Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 22
Natsu é problemático




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Laxus POV 

Mirageene realmente conseguiu uma amiga boa. Agora, depois daquele negócio com uns tarados que andaram em cima da Lucy, pegamos o estranho costume de nos chamarmos de irmãos, se bem que não está tão longe assim da realidade. 

— Então irmãzinha, como pretende fazer as missões agora? Percebi que faz um tempo em que não vai em uma. 

— Nem me fale, estou pensando em começar a fazer missões solo... Mas a minha magia não é tão forte assim... -suspirou ela deprimida. 

— Nem todas as missões precisam de força de combate. 

— As que tem boas quantias de jewells sim. Eu preciso pagar contas e a comida, Laxus. Posso ter conseguido um bom dinheiro na missão que fui com você, mas isso deu apenas para o apartamento... 

— Huh? Em vez de pagar dois meses de aluguel, porque não comprou comida com uma das parcelas? -não compreendi. 

— Prefiro pagar logo o aluguel... Você não tem nenhuma velhinha no seu encalço te olhando feio reclamando de dinheiro toda hora... -foi ela ficando cada vez mais desanimada. 

— Por que não vem comigo então? -ofereci. 

— QUÊ!? -um grito triplo veio de trás de Lucy. Eram Gray, Gajeel e Erza, a loira se virou para trás. Percebi que Levy nos olhou desesperada, a maga celestial os fitou mais uns segundos e se virou para mim novamente para o alívio da azulada, respondendo a pergunta: 

— Já disse, Eu. Vou. Morrer. Missões classe S não são para Lucy Heartphilia. 

— Damos um jeito. Ou você pode ir com as outras pessoas da guilda. 

Ela pareceu pensar, logo vejo um ser rosa se aproximando. 

— Luce! Finalmente te achei! 

Lucy pareceu ficar paralisada, de olhos arregalados, então sorriu forçado. 

— O... Oi Natsu. 

— Eu estou te procurando por dias! Aonde esteve? -perguntou ele ficando na frente dela, o rosado franzia as sobrancelhas. 

Lucy olhava apavorada com olhos para todos os lados, então ela andou fugindo do Natsu? 

— Ela estava pensando a melhor forma de pedir desculpas -falei logo, ela me encarou com uma careta e eu tive que me segurar para não rir. Mesmo tendo passado pouco tempo com essa garota, percebi que ela é muito teimosa para dizer algo assim, posso ter dito mentira mas acredito que não era tão mentira assim. 

— É verdade? -perguntou Natsu. 

Ela olhou para o chão sem jeito e respondeu depois de alguns segundos: 

— Sim... Desculpa por ter gritado com você... 

O rosado sorriu e abraçou ela, chorando. 

— LUCEEEEEEE! PENSEI QUE IA FALAR COMIGO NUNCA MAAAAAIS! 

— NA... NATSU! ME SOLTA! -ela berrou, depois de um tempo ele soltou. 

— Luce! Somos amigos certo? 

— Claro! -respondeu ela, e Natsu abriu um sorriso maior, logo veio a bola de pelos azul. 

— LUCYYYY! -berrou ele caindo direto no colo dela, a abraçando. 

— Oi Happy. -sorriu ela retribuindo o abraço, depois o exceed a largou. 

Tanto Natsu quanto Happy ficaram a encarando ansiosos, logo a abraçaram de novo. Se soltaram e Lucy pareceu cansada. 

— E então? Tem algo a tratar comigo? -ela disse numa expressão meio séria. 

Nossa, ela pareceu fria com essa frase, que até o tapado do Dragon Slayer de Fogo pareceu surpreso. Mas ele não desmanchou o sorriso e disse inabalado: 

— Luce! Somos parceiros ainda, certo? Vamos em uma missão! 

Ela o olhou perplexa, então desviou o olhar relutante, me encarou e hum? O que ela está tramando? 

— Desculpa Natsu, mas eu vou ir numa missão com o Laxus. 

Oi? Ela não tinha recusado meu pedido agora pouco? Aaah... Acho que sei o que está pegando, lembro do que ela me falou no trem quando voltávamos de Florea. Ela quer evitar Natsu o máximo possível. 

— POR QUE VOCÊ VAI NUMA MISSÃO COM O LAXUS, MAS NÃO PODE IR COMIGO? NÃO SOMOS PARCEIROS LUCE? -gritou ele perplexo. 

— E... Eu... -ela gaguejou. Eu me levantei e passei meu braço nos ombros dela. 

— Agora eu sou o parceiro da Lucy, Natsu. -falei, ele ficou chocado, como se não soubesse o que responder. 

— Laxus, deixa que eu cuido disso. -sussurrou ela, eu dei de ombros e me sentei, afundando na cadeira de novo. 

— O que significa isso? LUCE?  

— Natsu, você tem que entender que agora você é marido da Lisanna. Eu preciso trabalhar, preciso de dinheiro, e Laxus se ofereceu para me ajudar! 

