Blackbird escrita por Srta Dilaurentis


Capítulo 3
Ele pagará caro, muito caro!


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpe pela demora para postar, mas os trabalhos e as provas tomaram todo o meu tempo, mas aí está o capitulo. Espero que gostem!



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Alison encarava seu reflexo no grande espelho que havia em seu quarto. Usava uma capa vermelha, roupa a qual usava nas missões; seu cabelo estava solto como de costume e caía como uma grande cascata loira por suas costas. Olhou para a janela, percebendo que o sol já estava se pondo. Com um longo suspiro, colocou a máscara prateada, pegou sua varinha que estava na cabeceira da cama e seguiu em direção ao escritório de Voldemort que ficava em uma ala distante do local que seu quarto se encontrava. 

Muitos bruxos ficariam nervosos em ter que entrar no escritório do Lorde das Trevas. A ideia de ter que ficar frente a frente com o bruxo mais temido dos últimos tempos não era algo que tranquilizava a maioria das pessoas, porém Alison se sentia completamente à vontade na presença do Lorde.

Ao passar por um grupo de comensais, eles imediatamente fizeram reverência. Ali deu um sorriso debochado por trás da máscara e revirou os olhos. Ela achava essa atitude patética, mas gostava da sensação de poder e importância que sentia quando eles o faziam.
Parou em frente à grande e escura porta de carvalho do escritório de seu “pai”. Bateu à porta e entrou sem esperar a resposta. Na sala, encontrou Voldemort parado, encarando o céu, perdido em pensamentos. Alison era a única pessoa que não fazia reverência ao Lorde das Trevas — ele a tratava como sua igual, afinal, ela era sua herdeira, e um dia, ela assumiria o poder.

Ali se aproximou do homem e parou ao seu lado, esperando as ordens dele. Voldemort virou-se para a garota, encarou aqueles olhos tão azuis e profundos como o oceano e lhe passou mentalmente as coordenadas da missão.

 — Alison — antes que ela saísse, Voldemort a chamou. Ela se aproximou, ficando de frente para o bruxo, que colocou as mãos em seus ombros e a fitou diretamente nos olhos. — Tenha cuidado — disse com uma sincera preocupação. — Creio que a Ordem também estará à procura de Blake... não deixe que eles a descubram...

— Pode deixar, pai — tranquilizou-o. — Chegarei em breve.
Ela se virou e saiu, deixando Voldemort olhando para o lugar onde antes estava a loira. Cansado, suspirou e sentou-se em sua poltrona. Era incrível o modo como se apegou rapidamente à Alison, como aquela pequena criança havia lhe conquistado com uma facilidade absurda.

...

O olho mágico de Olho Tonto Moody girou em sua órbita, verificando o local. Eles estavam em um prédio em construção abandonado em uma periferia trouxa mais afastada da cidade grande. O piso de madeira antiga estava empoeirado e continha tábuas soltas. O reboco da parede estava desgastado e as vigas, também de madeira, estavam danificadas por conta de cupins. Ninguém ia lá por anos, a não ser crianças que eram desafiadas a entrar no local , ou jovens irresponsáveis que encontravam um lugar escondido para se drogarem. Na teoria, era um ótimo lugar para fugir, mas ninguém traía Lorde Voldemort e saía vivo para contar a história.

— Acho que deveríamos nos separar em grupos e procurá-lo — disse Kingsley com sua voz lenta e profunda, iluminando o local com sua varinha. Ele era um dos aurores do ministério. Era um homem alto e possuía a pele negra; seus olhos eram escuros e a cabeça era raspada. Numa das orelhas, usava um único brinco de argola de ouro.

— Certo. Black, você vai com o Kingsley. Tonks e Lupin seguem comigo. Vamos achar esse desgraçado! — Moody rosnou empunhando sua varinha. Seu olho mágico girava a cada segundo, atento a qualquer ameaça.

— Beleza! — O cabelo de Tonks mudou para um tom rosa chiclete ao encarar Remus. Alastor revirou seu olho normal.

