Tempestta escrita por Krika Haruno


Capítulo 11
Conspirações e arranjos


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpe a demora em postar.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686389/chapter/11

 

Imega, Eike

Serioja estava em seu escritório, cuidando dos seus interesses, já que no dia seguinte seguiria para seu planeta Yumeria. Havia recebido informações de Niahm sobre as aulas do príncipe e da reunião que ele faria a tarde com o grupo dos nove.

Iesa deu duas batidas e entrou.

— Espero que seja importante. - disse o premier.

— Comunicado de Ranpur.

— Diga que estou ocupado. - não parou o que estava fazendo.

— É do príncipe, senhor.

Levantou o rosto na hora, ao escutar.

— Como?

— Ele solicita uma reunião com o senhor no palácio.

A expressão ficou surpresa. Não tinha recebido aquela informação do seu informante, provavelmente não era algo oficial.

— O que ele quer comigo... - murmurou. - pode confirmar. Irei agora mesmo.

— Sim senhor.

Iesa saiu para cumprir as ordens. Serioja levantou, caminhando até a janela.

— O que ele pretende...?

Shermie, Ranpur

Enquanto Alisha estava na reunião, Rana estava adorando andar pelos jardins do palácio real na companhia de Mu e Shion. Com a chegada de Stiepan, Aioria juntou-se a eles.

Na sala de reunião...

— Agradeço a todos por atenderem ao meu chamado. - disse Giovanni. - A reunião tem dois objetivos. O primeiro é sobre o conselho.

— O que tem ele alteza? - indagou Noah.

— O conselho geral teria a duração de quinze anos. Se o herdeiro de Soren não aparecesse ele seria extinto, assim como a monarquia dos Tempesttas. Teriam que convocar eleições e decidir qual seria o destino de GS.

— Mas já está de volta. - disse Skip. - Não tem que se preocupar com isso. O conselho será extinto e o senhor volta a governar.

Todos ali concordavam com o presidente de Clamp.

— Tenho que me preocupar sim senhor Skip.  - Mask o fitou. - Primeiro, eu ainda não tenho condições de governar nada; Segundo, a manutenção da ordem da galáxia depende do conselho. Ele pode ter problemas, mas tem boa governabilidade. Terceiro, os rachas. Não posso simplesmente chegar e dissolve-lo. Isso soaria autoritarismo.

Kamus, Shura e Saga que participavam da reunião, trocaram olhares. A cada dia ficavam surpresos com a transformação do cavaleiro de Câncer.

— desmanchá-lo agora provocaria danos. - comentou Simon. - Os opositores poderiam utilizar disso para uma revolta.

— E o que propõe alteza? - indagou um senhor de cabelos e olhos negros. Ele era o chanceler do planeta Lain.

— A manutenção do conselho senhor Radesh. Por mais um ano. E após isso decidiríamos sobre sua manutenção ou não.

— Então pensa em ficar aqui? - Alisha não deixou escapar o prazo.

Mask ficou em silencio. Os dourados o fitaram curiosos.

— Eu ainda não sei Alisha. Sinceramente. Por mais esse motivo que acho que o conselho deve continuar.

— Acho que todos estão de acordo em mante-lo. - Rodhes olhou para todos.

Os membros  concordaram.

— Peço que comuniquem aos demais conselheiros sobre isso. - disse.

— Eles serão avisados alteza. - Beatrice tomou a iniciativa.

— Obrigado.

— Qual o outro motivo alteza? - perguntou Lancy, primeiro ministro de Eniac.

— S1.

Os olhares foram imediatamente para ele.

— Meu pai me disse para tomar cuidado com S1. Gostaria de saber se há possibilidade deles tentarem uma revanche.

— Sempre há majestade. - disse Marius. - durante todos esses anos, não tivemos incidentes com eles. Podemos considerá-los como um vulcão adormecido.

— E qual o poder destrutivo caso resolva acordar?

— Não temos dados atualizados alteza. - disse Rodhes. - depois da guerra, todos os nossos contatos com eles foram cortados.

— Enviamos comitivas, mas eles não tiveram informações consistentes. - Simon completou.

— Então... - Mask ficou pensativo. - podemos temê-los?

— Sim. - Skip arrematou.

— Eu preciso da aprovação do conselho para enviar uma comitiva até eles?

— Está pensando em fazer contato? - indagou Noah.

— Precisamos ficar prevenidos senhor Noah.

— Não necessita alteza. - disse Marius. - se o grupo dos nove assim determinar.

— Para não levantar muitas suspeitas a comitiva será em nome de Ranpur. - disse. - Não vamos envolver o conselho.

— Se acha adequado. - completou Alisha.

— Em quem irá nessa missão? - indagou Stiepan.

— Quero o menor envolvimento político nisso. Será uma visita de cortesia, apenas para mostrar que não esquecemos dele. Se possível, Shura irá com vocês.

— É uma aposta alta alteza. - Skip não tinha gostado da ideia. - Eles podem não fazer nada, mas ao mesmo tempo atacá-los.

— Eu sei disso. Para demonstrar que estamos preparados quero que Euroxx vá.

— Para quando pretende? - indagou Marius, não querendo interferir nessa decisão, mas achando-a muito arriscada.

— Mandarei uma mensagem hoje, dessa forma o pegarei de surpresa.

— Vou avisar a Evans imediatamente.

— Que informações tem sobre o governante?

— Se chama Haykan. Ele assumiu logo após a guerra.

— Ótimo.

— Aproveitando a deixa, - Stiepan colocou um dispositivo sobre a mesa. - tenho novidades sobre o projeto das naves.

— Que naves? - indagou Giovanni.

Marius e Lirya trocaram olhares. Mask notou que era algo secreto. Instintivamente achou que o assunto não deveria ser discutido livremente.

— É sobre REM...

— Espere um momento senhor Stiepan. Teremos outra oportunidade para discutimos sobre isso.

— Sim. - estranhou, mas não contestou.

O.o.O.o.O

Haykan estava na sua sala analisando alguns documentos e relatórios. Estava chegando o momento de começar a agir.

— Senhor. - um jovem entrou.

— Diga.

— Noticias de Ranpur.

— Jhapei? - o fitou.

— Ela que repassou. Não entrou em contato pois está em missão.

— Diga. - voltou a atenção para os relatórios.

— O Tempestta realizou uma reunião com o grupo dos nove e sem seguida irá se reunir com Serioja.

Haykan o fitou na hora.

— Com ele? - indagou surpreso.

