Depois de tanto negar meu dito amor pelo maldito gato preto, eu não pude mais segurar minha ânsia por seu toque, seu olhar, suas palavras, seu todo. Eu não ligava mais por que eu sabia que ele me amava e eu também comecei a amá-lo. Eu me rendi aos encantos do gato e ele pareceu entender o porquê da minha súbita aceitação... E entendeu muito bem.

—Você está pensando em mim, não é?

 -Estou pensando em Chat Noir. -Encarei Adrian -Se você não me contasse eu não acreditaria.

Adrian sorriu. -Pois é... Eu não poderia ficar te encontrando para sempre sem tirar a roupa, não é? -Ele me cutucou e eu ruborizei.

—Pensando bem, você realmente é aquele projeto de gato preto.

Adrian gargalhou e seguiu em direção ao seu amigo Nino.

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Uma vez com o crime combatido eu encontrei um lugar fechado para me destransformar.

Escutei Chat quando eu já não era mais ladybug. -Francamente, quando eu estou no meu limite, você se destrasforma numa biblioteca fechada? -Ele caminhou até mim, me fazendo recuar alguns passos -Péssima escolha.

—Recuar ou me destransformar numa biblioteca fechada? -Provoquei.

Chat sorriu. -Recuar dentro de uma biblioteca fechada, quando eu estou a ponto de te agarrar.

Sorri, nervosa. -Agarrar? Não vai conseguir.

—Passei para atrás da mesa. Podia jurar que as orelhas de gato de Chat balançaram e seus olhos reluziram.

 -.... Adoro essa brincadeira.

 O encarei. -Pega-pega?

Chat se mostrou interessado e balançou a cabeça negativamente.

—Não...-Ele começou a se aproximar, devagar. -Gato e rato.

Eu gargalhei. -Qual a graça nessa brincadeira?

Chat parou e me encarou com outros olhos. Olhos de um predador.

—Você sabe que o gato sempre acaba comendo o rato, não é?

 Meu mundo caiu, eu poderia ser aceito o amor de Chat, mas não estava pronta para isso.

—Não... -Sorri tentando amenizar meu pânico. -Não...

Chat lambeu os beiços e me fitou brevemente. -É melhor correr, Jerry. O Tom está chegando.

Eu não tinha muito o que fazer, então decidi correr.

Dei as costas ao gato e comecei a correr pelo corredor, eu escutava a voz de Chat contando em ordem decrescente.

—10... 9... 8... 7...

Eu avistei uma porta no fim do corredor e corri como nunca para chegar nela antes do zero. Chat já estava nos três últimos números e eu cheguei na porta. Virei a maçaneta e ela estava aberta, eu poderia agradecer aos mil deuses por isso, mas amaldiçoei minha vida quando Chat colocou a mão na porta e a fechou por trás de mim.

—Oh... A ratinha foi esperta, mas não tão rápida.

Tentei abrir a porta a força de novo e Chat a bateu novamente com força. Sem me virar encostei a testa na porta.

—Me deixe ir, Chat Noir...

Senti uma de suas mãos passear em minha cintura, me apertando e puxando para mais perto dele.

—Eu encontrei o rato e o cacei. Agora... -Chat mordeu meu pescoço e eu me retrai -Só falta comê-lo.

Minha cabeça começou a girar e me coração acelerou. Eu sabia que não resistiria a Chat, muito menos a Adrian. Eu estava ficando sem opções e ele com certeza estava falando sério. Eu tentaria dizer algo como última defesa ou tentativa de escape, mas o que saiu de minha boca foi um gemido alto quando Chat colocou a mão entre minhas pernas.

—Shiiiu, estamos em uma biblioteca. -Chat zombou.

—Chat Noir.... Não faça isso, não agora.

—Fazer o que? Isso? -Chat segurou com ambas mãos minha cintura e a roçou contra a dele. -Infelizmente o gato não guarda as refeições pela metade. -Ele colocou a mão dentro de minha camiseta e eu abafei o gemido casual.

Não vai funcionar conversar e eu não estou na melhor hora para agir. Eu tentei, mas o gato ganhou. Me virei repentinamente e encarei Chat que tinha um maldito sorriso no rosto. Ahhhhh esse sorriso.... Beijei-o delicadamente.

—Certo, você ganhou. Coma o rato.

Chat levantou uma sobrancelha. -Eu nunca vi um rato se oferecer.

Sorri. -Parece que está com sorte, miau.

 Eu poderia jurar que vi os olhos de Chat mudarem, ficaram mais... agressivos, famintos, selvagens. Eu não sei muito sobre animais, mas hoje eu descobri que quando você coloca a comida na frente deles de bandeja, eles não pensam duas vezes para devorar. Chat me empurrou para que eu encostasse na porta, o barulho ecoou na biblioteca vazia. Tentei colocar meus braços em volta dele, mas minhas mãos foram presas pela dele acima de minha cabeça.

 Ele não parava de me beijar, tão fervorosamente. Eu não consegui nem prestar atenção no que estava acontecendo, só segui o caminho de acordo com os passos de Chat. Nossas línguas estavam bailando alguma música agitada. Nossas respirações estavam fortes e eu só conseguia sentir uma das mãos de Chat dentro da minha calça. Eu estava ficando louca e sem ar. Entre beijos Chat sorriu e eu respirei fundo. Escutei um barulhinho vindo dele e ele me encarou. Chat estava se destranformando.

—Olá, Adrian.

Sorri para o garoto que já não estava mais sob roupas pretas e orelhinhas sexys. Não que eu achasse que ele ficava muito sexy naquela roupa, mas.... Convenhamos, era excitante beijar um gato preto....

Ainda mais quando se era tãooooooo lindinho. Mas... isso é só um pensamento momentâneo, por que eu não penso isso de Chat a todo momento que o vejo. Não.... Adrian sorriu e encarou meus olhos de repente.

—Oh... Jerry, infelizmente, desta vez, você não vai conseguir escapar.

Seu olhar parecia me dizer as coisas que faria comigo, pois meu corpo arrepiou de uma maneira que até ele percebeu.

Tentei sorrir para disfarçar o nervosismo. -No desenho animado, o rato sempre dava um jeito de fugir do gato.

Adrian me empurrou contra a parede com força novamente, fazendo com que um som alto ecoasse pela biblioteca. -Sim, no desenho animado, mas estamos em uma situação real. -Adrian passou uma das mãos pelo fecho de meu sutiã e o abriu. -... Situação muiiiiito real, my lady.

Arfei com sua ação e tentei afastá-lo, mas eu estava sem forças. Adrian me beijou com tanta ferocidade que me surpreendeu, não parou até que eu gemesse entre beijos quentes. Da minha boca, ele passou seus lábios para meu pescoço.

—Oh.... Você está deliciosa hoje.

Eu estava sem forças, sem vontade de parar, minha cabeça estava dando voltas e eu tive de fechar meus olhos. Então pensei. "Que seja, uma hora teria que acontecer" Agarrei seu cabelo é puxei-o para mim. Beijei-o com astúcia e coloquei minha língua dentro de sua boca. Adrian se surpreendeu no começo, mas reagiu bem dando continuidade.

—O problema... é que eu sempre estou deliciosa, gatinho.

Eu não tinha nada a perder, se fosse para ser, eu teria que marcar presença. Adrian encarou meus lábios por um momento e fitou meus olhos.

—Você está me provocando?

Coloquei minhas mãos dentro de sua calça. -Se se for para ser, que seja inesquecível.