— Sem distrações, Ninfadora; foco na missão — Moody exclamou irritado. Ele não tinha paciência para a paixonite platônica da metamorfomaga.

— Não me chame de Ninfadora! — disse entre dentes.

— Então, foque na missão! — rebateu irritado — Vamos!

Eles exploraram o lugar silenciosamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Alastor seguia à frente liderando os outros dois, com a varinha empunhada em posição de defesa, pronto para qualquer ataque surpresa.

Subiram as escadas de madeira até chegar a uma enorme sala sem iluminação. Tábuas bloqueavam as janelas impedindo a luz do lado de fora de adentrar no cômodo. No meio da penumbra, havia uma cama antiga, um pouco desgastada e desarrumada. Um balde metálico estava no centro do quarto, para impedir as goteiras que caiam dentro dele de inundar o local. No momento, as gotas d’água que caíam faziam um barulho estridente. Ratos passavam correndo por entre os pés dos bruxos, os assustando.

No canto do cômodo, na parte mais escura do quarto, uma cadeira simples de madeira estava virada para a parede. A pouca luz os permitiu ver a silhueta de algo ou alguém, no papel de parede sujo e desgastado, que parecia estar sentado na cadeira.

Alastor levou o dedo indicador à boca, fazendo um sinal para que não fizessem barulho. Depois, indicou com a varinha a cadeira. Tonks e Remus foram cada um para um dos lados da sala enquanto Moody seguia pelo centro. Ao mesmo tempo, andaram com cautela até a cadeira, ansiosos com o que poderiam encontrar. Finalmente, viraram-na bruscamente, tomando um susto logo em seguida.

Jason Blake estava amarrado com grossas cordas, tendo seus pulsos presos aos braços de madeira da cadeira, completamente imóvel. Seus olhos verdes estavam arregalados e sua face estampava pavor, como se tivesse sido pego de surpresa. Ele estava petrificado. Alguém havia chegado e o encontrado antes da Ordem, mas quem saberia a localização exata de um comensal fugitivo o capturaria e o deixaria para trás? Isso não fazia sentido!

— Estranho. Tem algo errado... — disse Moody analisando o homem de pele alva e cabelos castanhos escuro. Ele usava roupas trouxas que estavam sujas e rasgadas. Seus olhos claros estavam fundos, como se não dormisse há dias, seu rosto estava magro e seus cabelos sem brilho.

— O que importa? Ele já está capturado. Temos trabalho a menos! — Tonks exclamou fazendo gestos com as mãos, como se fosse óbvio.

— Concordo com o Olho Tonto. Isso está muito suspeito. Tonks, mande um patrono para Sirius e Kingsley; diga que encontramos Blake. Quanto mais rápido sairmos, melhor — Remus ordenou.

A única mulher presente no grupo fechou seus olhos e se concentrou. Murmurou o feitiço Expecto Patrono e, com um maneio de varinha, uma imensa criatura prateada de quatro patas apareceu, iluminando o cômodo, permitindo aos bruxos ver melhor o quarto sujo e, após receber o recado, correu pelo cômodo até sumir de vista, os deixando no escuro novamente.

— Remus, pegue a varinha dele. Vamos nos garantir que ele não escapará de nenhum jeito — Moody, com ódio, ordenou encarando logo em seguida o comensal.

Remus andou em direção ao homem. Procurou dentro dos bolsos da jaqueta dele e até mesmo no chão em volta da cadeira. Ele franziu a sobrancelha e sentiu o coração acelerar quando não encontrou nada.

— Ele está desarmado — Remus confirmou. Olhou alarmado para Alastor e sentiu que algo definitivamente estava errado.

De repente, um barulho na porta fez os três se assustarem. Viraram-se lentamente para a direção do som e suspiraram aliviados: Sirius e Kingsley haviam acabado de chegar.

— Que bom que conseguiram capturá-lo. Mas vamos sair logo daqui. Esse lugar me dá arrepios — Sirius disse olhando o quarto com o cenho franzido, demonstrando desgosto.