— Sim. Ela ainda está investigando e mais tarde trará informações sobre as duas reuniões. Também enviou um relatório sobre as pessoas que vieram com o príncipe.

O governador apertou um botão. Apareceu na tela dados sobre os cavaleiros.

— Isso é verdade?

— Ao que parece.

— Não se preocupe com isso. - sorriu com desdém. - não é algo relevante.

O.o.O.o.O

A reunião dos nove terminou no final da tarde. Lirya insistiu para que Alisha ficasse, mas a princesa teria compromissos na manha seguinte.

Shion escoltava a princesa até a sua nave. Mu e Rana seguiam atrás.

— É uma pena ter que ir embora. - Shion torcia para que ela ficasse.

— Quando se é governante, nossa vida não nos pertence.

— Alteza, eu esqueci algo, já volto. - disse Rana. - Mu pode me acompanhar?

— Sim.

Os dois desapareceram.

— Rana anda muito distraída.

— É a idade. Princesa. - Shion pegou nas mãos dela. - obrigado pela oportunidade. Saber de onde eu vim foi uma grande alegria.

— Não foi nada. - sorriu.

— Posso visitar Alaron mais vezes? - não era apenas o planeta que queria visitar.

— Mas é claro Shion! - exclamou. - Se quiser passar o restante do tempo lá será muito bem vindo!

— Agradeço.

Os dois trocaram olhares carinhosos.

— Alisha...

— Sim?

— Eu... - não sabia o que dizer. - é que eu...

— Diga. - sorriu de forma amável.

O grande mestre contemplou aquele sorriso. Não era correto pensar nela com outro sentido. De certa forma ela era a sua princesa.

— Alisha eu... mais uma vez obrigado. - disse por fim.

— Ah... - murmurou desapontada. - de nada.  - abaixou o rosto.

Shion tocou o queixo dela, erguendo seu rosto delicadamente. Os olhos brancos brilhavam. O ariano tocou no rosto dela e Alisha fechou os olhos para sentir melhor a caricia. Por segundos o grande mestre jogou o bom senso para o lado. O beijo iniciou lento e delicado. Depositando uma das mãos na cintura dela, a trouxe para mais perto de si.

Só a falta de ar os interrompeu.

— Me perdoe alteza. - Shion estava vermelho. - foi audácia minha. Tem todo o direito de me recriminar.

Alisha depositou o dedo nos lábios dele, com um sorriso.

 - Até breve Shion.

Saiu sem da-lo chance de resposta. O ariano ficou por um tempo sem ação, não imaginando que a cena era vista por Rana, Mu e outro par de olhos azuis. A dama real queria gritar de entusiasmo, mas Mu a conteve. Para não serem pegos, usaram o teletransporte, saindo dali.

Giovanni que caminhava naquela direção, estranhou sentir o cosmo de Shion um pouco alterado. Ocultou sua energia ao vê-lo na companhia de Alisha.

— Sabe o que fez pode lhe render uma prisão.

Shion deu um salto. Estava tão atordoado pelo beijo que nem sentiu a presença de alguém.

— Giovanni??? - gaguejou. - o que... - notou a expressão gélida do cavaleiro. Nunca vira aquela expressão no italiano.

— Como ousou beijar a minha noiva?

O ariano arregalou os olhos ao ouvir.

— Noi-va???

— Desde pequenos Alisha e eu somos prometidos. - a voz saia gélida. - O senhor pode ser o mestre do santuário, mas aqui está sobre o comando de Ranpur. O que fez foi um atentado contra a minha casa real.

Ele não era um homem de sentir medo facilmente, entretanto as palavras duras de Mask o fizeram sentir um frio na espinha.

— Eu não tive intenção... - a voz saiu baixa. - eu...

— Gosta dela?

— Não.

— Mentir piora a sua situação Shion de Áries.

A voz grave e congelante de Mask estava assustando-o.

— Gosto, mas isso nunca mais vai se repetir alteza. - preferiu usar o titulo ao nome. - Dou a minha palavra.

Giovanni agüentou o quanto pode, mas caiu na gargalhada.

— Isso é muito divertido! - exclamou.

— Do que... - Shion não estava entendendo.

— Foi a primeira vez que o vi tão assustado. Provou do próprio remédio. É assim que nos sentimos quando é duro conosco.

— Espera aí. Não está bravo?

— Pelo quê? - o fitou tentando conter o riso.

— Alisha. Ela não é sua noiva?

— Ficou doido? Sou assassino não incestuoso. Alisha é minha irmã. Nós crescemos juntos! Só fiz aquilo para arrancar uma confissão sua. Foi brincadeira mestre. - riu ainda mais. - precisava ver sua cara.

Shion não sabia se respirava aliviado ou bravo.

— Não brinque assim....

— Shion mostrando suas garras. - sorriu maldoso. - dou todo apoio, mas se pisar na bola com ela, aí verá o peso da minha posição.

— Realmente não se importa? Eu pensei que vocês...

— Relaxa atlantiks. - começou a andar. - eu sou apenas o seu "cunhado." - saiu dando uma piscada.

O ariano não entendeu nada.

O.o.O.o.O

O presidente da policia estava com o semblante fechado, olhando os pontos brilhantes da imensidão do espaço. Conquistara a duras penas aquele posto e com isso, tudo que se passava com órgão tinha que saber. Era claro que cada planeta tinha seu próprio contingente militar, mas a reunião do grupo dos nove sem seu conhecimento era quase uma afronta a confiança que todos depositavam na figura dele.

Marius poderia ao menos ter enviado uma nota, mas ele preferiu agir de forma imprudente. Os nove lideres mais importantes da galáxia estavam reunidos e ele não sabia! E se não bastasse, Eron estava reunido com Serioja.

Batidas a porta interromperam seus pensamentos.

— Pedi para não ser incomodado! - praticamente gritou.

— Desculpe marechal, mas é o senhor Eduk na linha dois.

Rihen virou-se imediatamente, apertando um botão vermelho. A figura de Athos apareceu.

— Espero que seja importante. - disse Rihen.

O que me pediu está acertado.

— Para quando?

Semana que vem.

— Ótimo. Deixe todas as equipes de prontidão. Principalmente na fronteira com S1.

Sim senhor.

A transmissão foi encerrada. Rihen voltou a atenção para o espaço. Marius precisava deixá-lo a par dos acontecimentos urgentemente.

O.o.O.o.O

Fazia anos que não pisava naquele local. Com a postura arrogante entrou no palácio real de Ranpur. O governante de Yumeria foi levado a uma pequena sala. Não teve que esperar muito pela presença do príncipe.