— Lucy... -resmungou Happy- Somos... Parceiros, certo? 

— Somos um time e amigos Happy. -falou ela num sorriso- Sempre que precisar, eu farei o time mais forte de Fairy Tail e os exceeds. Mas n... N... -ela não conseguia falar direito, Happy a encarava com lágrimas nos olhos e Natsu incrédulo, absorvendo cada palavra- Não somos mais parceiros. 

Silêncio. Mesmo a guilda estando animada, parecia ter caído um silencio de matar. 

Natsu segurou os ombros de Lucy e começou a chacoalha-la. Olhei pelo canto do olho e vi os amigos de Lucy se aproximarem mas ficaram estáticos e confusos ao verem o rosinha brigar com a loira. 

— O QUE HOUVE LUCE!? AONDE FOI PARAR A LUCE DE SEMPRE!? QUE É MINHA AMIGA E PARCEIRA? 

Os olhos de Lucy estavam arregalados, mas logo ela se recuperou, se soltou de Natsu e falou, séria. 

— Não Natsu, é você que tem que entender, agora que é casado, eu não posso mais ficar grudada em você. Eu não quero que seu casamento vire ruínas por minha culpa. 

— Do que está falando Luce? Isso tem nada a ver, Happy está ansioso para irmos numa missão! Pensei que seriamos parceiros para sempre! 

— Seremos amigos para sempre. 

Eles ficaram se encarando. Eu não acredito o quanto esse cara é burro! Não sabe que não pode sair grudando em outras pessoas enquanto tem uma esposa? Mas é claro, me esqueci, esse cara não é qualquer cara. É o Natsu Dragneel. 

Espera, eles não tinham oficializado a não parceria ainda? Que burrice Lucy, até eu percebi que Natsu é um tapado sem noção que defende a amizade mais que tudo, ele não vai entender até que fale na cara dura dele.  

Mesmo casado. 

Você tinha que ter resolvido isso mais cedo para não passar por tudo isso. 

— L... Lucy... Como você pôde... -falou o exceed azul, com os olhos cheios de lágrimas- LUCY SUA IDIOTA! -e lá se foi chorando saindo guilda afora. 

— HAPPY! -gritou os dois chocados. 

— Happy... LUCE! NÃO VAI MESMO VOLTAR ATRÁS!? FALA QUE É MENTIRA! -gritou o rosado fechando os punhos, atraindo mais e mais olhares. 

— Eu serei parceira do Laxus por enquanto. -ela respondeu com simplicidade. Se levantou e me puxou pelo braço, passamos pelo Dragneel que ainda estava processando as palavras da loira. 

— É, depois sou eu quem usa os outros para fugir. -sussurrei. 

— Só vamos, irmão idiota. 

— Claro, claro. Vamos irmãzinha irritada. 

Empurrei Lucy para longe e saltei, um pedaço da parede se estraçalhou, a Maga Celestial olhou surpresa e eu encarei Natsu, ele não está com uma cara nada boa. 

— O que foi isso, esquentado? -perguntei. 

— É UM DESAFIO LAXUS! 

— NATSU! -berrou Lucy impaciente- NÃO IMPORTA SE VOCÊ VAI LUTAR COM ELE OU NÃO! EU VOU IR COM O LAXUS! 

Mas eu coloquei meu braço na frente da Lucy e dei um sorriso. 

— É assim que quer resolver? Então vamos. 

Preciso fazer pelo menos isso, pela garota que já sofreu tanto pela Mirajeene, ela pode não comentar muito sobre isso, mas se Mira está metida nesse assunto de alguma forma, eu irei ajudar. Não sou burro Lucy, mas essa parada com a Lisanna e Natsu foi sempre estranho demais, tem cheiro de que o caso de Mira está intrometido. Todos podem ter ficado felizes com o casamento e tal, mas não posso ignorar o sofrimento de Lucy...  

Você me deve uma explicação depois. 

Natsu POV 

E estava eu, no chão, todo tostado, humilhado. Laxus bambava, mas eu estava pior, meus ossos não me obedeciam. Meus sentimentos de ter perdido para o mago do raio nem tinham palavras para descrever. 

— Você melhorou, Natsu. -escutei a voz de Laxus- Se levantou depois de cinco vezes. Te dou os parabéns. 

Ele se aproximou. 

— Mas a vitória é minha. Desista logo. 

De não sei aonde tirei forças, eu comecei a me levantar. 

— N... Não acabou Laxus... -murmurei. 

Ele me deu um chute no estômago, cai no chão. 

— Você é retardado? Fique no chão, vai acabar morrendo se tentar lutar mais que isso! 

Minha cabeça ficou zonza, percebi que tinha muita gente em volta de mim, mas tudo o que eu pude ver era Luce carregando um Laxus muito machucado, ela não olhou para trás nenhuma vez, eu levantei minha mão, tentei chamar ela. 

Mas ficou tudo escuro. 

