Meu coração é teu... escrita por Rayh Bennett


Capítulo 2
Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Olá. Como estão? Depois de meses apareci. Finalmente terminei a Faculdade e tenho mais tempo livre agora.

Espero que ainda tenha leitores por aqui rsrs

Obrigada a todos que estão acompanhando e deixaram seus comentários no capítulo passado. Agradeço também a cada um que tirou um tempinho e mandou uma mensagem no PV. Vocês são demais.

Bom... agora vamos a leitura... Desculpe qualquer erro ortográfico ou de formatação, mas estou postando hoje pelo celular.



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Sempre foi um cara romântico. Não que seja um santo, porém, jamais se envolveu de forma leviana com uma mulher, nem mesmo na adolescência, fase em que praticamente todas as garotas da escola queriam algo com ele. Por ter sido um dos mais populares do colégio - não que ele buscasse isso - era sempre alvo das mais variadas e exóticas tentativas de conquistas. E como ele odiava ser o centro das atenções!

Por Deus! Não se comportaria como um playboy pegador, simplesmente por ser um jovem com boa aparência, e por fazer parte de uma família com um elevado status sócio-econômico. Ele sempre foi fiel a seus princípios e valores. Se estava com uma mulher, era o mais fiel dos namorados, da forma que Carlisle ensinou os filhos desde que eram crianças. O problema era que nenhuma das mulheres, que conheceu ao longo da vida, conseguiu conquistar seu coração.

E por causa disso, houve uma época, na qual, ganhou a fama de gay, tudo porque não aceitou transar com uma garota, que se jogou nua em seus braços no banheiro da escola.  Ele nem ao menos a conhecia, apenas tinha a visto algumas vezes durante os intervalos das aulas. Ela era uma linda loira, de olhos azuis e um corpo divino, mas, era muito vulgar e  ele não transaria com ela apenas por causa de um desejo fugaz. Sem falar, que ele namorava Irina Denali e não a trairia por nada nesse mundo.

Mas aí residiu seu erro, a garota desprezada se vingou e espalhou para a escola inteira, que ele era gay e mantinha um caso secreto com o melhor amigo, Emmett. Foi uma confusão só. Ficou sem namorada, foi tachado de bichinha e ainda por cima teve muito trabalho para convencer os pais, que não tinha a menor chance de ser gay. Apesar de Carlisle ainda esperar o dia em que o filho mais novo finalmente vá liberar seu lado colorido, pois vive dizendo coisas sobre "rinite e armários".

E tudo piorou quando Edward comunicou que cursaria culinária, abriria um restaurante e um dia seria um grande chefe de cozinha. Sua mãe, como o esperado,ficou imensamente feliz e desde então, vinha o ajudando como podia; no entanto, Carlisle, bom, seu pai, também o apoiou, porém, sempre com um pé atrás, ainda mais, quando Edward terminava com mais uma das belas mulheres com quem namorava.

Não que elas fossem culpadas... Só que nenhuma delas era a mulher que procurava. E já estava perdendo as esperanças.... Até o dia em que 'ela' surgiu em sua vida. E foi quando começou toda a luta para fazer com que aquela baixinha mal-humorada e teimosa percebesse que foram feitos um para o outro.

Não havia um só dia, desde que a conhecera em um hospital – no qual ambos foram visitar um casal de amigos em comum, que havia acabado de ter um bebê – que não pense nela. A mulher mais linda e especial que já viu. A sua alma gêmea. Aquela que esperou encontrar desde o dia em que entendera o verdadeiro significado do amor.

E olha, que ele não acreditava em amor a primeira vista. No entanto, bastou olhar nos olhos castanhos profundamente intrigantes, para se ver perdidamente apaixonado por ela.



 

[...]



Mesmo com o grosso casaco que usava, o frio ainda fazia seu corpo tremer levemente. Passou a mão livre pelos cabelos, arrepiando-os ainda mais e suspirou quando a porta do elevador abriu. Uma mulher com um casaco preto, que ia até um pouco acima dos joelhos, calça jeans e botas de cano alto sem saltos, adentrou o pequeno cubículo, preenchendo o ambiente com um perfume doce e suave. Não conseguiu ver o rosto dela, pois, a mesma estava de cabeça baixa, mexendo no celular e os longos cabelos castanhos-avermelhados atrapalhavam a visão.