— Senhor Serioja.

— Alteza. - fez uma reverencia. - é um prazer revê-lo.

— Igualmente. Por favor sente-se. - Mask mostrou um dos seus melhores sorrisos. - peço desculpas por convocá-lo tão em cima da hora.

— É um prazer realizar um pedido de sua alteza. Em que posso ser útil? - indagou visivelmente interessado.

— Naquela ocasião, na sede da policia, ofertou sua ajuda. Ainda posso contar com ela?

— Mais é claro.

— Serei objetivo. - Mask o fitou. - preciso do seu apoio no conselho.

Serioja ficou em silencio, analisando se tinha ouvido direito.

— Mas já o tem. - disse.

— Sejamos sinceros. - o cavaleiro aproximou um pouco mais. - Sei que muitos conselheiros não ficaram muito felizes com a minha volta. O senhor Marius disse para não me preocupar, mas convenhamos ele entende da administração de Ranpur e não do conselho. Não gosto de me basear apenas em teorias.

O conselheiro ficou surpreso com a confissão. Tratava-se de uma mentira ou realmente Eron tinha dúvidas quanto a Marius?

— Mas Marius tem representado por anos Ranpur no conselho.

— Disse bem Serioja, anos! Pessoas muito tempo no poder tendem a se tornar depostas. Minha mãe não percebe isso, mas eu sim. - ajeitou na cadeira. - Marius tem o seu valor, mas preciso me apoiar em outras opiniões.

Mask lançou um olhar maldoso. Serioja sorriu. O príncipe talvez não fosse tão santo.

— E o que quer de mim?

— Seja meus olhos no conselho. Qualquer um que quiser me trair eu quero saber. Eu por enquanto vou mante-lo, mas quero saber sobre cada membro. O que me diz?

— Eu não imaginei que me pediria isso. Como bem sabe sou apenas o representante de um pequeno planeta. Não tenho muita voz ativa.

— Mas tem conhecimento.  Serioja, - a voz saiu mais grave. - quero deixar claro que não sou meu pai. Então agirei a minha maneira. Quero que seja meus olhos no conselho em troca... podemos pensar nos ganhos. - a voz foi carregada de malicia. - o que me diz?

Serioja ponderou. A proposta era boa, entretanto poderia ser uma armadilha para ele.

— Eu aceito. - agiria com cautela. - farei conforme suas ordens.

— Agradeço.  Não se arrependerá de ter ajudado.

Estendeu a mão, Serioja retribuiu.

Mask o acompanhou até  seu transporte, quando voltou foi direto para seu quarto. Marius, Lirya, Kamus e Saga o aguardavam.

— Ouviram?

— Sim.

— Desculpe tratá-lo daquela maneira senhor Marius, mas era preciso.

— Eu entendo alteza. - disse o chanceler. - acha que dará certo?

Mask olhou para Saga.

— Vai precisar provar que ele irá ganhar ajudando-o. - disse o geminiano. - caso contrario poderá se tornar um grande problema.

— Eu sei. - Eron passou as mãos pelos cabelos azuis. - vamos seguir com o combinado. Senhor Marius providencie um traidor. E o mais absoluto segredo sobre isso. Nem os conselheiros, nem o senhor Evans e Rihen quero que fiquem sabendo.

— Sim alteza.

— Eu não queria que se envolvesse nesses jogos políticos. - disse Lirya.

— Mas é preciso mãe. - o italiano a abraçou. - Se é necessário para que a galáxia fique em paz eu o farei.

O.o.O.o.O

Haykan fechou a cara quando a porta da sua sala foi aberta de forma abrupta.

— Espero que tenha uma boa explicação para isso. - a voz saiu gélida.

— Desculpe senhor, mas outra comunicação de Ranpur.

— Jhapei anda muito abusada.

— Não é dela senhor. Ela chegou agora em Sidon.

— Então é de quem?

— Do príncipe. - estava até suando.

— Que príncipe, idiota?

— Tempestta.

O governador ficou em silencio, não acreditando.

— Como?

— O príncipe solicitou uma audiência para seus diplomatas amanhã.

Haykan levantou na hora.

— Por qual objetivo?

— Disse se tratar de uma visita de cortesia.

O homem não disse nada. Por que uma visita agora e tão em cima da hora? Espionagem? Um possível tratado? Ou um ato inconseqüente de um pirralho? Teria que pagar para ver. Haykan começou a rir. Ou ele era muito astuto ou muito ingênuo.

— Diga que serão muito bem vindos.

— Mas senhor...

— Deixe-o mandar seus diplomatas, o que posso fazer? Diga que terá a melhor hospedagem. Aproveite e veja quem mais está sabendo disso.

— Sim senhor.

O rapaz saiu as pressas para cumprir as ordens. Haykan caminhou até a janela.

— Será interessante. - deu um sorriso.

O.o.O.o.O

A resposta de Haykan veio de imediato, quando Evans e Rihen ficaram sabendo quase enfartaram. O presidente da policia ficou lívido!

— Ele ficou doido?? - berrou.

— Calma Rihen. - pediu Marius.

O chanceler, Rihen e Evans estavam reunidos na sala do presidente.

— Ele tem razão Marius. - disse Evans. - uma comitiva a S1?

— Ele é o príncipe, não podemos ir contra as ordens dele, mesmo que sejam duvidosas.

— Os anos estão afetando seu juízo Marius. - Rihen aproximou. - S1 vai matá-los assim que eles cruzarem a fronteira.

— Sei disso senhor presidente.

— Eu sou contra! Não vou arriscar a segurança por um capricho.

— Evans, a Euroxx está na sua capacidade máxima? - Marius o fitou.

— Está...

— Não escutou o que eu disse? - indagou Rihen.

— Escutei. Mas está se esquecendo que a Euroxx é subordinada a Ranpur. O príncipe está agindo sobre os interesses de Ranpur, não do conselho, portanto sua aceitação é nula nesse caso.

Rihen soltou grunhido.

— E o conselho?

— Ele está agindo como governante de Ranpur, não do conselho.

— Eu soube da reunião de ontem. - Rihen respirou fundo. - os principais lideres reunidos e eu não sabia de nada.

— Não leve tudo a ferro e fogo Rihen. - Marius sorriu.

— Soube que Serioja foi ao palácio. - comentou Evans.

— Foi reunião as portas fechada. - disse Marius.

— Você não participou? - Rihen ironizou.

— Não. Se o príncipe pede privacidade, tenho que acatar.

