Wind to Hope escrita por Lindsay


Capítulo 1
Ela precisava sobreviver.


Notas iniciais do capítulo

♡ Oi pipous ♡

Primeiro capítulo da fic. Espero que gostem. Boa leitura.



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Lindsay se espreguiçou na cama naquela manhã fria e chuvosa de sexta-feira. A maioria dos dias em St. Maktub era deprimente. Pessoas andando com roupas escuras, cabelos soltos descabelados tampando seus rostos, ninguém se falando, simplesmente horrível. Por sorte, não era assim com ela. A garota de cabelos cor-de-rosa tinha três amigos lá dentro. Um deles já conhecido de fora, Angie, e os outros dois acabou conhecendo, e ficando, lá dentro no decorrer do tempo, Cameron e Thomas. Geralmente eles a estariam esperando no refeitório as oito em ponto. Seu relógio marcava sete e quarenta e nove quando ela pousou os pés no piso gélido do dormitório, em passos curtos até o banheiro, minúsculo, do cômodo. O vento tocou seu corpo já despido do pijama, enquanto ela ligava o chuveiro no quente para não morrer congelada.

Seu corpo estava coberto por um short jeans escuro, uma blusa preta de alcinha e por cima uma camisa xadrez nas cores preto e vermelho. O barulho do vans preto em seus pés ecoaram pelos passos que ela percorreu até a porta, saindo do seu quarto, dando logo de cara com um segurança alto loiro que sempre estava ali.

— Bom dia, senhorita Blümore. — sua voz era grave e alta.

— Bom dia, Luke. — ela respondeu com um sorriso sínico estampado em seu rosto.

Cada segundo que Lindsay passava dentro daquele lugar, sua raiva aumentava. Raiva por ter sido internada em um sanatório apenas pelo seu vício em histórias, filmes, séries, quadrinhos e tudo que envolve mortos-vivos. A sociedade inteira é viciada em coisas, e por que só ela tinha que ser internada pelo seu vício? A garota não entendia isso.

— Senhorita Blümore, ande rápido. O refeitório fecha o café da manhã em trinta minutos. — novamente a voz irritante a tirou de seus pensamentos.

— Não enche Luke. — e seguiu seus passos, o ignorando.

O clima do refeitório estava um pouco mais animado. Algumas pessoas estavam conversando com um tom de voz baixo, outras, sozinhas em mesas separadas, tomavam seus cafés em silêncio. Lindsay deslizava a bandeja marrom pelos metais que sustentavam os alimentos resfriados e quentes, além do frigobar com bebidas fresquinhas. Apesar de ser um sanatório, os alimentos que eles ofereciam eram ótimos. A garota cor-de-rosa nem pensou duas vezes, afinal, seu café era sempre a mesma coisa. Pães de queijo e Toddynho. E finalmente saiu da fila, indo para a mesa onde seus amigos estavam comendo e conversando mais alto que os outros. Como de costume, os três usavam calças jeans em tons diferenciados, escuros ou claros, e alternavam em camisetes, sendo Cameron que o estava usando, enquanto Thomas cobria seu corpo com uma camisa preta e uma jaqueta jeans, e Angie seguia com um moletom preto com o símbolo do Batman desenhado na frente.

— Demorou hein? — Cameron foi o primeiro a se manifestar.

— Bom dia pra você também, palhaço. — Lindsay sentou-se entre Cameron e Angie, e de frente para Thomas.

— O dia está como sempre deveria estar. Frio e chuvoso. Perfeito para dormir a tarde inteira. — Thomas fez os amigos gargalharem.

— Você só pensa em dormir? — o último dos garotos que ainda não tinha se pronunciado, Angie, questionou.

— E em sexo. Mas, isso a gente deixa baixo. — e novamente, todos riram.

Entre uma conversa e outra, de repente, todas as mesas em volta deles se esvaziaram, criando um aglomerado de pessoas próximos do vidro. Os olhares, que antes eram de desânimo, agora, transmitiam desespero junto com lágrimas lentas que escorriam pelas suas bochechas coradas. Os rostos fixos na enorme e única janela do cômodo. Curiosos, Lindsay e os garotos foram se espremendo por entre a multidão, abrindo espaço para passarem, chegando ao que causava preocupação em todos.

