Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 80
Finja que é assim




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Rogue POV

Se passaram três dias e as bandagens foram retiradas, sobrando leves cicatrizes. E até me acostumei a ter um outro nome.

— Natsu -sua voz cheia de reprovação me fez encolher os ombros.

A olhei cautelosamente...

A colher estendida na frente dos meus lábios. No segundo que ergui a mão para pegá-la, a loira me encarou mais furiosa.

— Eu posso comer sozinho, Lucy -suspirei.

— Não e não! Por culpa de quem você está aqui!? -suas sobrancelhas tremeram indignadas- Vou assumir a responsabilidade.

— Eu já disse que não foi culpa sua -meu interior ficou mais angustiado.

— Por que você é tão teimoso!?

Comprimi meus lábios.

— ... Sinto muito.

A sopa com um cheiro meio neutro e o sabor igualmente sosso abre zero de apetite.

Queria falar isso, mas só deixaria Lucy mais irritada.

— Abra a boca -ela ordenou.

Deixei o queixo cair e a colher entrou na minha boca.

Como eu disse. A comida do hospital é tão sem graça que prefiro comer só quando estiver morrendo de fome. Não dizem que quando as coisas ficam mais deliciosas de estômago vazio?

Passei a língua no líquido, nem mesmo havia sal nisso. É água com maisena que estão me dando?

Franzi as sobrancelhas.

— Vamos, mais uma colher! -ela me ofereceu um pouco mais de sopa.

Deveria ser considerado um sonho ter a pessoa de quem gosta cuidar de você. Mas....

— Natsu?

— Coff -engasguei. Virei meu rosto para o lado oposto- Coff coff...

— Natsu! -surpresa, se levantou e me deu tapinhas gentis nas minhas costas.

Meus olhos lacrimejaram levemente e pelo canto me deparei com seu rosto preocupado. Me senti mais angustiado.

A pessoa que ela está preocupada sou eu? Claro que não é.

Ergui a mão para impedi-la.

— Estou bem.

— Ei, estou entrando -uma voz feminina tocou a porta.

Levy McGarden trouxe uma cadeira de rodas. Ela encarou a maga celestial por alguns segundos e depois para mim, então sorriu.

— Estão prontos para voltar? Finalmente estão de alta!

A voz alegre dela tem um tom desanimado. Mas a loira não percebeu.

— Obrigada Levy-chan! -ela riu, correndo para trazer a cadeira de rodas.

Agora, eu não sei quem foi que teve a ilusão que sou um inválido? Estou um pouco machucado, mas não paraplégico.

— Venha, eu vou te ajudar -os olhos achocolatados ergueu as mãos gentilmente para me apoiar.

Dobrei minha coluna para sair da cama. E tudo pinicou, descobri que meu corpo entrou em greve!

— Ack -reprimi o gemido.

— Natsu, você está bem? -sua voz urgente me fez engolir mais profundo.

Ok, isso doeu. Torci meu rosto e respirei fundo.

— Sim, estou bem.

Por alguma razão estava sendo empurrado pela loira e eu me tornei tão frágil quanto um patinho recém nascido.

Quando passamos ao corredor, as pessoas nos encaram e sorriem. Meu rosto queimou com vergonha.

— Que fofo, essa garota está levando ele, são namorados? -alguém riu.

— Quem me dera ter alguém atenciosa assim para mim.

— Ser jovem é tão bom.

Ao escutar esses comentários, ergui levemente o rosto para espiar Lucy. Sua bochechas estavam rosadas e ela sorriu para mim.

Me senti amargo. Na sua mente, você está feliz pelas pessoas acharem que é um casal com Natsu-san?

— Lu-chan, a verdade é que eu não vou poder ir com você -Levy tentou desviar a atenção.

— O que? -a loira exclamou surpresa- Não está voltando para Magnólia?

— Não... Você é quem não está indo para Magnólia...

A cadeira de rodas parou.

— Esqueceu que estamos em um novo projeto? -falei rapidamente.

— Projeto? -seus olhos se arregalaram.

— Depois da última missão, entramos em um projeto de intercâmbio, é um experimento entre as guildas.

— Isso! -a azulada assentiu rapidamente- Foi um plano do conselho! Então vocês dois estão indo para Sabertooth por um tempo.

O rosto da loira ficou em branco, surpresa.

— Oh... Parece que minha memória não está boa -riu constrangida.

Então suas sobrancelhas franziram levemente, duvidando do que falamos.

