Katherine Cullen

Sentia-me como se estivesse caminhando para morte, com o tempo extremamente curto, e de mãos atadas, sem que nada pudesse ser feito. Sabia que essa teoria se tornaria um medo real se Dean soubesse quais eram os meus planos. Mas, ele não me mataria, idolatrava demais sua própria vida. Soltava um suspiro pesado quando percebia que a lua começava a se por no seu, e eu teria de encarar os gêmeos no dia seguinte, assim que amanhecesse. Sabia que Camile estaria ao meu lado, de qualquer forma era difícil pensar que teríamos algum sucesso com essa missão.

Volterra era uma cidade silenciosa durante a noite, mas muito interessante de se observar da janela do quarto. Era o que eu estava fazendo desde que havíamos nos instalado no quarto de hotel. Paul tentou ao máximo me deixar sozinha, o que foi um pedido meu, dizendo que precisava pensar no que fazer, mas de vez em quando podia sentir seu olhar pesar sobre mim, mesmo que eu não retribuísse. Então resolveu tomar um banho, e até agora, foi o momento em que eu mais tive privacidade, mesmo que minha família ocupasse os quartos ao lado.

Ouvi a porta do banheiro ser aberta, mas só virei na direção da mesma quando foi novamente fechada. Paul me olhava com o cenho franzido, como se quisesse entender tudo o que estava se passando em minha cabeça, e eu o amava mais ainda por isso, se é que era possível. Seus cabelos pretos estavam molhados, deixando-o ainda mais bonito. Ele usava apenas um short, como de costume.

Abri um sorriso sincero para ele, que prontamente relaxou.

Andei na direção dele o mais rápido que consegui, alojando-me melhor em seu abraço. Nossas temperaturas eram parecidas, então não me causavam estranheza. Mas, o choque elétrico que ocorria por todo o meu corpo quando nos encostávamos ainda era presente, como da primeira vez que nos vimos.

— Tudo bem? – perguntou, descansando o seu queixo sob a minha cabeça.

— Vai ficar – respondi me separando dele, mesmo contra minha própria vontade.

Meu celular vibrou no bolso da calça e eu prontamente o peguei. Meu namorado deu de ombros, procurando, seja o que fosse, em sua mala. Franzi o cenho ao ver o numero de Camile gravado no visor, anunciando uma mensagem dela.

“ Katherine, conheço um lugar onde os gêmeos costumavam ir, a muito tempo atrás, para caçar humanos e se divertir. O que acha? Pode ser nossa única chance de dizer algo à eles. Farei um feitiço de proteção para que a sua família não sinta a nossa falta até voltarmos. Precisamos ir sozinhas!”

A proposta era realmente tentadora, levando em consideração que ela estava completamente certa sobre poder ser uma das nossas únicas chances de tentar. Mas, não tinha certeza se poderia confiar em Camile com os olhos fechados. Também não poderia contar os membros da minha família sobre isso, eles nunca apoiariam.

— Paul? – chamei, atraindo a sua atenção – Acha que podemos confiar cegamente em Camile?

— Cegamente? – perguntou ironizando – Não devemos confiar cegamente em ninguém, Anjo. Ela deve favores a sua família, talvez realmente possa confiar. Mas, nunca cegamente.

Assenti tendo certeza de que ele estava certo. Olhei a mensagem mais uma vez, e sem pensar duas vezes respondi.

“Estarei pronta em quarenta minutos”