Três dias depois da festa, Sakura foi cercada num corredor da Universidade por Hidan, Neji e Obito. Ela se assustou, mas eles tentaram contornar a situação.

— E aí, linda? Gostou da festa? – Perguntou Hidan. Ele tinha cabelos brancos penteados para trás.

— Meu nome é Sakura.

— Nós sabemos... – Rebateu Hidan.

— Só queremos saber se você gostou da festa e se toparia fazer uma festinha particular com a gente... – Disse Obito.

— Você não vai se arrepender, gostosa! – Completou Neji.

Os três rapazes eram muito bonitos. Em outra situação, Sakura poderia até ficar lisonjeada com tamanha atenção, mas não era o caso. Primeiro, porque ela era uma mulher comprometida e segundo porque a maneira como a abordaram era invasiva. Eles estavam tentando forçar a barra.

— Desculpe-me rapazes, mas eu não posso aceitar! Tenho namorado! – Disse já indo embora.

— Não somos ciumentos... – Gritou Hidan e Sakura apressou o passo para encontrar sua sala.

— Que garota difícil! – Falou Neji.

— Outra já estaria louca por qualquer um de nós. – Disse Obito.

— Isso só torna ela ainda mais interessante. Quem será o namorado dela? – Hidan havia ficado ainda mais curioso.

— Acho que aquele garoto da festa, o Kiba. – Palpitou Neji.

— Vamos ter que nos livrar dele... – Disse Hindan com um tom sombrio.

[...]

Sakura chegou na sala assustada. Ver a amiga nervosa, deixou Kiba curioso.

— Viu fantasma, Sakura? – Perguntou o moreno.

— Quase isso. Aqueles três caras da festa me abordaram e eles queriam ficar comigo. – Sakura ainda estava muito agitada com a situação que acabara de vivenciar.

— Eles não vão fazer nada a você. Eu não vou deixar. – Afirmou Kiba.

— Eu me senti acuada, Kiba. Nunca ninguém foi tão atrevido comigo. Na minha cidade uma coisa dessas não acontece!

— Aqui os caras são bem diretos quando querem alguma coisa. Eu vou tentar me informar com Shikamaru sobre esses caras. Eles não parecem ser boa coisa.

— Eu senti medo Kiba!

Kiba abraçou Sakura. Ela estava insegura. Aqueles caras poderiam tentar beijá-la a força na melhor das hipóteses. O tom que usaram para falar da festinha particular havia deixado a rosada enojada. Essa era a forma que eles haviam encontrado para conseguir uma garota? Sakura não podia acreditar que alguém se deixava envolver por eles.

[...]

Depois que Sakura foi embora, Kiba foi cercado pelos três rapazes. Na cabeça de Hidan, Neji e Obito, Kiba era o namorado da garota e, por isso, eles desejavam dar um corretivo nele. E junto da surra lhe dariam um sútil aviso para largá-la.

— Ei Kiba! – chamou Hidan.

— Muito bonita a garota! A gente quer ela emprestado! – Avisou Obito.

— Ela não quer nenhum de vocês! – Rosnou com raiva.

— Engraçado que eu não tenho a mesma certeza que você, novato! – Falou Neji.

— Achamos que podemos nos divertir muito com ela e pra isso você tem que ficar bem longe! – Disse Hidan aos risos.

Já perdendo a paciência, Kiba avançou para bater em Hidan, mas logo foi segurado por Obito e Neji para que Hidan começasse a socá-lo. Após desferir vários socos no rosto e na barriga de Kiba, Hidan empurrou o garoto no chão e em seguida os três começaram a chutá-lo. Por mais que quisesse reagir, Kiba estava sozinho. Seu supercílio já havia sido rasgado, o nariz e a boca sangravam e, provavelmente, ele já tinha mais de uma costela quebrada.

O trio só não conseguiu acabar de dar a surra em Kiba, porque Shikamaru apareceu e começou a gritar por socorro, o que assustou os três valentões. Depois que eles desapareceram dali, o veterano correu para ajudar ao amigo que cuspia sangue no chão e reclamava de fortes dores por todo o corpo.

