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Yuu descia a passos rápidos a escadaria de mármore. O olhar continuava tão gélido como á pouco, nunca foi seu forte demonstrar sentimentos. Fazendo com que o rapaz tatuado que apenas o olhava partir achasse que tinha sido indiferente, tudo o que viveram juntos.
O mesmo virou-se com algumas lágrimas percorrendo o rosto e se escondeu da gélida noite, em sua casa.  Enquanto o moreno foi atrás daquilo que havia abandonado por ele.
Na pressa esqueceu-se da chave do carro, e não pretendia voltar ali para buscá-la, não hoje.
Andou alguns quilômetros, nem ele mesmo havia percebido o tanto que estava caminhando. Deixando que a mente simplesmente se esquecesse e culpasse á todos por sua perda nesta noite.

“Aonde foi parar meu coração?
 Em uma troca injusta pelo mundo real
 Oh, eu... eu quero voltar
 A acreditar em tudo e saber de nada  
Ainda lembro do sol
Sempre morno nas minhas costas
De algum modo ele parece frio agora” *

Já era em torno das 4 horas da manhã. Kouyou não via quem poderia ligar para ele aquela hora.
Mesmo assim estendeu o braço ao celular, que continuava tocando, e a cada toque o volume aumentava, apenas levantou a cabeça do travesseiro, e nem deu trabalho de abrir os olhos.

-O que quer Yuu?
-...
-Como é?  -Agora sim seus olhos abriram, não só os olhos, como o corpo reagiu, levantando-se em um salto, e sentando-se ali. A mão livre coçava os olhos enquanto ele tentava absorver as informações.  Yuu havia terminado seu relacionamento, e estava vagando a três horas pela noite. Agora se encontrando em um bairro distante, e totalmente exausto.  Sinceramente. A vontade de Uruha era de desligar na cara dele e voltar a dormir. Mas nunca conseguiria negar ajuda ao moreno. Talvez á qualquer um, menos á ele.  – Certo, fique sentado aí ok? Já estou chegando.

O homem quase loiro saiu as pressas, colocando apenas o hoobie de cor marrom grosso, e um tênis preto,  em qualquer situação, Uruha riria de si mesmo, mas a preocupação com Yuu, era de fato mas importante que o jeito que estava vestido. Desceu as escadas e pegou a chave que ficava pendurada próxima a porta do hall de entrada.

“Parece que faz tanto tempo que eu saí por essa estrada
Só pra descobrir que ela tem um fim
Mas, olhando pra trás tem uma coisa que eu sei
Não posso percorrê-la de novo sozinho
Porque eu sou muito fraco para ficar sozinho
Quando tudo que eu preciso é você”**

O carro prateado parou em sua frente, e dentro dele saiu o único rosto que Yuu aceitaria ver aquela noite. Ficou um tempo ali sentado, um sorriso fraco no rosto. Enquanto Uruha sentia-se corroer por dentro, como ver o homem que ama, em uma rua, sentado, debaixo da garoa fina, por apenas terminar um relacionamento, onde o outro não sentia um terço do seu amor pelo moreno. [N/A: quero deixar claro, que isso não é verdade –Q]

 -Vem Yuu, vai se resfriar. – Disse o loiro, enquanto um sorriso sincero brotava em seu rosto, passando ao outro um mínimo de confiança. Não estava sozinho. Sempre teria o loiro com ele.
Yuu por sua vez se levantou e caminhou até o carro, não á porta do passageiro, e sim a do motorista, onde tomou o maior em um abraço forte, e neste escondeu o rosto na curva do pescoço dele, as lágrimas por sua vez, começaram a se libertar, e alguns resmungos e suspiros podiam ser ouvidos, Uruha não se afastou, e nem o repreendeu por chorar, sabia o quanto o amigo precisava de si aquela noite. E nada iria impedi-lo de ajudar seu amor.
A medida que o tempo ia passando a chuva se tornava mais grossa, mas nenhum dos dois pareceu se importar com a roupa totalmente molhada.

“Mas eu sinto que eu tô viva a cada banho de chuva que chega molhando meu corpo...

A minha alma nem me lembro mais em que esquina se perdeu ou em que mundo se enfiou” ***

As semanas se estenderam, Aoi finalmente iria buscar seu carro.
Não havia mais medo, não havia mais dor. Apenas um ressentimento, uma saudade de tudo o que viveram, e principalmente daquilo deixaram de viver, por sorte ele não estava, o que facilitou.
Os dois foram juntos para a casa do moreno, almoçaram tranquilamente, diante de conversas e comentários de todos os tipos, era assim, sempre que estavam juntos, tudo era agradável, sempre se davam bem, independente do que faziam.
Já era fim de tarde, Yuu estava sentado no canto do sofá, atento ao filme, quando sentiu um peso sobre seu colo. Desviou minimamente o olhar, apenas para levar  a mão a cabeça do loiro e lhe acariciara os fios, este que levantou o olhar para encará-lo na mesma hora. Seus olhares se encontraram, e pareceram esquecer o filme, ficaram apenas se olhando, enquanto a caricia nos cabelos iam se tornando ainda mais suaves, deslizando para o rosto, encontrando ali uma vermelhidão diante a vergonha que o loiro estava, o que deixava seu rosto quente ao toque da mão de Yuu, que acariciava com o polegar aquela maça.

“Você pertence à mim
Minha rainha branca de neve
Não há pra onde correr
Então vamos acabar logo com isso
Em breve eu sei que você verá
Que você é igual a mim
Não grite mais meu amor
Porque tudo o que eu quero é você” ****

O mais velho não percebeu o momento em que seu corpo cedeu a tentação, e abaixou a cabeça, indo de encontro ao rosto que estava em seu colo, os olhos do loiro se fecharam apenas com o toque suave e quente da respiração do moreno, que colou os lábios aos dele, e moveu devagar, apreciando a maciez, Uruha por sua vez, mantinha-se parado, deixando que Yuu conduzisse aquele contato, a medida que os lábios se moviam juntos,em uma perfeita dança e encaixe, o loiro ia cedendo ao mais velh uma passagem mínima, está que foi aproveitava com o toque úmido e necessitado da língua do moreno, que apenas a deslizou por ali, e se deixou ser capturado, onde percorreu a cavidade tão doce da boca de seu amigo, não havia pressa para intensificar, e nem a respiração pesada de ambos fazia com que estes cedessem, Yuu nunca havia provado um beijo tão calmo e ao mesmo tempo forte quanto o de Kouyou, que levou a língua de encontro a sua semelhante e a entrelaçou, quanto tempo mais ficariam ali... segundos... minutos... horas..  Realmente nenhum dos dois se importava, apenas aquele calor, que aquecia não só o coração, mas também a alma do moreno, era o suficiente, para que ele percebesse. Dessa vez era amor. Dessa vez, estava em casa.  

“Você me levanta quando estou caído
Você soa o alarme antes que eu fique fora
Se eu estivesse me afogando você separaria o mar
 E arriscaria sua própria vida para me resgatar
Tranque as portas
Vamos deixar o mundo lá fora
Tudo que tenho para te dar Are
São estas cinco palavras esta noite
Obrigado por me amar”


___________________________________________FIM______________________