Manual de Uma Adolescente Grávida escrita por Baby Boomer


Capítulo 11
Dica 11 - Planos


Notas iniciais do capítulo

E AÊ? BELEZA?
Espero que gostem desse cap, ele vai ser bem light, mas o fim é muito fofinho.
Nos vemos lá embaixo.



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POV Peeta

— Katniss, como surgiu a ideia de esconder a gravidez dos seguidores? Foi só pra fazer surpresa ou teve algo a mais? – Caesar perguntou.

— Inicialmente, eu realmente não queria que soubessem, mas depois foi só a ideia de fazer surpresa mesmo.

— Por que você e Peeta não deram nenhuma entrevista pra revistas para esclarecer as coisas?

— Caesar, acho que nós queríamos só um tempo com nosso filho, sem prestar muita atenção em publicidade, sabe? – comentei, tendo um holofote apontado pra minha cara.

— Entendo, mas e vocês? Contem sobre o relacionamento de vocês... acho que todos querem saber.

— Tivemos nossa primeira vez juntos, mas só admitimos nossos sentimentos por volta dos meus cinco meses de gravidez, um dia antes do photoshoot – Katniss respondeu, e nossa foto apareceu no telão. A plateia fez "awwwnt" para nós dois e A Barriga. Saudades dela, mas tenho certeza de que Katniss não achava isso, porque dava muita dor nas costas nela. – Pois é, somos lindos mesmo. 

A plateia riu e Clove, Annie e o resto da gangue fez uma careta, dizendo "Lindos somos nós! Vamos fazer uma votação de casal mais bonito!"

— Ei, eu tô solteira, pô, é injusto! – Madge reclamou. – Aceito pretendentes, viu, audiência! Meu número é... Zoeira, tô de boa na lagoa... suave na nave... maravilha na ilha... Tá, parei!

A plateia parecia cuspir uns nos outros, de tanto rirem. Imaginei se as blusas daquele povo não ficariam sujas de saliva no fim do dia.

— E o mais importante, que todos querem saber: aquele vídeo que você postou, foi feito em um momento em que as emoções estavam grandes ou ainda vale?

— Bem, eu acho que só falei verdades naquele vídeo, mas admito que o dia estava indo bem complicado pra mim, eu estaca exausta e...

—... e eu estava sendo um panaca – completei. – Fiquei jogando videogame enquanto Katniss fazia as coisas e... Nossa, eu me senti mal depois de perceber isso. Deixei ela se sobrecarregar.

— Entendi, Peeta, entendi... Vocês todos... acham que ganharam maturidade depois do nascimento dos bebês? 

— Com certeza. Agora sou uma anciã frenética com germes – Glimmer disse, fazendo todos rirem.

— Jura? Porque eu me sinto rejuvenescido – Marvel fez uma pose sensual, só que não deu certo e fez todos gargalharem. 

— Eu diria que sim, também – falou minha namorada. – Mas nós temos maturidade só para algumas coisas. Eu ainda sou uma criança, rio por besteira e acho que o fim de um filme dramático é o fim do meu mundo, e ainda tenho minhas bonecas, então...

— Cadê os bebês? Babás, queridas, entrem! Entrem! Eu estava brincando com eles no camarim, são uma fofura! 

Quando nossos filhos entraram, a plateia começou a gritar de fofura. 

— Vamos, deixe eu pegar um deles. Opa! Olá, Hazel! Eu estou segurando um bebê do Hormônios e Mamadeiras, gente! Eu sou o máximo! Me sinto incrível.

Hazel olhou para cima e começou a rir banguelamente da cara de Caesar.

POV Katniss

∞ 1 ano e seis meses ∞

— Noah, para com isso! – briguei. – Noah, que coisa feia.

Meu filho estava estatelado no chão, esfregando seus lindos e brilhantes cabelos loiros no solo do Walmart.

— Você está limpando o chão todinho! O moço da limpeza vai brigar com você. – Mas nada adiantava. Tentei levantá-lo, mas ele continuava a se curvar pra trás e chorar. Provavelmente pensavam que eu estava batendo nele.

— Noah, você não pode ter tudo que quer! Não vou comprar esse brinquedo pra você, independente de você espernear ou não.

