O ano havia passado num piscar de olhos.  Já era dezembro. Quando Sakura parou para pesar em tudo que havia acontecido em um único ano se assustou, afinal de contas no início do ano estava com o coração partido por causa de Sasori, após alguns meses tentou ficar com Naruto e em seguida se apaixonou por Sasuke, com quem já havia passado por altos e baixos. Respirou fundo ao olhar para a janela de seu quarto e ver o dia lindo que estava lá fora. Em seguida, seu telefone tocou. Era Sasuke.

— O que acha de vir me visitar? – Perguntou o moreno.

— Seu irmão e Konan não estão aí agarrados?

— Na verdade, não! Ele foi ajudá-la hoje em alguma coisa que eu não sei o que é. Você podia dar um pulo aqui. – Insistiu.

— Tudo bem, eu vou!

[...]

Quando Sakura chegou ao apartamento dos irmãos Uchiha, Sasuke estava arrumado.

— A gente, por acaso, vai sair?

— Não, eu só quis ficar bonito pra você. – Deu de ombros e Sakura riu.

— Como se você precisasse de uma roupa legal pra ficar bonito.

— Você prefere sem nada né? – Deu um sorriso de canto, que fez Sakura corar.

— É, prefiro.

Essa foi a deixa para Sasuke tirar todas as suas peças de roupa. Após ficar nu, Sasuke a beijou com paixão e a levou até o quarto, onde ficaram por muito tempo trocando carícias. Após matarem o desejo que sentiam, Sakura se aninhou no peito do namorado e sorriu.

— Você fica cada dia mais incrível. – Suspirou.

— Meu ego agradece o elogio.

— Bobo.

— Sou um homem de sorte. A mulher que eu amo também me ama.

— Acho que quem tem sorte sou eu. Você me deu a chance de recomeçar após ser destroçada.

— Obrigado por tudo, Sakura.

— Tudo o que?

— Ter confiado em mim e depois me perdoar quando eu errei com você.

— Você mereceu meu perdão.

— Quero merecer sua mão também.

— Como assim?

— Um dia você vai querer casar comigo, não?

— Sim, um dia. Não precisa ser agora tá?

— Claro, não precisa se você não quiser.

— Itachi e Konan já estão ameaçando te expulsar daqui quando eles se casarem?

— Não, Sakura. Aliás, eles vão demorar no mínimo uns seis meses para casar. Até lá, eu posso alugar um apartamento. Tenho juntado um dinheiro. Não vou passar aperto.

— E saiba que meu apartamento está de portas abertas para você, caso precise.

— Eu sei. Não se preocupe com isso. Ah, eu te chamei aqui porque queria te convidar para algo especial.

— É? O que? – Perguntou curiosa.

— Você gostaria de passar o Natal comigo, meu irmão e meus pais?

— Oi? Vocês não tinham cortado relações com eles ou algo do gênero?

— Bem, mamãe nunca cortou relações. Ela ligou ontem dizendo que papai, finalmente, admitiu que foi duro demais com Itachi e comigo e que quer a família reunida no Natal.

— Aí você achou que seria bom me levar para conhecê-los?

— Bem, Itachi vai levar a Konan também. Não vai ser ruim, eu juro! O que acha?

— Tenho medo deles não me aprovarem.

— O que? Sakura, meus pais vão adorar você. Minha mãe já adora.

— Sério? – Surpreendeu-se.

— Sim, sempre que ela me liga eu falo de você. Itachi também já falou maravilhas de você pra ela.

— Tipo o que?

— Tipo que você é médica, que é muito bem resolvida e independente, que me fez ser mais responsável e, o mais importante, me ama de verdade.

— Que legal. E o seu pai? Sabe o que ele acha?

— Bem, papai é um homem mais difícil, mas tenho certeza que assim que ele por os olhos em você pensará como a mamãe. E, mesmo se não pensar, quem está perdendo é ele de conhecer melhor a mulher admirável que você é.

— Uau.

— O que foi?

— O que você disse foi muito bonito.

— Só falei verdades. – Sasuke sorriu e então Sakura o beijou.

— Aceito o convite. Vou adorar conhecer seus pais.

— Prometo que não irá se arrepender.

[...]

Dia 4 de dezembro, domingo, às 20h53

No apartamento de Sakura...

— Já caiu a ficha que dentro de 20 dias vamos conhecer nossos sogros? – Desabafou Konan com Sakura.

— Não. E, sinceramente, estou nervosa. A mãe deles deve ser um amor, mas o nosso sogro será uma surpresa.

— Verdade. Toda vez que Itachi menciona o quanto seu pai é um homem rígido, eu fico me perguntando o que ele vai achar de nós. – Disse Konan.

— Ainda por cima, esse vai ser o primeiro contato deles após anos sem conversarem.

— Verdade! Sasuke e Itachi foram embora de casa meio que fugidos e brigados com o pai.

— Vai ser um clima tenso.

— Ou talvez a gente esteja exagerando e o senhor Uchiha tenha mudado de ideia. Afinal, Itachi é bem-sucedido como músico agora e Sasuke estuda e trabalha, o que é algo bom.

— Tomara Konan!

— Bem, nós estaremos lá para apoiarmos nossos amados. Isso é o mais importante.

— Sasuke falou coisas tão bonitas quando me convidou para conhecer seus pais. Só isso já me motivou a querer passar o Natal com eles.

— Itachi está muito feliz com a iniciativa dos pais. Acho que o mínimo que eu posso fazer é incentivá-lo a voltar a falar com o pai. O Natal é uma boa época pra todo mundo passar uma borracha nos erros do passado.

— Concordo, Konan.

— Já falou pra sua tia que ela vai ter que passar o Natal sozinha?

— Já. Inclusive, Ino a convidou para passar o Natal junto com os Yamanakas. O pai dela está viúvo há muitos anos e ela acha que seria interessante apresentar minha tia a ele.

— Caramba! A Ino não perde tempo! Já está querendo bancar a cupida de novo!

— Ela acha que todo mundo tem que casar, já que ela está com praticamente os dois pés no altar. – Comentou Sakura.

— Verdade! Mês que vem Ino se casará com o Sai! Que Deus proteja aquele homem dos devaneios da loira! – Brincou Konan.

— Sai ama a Ino. Acho genuína a relação deles.

— Também acho, Sakura. Ele é paciente e gosta até dos defeitos dela. E olha que a Ino não é uma pessoa fácil de se lidar.

— Concordo em gênero, número e grau!

[...]

— Como foi quando convidou a Sakura? Ela aceitou de cara? – Perguntou Itachi.

— Ficou um pouco hesitante, mas aceitou de boa. Ela sabe que o papai não é muito sociável.

— O papai me preocupa. Tenho medo que ele diga algo que magoe a Konan.

— Tipo o que?

— Tipo que ele tente me menosprezar na frente dela, falar que eu fui a decepção da família.

— Ele jamais diria isso. Você venceu, Itachi. Conseguiu conquistar seus objetivos. Ele verá que o errado foi ele. E, pelo o que a mamãe disse no telefone, ele está orgulhoso do seu trabalho como a Akatsuki.

— Tomara que a mamãe não tenha inventado isso só pra nos convencer a passar o Natal com ela.

— Ela não faria isso. Ainda mais sabendo que vamos levar nossas garotas conosco.

— Tem razão! Mamãe não seria louca de expor as noras dessa forma.

— Ei, você já sabe quando vai se casar com a Konan?

— Sem dúvida, será no próximo ano. Mas ainda vamos decidir o mês. Por que a pergunta?

— Curiosidade só.