— Cara, por que eles fizeram isso com você? – Disse Shikamaru, enquanto ajudava Kiba levantar do chão.

— Eles querem a Sakura. – Kiba disse com dificuldade com a boca toda ensanguentada.

— Depois você me conta melhor esta história! Eu vou te levar para o hospital!

Depois de ser atendido e internado no hospital, Kiba estava se sentindo melhor. Ainda sentia dores, mas como estava medicado aquilo se tornou suportável. Shikamaru pediu para avisar os pais do garoto, mas Kiba avisou que eles estavam viajando e que era melhor não perturbá-los por enquanto.

— O que vai fazer agora? – Perguntou Shikamaru preocupado com o amigo.

— Vou denunciar aqueles imbecis! – Rosnou Kiba.

— Eu acho que você deveria ir junto com a Sakura na delegacia porque eles te bateram por causa dela.

— Vou fazer isso. Ela tem sido vítima de assédio daqueles caras! Não quero nem imaginar o que eles podem tentar fazer com ela sem que eu esteja por perto.

— Vou ficar de olho nela pra você! – Avisou Shikamaru, já que Kiba ficaria de molho por alguns dias no hospital se recuperando da surra.

— Obrigado, Shika! – Agradeceu Kiba.

— Essa mina tinha que te dar muito valor! Olha só teu estado por causa dela!

— A Sakura não tem culpa de nada! Aqueles babacas acham que ela tá comigo e por isso me bateram. Querem que eu me afaste dela.

— Eles nem sonham que o namorado dela não é da faculdade?

— Acho que não!

[...]

Sakura estava estudando o conteúdo das aulas do dia, quando o seu celular tocou. A rosada pensava ser Sasuke, mas se surpreendeu ao ver que era o número de Kiba no visor.

— Oi, Kiba! – Falou num tom animado.

— Sakura, pode falar agora?

— Posso! Que tom de voz triste é esse? Aconteceu alguma coisa?

— Sakura, eu to no hospital. Uns caras lá na faculdade me bateram, aqueles mesmos caras que te assediaram. Vou precisar da sua ajuda para denunciar eles.

— Oh, Kiba! Que coisa horrível! Mas você está bem?

— Quebrei duas costelas e meu supercílio abriu, mas fora isso eu to bem. Eles não vão acabar comigo tão fácil assim.

— Eles te contaram o motivo pelo qual te bateram?

— Eles acham que eu sou seu namorado e queria me tirar do caminho.

— Quanto absurdo! Cada segundo que passa eu sinto mais raiva e nojo deles!

— Você pode vir aqui Sakura? O Shikamaru que me socorreu, mas ele já vai embora e eu não queria ficar sozinho aqui.

— Claro! Eu já to indo! Você tá no hospital que o Sasuke trabalha! Eu sei chegar aí! Até mais.

— Até.

Sakura catou suas coisas na velocidade da luz e pegou um táxi até o hospital. Chegando lá, deu o nome de Kiba na recepção do hospital e achou o quarto onde eles estava internado. Ao ver o amigo, Sakura correu e o abraçou.

— Ai, Sakura... Dói! – Reclamou enquanto ela o apertava.

— Desculpa, é que eu fiquei tão preocupada! – Disse acariciando o rosto de Kiba.

— Logo logo eu fico bom! Mas vou ter que ficar uns dias de molho. Nesses dias que eu estiver longe da faculdade, peço para que fique atenta!

— Vamos denunciar esses marginais! Não é possível que uma coisa assim aconteça dentro da faculdade e saia impune! – Falou revoltada.

— Eles são de famílias influentes, Sakura! Não é a primeira vez que alguém apanha porque eles acham que o cara está atrapalhando eles de pegarem alguma garota. Shikamaru me falou que o pai do Hidan faz doações pra lá de generosas para que o filho dele não sofra com certas punições. Por isso, precisamos ir direto na polícia.

— Quanta injustiça! Mas vamos conseguir que eles sejam presos!