As pessoas do corredor me olhavam sem parar.

— Não se preocupe, querida, crianças geralmente só obedecem as mães e os pais – uma senhora comentou, provavelmente pensando que eu era irmã dele. Eu apenas sorri amarelo pra ela, deixando ela pensar o que quisesse.

Eu aprendi a deixar as pessoas pensarem o que quisessem, principalmente depois que Cashmere decidiu ficar fofocando sobre mim pras pessoas da escola, inventando mentiras sobre eu ser negligente e meus pais terem que fazer tudo sozinhos. Na verdade, Peeta e eu deixávamos Noah na creche e íamos pra aula. Quando saíamos da escola íamos pegá-lo e, na minha casa, nós revezávamos. Por exemplo, eu ficava com Noah enquanto Peeta estudava um pouco e vice-versa. Era assim que fazíamos e funcionava o suficiente para não reprovarmos de ano. Claro que nossa nota não era à altura de uma nota pra entrar em qualquer faculdade, mas disso eu já sabia. Faculdade pra mim era um sonho morto.

Na escola, os cochichos variavam muito “é, eles estão mesmo namorando”, “você viu que ela anda acabada?”, “…mas nem parece que pariu”… E minha vida já não era mais só minha. Todo mundo vinha me dar conselhos não pedidos, me fazer perguntas e me elogiar por sei lá o quê. Era estranho, chato, legal, divertido… tudo muito variado.

— Noah Scott Everdeen Mellark, pare com isso agora ou eu vou confiscar o seu Buzz Lightyer!

E o que era resistência virou um choro triste. Ele amoleceu e deixou que eu o botasse no braço. Meu coração se derreteu, mas eu não podia amolecer também.

— É o único jeito de você se aquietar? Desculpe, querido, mas você não me deu opção.

Coloquei ele dentro do assento do carrinho de compras e abri um pacotinho de suco pra ele. O nariz vermelho permaneceu depois que ele parou de chorar e ele já nem se lembrava do ocorrido. Meu filho, graças a Deus, não guardava rancor.

Meu celular apitou de repente e eu lembrei que era hora de tomar o anticoncepcional, mas antes eu devia comprar uma água e foi o que eu fiz, mas Noah decidiu derramar suco na blusa e no rosto todinho e eu tive que usar a água pra limpá-lo.

— Desculpa – ele disse, sem conseguir pronunciar a palavra (sorry) com perfeição.

— Tudo bem, só tome mais cuidado depois. Bem… o que eu ia fazer mesmo? Ah, pro caixa, certo?

Noah assentiu, tomando o suco que restava no pacotinho.

Cheguei em casa com uma criança no colo e cheia de pacotes, mas Prim veio ao meu socorro. Meu socorro digo… eu fiquei com a parte mais chata, que eram as compras, e ela apenas roubou Noah dos meus braços.

— Vamos brincar com a Prim? – perguntou ela ao meu filho, que estendeu os braços sem pestanejar. – Peeta ligou pra cá porque você não atendia seu celular e disse que só vai poder vir à noite porque tem um trabalho pra fazer na casa de Finnick.

— Falou pra ele que eu também tenho um trabalho pra fazer com Madge? – perguntei, chutando a porta da casa com o pé para conseguir entrar.

— Falei, mas ele disse que depois te ajudava com esse trabalho, se você quisesse.

Revirei os olhos e fui arrumar as compras na cozinha. Apareci na sala depois disso e vi que Noah brincava com Prim.

— Você pode ficar com ele só enquanto eu faço minha lição de casa atrasada? – perguntei, me escorando no corrimão da escada.

— Posso, mas você vai ter que me ajudar com um trabalho de ciências.

Bufei.

— Tá bem, tá bem, obrigada.

Subi correndo as escadas e tentei acabar o meu dever o mais rápido possível. Eu entendia a matéria, pelo menos, mas fiquei desesperada quando perdi meu trabalho de história. Eu havia metido em algum lugar enquanto limpava o cocô de Noah do meu carpete, só que não lembrava aonde tinha botado. Revirei todos os meus cadernos, pastas e livros, mas nada. Embaixo da cama também não residia trabalho algum e… ah, na gaveta de roupas do meu pimpolho. Estava ali todo amassado, e eu terminei de amassar ao cair no chão por cima dele depois de tropeçar no penico de Noah. Dai-me paciência, Senhor!