Ela parecia bem irritada quando o celular começou a tocar e o atendeu no primeiro toque.

"Essa decisão é sua Victoria. Só não me faça perder mais tempo. Ou você decide se separar desse canalha de uma vez, ou continua 'escorregando acidentalmente no banheiro'." Ela ficou alguns minutos em silêncio, mas pelo jeito como apertava a alça da sacola de presente que levava na mão direita, percebia-se o quão irritada estava. "Claro." O sarcasmo era evidente em sua voz. "Quando seu corpo 'acidentalmente' for parar em algum IML, eu poderei ao menos colocar seu adorado James em prisão perpétua. Agora eu preciso desligar e por favor, tome cuidado."

Ela guardou o celular na bolsa e respirou fundo.

"Por que há tantas pessoas burras nesse mundo? Como pode continuar obcecada por um lixo que a agride? E esse elevador não anda não?" Ela parecia conversar consigo mesma, mas, Edward resolveu puxar assunto.

"Algumas pessoas se acomodam com a situação e preferem continuar sofrendo  ou simplesmente têm medo..."

A mulher deu um pulo no lugar e levou a mão direita ao peito, enquanto a sacola que segurava, caia.

"Eu não o tinha visto." Ela sussurrou assustada, colocando os cabelos atrás da orelha, finalmente, dirigindo-lhe o olhar.

Edward sentiu o ar fugir de seus pulmões, enquanto mirava a mulher mais linda, que já vira em toda sua vida. Ela tinha intrigantes olhos castanhos arregalados, lábios carnudos e rosados, nariz arrebitado e as bochechas rosadas. Parecia uma pintura renascentista.

"Desculpe. Não foi minha intenção assustá-la ou ouvir sua conversa." Ele disse após recuperar a voz, porém, sem conseguir deixar de olhá-la fixamente.

"A culpa não foi sua." Ela foi a primeira a desviar o olhar e se abaixou para apanhar o pacote, que havia derrubado no susto. "Sou eu quem peço desculpas pelo inconveniente. E tem razão, infelizmente algumas pessoas acham que o "amor" tudo perdoa e é capaz de curar as feridas físicas e emocionais."

Edward não pôde deixar de notar como ela foi irônica e fria ao dizer a última frase, mas não teve a chance de dizer mais nada, pois a porta do elevador se abriu no andar no qual ficaria. Para sua surpresa a mulher também saiu do elevador.

Aquela foi a primeira contato que teve com ela.

Depois de visitar o amigo James, que havia sido internado após ser atropelado por uma motocicleta e tinha quebrado um dos braço e fraturado duas costelas, foi finalmente conhecer a filha dos amigos e sua afilhada. Chegou ao quarto de número 457 e levantou a mão para bater na porta, quando a mesma se abriu e a bela mulher do elevador do apareceu. Edward sorriu, enquanto ela o olhou com uma sobrancelha arqueada.

"Você." Os dois disseram ao mesmo tempo.

Ela balançou a cabeça e saiu do quarto, nem dando a chance de Edward dizer algo. Mas não importava. Arrancaria todas as respostas que queria de Emmett e Rose.

Bastou uma conversinha com o casal de amigos, para descobrir tudo sobre a misteriosa mulher.

Isabella Marie Swan. Vinte e cinco anos, filha única, formada em direito em Harvad, uma das defensoras públicas mais respeitada de Washington apesar pouca da idade.

“Desista amigo. Isabella não é do tipo de mulher que se deixa levar por um rostinho bonito. Quando quer, ela sabe transformar qualquer um em pó.” Emmett o alertou quando percebera seu interesse, mas ele apenas sorriu e disse que aquela mulher ainda seria dele.

Começou enviando orquídeas brancas todas as manhãs para o escritório dela com a mesma frase: "Assim como essas flores, meus sentimentos por você são os mais puros e verdadeiros que possam existir. Tenha um ótimo dia.
Seu,
E. C."

Quando ela descobriu quem era seu admirador secreto, ameaçou-o, dizendo que iria acusá-lo de assédio e perseguição. Edward apenas sorriu e perguntou se ela gostaria de almoçar com ele, em um restaurante italiano repleto de pessoas e com câmeras de segurança. Ela lhe lançou um olhar mortal antes de continuar seu caminho até o restaurante em frente ao escritório.

E ele... Bom... Ele a seguiu.