— Peguem Blake; vamos logo! — Ordenou Alastor.

Kingsley foi em direção à porta, girou a maçaneta algumas vezes e se surpreendeu por ela estar trancada. Tentou usar o feitiço Alohomora, tentou até mesmo arrombar a porta com um chute, mas nada aconteceu.

Alguém havia os trancado!

— É uma armadilha! Tem alguém aqui! — disse Shacklebolt categórico. Eles se reuniram em um círculo fechado em volta do ex-comensal para impedir que algo chegasse até o bruxo. Estavam com as varinhas em punho, em posição de defesa. O silêncio quase palpável predominava na sala; só era possível ouvir a respiração descompassada dos aurores.

Um vulto passou rapidamente pela porta que levava ao banheiro, chamando a atenção dos bruxos. Eles se entreolharam e, com um aceno de cabeça, Tonks andou vagamente até o local do barulho.

Alison, que estava escondida nas sombras com a ajuda de um feitiço que a ajudava a se misturar em meio à escuridão do banheiro, desarmou Tonks com um feitiço não verbal, fazendo a varinha da auror voar de suas mãos. A auror, sentindo a varinha voar de suas mãos trêmulas, sentiu também o medo carregado de ansiedade se apossar de seu corpo. Estava desarmada, no mesmo cômodo que o inimigo.

Ali sorriu por trás da máscara prateada ao ver o medo estampado no rosto da mulher. Ela se divertia 'brincando' com as pessoas.

Sem pensar duas vezes, Tonks foi em direção à porta. Antes que pudesse retornar ao grupo de homens, seu o corpo foi jogado violentamente contra a parede. Ela havia sido estuporada.

De volta ao quarto, o barulho alto do baque alarmou os aurores. Lupin olhou desesperado para o banheiro e rapidamente correu até lá, encontrando Tonks desacordada. Ele se aproximou do corpo inerte da bruxa pela qual tinha uma secreta paixão; nos seus olhos, havia medo e preocupação. Checou seu pulso e suspirou aliviado ao perceber que o coração ainda batia.seus batimentos estavam normais.

Contudo, sua tranquilidade não durou muito. Deixando sua amada ainda desacordada no chão, ele se virou, com a varinha em punhos iluminando o local, procurando na escuridão o culpado pelos ataques e se surpreendeu ao ver que era uma adolescente!

Ela usava uma capa vermelha, seus cabelos eram longos, a mascara prateada cobria toda a extensão de seu rosto, permitindo ver apenas seus olhos azuis, e o mais curioso era que a garota parecia ter menos de dezessete anos!

Quem era essa garota? Porque ela estava lá? Era uma comensal da morte? Se sim, quando Voldemort passou a aceitar menores de idade como seus servos? Todas essas perguntas lhe invadiram a mente, deixando-o atordoado. Lupin, no entanto, não percebeu quando a garota de cabelos loiros fez um movimento com a varinha e a pia se desgrudou da parede de azulejos descascados, fazendo um jato forte de água sair pelo cano, e voou rapidamente ao seu encontro, o atingindo em cheio.

A última coisa que viu antes da escuridão o consumir foi a explosão da parede do banheiro.

...

Moody, Sirius e Kingsley imediatamente protegeram o rosto dos pedaços de concreto que voaram em sua direção e se jogaram ao chão.

A poeira subiu, impedindo os bruxos de verem qualquer coisa.

Moody, que estava mais próximo de Blake, ouviu quando o homem foi tirado da cadeira e começou a ser levado embora. Por instinto, ele tentou agarrar o pé do invasor e, assim que agarrou o tornozelo, levou um forte chute em sua face, acertando o pedaço que restava de seu nariz. Ele levou as mãos ao rosto cambaleando e caiu no chão. Alastor se impressionou com a força do chute.

Ignorando a dor, ele tentou se levantar o mais rápido que conseguiu. Seu olho mágico rodava sem parar até focar em direção à porta.

