram conforto em paz como não sentiu em anos.

 Amor eterno sem cobranças, ela vai aprender a te amar, assim como eu aprendi Nik. E então você será a pessoa mais importante da vida dela, assim como ela será pra você - As palavras de Rebekah soaram em seu ouvido.

Vamos ver. - resmungou rindo e foi em direção ao quarto – Temos que te dar um nome decente pra quando você for ficar no orfanato, já pensou se te chamam por um nome estranho demais, tipo Kol? Pior, ganha apelido de cachorro. Kol serve para os dois.

O loiro passou a mexer no celular enquanto o bebê continuava em seus braços soltando gargalhadas enquanto o babava completamente, o mesmo se concentrava em apenas ler e ouvir as suaves gargalhadas enquanto sentia os cabelos quase serem arrancados da cabeça.

Ela seria nossa maior aliada, amiga, confidente e irmã. Se você a criar da maneira certa ela será a pessoa quem dará a vida por você, será a pessoa que irá te sustentar e proteger com todas as forças, será o laço entre criatura e criado - suspirou e leu o último nome que apareceu na tela.

 - Natalia... renascimento. É um bom nome não acha? - se questionou a olhando - Poético. - ironizou – Foi salva de uma casa em chamas e ganhou uma nova vida. - ele riu com sarcasmo se sentindo um azarado ao ler a mensagem de Rebekah. - Eu estou indo irmão, agora é só você.

Nunca estar sozinho, laço eterno e sem cobranças. Algo real?— olhou o bebê consumido pela dúvida, então sorriu e a ergueu a olhando atentamente.

Criação perfeita.

 -  Somos somente nós, Natalia Mikaelson.

 


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