Peguei o celular imediatamente para relatar o que havia acontecido, ainda no chão, e voltei a estudar ao terminar a rápida gravação e enviá-la pro e-mail de Madge, que editaria e adicionaria ao vídeo da semana.

— Oi, filha – minha mãe disse na porta do quarto. – Parece concentrada.

— Pareço desesperada, você quer dizer… mas relaxa, tá dando certo. Só falta eu fazer o meu trabalho extra pra recuperar nota, mas eu faço isso quando Peeta chegar.

— Se você quiser, eu e seu pai podemos ficar com ele enquanto você faz, assim você tem um tempinho com Peeta.

Eu suspirei aliviada e fechei os olhos em agradecimento.

— Você é uma santa, mãe, muito obrigada. Eu quero, se não for incomodar.

— Tudo bem – ela disse, se afastando da porta para que meu pai se aproximasse. Ele trazia um vestido lindo nas mãos.

— Fiz só pra você, filha – ele disse, entregando o vestido em minhas mãos. – Vermelho porque é mais adulto, quero que ele signifique a mulher e mãe magnífica que você se tornou.

Meu pai adorava me agraciar com vestidos, e disse pra mim que ia desenhar o vestido mais bonito da carreira dele quando eu fosse pro baile do terceiro ano, ano em que eu estava e cursava juntamente com Peeta. Sim, Peeta repetiu de ano porque tivemos que fazer recuperação em tempo integral e não dava pro Noah ficar na creche o dia inteiro, então ele apenas decidiu não ir pra cuidar de nosso filho e repetiu de ano, obviamente. Um sacrifício que veio a calhar, porque ambos não queríamos contratar uma babá. Quem tinha que criar nosso filho era nós mesmos.

Finnick e Annie passaram pela mesmíssima situação, tanto é que os dois repetiram de ano, mas já se organizaram para não deixar isso acontecer de novo.

Para o baile do ano passado, quando Peeta estava pela primeira vez no terceiro ano, também não fomos, porque tínhamos que cuidar de um Noah adoentado. Era vômito pra todo lado, febre e choro, não dava pra sair pra gandaia com nosso filho daquele jeito. Era injusto com ele.

— Que lindo, pai! – exclamei, vendo o vestido vermelho rendado amaciar meus braços. Era estupendo e marcaria bem minhas curvas.

— Pra você usar no jantar executivo. – Ele apertou minha bochecha. – Ei, em uma hora desce pra jantar, viu?

Assenti, guardei o vestido no closet e terminei meus deveres, em seguida começando a fazer o trabalho. Felizmente, terminei toda a pesquisa no notebook em menos de uma hora e comecei a passar a limpo, coisa que demoraria e que preferia terminar depois do jantar.

A cada três anos meu pai reunia os donos das lojas que distribuíam seus vestidos em um restaurante superchique de Denver, e essa data coincidia com a visita dos irmãos de meu pai e minha única avó viva – Greasy Sae, seu nome –, porque eles mesmos distribuíam as criações do irmão e a mãe deles vinha junto, para ver o filho. Eles vinham de longe, lá de Connecticut. Papai nunca falava com eles a menos que fosse pra marcar o dia do jantar, mas era só. De resto, eles tinham que conversar cara a cara.

Senti o cheiro do espaguete de minha mãe ser encharcado de molho e corri lá pra baixo com apenas meias nos pés, meias de coelhinhos, só que eu caí de joelhos depois de descer o último degrau, fazendo Noah rir.

— Tô viva, tô bem! Não se preocupem.

Meu filho ainda gargalhava.

— Tá rindo da mamãe? Não acredito que você tá rindo da mamãe! Vou pegar você, menino maluquinho! Uaaargh.

Eu saí correndo atrás dele loucamente e deixei ele escapar de mim por um tempo, para depois pegá-lo nos braços e colocá-lo de cabeça pra baixo.

— Você está preso pelas minhas forças maternas e não se libertará até me dar um beijo! Uaaaargh!