— A ida a Ikari fez o juízo dele surtar. - o presidente levantou. - Ir a S1, receber Serioja...

— Vamos confiar no julgamento dele.

— Está certo. - caminhou até a mesa dele apertando um botão.

Eduk.

— Reunião em dez minutos.

Sim senhor.

— Obrigado pela compreensão. - disse Marius. - Vamos terminar os preparativos.

O.o.O.o.O

Shura e Mask estavam sentados numa das varandas do palácio. Para relembrar os velhos tempos estavam bebendo.

— Isso dará certo Mask? - Shura o fitou.

— Você é perfeito para se infiltrar. Eu preciso saber se S1 está armando alguma coisa.

— Quem te viu, quem te vê. - sorriu. - está virando um bom estrategista. Talento nato.

— Talento adquirido por necessidade. - o fitou. - quero ter certeza que esse lugar vá permanecer em paz.

— Pensa em voltar para a Terra?

— Ainda não me decidi. - colocou a taça sobre uma mesinha. - Shura, preciso ter certeza que quer ir. Você pode ser um alvo.

— Sei dos riscos.

— É diferente de enfrentar alguém com cosmo, ou está no reino submarino ou no inferno. Não teremos como mandar uma equipe de resgate imediatamente.

— Está me subestimando Gio. - levou a garrafa a boca. - Quando voltar quero uma compensação.

— De que tipo?

— Me nomeie um duque. Duque Esdras Shura, da Espanha. - gargalhou. -  Quero dinheiro e mulher.

— Tudo bem, velho amigo. Seu desejo é uma ordem. - riu.

O.o.O.o.O

Aioria estava deitado na sua cama. Olhava as mãos cobertas por luvas. Stiepan havia lhe ensinado um exercício para controlar seu poder e orientado a usá-las enquanto não conseguia manipular.

— Será que ainda está ativo?

O grego puxou a luva esquerda. Nos primeiros minutos não sentiu nada, contudo... pequenas faíscas começaram a surgir e a "saltar". Aioria tirou a outra luva. Não poderia ficar com aquilo eternamente. As duas mãos provocavam descargas elétricas que saltavam de um lado para o outro. Os raios eram dourados, mas tinham muitos azuis no meio. Ele fitava com atenção, até que um raio "saltou" atingindo um abajur. Só escutou o estouro da lâmpada.

— Ops.

Tratou logo de colocar as luvas.

O.o.O.o.O

No horário combinado Beatrice buscou Kamus. Eles pegaram a via principal, deslocando para a região norte de Shermie. Era uma área predominantemente residencial, com muitos arranha-céus em formato de agulha. Subiram até 101º andar. Beatrice deu passagem a Kamus, o cavaleiro deu uma olhada no apartamento. Era simples e de visual clean.

— Fique a vontade já estou terminando o jantar.

O aquariano apenas meneou a cabeça passando a andar pelo local. Cerca de dez minutos depois a garota apareceu, ele estava na varanda.

— É uma vista bonita.

— Verdade. - Kamus a fitou. Ela estava com mesma roupa de quando fez a apresentação para eles no palácio, contudo os cabelos rosados estavam soltos.

— O jantar está pronto. - a voz saiu baixa, encabulada pelo olhar dele. Ela mirou  nos cabelos azuis escuros. - Sabia que a coloração do seu cabelo é muito rara?

— Percebi. Acha estranho?

— Não. É bonito. Aqui em Ranpur só a rainha tem essa coloração. É um gene recessivo. Vamos, senão o jantar esfria.

Ela o conduziu até a cozinha. A refeição foi feita praticamente em silencio, apenas com Beatrice falando sobre os ingredientes e como era os hábitos alimentares do planeta. Ao final seguiram para a varanda, onde levaram uma garrafa de cruzer.

— Pode me contar sobre sua família?

Beatrice não esperava aquela pergunta, não era um assunto que gostava de compartilhar.

— Desculpe pela intromissão. - Kamus segurou a mão dela, apertando levemente.

— Tudo bem. - sorriu encabulada. - eu tinha cinco anos quando meu pai e meu irmão morreram. Meu pai era policial e morreu em combate. Meu irmão, que na época tinha sete, morreu numa invasão de S1 a Eike. - a voz saiu baixa e triste. - Restaram minha mãe e eu. Ela já era muito doente e depois desse acontecimento sua saúde debilitou ainda mais. Tem três anos que ela morreu.

— Sinto muito.

— Obrigada.

— Eles devem estar orgulhosos. Se transformou numa grande pessoa.

— Acho que sim... - baixou o rosto.

Kamus soltou a mão dela, liberando seu cosmo. Beatrice sentiu a temperatura diminuir e ficou perplexa ao ver o cavaleiro fazer um botão de rosa de gelo.

— Como fez isso??? - exclamou pasma.

— O meu poder "elementar" é do gelo. Posso fazer qualquer coisa e suportar temperaturas baixas. Espero que goste. - ofertou a rosa.

— É incrível! Vou colocar na geladeira para não derreter.

— Não há necessidade. Não vai derreter tão fácil. - Usando seu cosmo fez uma jarra de pescoço fino.

— Não tenho palavras Kamus. - estava maravilhada. - é simplesmente fantástico! - o fitou sorrindo.

O cavaleiro tocou o rosto dela. Beatrice estremeceu por conta da temperatura do dedo dele, mas mesmo assim não se afastou. Ele aproximou ainda mais, passando a mão pela nuca dela.

— Posso...? -  a voz saiu rouca.

Ela balançou a cabeça afirmando. Kamus a beijou de forma lenta, analisando todas as reações dela, que por sua vez intensificou o ato trazendo-o para mais perto de si. O beijo só terminou pela necessidade de respirar.

— Desculpe eu não resistir. - acariciava o rosto dela.

— Não tem motivo para pedir desculpas. De certa forma eu também queria. - deu um leve sorriso.

— Posso ficar aqui? - indagou mas preparado para uma negativa.

Beatrice pensou. Conhecia-o a menos de uma semana e sempre fora cautelosa com relação a homens, porém Kamus tinha algo no olhar que a fazia não pensar em nada. Apenas viver.

— Pode... - sorriu.

O cavaleiro a enlaçou nos braços começando um novo beijo. Beatrice deixou-se levar pelo ato, antes que percebesse, estavam na sala.

— Segunda porta a direita.