Passamos pela entrada do hospital, o balcão decorado com corais e os recepcionistas trabalhavam em uma bancada de aquário gigante. Fiquei um pouco surpreso com a meticulosidade de seguir fielmente o tema do prédio.

— Vou acertar as coisas, esperem aqui -a azulada correu para a atendente.

Existe um fluxo de pessoas constante, então ficamos quietos. Não demorou muito para ver um Dragon Slayer do ferro se aproximar com um sorriso. Junto com um exceed negro.

— Opa, estão de saída? -o homem parou na nossa frente.

— Iae -o gato ergueu a pata.

— Gajeel! Lily! -a loira sorriu- Parece que finalmente vamos para casa hein?

— Ah sim -o homem me encarou significamente- Bunny Girl, você deve estar super apaixonada para cuidar desse cara por três dias.

Ele a cutucou com o cotovelo.

— Ei Gajeel, acho que não... -o gato tentou impedir, percebendo algo.

O rosto da loira ficou vermelho na mesma hora.

— O que você está falando!? Eu e Natsu!? Você está louco? -sua voz foi tão alta que atraiu olhares.

O sorriso de Gajeel-san congelou. Parece que ele esqueceu desse bizarro detalhe. Ergui minha mão para arrumar o cabelo do meu rosto, tentando me esconder mais.

Por favor, alguém me some.

— Bunny Girl, a cada dia que se passa, mais parece que você mata o Bunny Boy.

O rosto de Lucy teve aquela anormalidade de resetar, como se estivesse configurando a palavra "Bunny Boy" na sua mente para substituir por outra.

E como previsto, logo ela voltou ao normal.

— Por que eu estaria matando o Salamander? -buffou- Não lembro de ter feito nada assassino.

As sobrancelhas do mago do ferro subiram, pasmos.

— Não importa quantas vezes eu veja, isso ainda é arrepiante.

— O que é arrepiante? -ela ficou sem palavras, como se o que o outro dissesse, fosse linguagem alienígena.

— Em muitos sentidos! -respondeu enigmático- Não sei falar o que é mais louco, você ou o ele que age como se tudo estivesse certo.

Lucy me encarou.

Na verdade até eu estou pasmo com o quanto já me acostumei. Não dizem que os humanos nasceram com poderes adaptativos? Não somos a raça que parece uma praga e estende por todo o mundo por causa dessa facilidade de adaptação?

Apenas dei de ombros. A mulher voltou a encarar o mago do ferro.

— Você é estranho -a loira suspirou.

— Oh, todos se reuniram? -a azulada voltou- Podemos ir?

— Vamos, pare de causar problemas Gajeel -Lily concordou rapidamente.

Enquanto a mim, fui empurrado na cadeira de rodas pela loira. Não tive mais energia para dizer algo. Nem queria pensar.

Posso virar um vegetal? Deve ser mais fácil de se viver sendo um rabanete.

Depois de passar pelo jardim do hospital, as ruas e prédios apareceram, como um novo mundo à nossa frente.

Toda a cidade continuou animada, com pedestres turistas e trabalhadores fantasiados. Tão brilhante e mesmo assim não pude me interessar por isso.

Estou completamente desanimado.

— Lu-chan, as cores daquela casa são impressionantes!

— Azul e rosa né? Quem diria que duas cores contraditórias são tão lindas juntas? -a outra respondeu animada.

— Preciso parabenizar o arquiteto! Olha os macarons!

— O mais incrível é o design de sorvete derretendo, parece muito real!

— E os babadinhos das saias, os doces brilham que me dá vontade de morder!

As duas conversaram animadas.

— Como é que vocês podem falar de tudo? -Gajeel-san franziu as sobrancelhas.

— Tudo é possível ser conversado se tiver assunto! -Lucy empinou o nariz.

— Eu nunca vou entender as garotas -o exceed respondeu.

— Não é porquê você é um gato? -Levy apontou.

De alguma forma estou deslocado, todos podem conversar normalmente.

— Natsu, por que você está calado? -a loira se abaixou, ao ver que estou meio a deriva.

Mas nesse segundo a conversa morreu, com o exceed e um casal de magos nos encarando estranhos.

Viu? Eu ainda posso ser um rabanete? Talvez assim não preciso passar por essa situação.

— Não é nada -murmurei.

— Oh... Se estiver doendo, me diga.