Sentaram-se e fizeram os pedidos. Ela continuou o ignorando, mas, Edward sinceramente não ligara. Uma hora ela daria o braço a torcer.

"Então... Edward certo?" Ele concordou com a cabeça. "Você não tem algo mais importante para fazer ao invés de estar me perseguindo?"

"Não." Respondeu com um sorriso, fazendo-a bufar irritada. "Tenho um restaurante, mas, neste momento, ele está sob os cuidados de minha mãe, que assim como eu é uma das melhores chefe de cozinha, que já conheci."

"Chefe de cozinha?" Ela indagou descrente e Edward arqueou a sobrancelha. "Você não tem cara de quem sabe cozinhar algo e sua modéstia é surpreendente."

"Aceito o desafio." Edward sorriu ainda mais com a ideia que acabara de ter. "Sábado a noite vamos jantar na minha casa. Eu mesmo farei o jantar e não aceito não como resposta."

"Você é louco? Acha mesmo que eu vou para a casa de um maluco estranho, que pode ser um maníaco?" Isabella indagou furiosa e descrente.

"Está com medo doutora Swan?" Ele sorriu provocador e viu faíscas de raiva nos olhos dela. "Você pode falar para quem quiser que jantará comigo. Prove-me que é a mulher corajosa que ouço falar."

Mal sabia, que a partir dali, ele viveria uma história repleta de desafios, na qual o medo de amar seria o maior obstáculo a ser vencido. Aquela pequena grande mulher era um verdadeiro quebra-cabeça.



 

[...]



 

"Edward? Já chegamos, cara." Assusta-se com o grito de Mike, que o olha como se o achasse louco. "Você precisa de tratamento. É sério! Essa sua cara de retardado apaixonado só te deixa ainda mais imbecil. É por isso que não me envolvo com mulheres por muito tempo."

"Não é isso que a Stanley diz."

Mike bufa irritado. Jessica Stanley vive correndo atrás do loiro e gritando para quem quiser ouvir que os dois são noivos desde os oito anos de idade quando fora pedida em casamento. Mike Newton, alérgico a qualquer tipo de relacionamento, vive fugindo de Jessica, apesar de algumas vezes acabar  parando na cama da "Mulher Terror" como ele a chama.

"Vocês dariam uma bela dupla. Ao invés de ficar correndo atrás de Isabella-Coração-de-Gelo-Nariz-Em-Pé, poderia conquistar Jessica. Dois malucos românticos."

"Já disse que Bella é uma boa pessoa." Edward murmura cansado. Ninguém consegue entender que debaixo de toda aquela casca de frieza e indiferença há uma mulher doce e gentil que necessita de amor e carinho.

"Se você diz..." Mike dá de ombros, rezando para que o amigo não quebre ainda mais a cara. "Ela já te telefonou ou mandou alguma mensagem?"

"O que você acha?"

O suspiro profundo e a voz cansada de Edward já são respostas mais que suficientes para fazer o outro ficar calado.



 

[...]



 

Noite fria e chuvosa, ótima para dormir, mas não consegue nem ao menos cochilar. Eram quase três horas da madrugada e o único som que ela ouve é de seu  próprio choro.

 

 

Sua mão percorre o espaço vazio na cama, abraça com força o  travesseiro, o cheiro dele ainda está ali, assim como no corpo dela.

 

 

Corre os dedos sobre seus lábios inchados, lembra do gosto, das sensações que os beijos dele eram capazes de provocar nela. Aperta os olhos e mergulha nas recordações, revivendo cada carícia, cada afago, cada risada...

 

 

Abre os olhos imediatamente, recriminando-se por agir como uma idiota apaixonada. Não foi ela quem jurou a si mesma que jamais derramaria uma única lágrima por homem algum?

 

 

Por que age como as tolas de suas clientes, que após dar entrada nos pedidos de divórcios, começavam a chorar, quando percebiam que era exatamente aquilo, que os canalhas dos maridos desejavam para ficarem de uma vez com as amantes?

 

 

Senta-se na cama e enxuga o rosto com força. Edward acabara de sair dali. Mas então, por que está se desmanchando em lágrimas e seu peito dói como se nunca mais fosse voltar a vê-lo? Não foi ela que o mandou embora?