O quarto da auxiliar seguia os mesmos parâmetros do restante do apartamento. Não foram para a cama de imediato. O cavaleiro a prensou contra a parede lhe dando um beijo lascivo enquanto segurava as madeixas rosas. Bia correspondeu, já tirando a camisa dele. Contemplou aqueles músculos bem definidos. Não imaginava que um homem pudesse ter um corpo assim, perfeito. As mãos de Kamus atingiram a feminilidade dela provocando um gemido.

— Ka-mus. - a voz saiu cortada.

Gostou de escutar seu nome ser pronunciado daquela forma e faria de tudo para ouvir várias vezes...

O.o.O.o.O

Shaka acordou com a claridade batendo em seu olhos. O corpo estava mole, mas conseguiu se sentar. Depois de lembrar o que tinha acontecido, viu Urara sentada de mal jeito na cadeira. Os raios de sol batiam nos fios deixando-os dourados. Sua expressão era de serenidade. O indiano a fitava intensamente, observando cada detalhe do rosto da eiji. Levantou e de forma cuidadosa a pegou no colo, depositando-a na cama. Urara não acordou.

Ele procurou por um banheiro. Estava com o corpo todo suado e queria um bom banho. Entrou no box, mas não viu torneira, sabonete, muito menos o chuveiro.

— "Entrei no lugar certo?" - pensou.

Passou a tatear o azulejo, talvez tivesse algum botão, foi com surpresa quando passou a mão por um azulejo, a água caiu imediatamente e a saboneteira saiu de um compartimento. A água estava boa e demorou um bom tempo. Para se secar encontrou o mesmo problema. Tinha esquecido a toalha. Ficou admirado quando recebeu um jato de ar morno no corpo todo, secando-o de forma uniforme.

— "Atena precisa implantar isso no santuário." - Vestiu uma roupa que estava separada, desde o dia anterior e foi para a cozinha. - que cozinha estranha... - murmurou.

Enquanto isso, Urara despertou. Olhou para todos os lados, temerosa por não encontrar Shaka. Só tranqüilizou quando o viu perto do fogão.

— Bom dia.

— Bom dia, - a fitou.  - Tempo restante de cozimento um minuto. - soou uma voz mecânica, era do fogão. - desculpe os meus modos, usei seu banheiro e cozinha sem pedir permissão.

— Tudo bem Shaka. - estava aliviada por vê-lo bem. - vou me trocar.

Cerca de quinze minutos depois ela voltou, ele já tinha posto a mesa, com os utensílios que tinha encontrado e preparado algo como uma sopa.

— Eu não sei o que vocês comem...

— Não temos refeições sólidas, normalmente são sopas. - sentou a mesa. - achou difícil a cozinha?

— Depois que achei o botão de ligar foi fácil. Apesar de não me dar bem com essas tecnologias...

— Como se sente?

— Bem melhor. Não sinto mais febre.

— Se eu pudesse imaginar que isso fosse ocorrer, tinha impedido. Poderia ter acontecido algo pior. E tudo para saber sobre o futuro.

— Era o meu destino passar por isso. Agora me conte sobre as lendas.

Ela suspirou desanimada.

— Noah e essas tradições idiotas. Já foi o tempo que levávamos isso em consideração.

— Não é muito adepta a elas. - disse mais que indagou.

— Sou adepta as normas para o bem convívio com o coletivo.

Shaka sorriu. Se viu espelhado nela.

— Qual a lenda que acha mais inútil?

— A da linha vermelha. - o fitou. -  quando um eiji completa doze anos recebe no dedo mindinho uma linha vermelha que irá ligá-lo a outra pessoa.  A linha só se torna visível quando os pares se encontram e apenas pessoas especiais conseguem vê-la. A linha vermelha conecta dois corações, independente do tempo, lugar ou circunstância, o fio pode esticar ou dar nós, mas nunca irá partir. - repetiu as palavras que ouviu quando criança. - dizem que só vive o amor verdadeiro com a pessoa predestinada, portanto a linha só aparece nesses casos. - a voz saiu com desprezo.

 - Tem um país chamado China que tem uma lenda bem parecida a essa.

— É bobagem.

— Não acredita nisso?

— Meus pais nunca disseram que tiveram essa linha. - levantou recolhendo os utensílios. - e acredito em fatos e  provas cientificas.

— Eu também era assim, muito cético com certas coisas, mas depois do que aconteceu ontem, eu acredito em qualquer coisa. - olhou para a mão.

Urara o fitou. Tinha que concordar com ele. Achava a história do predestinado apenas uma lenda, contudo...

— Mesmo se isso existir. Não posso perder meu tempo. Sou uma diretora, preciso está centrada no meu dever.

— A experimentação da morte nos faz rever muitos conceitos.

— Por que diz isso?

Shaka contou sobre as batalhas e as duas mortes. Urara ouvia o relato impressionada.

— Senhorita Urara tudo pode acontecer, até essa lenda por ser verdadeira.

Quando ela ia dizer algo, escutaram um bipe. Ela verificou o aparelho e viu que se tratava de um comunicado da policia. Tinha que voltar ao serviço.

— Não vou poder te acompanhar até Shermie. - disse acabando de ler o restante da mensagem. - te deixarei na órbita.

— Tudo bem. -  levantou.

— Mas se estiver se sentindo mal, pode ficar, eu aviso a rainha.

— Estou muito bem. E seria abusar da sua hospitalidade. Vou me trocar.

Ele a deixou. Urara ficou por um tempo olhando a porta e depois olhou para as mãos.

— Isso é bobagem.

A viagem foi feita praticamente em silencio, com Shaka absorvido nos acontecimentos ocorridos e Urara na "morte" de Shaka. Olhou-o discretamente, ele era tão novo e já experimentara várias situações em sua vida. Se pudesse, gostaria de passar mais tempo com ele.

A nave atracou na estação orbital de Ranpur, onde o indiano pegaria outra condução rumo ao planeta.

— Mostre isso. - deu lhe uma espécie de crachá. - te dará passe livre até o palácio.

— Obrigado. Por tudo. Agradeça a Noah.

— Pode deixar.

Estendeu a mão e o cavaleiro retribuiu. Ficaram por alguns segundos, segurando a mão um do outro e com os olhares fixos.

Desde que a vira pela primeira vez, Shaka sentiu algo diferente. Não sabia explicar exatamente o que era, mas a cada segundo a vontade de ficar perto da diretora aumentava. Cedendo, levou uma das mãos ao rosto dela. A diretora ficou surpresa com as próprias emoções: tinha gostado. Com a ponta dos dedos, ele explorava o rosto dela, até chegar aos lábios rosados. Ela estremeceu com o ato.

— Sha-ka...

