De volta a Londres, Sasuke e Sakura se deram conta de que no fundo tudo o queriam era retornar para Konoha definitivamente. O casal tomou banho junto e, após o jantar, decidiu ter uma conversa séria sobre o assunto que estava atormentando suas mentes: filhos.

— Precisamos conversar. – Admitiram os dois ao mesmo tempo.

— Primeiro as damas. – Disse Sasuke.

— Ok. – Sakura disse colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Percebi que o assunto “filhos” deixou nós dois desconfortáveis quando Naruto falou sobre. Gostaria de saber como você se sente Sasuke. Não quero saber do que já falamos no passado, mas sim do que você pensa agora. Abra seu coração pra mim.

— Naruto tem razão quando fala que eu to louco pra ser pai.

— E você sabe que agora não será possível, certo? Não nas nossas atuais condições. – Lembrou Sakura.

— Eu sei. Seria imprudente, afinal atrapalharia você na faculdade agora.

— Você está insatisfeito, pois todos os seus amigos estão na fase da paternidade e você não. Acertei?

— Não é por causa do que os outros falam, Sakura. É por causa da maneira como eu me sinto. Digamos que nós vamos esperar você terminar a faculdade, isso sem incluir a sua entrada no mercado profissional, aí eu vou ser pai com 41/42 anos.

— E que diferença isso faz?

— Tenho medo que não consiga aproveitar bem a paternidade. Se nós demorarmos muito, Sakura, eu vou ser avô e não pai do nosso filho.

— Você é exagerado.

— Você ainda vai ser jovem, Sakura. Mas eu vou estar em outra fase da vida.

— Meu amor, nós não vamos conseguir apagar a nossa diferença de idade. Sei que isso anda mexendo com o seu ego, mas ser pai depois dos 40 não vai abalar tanto assim sua relação com seu filho. Tem muitos homens que são pais com essa idade ou até mais tarde. – Sakura o abraçou.

— Tudo bem. Você tá certa. Eu que estou inseguro.

— Ei, eu amo você. Na hora certa, teremos nosso bebê.

— Você me deixa feliz falando assim. – Sasuke beijou a namorada apaixonadamente.

— Vamos pro quarto? Afinal, temos que treinar como é que se faz um bebê. – Disse divertida e Sasuke riu.

— Podemos treinar todos os dias, o que acha?

— Maravilhoso!

[...]

Na volta do feriado, Kiba estava decidido a esquecer sua absurda paixonite por Sakura Haruno. Era loucura demais levar isso adiante quando ele sabia o quanto aquela mulher amava o próprio namorado. Depois de sair com Shikamaru, o moreno decidiu dar ouvidos aos conselhos do veterano e começar a paquerar Konan. Quando viu a moça observando um dos murais do corredor, ele a abordou.

— E aí, Konan? Como foi  feriado? – Perguntou Kiba usando seu melhor sorriso para impressionar a garota.

— Foi legal. Teve um show do The Kooks que foi ótimo.

— Você tava lá também? Eu fui nesse show.

— Sério? Uma pena nós não termos nos encontrado lá. – Sorriu Konan.

— Uma pena mesmo! Mas não vamos deixar que isso se repita! Que tal você me dar o seu telefone e a gente marcar qualquer dia desses?

— Pra fazer o que?

— Qualquer coisa! Com você eu faço qualquer coisa! – Sorriu e a moça ficou levemente corada.

— A gente podia sair pra beber na sexta, pode ser?

— Acho ótimo! Melhor ainda se a gente sair pra beber e só voltar no dia seguinte.

— O que você tá querendo insinuar?

— Que eu quero te conhecer melhor e afundo. – Provocou Kiba chegando bem perto da boca da menina que não recuou.

No entanto, antes que ele pudesse beijar a garota, Sakura apareceu e cortou o clima.

— Oi, Kiba! – Sakura falou animada e só meio segundo depois percebeu que o amigo estava quase agarrando Konan no corredor.

