Quando as férias de Natal chegaram, me mantive ocupada o suficiente para não lembrar-me do terceiro andar ou algo semelhante.

       A maioria dos Natais eu passava na França, em minha antiga escola, Beauxbatons.

       Eu sentia saudades... De Fleur, Gabrielle e as outras garotas.

       Minha tia é madrinha de Fleur, a mãe de Fleur, Madame Delacour, ou melhor, Apolline era uma grande amiga de minha tia Helloisa.

       Éramos sempre bem vindas na casa dos Delacour, o pai de Fleur, Monsieur, era um bruxo muito bem humorado, não era nem de longe atraente como sua mulher, mas era uma pessoa adorável.

       E eu adoro falar francês, era perfeito exercita-lo, não quero me fazer superior, mas é ridículo ver Harry perder de Rony no xadrez bruxo, sei que ele não era acostumado, e que Rony era igual a um profissional, mas xadrez não era tão difícil assim... Não chega nem de longe a ser um jogo bárbaro, como diz Hermione.

       Na noite de Natal, adormeci entre os lençóis imaginando a pilha de presentes do dia seguinte.

      Quando acordei na manhã seguinte, a primeira coisa que vi foi as enormes pilhas de presentes no pé de minha cama.

      -Feliz Natal – minha tia estava sentada na cama de Hermione.

      -Feliz Natal – retribui com alegria.

      -Bastantes presentes... Vejamos... Metade da escola de Hogwarts... Mais Beauxbatons... Quanta ironia a minha, esqueci o meu – tia Helloisa colocou o dela no topo de uma pilha.

      -Me ajuda? – dei um sorriso animador a ela.

      -Eu tenho como dizer não?

      -Não.

      -É ótimo ter opções – ela disse enquanto puxava um pacote, o abria e entregava-me a carta.

      -É de Fleur! – exclamei animada.

      -Leia em voz alta, por favor – pediu minha tia.

     Sophia Cher,
     Joyeux Noël!
    J'espère que vous êtes heureux, colline, tu me manques, j'ai non seulement comme Gabrielle me demande où vous lorsque vous donnez l'air de la grâce de sa visite? Je m'ennuie de mon
marraine.
   J'imagine que la plupart allons vous envoyer Beauxbâtons
cartes de Noël, nous sommes tous mourir à vous manquer.
  Delacour Pour les familles,
                                                     
  Fleur.

(Tradução:

  Querida Sophia,
  Feliz Natal!
  Espero que esteje feliz, morro de saudades de ti, não só eu! Gabrielle me pergunta sempre de você, quando lhe dará o ar da graça com sua visita? Sinto falta de minha madrinha.
  Imagino que a maioria de Beauxbatons estará te mandando cartas natalinas, estamos todos morrendo de saudades de você.
  Pela familia Delacour,
                                                     Fleur.

     -Fleur sempre um amor – murmurou minha tia.

     -Como sempre, Fleur, sempre Fleur – sorri.

     -Oh sim, adorável, agora vamos, temos mais trabalho pela frente – incentivou-me minha tia.

     Minha tia ia colocando os presentes na cama de Mione, e as cartas eu colocava em minha cama.

     Abri outra carta, era de Hermione.

   Feliz Natal, Sophia!

  Não tive como recusar o pedido dos meus pais de passar o Natal com eles, sinto muito por ter te deixado sozinha no dormitório, e o Cedrico? Ele anda escrevendo-te muito? Imagino que sim!

 Ando com saudades da Biblioteca, mesmo que Madame Pince não seja simpática, é claro que devemos respeita-la na medida certa.

 Não se esqueça de mim.

 Mione.

     -O que ela me mandou? – perguntei.

     Minha tia me estendeu um embrulho.

     Abri-o com cuidado, era uma mini torre eiffel, e uma mini vassoura sobrevoava em volta da torre.

     Havia um pequeno pedaço de pergaminho.

    Sei que você sente saudades da França, consegui fazer a vassoura ficar dando voltas pela torre com muito esforço, valeu a pena, usei um feitiço realmente avançado!

     -Hermione sempre Hermione – gargalhei.

     -Bruxinha inteligente essa, não?

     -Com toda certeza.

     -Hum... Presente especial! – minha tia abriu um enorme sorriso.

     -Especial? – perguntei.

     -Sim, ora, nada mais nada menos que, Cedrico Diggory.

     -Ah! Dá isso aqui! – dei um pulo tirando a cata das mãos de minha tia, voltei a me sentar na cama e abri a carta, animada.

   Sophia és tu, minha doce Sophia.

  Sinto sua falta! Oh sim, sinto muito sua falta, é engraçado sabe... Eu vejo nossa fotografia em minha cabeceira, sinto falta do seu cheiro doce, de seu sorriso maroto, de sua sobrancelha erguida, ou de suas brincadeiras fora de hora.

 Isso que te faz diferente, isso é o que você faz de melhor.

 Feliz Natal.

 Cedrico Diggory.

    -Ele é bem romântico quando quer – sussurrei.

    -É querida, homens são criaturas terrivelmente e adoravelmente românticas quando querem – concordou minha tia.

    -Então posso dizer que dessa vez ele se superou? – perguntei.

    -O que ele fez?

    -Olhe só isso! – exclamei com o presente em minhas mãos.

    -Mais que adorável!

    Cedrico havia me dado um colar de coração dourado, e dentro dele havia uma foto nossa, abraçados.

    E do outro lado do coração tinha uma frase.

               ‘Sempre ao seu lado.’