Como a cidade tem muitos turistas, os carros não passam pelo centro, mas os bondes sim. Infelizmente a cadeira de rodas não entra no bonde, então estou sendo empurrado na calçada mesmo.

A estrutura do chão é tão boa e bem cuidada que não senti nenhum desconforto, mesmo que a rua seja feita de pedras uma ao lado da outra, estão bem encaixadas e lisas.

Não demorou muito para ver a estação de trem. E comecei a me hipnotizar mentalmente para enfrentar o enjoo.

— Lu-chan, nos despedimos aqui. O trem que precisamos pegar é outro -a azulada encarou tristemente para a loira.

Ambas se abraçaram.

— Levy-chan, vamos nos ver logo. Nem vai demorar para voltar para casa, quando piscar, estarei na Fairy Tail.

Olhei de soslaio para Gajeel-san, o homem observou as duas pensando em algo, com uma expressão não tão tranquila como sempre.

E eu sei. Um tigre tem que voltar para a Sabertooth e uma fada para a Fairy Tail. Lucy não sabe que tipo de despedida é essa. É um pouco triste.

Pude ver os braços de McGarden apertar nas roupas de Lucy, enrugando as costas da blusa dela.

— Sim, eu estarei esperando, Lu-chan -sua voz tremeu- Na Fairy Tail de braços abertos para você.

— Pff... Por que você está tão sentimental por um intercâmbio? -a outra riu.

Ambas se soltaram, Levy sorriu com lágrimas nós olhos e deu um passo para trás, ficando ao lado de Gajeel-san. O Dragon Slayer acariciou sua cabeça.

— Que? Logo a veremos, certo baixinha? Não precisa chorar.

— Não enche Gajeel -ela limpou as lágrimas rapidamente. Então olhou para mim com severidade- Se acontecer algo com ela, eu não vou te perdoar.

Meus dedos tremeram levemente. Mas assenti com a cabeça.

— Lu-chan... -a azulada pegou a mão da loira e mostrou hesitação, não querendo deixar a amiga ir- Se cuida. Se alimente direito e durma direito.

— Que isso Levy-chan? -riu, de bom humor- Bom, você também. Quando eu voltar, você fará um chocolate quente novamente?

— É claro!

 

Sting POV

Encarei no espelho. A alta foi uns dias atrás. Mas pensar que...

POR QUE EU AINDA SOU STINNY!?

Puxei e repuxei meu cabelo. Mas não importa o que fizesse, essa maldição dói igual o diabo! Não é um sonho! Por que não é um sonho? É um pesadelo!? Por isso dói, mesmo arrancando o cabelo!?

— Stinny-chan, a princesa está nos chamando -Lector espiou pela porta.

Me joguei na cama e cruzei as pernas.

— Para comer? -perguntei cauteloso.

— Bom, sim -desviou o olhar.

— Lector. Por que você está tão longe? -questionei.

Os olhos do gato laranja me fitou.

— Não é de boa educação entrar em quarto das garotas.

Meu queixo caiu. Até meu exceed ficou estranho!?

— LECTOR, VOCÊ NÃO ME RECONHECE MAIS!?

Me levantei, chocado. O gato pareceu hesitante e flutuou no ar. Mas perto dele existe um gato verde chorante.

— Frosch? -ergui as sobrancelhas- Você ainda está chorando?

Desde que voltei, os dois exceeds que já eram inseparáveis, parece que ficaram mais grudentos. Principalmente porque Frosch estava com medo da Minerva, e ele me encarava como se eu fosse um estranho.

Os olhos do gato verde tremeram no segundo que me viu. Como se visse alguém desconhecido.

— POR QUE ESTÁ ME ENCARANDO ASSIM!? NÃO FOI PORQUE VOCÊ COLOCOU ESSA COISA QUE ME TRANSFORMEI!? -exasperei.

Frosch estremeceu, com grandes lágrimas caindo.

— Fro... Fro... Fro sente muito... -ele murmurou, tremendo todo.

— Stinny-chan, não é bom intimidar os meus fracos, mesmo que você seja mulher agora -Lector falou tristemente.

Não... Eu não queria...

Mas vendo como o gato verde dava tanta pena, até eu senti um golpe fatal no canto mais macio do meu coração.

— Desculpe...

— Hick... Hick... -o gato soluçou mais violentamente.

Nesse segundo mais uma pessoa apareceu na porta.

— Por que você está fazendo Frosch chorar? -a princesa apareceu, com frieza estampada no rosto.