— Black, Kingsley! Rápido, ele está fugindo com o Blake! — Alastor berrou para os outros dois bruxos que saíram rapidamente. Ele foi mancando o mais rápido que conseguia até a porta. Desceu as escadas de madeira, vendo que os companheiros já estavam no primeiro andar.

Moody viu os longos cabelos do comensal e, surpreso, constatou que era uma garota. Não que ele tivesse preconceito, ou algo do tipo, mas a única comensal mulher que tinham conhecimento, até então, era  Bellatrix.

— Estupefaça! — Sirius gritou rapidamente assim que percebeu que a garota estava quase ultrapassando a barreira que impedia a aparatação. Estava ofegante e alguns de seus fios de cabelo estavam grudados em sua testa por conta do suor.

Um lampejo vermelho saiu da ponta de sua varinha e acertou Blake, que não estava mais petrificado. O homem foi lançado até atingir uma parede com os tijolos à mostra, desmaiando. A parte exterior do prédio era ampla: o chão e as paredes ainda estavam no cimento. Poças de água suja estavam espalhadas pelo local e pedaços de ferros da construção, agora enferrujados, estavam largados pelo chão.

Por um breve momento, os olhos da garota cruzaram com os de Sirius. Se ela pudesse, o mataria naquele instante, apenas com o olhar.

— Expelliarmus! — berrou Remus, que vinha mancando em direção à luta que acabara de começar. Ele estava com as roupas e o cabelo encharcados por conta do vazamento que ocorreu no banheiro devido à explosão. Seu supercílios estava cortado e sangue seco que saíra do machucado em sua testa havia manchado sua pele.

Sem quebrar o contato visual com Sirius, Ali desviou do feitiço com uma facilidade absurda e correu rapidamente para onde estava Blake, desviando e bloqueando com facilidade os feitiços que lhe eram lançados.

Com um movimento cortante da varinha, uma força invisível lançou fortemente os membros da Ordem para trás, os fazendo colidir contra a parede.

— Quem é essa garota?! Ela é impressionante! — Tonks comentou, ainda caída no chão, se recuperando do impacto.

Os bruxos se levantaram e, juntos, lançaram feitiços diferentes em direção à garota, que rapidamente levantou um escudo mágico de corpo inteiro que a envolvia em uma luz azul, deixando os aurores boquiabertos.

Moody rangeu os dentes com raiva e, assim que viu a garota correr, lançou o feitiço das pernas presas. Cordas invisíveis se enrolaram nos aos tornozelos de Ali, a fazendo-a cair e a varinha voar de suas mãos.

— Accio varinha! — Ali gritou rapidamente.

Kingsley aproveitou a oportunidade de distração da loira e pronunciou “Diffindo!”.

O feitiço, o qual foi conjurado às pressas por Kingsley, acertou diretamente o braço direito de Alison, que estava esticado para receber a varinha. Um corte grande e profundo foi feito na sua pele e o sangue começou a manchar suas vestes. A garota gritou agudamente, ainda deitada no chão.

Os bruxos ficaram surpresos ao verem a vareta voar em direção à mão da adolescente. Ela havia feito o feitiço sem a varinha!

Ali, agora segurando o braço ferido junto ao corpo, gemeu de dor. Cada vez que se mexia, as cordas ao redor de seus tornozelos se apertavam cada vez mais.

— Finite Incantatem — pronunciou, ficando livre das cordas.
Ela se levantou do chão poeirento com certa dificuldade, pondo-se de pé imponente. Seus olhos azuis ficaram ainda mais escuros pela raiva. Encarou, com aquela caricatura de ódio no rosto, seus inimigos. Fechou os olhos e tentou se concentrar.

Uma voz fina em sua cabeça pronunciou “Element Circa”, assim como fez no treino com sua tia Bella; porém, ao invés de imaginar um oceano, a imagem do fogo ardente invadiu sua mente. Ela imaginou as chamas consumindo completamente a construção abandonada.

Era arriscado; Ali sabia que não dominava completamente esse feitiço. Além do mais, poderia ficar fraca e desmaiar, como da última vez, e acabaria sendo capturada. Mas ela tinha que arriscar!