 

 

Edward sabe muito bem as regras da relação deles: enquanto estiverem juntos nada de outras pessoas, não dormiriam na mesma cama/casa/apartamento, não fariam cobranças, não exigiriam mais do que o outro estivesse disposto a dar e sempre seriam sinceros. No entanto, Edward vive tentando quebrar uma daquelas regras.

 

 

Ainda pode ouvi-lo, pedindo-lhe carinhosamente:

 

 

“Por favor, Bella... Deixe-me ficar, só hoje...”. Os olhos azuis brilhantes e pidões, fitando-a. Os lábios beijando-a no pescoço. Os braços fortes a apertando contra ele. “... Abre uma exceção somente esta noite... Prometo que não vai se arrepender.”

 

 

“Não, Edward.” Ela responde, não se deixando cair nas carícias daquele cozinheiro carismático. “Se eu permitir essa noite, virará um vício e você não vai me convencer com promessas de horas de sexo.”

 

 

"Como você quiser." Ele dá de ombros. Com a expressão séria, levanta-se da cama de costas pra ela e começa a se vestir, sem ao menos lhe dirigir um olhar.

 

 

Um silêncio sufocante preenche o ambiente. Bella se sente tentada a abraçá-lo pelas costas e o puxar de volta para a cama, onde se amariam até as forças se esgotarem, porém, permanece imóvel, com o coração apertado, apenas, observando-o.

 

 

“Se fosse o contrário você nunca teria que me pedir para ficar...” É o que Edward diz antes de sair, fechando a porta e a deixando sozinha com a consciência e o coração pesados.

 

 

Novas lágrimas molham sua face. Não deveria se importar tanto com os sentimentos de Edward. Mas a verdade é que ela se importa, porque aquele cozinheiro chato, intrometido e persistente havia se tornado mais que seu melhor amigo nos últimos meses. Ela tentou provar para si mesma que não o queria ali, todavia, Isabella sabe que precisa da companhia daquele chato, que a faz se sentir protegida, desejada e principalmente mulher.

 

 

Um novo suspiro.

 

 

Será que é tão errado dividir a cama com um homem que realmente a ama  e deseja sua felicidade?

 

 

É tão inaceitável passar a noite com o único homem que ela entregou todo seu corpo, que a ensinou o verdadeiro sentido do prazer e a respeita acima de tudo?

 

 

É tão ruim se permitir adormecer naqueles braços fortes, que se ela permitisse, a protegeriam de tudo e todos?

 

 

Ela sabe muito bem a resposta. Não é  preciso ninguém lhe dizer. Edward já havia provado inúmeras vezes que a felicidade dela é a dele.

 

 

Isabella se levanta da cama decidida a por um ponto final naquela dorzinha incômoda. Pega uma calça jeans, uma blusa vermelha de lã, um casaco, uma sapatilha e se veste rapidamente.



 

[...]



 

Ela está congelando e tremendo ao tocar a campainha. Havia se molhado ao atravessar - correndo - o pequeno trajeto de seu carro até a varanda da casa dele. A porta se abre e ela vê a surpresa nos olhos azuis. Ele fica alguns segundos parado, piscando os olhos como se quisesse ver se ela não é uma alucinação.

 

 

"Edward... estou morrendo de frio." Seus dentes batem um contra o outro. Ele parece despertar de seu torpor.

 

 

"Vem cá sua maluca." Ele a puxa para dentro e tranca a porta. "Não deveria ter saído de casa com esse temporal, poderia ter sofrido um acidente." Ele a censura, enquanto tira o casaco que Bella usa e a abraça logo em seguida.

 

 

As mãos dele percorrem suas costas sob a blusa.  Aos poucos o tremor de seu corpo diminui.

 

 

“Você não me odeia não é?" Pergunta insegura, abraçando-o forte e enterra o rosto na camisa dele.

 

 

"Nunca, Isabella."Ele suspira e a afasta um pouco para poder olhar seu rosto. "Sabe muito bem que eu jamais seria capaz de odiá-la."

 

 

"Então isso significa que... você tem um lugar na sua cama para mim?” Ela pergunta envergonhada, incapaz de mirá-lo nos olhos.

 

 

"Bom... Talvez.” Edward faz uma cara de pensativo. “Eu acho que sim, Srta Swan. Sempre."

 

 

Ela sorri e no segundo seguinte se vê sendo carregada pelos braços fortes.

 

 

"O que está fazendo, Edward?" Cruza os braços em volta do pescoço dele, com medo de cair quando começam a subir a escada.