Ela também ganhou alta do hospital mais ou menos na mesma época que eu.

— Não... -tentei argumentar.

— Sei que está frustrado. Mas o mestre Kayle disse que não podemos voltar para Baumwolle visitar aqueles dois -ela cruzou os braços.

— Sim, eu se...

— Mas descontar isso em um gato, é passar dos limites! Que tipo de cara de pau é essa? Nem eu faço uma coisa tão desumana.

Abri o queixo. Espera, eu POSSO terminar de falar?

No segundo que ia protestar, escutei um clic. Foi baixo, então pensei que era impressão minha. Mas as orelhas do gato verde tremeram. E ele saiu voando em disparada para o corredor.

— Frosch!? -o exceed laranja exclamou surpreso, seguindo o amigo.

Pisquei duas vezes e resolvi ir também, com a princesa no meu encalço.

Depois de descer as escadas, a porta aberta revelou uma loira empurrando uma cadeira de rodas. O exceed verde já encolhido no colo de um moreno, com um Lector flutuando perto.

Os olhos dos dois magos se ergueram.

— O que aconteceu com você!? -eu exclamei surpreso.

MEU IRMÃO VIROU UM INVÁLIDO!? OLÁ!?

— Isso é o que eu queria falar...? -Rogue me encarou de volta.

Ah... Esqueci que estou na minha forma de mulher. Dei um soslaio, o rabinho agora comprido do monstro na minha cabeça, balançou feliz.

Essa coisa está testando minha paciência. Não só isso...

— Ah, vocês receberam alta finalmente? -a princesa começou a falar do meu lado- Não sabe o quanto...

— BLONDIE! -pisei forte nas escadas, para me aproximar rapidamente- ESSA COISA! ESSA COISA!! POR QUE ROGUE VOLTOU AO NORMAL!? POR QUE EU AINDA ESTOU ASSIM!? NÃO ERA SÓ UMA SEMANA!? JÁ SE PASSOU FAZ TEMPO!!

Apontei para o pompom branco, e a coisa balançou mais feliz ainda. EU VOU MORRER DE RAIVA. TIRA TIRA TIRA!!!

DEUS ME ODEIA, NUM É POSSIVE!! POR QUE ROGUE ESTA NORMAL!?

Quanto mais pensei sobre isso, mais fumeguei.

— Espera Sting... -o moreno me encarou.

— Huh!? -os olhos da loira agrandaram- Ehm... Coisa? -ela ficou confusa.

— Sim!! ESSA coisa!

Esfreguei o bicho bem na frente do nariz dela.

— Oh, meu deus! -suspirou- É um Fluffymbus!

— Sim, eu sei o nome disso -revirei os olhos.

— Mas parece que sofreu uma mutação... -seu rosto ficou mais surpreso.

— Mutação!? Eu vou ficar assim para sempre!?

— Bom... Na verdade não. Ele só vai viver um pouco mais que o normal... Espera, quem é você?

Congelei.

PRIMEIRO OS EXCEEDS, AGORA A BLONDIE NÃO SE LEMBRA DE MIM!?

— Blondie... -minha voz tremeu, chocado- Essa coisa... Tem o poder de apagar a memória dos outros!?

— Desculpe, eu realmente não lembro... -ela sorriu, meio sem jeito.

— SOU EU STINNY.... QUERO DIZER, STING! COMO VOCÊ PÔDE SE ESQUECER DE MIM!?

O rosto da loira ficou em branco, e eu ao ver ela não me reconhecer, não só isso, até congelou em choque, me senti muito mais magoado!

Olhei para o meu irmão gêmeo.

— Você se esqueceu de mim também? -minha voz saiu trêmula.

Se todo mundo se esquecer de mim, o que vai acontecer!? Mesmo que eu volte a ser homem, vou ter que viver como Stinny para sempre!?

— Espera... -Rogue franziu as sobrancelhas.

A princesa deu uns passos para frente, ficando ao meu lado.

— Lucy? Como você se sente?

A loira ficou bizarramente silenciosa. Com olhos opacos e sem vida. Logo despertou.

— Então você se chama Stinny? Eu sou Lucy!

— Stinny? -fiquei mais pasmo- Você não me escutou? Não, mais importante, essa coisa vai ficar só mais um tempo e vou me livrar dela?

