Animal Hospital - A Safe Place

De fato, Rose perdia tempo.

Ela sabia que algo estava a fazendo chegar atrasada em algumas aulas, e por muitas vezes perder o almoço ou lanche. Muitas vezes ela sequer conseguia cumprir suas metas, estava ocupada demais escrevendo para alguma farmácia pedindo pomadas para as suas mãos. Ela estava tentando descobrir se era alérgica a algum sabão da escola ou tinha algum creme seu causando-lhe alergia:

Suas mãos ficavam em carne viva!

Desatenta ela não é, isso todos sabiam. Era a primeira da classe. Você sempre encontraria Rose na biblioteca. E ela sempre já terminou o trabalho que o professor passou ontem ou até mesmo na primeira aula do dia. Mas está sempre atrasada. É incrível, está sempre atrasada.

Agora é simples, ela acorda duas horas mais cedo que as outras, impossível ela se atrasar agora. Realmente, mas alguém sempre quase quebra a porta de seu box no banheiro.

Elas gritam: “De novo?!” em um tom irritado e chocado, como se Rose já tivesse tomado banho. Mas será que ela realmente tomou? O banheiro fica cheio das seis horas até seis e meia, muitas vezes também até sete horas, por conta dos atrasados, e Rose sempre está lá. Ela está lá, vendo todos chegarem e partirem. Mas por algum motivo, ela nunca vai também.

Por algum milagre, ela está conseguindo chegar no horário certo. Mas ainda perde o almoço, ela sempre chega no fim. Muito estranho, curioso no mínimo...

Suas mãos chegam a sangrar, as pomadas não estão dando jeito.

“Mas o que diabos você está passando nelas?” indaga Madame Pomfrey. Mas a ruiva apenas dá de ombro, não fazendo ideia de como suas pobres mãos ficavam daquele jeito. Talvez ela fosse alérgica a algum alimento. Ou seria o dormitório sujo demais? Ela sempre achou a Sala Comunal extremamente empoeirada. Os pratos estão todos arranhados, como ela sabe que não há proliferação de bactérias neles?

E aqueles bancos que todos sentam? Será que Madame Pomfrey realmente higieniza e esteriliza aqueles instrumentos? Será que ela realmente troca as camas de lençóis? Como ela pode continuar frequentando a Ala Hospitalar com aqueles alunos adoentados? Ela pode pegar algo sério. Uma gripe pode evoluir para uma pneumonia. E se for algo mais grave ainda, como uma tuberculose? Como ela terminaria seu ano escolar com tuberculose?

Tudo bem que sussurrem “lá vai a doida” quando ela entra no banheiro, ela prefere se prevenir.

Por isso Rose sempre confere se realmente lavou as mãos antes e depois das aulas. Ou que realmente esfregou suas axilas durante o banho. Às vezes, em dúvida, ela precisa repetir o processo mais uma vez, apenas para garantir. Também precisa conferir se suas unhas estão bem cortadas, seus pelos pubianos devidamente aparados e que não há nada de estranho ou novo na extensão de seu corpo (ela pode ter algum tumor ou pinta escondida) e se nenhuma de suas roupas encostou naquele banheiro imundo de Hogwarts. Tudo é tão imundo naquela escola, tudo pode estar contaminado.

“Garota... Suas mãos estão sangrando”.

Rose Weasley olhou para o sabão vermelho vivo em suas mãos, tornando-se uma sopa vermelha. O seu sangue era o sabão. Ela já havia lavado suas mãos? Se sim, por que estava fazendo novamente? Suas mãos estava latejando de dor, mas ela não tinha notado. Estavam doendo mais do que nunca. Reparou nos vestígios de pele em suas unhas.

Olhou seu relógio:

12:58.

Ela saiu da aula as 11:00.

O almoço costuma ser as 11:15.

Ela estava ali lavando as mãos há quase duas horas? Lavou suas mãos com a água, extremamente confusa, ignorando os olhares ao seu redor. Tentou pegar o almoço, não conseguiu. Teve que ir até a cozinha e pedir um lanche. Então foi ao banheiro lavar a mão. E lavou a mão. E mais uma para conferir. Mais outra para garantir. E mais uma apenas para ter certeza. E mais uma...

E mais uma vez....