 

 

“Levando-a para a nossa cama.” Antes que ela possa refletir o quanto gostara daquela afirmação, Edward a beija. “A primeira vez tem que ser especial, afinal, você veio atrás de mim pela primeira vez.” Ele pisca enquanto a deita na cama.

 

 

Isabella sorri e resolve não contrariá-lo, pois Edward está certo. Ela retira a sapatilha e a calça jeans que usa. Bella escolhe o seu lado na cama e ele se deita após apagar a luz. Suspira quando Edward encaixa seus corpos, beija sua nuca e entrelaça os dedos aos dela.

 

 

Seus olhos começam a pesar.

 

 

"Estou muito feliz de tê-la aqui comigo." Edward sussurra e a aperta entre os braços.

 

 

Isabella sente os olhos lacrimejarem. Relaxa ainda mais sentindo o cheiro e o calor dele.

 

 

"Eu também estou." Responde antes de cair no mundo dos sonhos.



 

[...]



Ela acorda sentindo o coração bater aceleradamente. Malditas lembranças que vinham assombrá-la até em sonhos! Edward não a deixa em paz nem mesmo quando ela consegue dormir. Abraça o travesseiro com força e pragueja em pensamentos ao sentir o cheiro do perfume dele, que havia se impregnado em seu quarto.

Quatro semanas. Trinta e dois dias sem vê-lo e sem ouvir sua voz. Sabe notícias dele, mas porque sua assistente Jessica, faz questão de comentar o quanto Bella é cruel e idiota em deixar um homem como Edward solto.

"Fica se fazendo de difícil, que vem outra e o rouba de você."

Como se já não estivesse cansada de saber disso, afinal, Edward chama a atenção por onde passa.

Só em pensar nele a dor da saudade aperta seu coração, fazendo as malditas lágrimas preencherem seus olhos. Engole seco e fecha os olhos com força.

Será que ele sente a minha falta tanto quanto eu a dele? Será que ele se sente tão miserável quanto eu nesse momento? Se sim, então, tenho todos os motivos para me odiar ainda mais por cada vez que o afastei por ignorância.

"Filha, esse rapaz te ama de verdade. Os olhos deles brilham quando te olham ou simplesmente escuta o teu nome. Eu demorei muito tempo para reconhecer que amo sua mãe e quase a perdi para sempre, não deixe que seu orgulho seja tão parecido com o meu. Corra atrás de sua felicidade. Você pediu esse tempo, então, você deverá dar o primeiro passo. Admita o que realmente sente, seja honesta consigo mesma e com ele..."

Foi o que Charlie disse há dois dias quando veio visitá-la de surpresa. Era mais uma coisa que devia a Edward. Graças a insistência daquele ruivo intrometido, Bella tinha - depois de sete anos - voltado a conversar com o pai e perdoado as várias mágoas, que tinham infringindo um ao outro durante a adolescência dela, quando Bella tinha decidido não seguir os passos do pai em se tornar administradora da empresa da família. Edward tinha conseguido convencê-la que a vida é curta demais para ficar brigada com o pai por causa de orgulho. Ele esteve ao tempo todo ao seu lado, segurando sua mão e garantindo que não seria ainda mais magoada.

Uma nova crise de choro a atinge ao relembrar do abraço desajeitado e emocionado de Charlie ao lhe pedir desculpas e dizer que a amava, assim como os braços calorosos de Renée ao esmagá-la emocionada.

"Eu te amo, Bella." Edward murmurou naquela noite após ela o agradecer. Ela sentiu seu coração falhar uma batida e pela primeira vez se sentiu imensamente grata por ele não desistir dela. "E ver esse sorriso lindo e esse brilho de felicidade em seus olhos não tem preço. Eu faço qualquer coisa por você..."

Isabella enxuga o rosto com a ponta do lençol e respira fundo. Uma decisão já formada em seu coração.

Edward sempre lutou por ela, sempre fez de tudo para vê-la feliz, muitas vezes abrindo mão do próprio orgulho. Por isso, é a vez dela fazer algo antes que seja tarde demais. Não pode mais deixar seu orgulho e medo mandarem em sua vida, já havia perdido tempo demais.

Sorri com a constatação que sempre estivera estampada em sua cara.

"Você conseguiu, seu cozinheiro intrometido."


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