— Coisa? -seus olhos piscaram confusos- Que prendedor de cabelo lindo! -ela então olhou para a princesa e sorriu um pouco sem graça- Acho que já nos conhecemos, Minerva né?

Os lábios vermelhos da maga espacial se abriram, sem dizer nada.

— Espero que possamos nos dar bem nesse tempo de intercâmbio experimental! -ela exclamou, com um grande sorriso.

E olhamos para Rogue Cheney, esperando uma explicação.

— Natsu, é falta de educação não se apresentar -ela sussurrou meio brava.

...

...?

Natsu?

Minhas sobrancelhas franziram. Encarei mais ardentemente para o homem que desviou o rosto.

— ... Vamos para a sala -falou por fim.

— O que está acontecendo? -a princesa questionou, igualmente confusa.

— Apenas... Vamos para a sala -Rogue disse como se fosse morrer a qualquer momento.

Teu rosto tá mais pálido que o normal. Ele vai morrer? Eu vou virar órfão de irmão!? Quem vai fazer as minhas comidas!?

Não só isso, blondie está louca? O mundo vai acabar?

De alguma forma nos deslocamos para a sala e sentei no sofá, cheio de dúvidas.

— O que tá rolando? -perguntei na mesma hora.

— Lucy... -o moreno se encostou mais na cadeira- Está sob influência de uma droga.

— O que? -a princesa ficou acomodada na poltrona luxuosa, suas unhas cravaram no braço de couro.

— Ela esqueceu de nós -o homem continuou.

E ficamos calados, olhando para a loira. Ela ficou com aquela expressão de peixe morto, sem vida.

— Por isso ela tá fazendo cara de zumbi? -perguntei. Não, mas isso não faz sentido.

— E também está sob um tipo de hipnose -Cheney ergueu a mão e pegou um pequeno punhado do cabelo da loira, os enrolando na ponta dos dedos. Mas ela nem se moveu- Crendo em algumas coisas fora da realidade. Se acontece algo que está contra as coisas que ela acredita, sua mente fica em branco desse jeito, processando e corrigindo os erros.

— Espera -Orlando beliscou as sobrancelhas- Quer dizer que ela pensa que você é Natsu Dragneel?

Os lábios de Rogue abriram levemente, hesitantes.

— ... Sim.

— E pelo o que tô vendo, ela também acha que ainda é maga da Fairy Tail?

— ... Também.

Não demorou muito para a loira recobrar a cor do rosto e sorrir naturalmente.

— Fiquei um pouco surpresa em saber que viríamos para a Sabertooth. Se tiver algo que eu possa fazer, por favor, me fale! -então ela se virou para o moreno- Está mesmo bem que fiquemos nessa casa...?

— Sim, está -ele assentiu, como se toda essa situação fosse normal.

Meu queixo caiu.

— Eu não posso acreditar! -exclamei- É uma pegadinha!?

Os olhos vermelhos do moreno me encararam por alguns segundos e se virou para a loira.

— Lucy.

— Hum? -sorriu.

— Meu nome é Rogue Cheney -falou seriamente.

— Eu sei o seu nome, Natsu.

Suspiramos surpresos.

— Fada-san... Não sabe mais quem é Fro? -a voz do exceed tremeu entre os braços do mago das sombras.

— Frosch, acho que ela tá possuída -o gato laranja sussurrou.

— Fada-san não pode me esquecer...

— Está tudo bem Frosch -o mago acariciou as cabeça do gato- Uma pessoa da Fairy Tail disse que já está providenciando um antídoto. Até lá... Vamos fingir que tem nada de errado.

Minha mente explodiu. Blondie ficou louca! Ela tá chamando um Rogue cadeirante de Natsu!!

— ISSO PODE FICAR PIOR!? -exclamei.

— PESSOAL! -Orga Nanagear chegou escandaloso. Ele veio contente até que blondie se levantou e sorriu.

— Oh, você é Orga? Prazer, sou Lucy!

Então seus passos congelaram, olhando para a loira. Então ele franziu as sobrancelhas ao encarar um moreno ao lado dela, depois voltou o rosto para mim.

— Ehm... O que é isso? Por que cada vez que venho, as coisas ficam mais estranhas?

— Eu ainda sou normal -a princesa murmurou, fazendo beicinho. Olhando para o eu transformado, Rogue inválido e blondie abduzida- Aconteceu algo?

— Ah. Vocês precisam ver essa lácrima!

Uma bola projetora foi colocada em cima da mesa.

...

Minha maldita boca!


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