O nome se perdeu no ar. O virginiano tocou os lábios dela, iniciando um beijo terno. O contato aumentou, com ele buscando mais o corpo dela.

— Sha-ka... - cessou o ato, mas sem afastar do rosto dele. - nós...

Foi silenciada por outro beijo.

— Nós não podemos. - disse afastando um pouco. - adeus.

Shaka não disse nada, saindo sem olhar para trás.

Urara ainda ficou um tempo, olhando para a porta. O que tinha sido aquilo? 

O.o.O.o.O

No dia seguinte, Kanon agradeceu a estadia, prometendo voltar. Niive o levou até o local onde ele, Aldebaran e Célica pegariam a nave em direção a Ranpur. O trajeto foi feito em silencio e a despedida fria por parte dela. Kanon não forçou, conhecia o gênio dela.Também pensava se era uma boa ideia ter algum relacionamento. Em um mês voltaria para a Terra, sem saber se a veria novamente. Era melhor não criar esperanças.

Depois da conversa com Kaleb, Deba sentiu-se mais confiante em relação a Célica. A conquistaria aos poucos. Os dois foram para o local onde pegariam a nave rumo a Ranpur. Encontraram com Kanon e juntos voltaram.

O.o.O.o.O

Dara chegou na madrugada daquele dia, mas não foi para casa. Nem Iskendar, ou seus empregados sabiam da sua chegada. Ficou em sua nave até obter a informação que uma pessoa estava na cidade. Dara foi imediatamente para o pequeno apartamento que ficava nos subúrbios. Teve o máximo de cuidado para não ser visto.

Uma jovem de cabelos vermelhos e olhos verdes atendeu.

— Entre.

O homem ainda olhou para os lados antes de entrar. Caminhou até a sala.

— Para vir até aqui deve ter acontecido algo grave. - disse Jhapei, acendendo um cigarro.

— Vou direto ao ponto. - a fitou. - sabe do planejamento de algum assassinato contra alguém de Ranpur?

A expressão dela foi de surpresa.

— Quem te disse isso?

— Tem ou não? - a voz saiu fria. - Eu pouco me importo com que o aconteça a família real, mas se acontecer será algo que pode me afetar.

— Mas alguém sabe disso? - indagou sentando no sofá.

Dara a analisou antes de responder.

— Obi. E emitirão um sinal de alerta.

— Bom... se tiver algo a caminho, com certeza será mudado. Eu realmente não sei nada. De ambos os lados. - o fitou. - Mas lembre-se que a policia será avisada, então...

— Pode realmente acontecer.

— Sabe da influência forte que a polícia tem. Vou tentar descobrir algo e te aviso se for relevante.

— Obrigado. - não saiu muito convencido, mas não tinha muito o que fazer. - discrição sobre isso.

— Eu sei Dara. - ela sorriu. - Há muitos pescoços em jogo. Acho que tem algumas coisas que gostaria de saber: Eron convocou uma reunião com o grupo dos nove, depois com Serioja e que enviará uma comitiva a S1.

Dara deixou o corpo cair no sofá.

— Repete com calma.

Jhapei contou tudo que sabia e ainda entregou um relatório sobre os cavaleiros. Dara lia os dados perplexo.

— Tudo isso é verdade?

— Sim. - sorriu. - o príncipe não é tão frágil assim.

xxxxxxx

Iskendar estava preocupado. Há horas não tinha contato de Dara. Resolveu ir até a residência dele e quando estava prestes a ir embora encontrou-o na porta.

— Que cara é essa homem? - o jovem o fitou sorrindo.

— Precisamos conversar.

Ao julgar pela expressão dele viu que era urgente. Dara o levou para seu escritório.

— O que foi dessa vez Dara?

— Seu príncipe anda aprontando.

— Como assim?

— Fez uma reunião com o grupo dos nove.

— E qual é o espanto? - relaxou na cadeira.

— Em seguida com Serioja.

— Como? - Iskendar ajeitou na cadeira. - com ele?

— Eu não sei dos pormenores. Mas os dois se encontraram no palácio. E para completar Eron vai enviar uma comitiva a S1.

— O QUE???

— Enquanto vinha para cá, Jhapei me confirmou que Haykan aceitou o pedido.

— O pirralho surtou?? Quer manter contato com as pessoas que querem matá-lo? Eu não estou entendendo nada. É informação atrás de informação.

— Não é atoa que a família chama Tempestta.  - Dara brincou.

— Você tem certeza disso tudo?

— Claro! Tem o assassinato no palácio e ainda tem os ataques... - murmurou sem perceber.

— Que ataques?

— Nada. - disse rápido. - Só colocando as ideias em ordem.

— O que você sabe que eu não sei?

— Quando digo que é melhor não saber de certas coisas é para seu bem. Se eu achar que deve saber te falo.

— Tudo bem. - levantou. - acha que S1 fará algo contra eles?

— Se Haykan os matar, é uma declaração de guerra. Se apenas os seqüestrarem, pode ser que consiga muitas coisas. Mas acho que ele não fará nada. Será uma visita cortês de ambas as partes.

— Eron está se saindo um perfeito idiota! Unir-se a Serioja e Haykan?

— Não sabemos se é uma união.

— Que seja! Se ele ousar trair GS eu mesmo o matarei.

— Pense como um Tempestta, Iskendar. - o fitou. - ele já é rei, ganharia o quê se aliando a Haykan?

—  Eu não sei! - exclamou. - Só não confio nele.

— Vamos esperar os fatos acontecerem e aí poderemos analisar melhor.

— Eu não vou ficar parado. Sabe quando eles vêem?

— Deve passar por aqui hoje a noite. Na certa será convocado.

— Vou para o comando. Pode me arrumar uma nave de S1?

— Não pensa em ir...

— Preciso vigiar de perto.

O.o.O.o.O

Em Ranpur, Marius repassava todas as informações sobre S1 e seu líder para a comitiva formada por membros do governo mais Shura.

Kamus chegou logo depois, pedindo desculpa pela demora. Miro, Afrodite e Dohko permaneciam em Maris. Shion, Mu e Shaka ficariam no palácio. Deba, Kanon, Saga e Aioria seguiriam para Maris para tomarem aulas de pilotagem.

Enquanto isso...

Serioja ficou surpreso ao ter as informações sobre a comitiva do príncipe.

O.o.O.o.O

Rihen recebia a noticia da partida da Euroxx. Foi até a sua mesa apertando um botão. A imagem do diretor Athos Eduk apareceu na frente dele.

— A Euroxx partiu. Desloque os principais regimentos para o entorno do hadren. Quem é o superintendente da área quinze?