— Oi, Sakura! – Kiba virou-se para encarar a amiga e Konan ficou com raiva dele não ter continuado o que estava prestes a fazer.

— Depois a gente se fala, Kiba! – Konan saiu e deixou os dois amigos sozinhos.

— Eu atrapalhei alguma coisa? – Perguntou Sakura ainda sem entender.

— Mais ou menos. Eu tava chamando a Konan pra sair. – Avisou Kiba.

— Pera aí... ela não namora o Nagato?

— Namorava. Passado. Acho que ela tá solteira há uma semana. – Disse Kiba.

— E você não perde tempo né?

— Ah, não tem nada demais querer conhecer alguém melhor.

— Você sabe que ela não vai com a minha cara né?

— Ah, Sakura!

— Se ela for virar a sua namorada, eu gostaria de saber...

— Por que? Tá com ciúme?

— Óbvio que não! Bobo!

[...]

No intervalo entre uma aula e outra, Sakura estava conversando com Kiba e notou que Konan não tirava os olhos dos dois.

— Acho melhor você ir lá falar com a Konan. – Avisou Sakura e Kiba deu uma olhada rápida pra onde a garota estava.

— Depois eu falo.

— Por que não vai agora?

— Porque agora eu estou falando com você, ué. Aliás, como foi em Konoha?

— Matei as saudades. Agora dá pra ficar mais um tempinho em paz aqui. – Sorriu.

— Tá tudo bem com o Sasuke?

— Mais ou menos.

— Por que?

— Ele quer ser pai.

— Vocês nem casaram, Sakura. Além disso, você não tá muito nova pra ser mãe?

— Eu to, mas o Sasuke já tá na idade de querer ser pai.

— Às vezes, eu esqueço que ele é bem mais velho que você.

— Eu também, mas ele sempre me lembra.

— Como você foi namorar um cara tão mais velho?

— Ah, é um encontro de almas, Kiba. Eu sou a reencarnação da primeira namorada do Sasuke, que era minha prima. Enfim, é meio confuso, mas a gente se reencontrou e acabou se apaixonando.

— Que louco! Não pensava que uma coisa assim fosse possível.

— Nenhum de nós pensava, até que aconteceu. Enfrentamos muitas coisas para ficarmos juntos, inclusive, preconceito. Mas agora estamos bem.

— É bonito ver que o amor de vocês não morreu.

— É. Acho que isso que me dá forças até quando o Sasuke aparece cheio de dúvidas e inseguranças.

— Você acha que mesmo depois de tudo que passaram para ficarem juntos ainda podem se separar?

— Sei lá, Kiba. A vida muda o tempo todo. Embora nosso amor seja verdadeiro, a rotina de um casal é algo complicado de lidar. Temos problemas o tempo todo. Seja porque ele quer que eu engravide ou porque não se dá bem com o meu pai.

— Bem, eu só desejo que você seja feliz. Ele te faz feliz, não faz?

— Sim, muito.

— Então continue assim. – Kiba sorriu.

[...]

No fim das aulas, Kiba encontrou com Konan. A moça estava visivelmente chateada porque o rapaz não tinha a abordado antes, mas não se queixou. Ela apenas fingiu que nada tinha acontecido e passou seu número para o moreno sem pestanejar.

— Pensei que tinha desistido de sair comigo. – Disse Konan.

— Que nada! Só tava esperando o momento certo. Vamos no meu bar predileto na sexta, tudo bem?

— Ótimo! Sem hora pra voltar certo?

— Com certeza! – Kiba sorriu e roubou um beijo da moça – Isso é pra você ficar pensando em mim.

— Esqueceu que nós somos da mesma turma e nos vemos todos os dias?

— É pra você ficar pensando em mim até amanhã!

— Amanhã vou querer outro beijo.

— Te dou até dois! – Brincou e Konan riu.