Eu estou em um sonho. De certa forma sei disso, então eu vi Lisanna, ela corria para mim com  um sorriso e eu sorri de volta. 

— Natsu! -ela depositou um beijo em mim. 

— Oi Lisanna. 

— O que foi? Não parece muito animado. -ela me olhou preocupada. 

— Não é nada, aonde está Happy? -perguntei olhado para os lados. 

Ela arregalou os olhos e me encarou apavorada. 

— Lisanna? O que houve? LISANNA!? -berrei- AONDE ESTÁ HAPPY!? 

Lisanna não me respondia, então cheirei o ar e senti o cheiro do meu amigo, abandonei a minha albina e comecei a correr. 

— HAPPY!? HAPPY!? AONDE ESTÁ VOCÊ HAPPY!?  

Corria feito louco, tem algo muito errado. Então encontrei uma loira deitada no chão. 

— Luce...? -ela estava deitada de costas para mim rodeada por uma poça de sangue- LUCE! -berrei e corri para ela, com cuidado me abaixei. 

Eu virei o corpo dela, ela estava de olhos fechado e muito pálida. Em seus braços estava Happy. Os dois estavam perfurados e o sangue já tinha parado se jorrar. Estavam frios. 

— L... Luce... Ha... Happy... N... Não de novo não... 

Comecei a chorar, segurado os dois, então bem longe, eu vi um rapaz de cabelos pretos. Esse garoto monocromático chorava. 

— ZEREF! -berrei furioso. 

Ele apontou para mim e olhei para o chão, nem Luce nem Happy estavam mais, apenas o sangue. Muito sangue. Em minhas mãos. 

Acordei em um pulo, arfava e olhei para os lados frenético. Encontrei os olhos de Lisanna. Senti muita dor pelo meu corpo, estou todo enfaixado. Droga de pesadelo... Esse pesadelo de novo... Tudo de novo... 

— Natsu! Não pode se mover ainda! -falou ela me encarando com preocupação. 

Aos poucos deixei que ela me colocasse para deitar, percebo que estou na enfermaria da guilda. 

— Aonde está o Happy? -perguntei, estava me sentido zonzo. 

— Natsu. -ela falou em tom sério, segurando minhas mãos- É verdade que você lutou com o Laxus por causa da Lucy? 

Eu desviei o olhar. 

— Me olhe, meu amor. -eu a encarei- Me responda. -ela estava a beira de chorar. 

— Luce sempre foi minha companheira de missões Lisanna, você entende? -respondi, ela engoliu seco e me encarou. 

— Sim, entendo. Mas Natsu, você tem que entender. Está na hora de deixar Lucy. 

— Por quê? -perguntei, ela apertou minha mão. Eu não gosto de ver Lisanna chorar, prometi que iria fazê-la feliz. Que droga Natsu! O que você está fazendo!? Mas... Qual é o problema de continuar sendo companheiro da Luce? Mas agora, acho que... Ela não deve ser mais minha companheira mesmo. Principalmente agora que eu perdi para o Laxus. Droga. 

— Eu sei que Lucy é a sua primeira companheira, foi você mesmo quem chamou ela pela primeira vez para irem juntos. Mas acabou Natsu. Eu me casei com você e Laxus a levou. -ela respirou fundo- Natsu, você não quer ir em missões comigo agora em diante? 

Lisanna nunca tinha me proposto isso, nem quando começamos a namorar, nem depois de casados, apenas... Agora. Engoli seco, acho que ela está certa. 

— Tudo bem Lisanna. 

— Eu te amo, Natsu. -ela sorriu, me dando um selinho delicado. 

— Eu te amo também. -esbocei um sorriso. 

Depois de algumas horas, Lisanna me deixou sozinho, se despediu com um beijo na minha testa e disse que precisava resolver algumas coisas, concordei e ela se foi. 

Agora é o momento, sei que estou todo quebrado, mas preciso achar Happy, principalmente depois desse sonho! 

Me levanto e saio pela janela, tomo cuidado para ninguém me ver, nem que para isso eu precise fazer poses estranhas e difíceis me fazendo ficar todo dolorido. Saí da guilda e comecei a correr por Magnólia. Primeiro pensei que ele estaria em casa, mas nada. Depois fui em alguns lugares que pensei que o encontraria, como nas peixarias. Nada. Aah cara, está escurecendo, que droga. 

Aonde esse exceed se meteu? Então pensei no rio que ele gosta de pescar, cheguei na litoral de Magnólia, bem no meio da floresta. Mas nada de exceed, nada de Happy, nada de gato... Comecei a ficar desesperado. 

— HAPPY!? AONDE VOCÊ ESTÁ!? 

ESPERA! Esse cheiro... ACHEI! É ELE! É O HAPPY! Bem de leve, eu segui. Passei por algumas árvores e saí em uma clareira. Escutei a voz de Happy rindo, mas alguém ria junto, me escondi nas sombras de uma árvore e vi... Luce.


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