Tenente Madden.

— Peça a ele que monte um esquema de segurança em Sidon. Ao atravessar a fronteira, não poderemos seguir a Euroxx, então... - Rihen calou-se por alguns instantes. Nada poderia dar errado. - convoque o senhor Madden.

Desculpe diretor, mas...

— Vou precisar dele para uma missão. Convoque-o. E certifique-se que aquele plano não entre em ação.

Sim senhor.

Do outro lado da linha Athos desligou.

— O que ele pretende... - murmurou.

O.o.O.o.O

Iskendar estava na sua sala, recebera ordens da sede da policia para garantir a passagem da comitiva por Sidon.  Aquele planeta era deveras perigoso, mas pensar que a policia galáctica estaria em peso, dificilmente algum pirata tentaria algo.

— Tenente. - um policial entrou em sua sala.

— Diga.

— Uma convocação do presidente Mark.

— Ele quer falar comigo? Mas e o diretor?

— Não faço ideia, chefe.

— Estarei na sala de comunicação em cinco minutos.

O rapaz bateu continência e saiu.

— Devia ter deixado aquele pirralho morrer. - levantou. - facilitaria minha vida.

Como combinado Rihen o esperava. Ele estava usando uma linha privativa, algo que deixou Iskendar intrigado.

Tenente Madden.

— Senhor. - bateu continência.

Já sabe da missão do príncipe. Como anda os preparativos?

— Naves irão recepcioná-los quando sair do hadren. Os superintendentes das áreas quatorze, trinta e quarenta e cinco ficarão de prontidão.

Ótimo. Mas o motivo da minha ligação é outro. Algo secreto.

— E o que seria?

Coloque um rastreador na Euroxx.

— O que?

Evans irá me mandar todos os planos de vôo, mas quero ter outros meios de controlar.

— Mas senhor... é a Euroxx.

Por isso mesmo. Coloque o rastreador mais simples que tiver, ele não será detectado pelos controladores da Euroxx, mas será eficiente o bastante para termos as direções da nave. A Euroxx fará uma pausa de uma hora, antes de seguir para S1. Tem esse prazo.

— Sim senhor... - Iskendar murmurou.

Conto com você.

Rihen desligou. O garoto soltou um suspiro desanimado.

— Mais essa agora....

O.o.O.o.O

Em Ranpur, Marius cuidava para arranjar um conselheiro que concordasse com os planos de Eron. Debruçado sobre sua mesa analisava a ficha de todos os membros.

Tudo seguia normalmente e depois de sete horas, a Euroxx aportava na área quinze.

Como superintendente da área Iskendar chefiava pessoalmente o esquema de segurança. Nada poderia acontecer na sua jurisdição. Aproveitando as manobras de outras naves, foi em direção a Euroxx. Como havia prometido a Rihen colocou dois dispositivos de rastreamento nela. Por serem bem simples, não seriam descobertos.

Depois do tempo, a Euroxx partiu em direção a S1. Iskendar esperou alguns minutos para poder seguir a nave de Ranpur a bordo de uma nave da galáxia vizinha.

O.o.O.o.O

Estava anoitecendo em Ranpur quando Marius partiu em direção a uma cidade vizinha. Com seus anos de experiência, havia encontrado a pessoa certa para o plano de Eron.

Ele foi conduzido para uma pequena sala, num prédio singelo no centro de Rasha.

— É uma honra recebê-lo chanceler. - disse um senhor de meia idade.

— Eu que agradeço me receber a essa hora.

— Por favor sente-se.

Marius acomodou-se.

— Em que posso ser útil? - indagou o homem sentando na frente dele.

— É uma questão delicada Irian. E tem todo o direito de recusar, mas quero que saiba que é uma das pessoas que mais confio para essa missão.

Irian ficou preocupado. Marius explicou minuciosamente o plano de Eron. Irian ouvia em silêncio.

— O que me diz?

— Isso pode arruinar minha reputação.

— O príncipe tem consciência disso. Ele só não veio, pois queria garantir a maior discrição .

Mas tem a palavra dele que sua imagem não será manchada e que no devido tempo ele irá a publico se retratar. A rainha Lirya também o fará.

— Serioja não irá acreditar. Ele sabe do meu posicionamento a favor da casa Tempestta.

— Iremos inventar provas. Tudo está esquematizado. Só precisamos que você aceite.

— Eu não sei Marius, - ele levantou. - Não é tipo de atitude que Soren teria.

— Sei que não, mas se queremos que Eron continue governando temos que dá-lo um voto de confiança. Ele não foi educado nas nossas escolas, então suas atitudes podem parecer estranhas para nós, contudo devemos confiar na educação que ele recebeu em VL. No momento que estamos vivendo, talvez precisamos de atos como o dele. Principalmente se S1 começar a se mover.

Irian pensou nos argumentos.

— Está bem. Diga o que tenho que fazer.

Marius sorriu.

— Obrigado.

O.o.O.o

Shaka estava sem sono. Tentou meditar, mas a mente estava longe. Desde que voltara a vida, após a luta contra Loki, sentia-se diferente. E a ida a aquele lugar era mais um motivo para se sentir perdido. Andava pelos jardins do palácio, olhando o céu estrelado. Subitamente a imagem de Urara apareceu em sua mente. Não negava que a presença da diretora mexia com seu ser, mas faltava conhecimento para entender o que  se passava.

— Você acordado a essa hora?

O indiano olhou na direção a voz. Giovanni estava na companhia de alguns soldados.

— Estava trabalhando? - o virginiano arqueou uma sobrancelha.

— Virei um homem responsável.

— Sua nova postura é inspiradora Giovanni. Sua personalidade mudou para melhor.

— Elogio vindo de você é raridade. - passou o braço pelo pescoço dele.

— Sem gracinhas.

— Vamos conversar. Papo de homem para homem.

Mask o conduziu para outro jardim.

— Quer beber algo? - sentaram num banco.

— Sabe que não bebo.

— É brincadeira! Gostou de Obi? Minha mãe me contou sobre suas proezas. Quem diria que poderia ajudá-los.

— Fiquei igualmente surpreso. - ficou em silêncio. - Giovanni.

— Sim?

— Como sabia que estava gostando da Helena?

O canceriano o fitou pasmo.

— Não faça essa cara, só estou perguntando.

— Esse tipo de pergunta vindo de você é de dar medo.

— Se não quer responder, não responda. - disse frio.