— Assédio dá entre um a dois anos de detenção e agressão dá de três meses a um ano. O pai do Neji deve conseguir reduzir essa pena ao mínimo já que é um dos melhores advogados do país.

— Que ódio!

— Espero que a gente consiga manter esses idiotas longe da gente!

— Esses idiotas são um risco para a sociedade, ainda mais amparados pelo poder de suas famílias ricas e influentes!

[...]

Após a visita a Kiba, Sakura procurou por Sasuke no hospital que ficou realmente surpreso por vê-la lá.

— Oi, amor. O que faz aqui? – Perguntou o moreno após selar os lábios da amada.

— Lembra do Kiba? Bateram nele e ele está internado aqui. – Falou nervosa.

— E quem bateu nele? – Perguntou curioso.

— Três caras lá da faculdade. Uns que tavam me assediando hoje mais cedo.

— O QUE? – Sasuke gritou. Sakura ainda não tinha tido tempo de contar ao namorado sobre a pressão que aqueles caras começaram a fazer para que ela cedesse aos seus “encantos”.

— Tudo isso foi hoje! Por isso ainda não tinha te contado... – Sakura falou triste e Sasuke a abraçou.

— Vamos denunciar esses imbecis! – Disse Sasuke com raiva.

— O Kiba acha que mesmo assim eles vão pegar uma pena mínima porque tem famílias influentes.

— Se eles encostarem um dedo em você, eu mato eles! – Ameaçou Sasuke. Só de imaginar que qualquer pessoa no mundo poderia tentar fazer algum mal a Sakura seu sangue já fervia. O médico não deixaria que nada de ruim lhe acontecesse.

— O Kiba acha que se denunciarmos eles vão arrumar um novo alvo para perturbar.

— Que horror! Vamos dar um jeito nisso! Você já viu seu amigo?

— Já. Acabei de sair de lá.

— Poderia me levar até lá? Quero conhecê-lo.

[...]

— Kiba, este é Sasuke. Sasuke, este é meu amigo Kiba. – Sakura fez as apresentações.

— Como vai rapaz? Sakura me contou da sua bravura para defendê-la. –Sasuke disse sério ao mesmo tempo que chocado com a brutalidade que tinham tratado Kiba.

— Sinto dores, mas vou sobreviver! Agora eu e Sakura precisamos da ajuda da polícia para dar um corretivo nesses caras que seja bom o suficiente para que eles não se aproximem mais.

— Eu me formei na mesma faculdade que vocês. Tenho lá minha influência dentro na Universidade, uma vez que também faço doações anualmente. Vou fazer pressão para que expulsem os alunos.

— Agradeço.

— Não precisa agradecer. Faço isso por Sakura! Ela corre risco com esse loucos a solta.

— Mais tarde vou dar meu depoimento e provavelmente Sakura terá que depor depois, porque eu a citarei como o principal motivo da briga.

— Eles acham que você é o namorado dela?

— Acham, porque nos viram juntos na festa.

— Acho que agora devemos ir pra deixar o Kiba descansar, não é mesmo amor? – Falou Sakura puxando Sasuke pelo braço.

— Verdade. Cuide-se rapaz. Esses malucos parecem ser perigosos.

— Pode deixar! – Disse Kiba.

— Até mais, Kiba! – Disse Sakura após acenar para o amigo, que sorriu em resposta.

Ao sair da sala, Sasuke ficou confuso. Kiba parecia um bom rapaz, mas algo o incomodava nele. Talvez fosse a forma como olhava e sorria para a sua Sakura. O fato dos três valentões confundirem Kiba como namorado de Sasuke era algo que também perturbou o Uchiha.

Será que sua garota ficava tão à vontade assim com aquele amigo? O moreno não duvidava da fidelidade e do amor de sua amada, mas sabia que Sakura era bondosa e ingênua em certo ponto. Talvez ela não tivesse percebido as segundas intenções de seu mais novo amigo. Ainda incerto sobre que conclusões chegar a respeito de Kiba, quando Sakura o perguntou o que havia achado do garoto, Sasuke se limitou a dizer “Parece ser gente boa”.