Ele dava uma gargalhada tão gostosa que até minha mãe sorriu. Então eu o levantei e inflei a bochecha com ar. Ele me deu um beijo estalado e eu enchi a carinha dele de beijinhos meus, fazendo-o rir mais ainda.

— Mamãe doida! Mamãe doida! – ele balbuciava, mas só eu entendia.

— Mamãe é doida por você. – Bati meu dedo indicador no narizinho dele. – Agora vamos, vamos jantar.

Coloquei-o na cadeirinha e deixei que ele tentasse usar a colher para comer o macarrão que eu tive o prazer de cortar todinho. Habilidade com talheres era o forte dele.

— Noah, você quer qual suco? Tem de maçã e laranja. – Apontei para as jarras e ele apontou para o de maçã. Coloquei um pouco no copinho de criança dele e comecei a comer.

Me livraram da louça naquele dia e, consequentemente, livrei Prim de tomar banho com Noah, mas em compensação tive eu mesma que fazê-lo. Ah, tive que banhar Buzz Lightyer também, senão o pequeno não entrava na banheira.

Então o som de violão soou pelo banheiro e vinha do meu quarto. Meu filho começou a dançar loucamente na banheira, fazendo a espuma da água aumentar. Arregalei os olhos pra ele e falei:

— Acho que é o papai. Será? Você acha que é ele?

— Papai.

Abri a porta do banheiro e Peeta estava lá, fazendo careta. Noah gargalhou por causa disso e pelo fato de Peeta ter feito um moicano nele depois de me dar um selinho. Tirei nosso filho da banheira e o enrolei com sua toalha de ursinho, tendo que fazer o mesmo com Buzz e uma toalha pequena.

— Pronto, agora vai pro papai, pra ele te enxugar.

Estendi Noah para Peeta e ele o pegou com seus braços firmes, mas o pequeno começou a chorar e chamar meu nome.

— Você quer vir pra mamãe? – perguntei enquanto olhava estranho pra Peeta, sem entender a rejeição. – Pronto, meu amor, está tudo bem, papai só queria enxugar você.

Noah apoiou a cabeça em meu ombro e me apertou com seus bracinhos, buscando se firmar em mim.

— Ok, então, eu cuido de você. Papai, por que você não vai pegar o leite do Noah?

Peeta assentiu e deu um beijo na cabeça do nosso filho antes de ir pegar o leite (que era o que nós mesmos bebíamos, só precisava esquentar).

Vesti Noah com seu pijama e penteei seus cabelos molhados e isso foi o tempo que levou para Peeta voltar com a mamadeira-copo. Já no berço e bebendo o leite, Peeta começou a rapsodiar algumas notas no violão, tipo em uma canção de ninar, e não demorou mais que dez minutos pra ele pegar no sono. Tiramos o copinho de dentro do berço e eu juntei meu material de estudo do quarto, descendo com Peeta para a varanda, já que a sala de estar estava lotada.

Sem falar nada por um bom tempo, Peeta e eu ficamos abraçados enquanto eu terminava de passar meu trabalho a limpo. Quando escrevi o último ponto, me direcionei a ele pela primeira vez.

— Acho que você devia passar mais tempo com Noah.

Peeta respirou pesado.

— Ele passa o dia inteiro comigo, fica mais apegado a mim, principalmente nas madrugadas em que você não dorme aqui.

— O que você sugere? – ele perguntou, beijando o topo da minha cabeça.

— A gente usar nossa poupança do H&M pra comprar um cantinho pra nós.

Me desencostei dele e fitei seus olhos azuis.

— Você usa seu salário de trabalho de meio expediente na padaria pra comprar comida e produtos de higiene. E se sobrar e a gente precisar, tira do resto da poupança até você assumir a gerência de lá, depois da formatura da escola – propus.

— É isso que você quer, Borboletinha?

Dei de ombros.

— Faz parte do que eu quero.

— E o que exatamente você quer?

Eu sorri e comecei a desenhar em seu peitoral coberto por um suéter vermelho(estava nevando).

— Gastar cada segundo possível da minha vida com você.

Lição do dia: uaaaaargh!


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Notas finais do capítulo

COMENTEM, VIU?
UHUUUUUUUUL! BEIJÃO NO CORE DE VOCÊS ♥



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