— Relaxa buda, anda muito estressado. - Mask esticou os braços. - Não sei precisar o momento. Quando percebi, já estava deixando dinheiro para ela. Vê-la passou a ser uma necessidade.

— Ainda gosta dela?

— Muito.

— Mesmo que...

— Mesmo assim Shaka. - o cortou. - a Helena sempre estará no meu coração. Agora.... - um sorriso malicioso se formou. - por que está perguntando? Está interessado em alguma serviçal? O grande Shaka de Virgem está caindo no mundo mundano?

— Promete que ficará em silencio? - temia que ele desse com a língua nos dentes.

— Prometo.

— Jura por Athena? - somente jurando por ela que poderia ter garantias.

Mask franziu o cenho.

— Juro. Desembucha.

Shaka não falou de imediato, tentava arranjar coragem para falar.

— Acho que sinto algo pela senhorita Urara.

O canceriano pensou alguns minutos, tentando lembrar de quem ele falava.

— A da tia gostosa?

O indiano revirou o olhar ao escutar.

— Isso é maneira de um príncipe falar?! - ralhou.

— Só estou dizendo a verdade. Urara é uma coroa enxuta.

— Giovanni... mais respeito.

— Tudo bem buda. Está falando da senhorita Urara, não é? - a voz saiu melodiosa.

— Sim. Nós passamos um tempo juntos e hoje de manhã eu a beijei.

— O QUE?  - berrou. - você fez o que????

Ficou calado, totalmente arrependido por ter dito.

— Andou conversando com o Miro? Ou com o Kanon, Shura...

— Não. Se vai ficar me recriminando, o assunto para por aqui.

— Não! - exclamou. - Só estou surpreso com que fez. Você é todo cheio de não me toque. Acima das coisas mundanas. O homem mais próximo de deus e blá blá blá.

— Já entendi. Cedi a um impulso. Tentei me controlar mas foi mais forte. - Shaka mal o fitava tamanha vergonha.

— E gostou?

— Sim.

— Hum... - o italiano coçou o queixo, para em seguida levantar. - eu entendo das mulheres da Terra...

— Poupe-me de seus comentários xulos. - a voz saiu grave.

— Eu não ia dizer nada. - defendeu-se. - bem... você quer a opinião do Giovanni ou do príncipe de Ranpur?

— Sei que vou me arrepender disso... - passou a mão pela testa. - a do Giovanni.

— Lembre-se que tem um mês aqui. Pode se jogar de cabeça e voltar com uma dor grande por ficarem possivelmente separados, mas terá vivido uma grande experiência ou não viver e ficar só pensando no "se".

Shaka o fitou.

— Mas e se ela...

— Não será o primeiro ou ultimo homem de coração partido. - voltou a sentar do lado dele. - conheço um lugar nos arredores do santuário que rapidinho vai te fazer esquecer dela.

— Dispenso. - disse ríspido, entendendo que lugar era esse.

— Se mudar de ideia, posso te levar. - sorriu de forma sacana.

— Já chega Giovanni.

— É brincadeira. - levantou novamente.

Shaka o fitou, ele continuava o mesmo mulherengo de sempre.

— "Certas coisas não mudam." - pensou.

Subitamente sua mente foi invadida por imagens. Shaka estava num lugar aberto, houve um grito, quando olhou viu manchas de sangue no chão...

— Shaka?

Ele não escutou. A mente estava parada no chão ensangüentado. Lentamente abaixou o rosto. Os olhos arregalaram. Deixando Mask sem entender, levantou, andando por todos os lados com os olhos fixos no chão.

— Shaka? - Giovanni o tocou nos ombros.

— Já reparou se o piso das varandas são todos iguais?

— O que? - não entendeu. - do que está falando?

Não respondeu, passando a olhar novamente para o chão. O formato do piso das suas imagens eram iguais as do palácio. Aquilo era uma prova que a morte seria realmente no palácio.

— Shaka!! - Mask teve que gritar para ser ouvido. - o que foi?

O fitou sem saber se deveria contar ou não. Poderia ser um alarme falso. Além do mais Noah emitiu um aviso a segurança do palácio.

— Não foi nada... - tentou controlar a ansiedade. - acho que ainda é efeito do meu cosmo naquela bola.

— Vá descansar. - disse não muito convicto. - nada que uma boa noite de sono.

— Também acho. Boa noite.

Shaka entrou no palácio sobre o olhar atento de Mask. Tinha alguma coisa errada.

O.o.O.o.O.o.O

Aldebaran e Célica conversavam através de um monitor quando Hely entrou no quarto. A Eiji arqueou a sobrancelha ao escutar as palavras de carinho entre os dois. Um pouco acanhado Deba desligou rapidamente.

— Estou nas nuvens! - Célica deixou o corpo cair sobre a cama.

— Posso saber o motivo? Desde que chegou noto que está bem alegrinha. - a loira prendeu os cabelos.

— Eu não disse que o pegaria? - virou o corpo ficando de bruços. - dois dias de intenso amor.

— Está brincando não está?

— Claro que não senhorita Montag! - bateu as pernas no ar. - nós transamos muito! E como foi bom... - virou de barriga para cima. - e ele é tão... - gargalhou.

— Célica. - a voz da dama saiu séria.

— Relaxa Hely. - sentou na cama. - Se esta é a sua preocupação, fui sincera com ele. Disse que entre nós é só sexo, nada mais.

— E ele entendeu isso? Pelo que pude notar, Aldebaran não é do tipo mulherengo.

— Ele entendeu, estressada. Não há a menor possibilidade de existir sentimentos entre nós.

— Da sua parte, do que da dele... - ironizou.

— Ele é adulto o suficiente para entender. Eu poderia ser canalha e iludi-lo, no entanto deixei bem claro.

Hely soltou um suspiro desanimado.

— Escuta. - sentou perto dela. - Não sou ninguém para dizer o que é certo ou errado, mas acho que a situação com ele...

— Hely. - Célica a cortou. - E se fosse o contrário? Se ele quisesse só sexo e eu algo mais? Você me diria: não perca tempo com alguém que quer só prazer. Que eu estaria me iludindo.

— Diria.

— Pois então. Eu sempre deixei e sempre vou deixar claro isso para ele. Ele tem livre  arbítrio para chegar e dizer que não está gostando da situação. Rompemos e tudo fica bem. Se mesmo assim ele quer ficar comigo, é opção dele. Não estou obrigando-o a nada.

— Está certo. - levantou. - São dois adultos que sabem o que querem da vida. Então, façam o que acharem melhor.

— Disse tudo. - mandou um beijinho para ela.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tempestta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.