Cobras em chamas saíram de sua varinha e rastejaram em direção aos bruxos, que recuavam contra a parede, os cercando e deixando rastro de fogo por onde passavam.

Ela não tinha intenção de matá-los. Não queria isso. Queria apenas ganhar tempo, distraindo-os com o fogo.

Alison correu em direção a Blake, que se arrastava inutilmente até a parede, se encolhendo a cada passo que a garota dava.

“Patético”, ela pensou.

— Sabia que você viria — ele disse apavorado.

— E mesmo assim não estava preparado — rebateu venenosamente.

Blake olhava para os lados na tentativa de encontrar uma saída e engoliu em seco ao perceber que estava encurralado.

— Tenha piedade! — ele se ajoelhou-se aos pés da garota, implorando. Lágrimas desesperadas caíram de seus olhos.

— Você traiu o Lorde das trevas quando ele mais precisava — ela disse rebateu com um tom áspero. — Você merece a morte!

— Por favor, eu lhe imploro! Eu peço perdão por tudo. Esqueça o erro que cometi. Juro pela minha vida de que serei o servo mais fiel do Lorde!

— Eu não esqueço e meu pai não perdoa! — ela disse friamente.

Alison levantou a varinha, apontando para o coração do homem. Tentou concentrar-se, fechando os olhos com força. Queria matá-lo.  Vê-lo dar seu último suspiro, mas não conseguia. Aquelas duas pequenas, porém poderosas, palavras estavam entaladas em sua garganta.

Alison sabia que aquele homem merecia a morte: ele havia traído seu pai e pagaria por isso com a própria vida por isso. No entanto, ela simplesmente não conseguia. Ser incapaz de matar alguém sempre foi uma fraqueza sua.

Ali revirou os olhos, soltou um suspiro fracassado e abaixou sua varinha. Jason Blake a olhou com curiosidade e um pingo de esperança brilhou em seu olhar.

Os bruxos que estavam quase apagando o fogo assistiram curiosos para a cena. Nunca viram nenhum comensal hesitar ao matar alguém!

— N-não vai me m-matar? — Blake perguntou encarando a garota esperançoso. Ele limpou as lágrimas que molhavam seu rosto, com expectativa de que continuaria vivo.

— Considere seu pedido realizado. Não o matarei agora — ela disse friamente.

— Obrigado! Obrigado! Eu juro que serei fiel! — Blake tentou se levantar, mas Ali colocou o pé em seu peito, o impedindo de fazê-lo. Ele a olhou sem entender.

— Você vai comigo. O próprio Lorde das trevas cuidará de você! — disse com uma certa satisfação por saber que seu pai faria o homem pagar por sua traição — Mas antes... — ela se abaixou ficando cara a cara com Jason. Ágil, levou a mão ao colarinho da blusa que ele usava e arrancou algo que parecia uma corrente com um grande medalhão de ouro com um “S” floreado e serpentino. Para muitos poderia parecer um amuleto sem valor algum. No entanto Alison e Blake sabiam muito bem a importância daquele objeto.

Ela se levantou e guardou o colar em um dos bolsos internos de suas vestes, ignorando, por um momento, a presença do ex-comensal.
A esperança e alívio se esvaíram do homem, dando lugar a um novo sentimento: pavor.

Ele aproveitou a distração e se levantou o mais rápido que conseguiu e tentou desesperadamente fugir, mas, com uma forte joelhada nas partes íntimas, Jason caiu no chão. Lágrimas de dor saíram de seus olhos.

Ali o puxou pela gola; contudo, ao colocá-lo de pé, uma pilastra explodiu ao seu lado. A garota se virou surpresa e viu que os aurores já haviam apagado o fogo. Ela imaginava que as chamas os ocupariam por mais tempo.

— Merda — murmurou baixo. — Nem tente escapar, ou ficará incapaz de brincar com seu amiguinho...

Blake a encarou com os olhos arregalados e concordou com a cabeça freneticamente.