— Aquilo é um doente? Nunca vimos nada disso por aqui. — um dos guardas que estava próximo de Lindsay questionou em seu rádio, ouvindo a resposta em seguida, que vinha da própria garota.

Aquilo é um zumbi.

A criatura, que antes poderia ser chamada de Senhor Haiter, o diretor do sanatório, andava mancando. A pele cinza-chumbo apodrecida continha vários rasgos, dentre eles, mordidas e arranhões profundos, e o olhar amarelado. O sangue escorrendo e a carne à mostra no corpo, deixava claro para Lindsay o que “ele” era. Sua mandíbula estava destruída, deformada. Perfeitamente como um zumbi deve ser.

— Todos para o prédio C, agora! Sigam pelas passagens subterrâneas, no corredor principal. — os guardas tentavam amenizar a situação desesperadora que se passava pelo refeitório, mas nada ajudava.

Os portões do lugar estavam ao chão. Por ele, atravessavam vários mortos, com suas roupas ensanguentadas, clamando por carne viva. Entre a aglomeração que se causava no corredor principal, Lindsay, Thomas, Cameron e Angie correram para o quarto do último, que trancou a porta, enquanto os outros tratavam de fechar as janelas, cortinas e apagar as luzes. Se encolheram em um canto do quarto, o máximo possível, sem emitir barulho algum.

— Ei, Lind, o que a gente faz? — a voz de Cameron sussurrou próximo do ouvido de Lindsay, a fazendo arrepiar.

— Ficamos mudos e esperamos. E parados. — e todos se calaram.

Por mais que fosse um verdadeiro apocalipse, Lindsay não estava tão assustada. Sua infância foi baseada em acreditar em zumbis, e ela estava preparada. Sorrisos breves apareciam em seus lábios as vezes, mas desapareciam assim que pensava que aquelas criaturas não estavam ao seu favor.

Uma, duas, três horas se passaram, e pelo que Thomas contara, na sexta hora, o barulho diminuiu. Eles subiram para a cama, e sentaram, ainda em silêncio. Mais trinta minutos contados, que pareciam uma eternidade. O mais silenciosamente possível, as quatro pernas de uma cadeira de madeira foram retiradas, e entregues uma a cada pessoa que estava ali dentro. Aquilo lhes serviria de arma enquanto não chegassem ao refeitório. Isso se conseguissem chegar.

O corredor do quarto de Angie se resumia em corpos mordidos, vivos e mortos, espalhados pelo chão. Os vivos, a grande maioria, estavam sem partes do corpo da cintura para baixo, e conseguiam apenas se locomover com as mãos, sendo fácil de matá-los. Já os que estavam de pé, foram mortos por Cameron e Angie. Thomas caminhava à frente, abrindo as portas que estavam fechadas, ou trancadas.

— Vamos sair logo daqui, porra. Só vocês importam nesse lugar. Os outros já devem estar fora daqui a muito tempo, e nós vamos esperar pra morrer? — Lindsay explodiu.

— Caralho, cala boca. Vai chamar atenção deles. — Cameron disse logo após a garota.

— Calados e corram, ou fiquem aí pra morrer. — Angie e Thomas já estavam correndo.

Logo atrás deles, vinha uma horda de zumbis. Pelo que Lindsay contou aos poucos segundos que os ficou observando, deviam ser uns vinte e cinco ou trinta. Eles não dariam conta disso tudo. A melhor opção era correr para fora do sanatório.

Esse lugar tem que ser tão grande pra quê?, pensou a garota enquanto corria. Aos poucos, o enorme prédio era deixado para trás, seguido dos muros altos, construídos ao redor do edifício. Era difícil admitir, mas Lindsay sentia um aperto no coração. Ruas infestadas de mortos-vivos andando atrás de alimento. A população ia acabando, o vírus se alastrando cada vez mais. Aos poucos, a cidade era destruída, e os lugares para se proteger iam acabando. Pessoas escolhiam lados diferentes, coisas diferentes, destinos diferentes. Ela precisava se proteger.

Em outras palavras, ela precisava sobreviver.


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Notas finais do capítulo

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