Sirius veio correndo em sua direção lançando feitiços disparadamente, os quais Ali desviava rapidamentede forma rápida.

—Lino Quebrium! — ela berrou. Do nada, um alto estalo foi ouvido pelos aurores e Sirius caiu no chão, agoniando de dor. Grande parte dos ossos de seu corpo haviam se quebrado.

Remus, desesperado, correu em direção ao amigo para socorrê-lo.

— Almofadinhas! — ele balançou o corpo desfalecido do amigo agonizando no chão. — Que diabos de feitiço é esse?! — perguntou aos companheiros, que o encaravam com os semblantes preocupados.

Tonks, que estava junto do restante do grupo foi em sua direção para tentar ajudar o amigo, enquanto Kingsley e Moody correram enraivecidos para onde a garota estava.

Com um movimento rápido, Kingsley executou o Estupefaça e Moody lançou o feitiço desarmante ao mesmo tempo que Alison. O contra-ataque fez as varinhas voaram de suas mãos e Alison ser jogada contra a parede. Antes que ela pudesse fazer qualquer movimento, Kingsley e Moody correram em sua direção. Kingsley a pôs de pé e segurou seus braços atrás das costas fortemente, prendendo-a. Alison sentiu a raiva e o desespero tomar conta de si a se ver indefesa frente aos aurores.

— Olha quem temos aqui! — Moody disse, sorrindo sarcasticamente. Ali tentava sair a todo custo, mas o auror a segurava com raiva. — Estou bem curioso para ver seu rosto por trás dessa máscara!

Por um momento, o desespero tomou conta de Alison. Moody tentou se aproximar dela, mas levou um forte chute em seu joelho e longo em seguida nas partes baixas. Ele fraquejou por um momento, mas logo se recuperou. Avançou em Alison, possesso de raiva.

— Ora, sua vadia! — Para a surpresa tanto de Alison quanto de Kingsley, o outro autor depositou uma forte tapa na face da adolescente, que, se não estivesse coberto pela máscara, ficaria marcado. Num ato de violência desenfreada, deu repetidas joelhadas no estômago da jovem que só se manteve de pé porque estava sendo segurada.

Ali tentava não emitir som que mostrasse a dor que ela estava sentindo, e mesmo sendo sustentada, tinha dificuldades para manter-se em pé. Respirar também estava sendo algo difícil de se fazer no momento, já que seu abdômen doía fortemente. Ela nunca havia se sentido tão humilhada.

— Moody! Moody! Ela é apenas uma garota! Chega! — Kingsley impediu o homem de continuar agredindo-a.

Moody encarou o companheiro indignado por estar defendendo o inimigo.

— Apenas uma garota?! Uma garota que causou todo esse estrago — exclamou o autor. — Essa vadiazinha trabalha para Voldemort; não devemos ter pena dela!

Kingsley, ao ouvir palavras tão grosseiras, o encarou com um olhar de alerta. Moody, sem realmente parecer que se importava, revirou o olho normal e deu uma última, porém muito forte, joelhada na garota que, com o impacto no estômago, começou a tossir em busca de ar.

Moody a segurou pelos cabelos e tentou tirar a máscara prateada. No entanto, antes que pudesse mostrar a sua identidade, os olhos de Alison escureceram completamente e uma força invisível empurrou Alastor contra a parede. Alison, mesmo cansada e muito machucada pelas joelhadas do homem que agora tentava levantar-se, reuniu forças e deu uma cabeçada em Kingsley, que a segurava por trás, e chutou repetidamente o joelho do homem que a soltou devido à dor.

Ali rapidamente pegou sua varinha e correu em direção a Blake. Com força impressionante, puxou-o pela gola da capa e, sem perder tempo, correu o mais rápido que conseguiu, usando o corpo de Jason como escudo, em direção o fim da barreira invisível que impedia a aparatação.

Assim que ultrapassou a barreira, ela encarou mortalmente Moody e aparatou, levando o ex-comensal consigo.

Aquilo teria volta.

Moody pagaria caro, muito caro!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem o que acharam e até a próxima!