[HIATUS] Vampires Will Never Hurt You escrita por Poison Girl


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Escrito por Sutta



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– CAPITULO TRÊS –

 

Quarta

 

- Bom dia! – disse Lillith entrando no carro animada e sem querer acabou batendo a porta mais forte do que programava, aquilo fez com que Jeffrey se encolhesse no banco. A garota foi logo se inclinando e depositando um beijo estalado na bochecha do rapaz e depois ligou o som.

- Nada de música hoje. – falou Jeffrey desligando o aparelho – Se quiser escutar algo ligue seu Mp4. – falou dando a partida no carro.

- Eita que ele hoje da de mau humor. – resmungou.

- Só estou com dor de cabeça...

- Foi para alguma festa ontem? – perguntou virando-se para ele e erguendo uma sobrancelha, um pequeno sorriso brotou no canto dos lábios dela.

- Hum... Sim, fui. Por quê?

- Nada, só estou perguntando. – deu de ombros – Então esse é o motivo dos óculos de sol e de estar tão chato!

- Isso mesmo! Bebi mais do que deveria, nunca mais eu coloco uma gota de álcool na boca.

- Você disse isso da última vez. – cantarolou.

- Disse?

- Sim, disse.

- Pois então desta vez eu irei cumprir, pode apostar que sim.

- Eu duvido muito, mas... Se você diz, né? Quem sou eu para não acreditar. – disse voltando a se sentar normalmente.

- O que você fez de tão bom ontem?

- O de sempre, TV e cama.

- Hum... Você perdeu a festa, foi ótima.

- Pegou alguém?

- Duas garotas. – disse olhando rapidamente pelo canto dos olhos a procura de algo que pudesse incriminar Lillith, alguma demonstração de ciúmes, mas não obteve nada! Nenhum misero olhar feio ou uma cara seria. Nada!

 

“Cria vergonha na cara e desiste dela, você já deveria ter notado que a Lillith nunca vai te ver com outros olhos!” pensou Jeffrey e sem notar suspirou alto de mais.

 

- Está apaixonado, é? – brincou a morena.

- Quem sabe? Pode ser que sim.

- Bom para você e quem seria a pobre vitima? – riu.

- Você não iria querer saber.

- Acho que quero! Eu a conheço?

- Conhece.

- Ela é bonita?

- Sim, muito.

- Inteligente?

- De mais até!

- Ah, legal, com essa resposta eu consegui tirar 80% das garotas dessa escola.

- Lilli, você não presta! – riu – Droga! Ai a minha cabeça! – resmungou, levando seus dedos até a sua têmpora e massageando, tentando buscar alivio para a dor.

- Você deveria ter ficado em casa. – disse preocupada.

- Eu estou bem, é apenas uma dor de cabeça.

- Jeff, eu sei que quando você bebe dessa forma você fica passando mal.

- Olha, eu não bebi tanto assim...

- Não tente me enganar, eu te conheço bem.

-Ok, ok, mas eu não passei mal quando acordei, senti apenas dor de cabeça, nada de colocar as tripas para fora.

- Se você diz que está se sentindo bem, ok! – deu de ombros.

 

O resto do caminho foi feito em silêncio. Novamente as perguntas que atordoavam a cabeça da morena no dia anterior surgiram, precisava de algo para ocupar sua mente, rápido, antes que todas aquelas e mais algumas perguntas viessem à tona e não a deixasse mais em paz até saber todas as respostas. A garota era sempre daquela forma, quando encucava com algo, tinha que saber de tudo o que se passava, investigava até não ter mais solução, então naquela situação, na que se encontrava, preferia deixar a sua mente vagar bem longe daquelas perguntas.

Por que o Cullen não saia de sua cabeça? Talvez fosse por ele ser tão misterioso por não saber nada ao seu respeito e por parecer tão diferente. Não conhecia Edward, mas quando parava alguns segundos, ficava em seu mundinho particular de sonhos e desejos, o ruivo surgia, o belo rosto dele, a voz, os olhos tão diferentes, mas tão belos quanto a perfeição de seu rosto... Poderia passar minutos ou até horas analisando aquele rosto pálido e perfeito.

Não conseguia arranjar defeito algum nele, pelo menos não fisicamente e era isso que ela estava tentando arrumar para tirar aquela obsessão da sua cabeça, pesar tanto nele já estava virando uma obsessão, foi isso que a morena concluiu depois de pensar um pouquinho de manha enquanto esperava Jeffrey.

Como um ser humano poderia ser tão perfeito? Sempre existia um defeito, mesmo sedo pequeno, existia! Poderia ser um nariz grande ou torto, um sinal indesejado, um cabelo ruim, cacheado demais ou uma cor feia... Mas não! Nada disso havia nele ou em nenhum outro de seus irmão, pelo pouco que a morena vira deles. Deveria ter algo de errado naquele físico perfeito, algo de errado, mas a garota não estava o encontrando. Não naquele momento!

 

- Talvez a palidez. – pensou alto, enquanto seus olhos estavam focados no estacionamento logo à frente.

- O que disse? – perguntou Jeffrey.

- Hum... Nada. – disse rapidamente.

 

O rapaz nada mais disse o que deixou Lillith realmente surpresa, pois normalmente ele faria um interrogatória. Iria dizer algo, perguntar se ele estava bem, mas sua voz ficou presa a garganta quando viu Edward encostado em seu carro, o ruivo olhava diretamente para ela logo um sorriso foi formado nos lábios dele, um sorriso torto e perfeito. Seus irmãos saíram do carro, uma baixinha que parecia uma boneca e um loiro que deveria ser namorado dela. Achava estranho aquela historia de irmãos namorarem, era algo nojento, mas existe louco para tudo. Uma loira bonitona saiu do banco do passageiro e um cara grandalhão, que dava até medo pela quantidade de músculos que tinha, foi logo a abraçando, depois de descer do carro.

 

“Viva ao incesto.” Pensou brincando.

 

Então Edward não tinha nenhuma irmãzinha para pegar ou ele simplesmente acha isso tão repugnante quanto ela? Esperava sinceramente que fosse a segunda opção.

 

- Você vem ou vai ficar ai babando pelo Cullen? – perguntou Jeffrey que já descia do carro e colocava a mochila nas costas.

- Ah, claro, claro. – disse pegando a mochila desajeitadamente e acabou se enrolando na hora de abrir a porta do carro.

 

“2 X 0 para a porta.” Pensou.

 

- Acho que ele notou que você estava o observando. – soltou Jeffrey quando a garota estava ao seu lado, fazendo com que esta derrubasse sua mochila, atrapalhada com o comentário do amigo. Será que estava tão na cara assim? É, estava! Precisava se controlar mais.

- Cala a boca, Jeffrey! – disse chateada, baixando-se para pegar a mochila novamente.

 

“Pronto! Agora o que Edward deveria está pensando de mim? Deve achar que eu sou uma tarada que fica secando ele... Desde quando eu me importo com o isso? Com o que ele deve estar pensando?” Pensou.

 

Levantou-se e rapidamente caminhou para a entrada da escola, queria se livrar do olhar dos Cullen, ela sentia que eles a observavam. Qual era o problema deles? Até parece que a escola inteira não está babando por Edward ou por qualquer um deles! porque tinha que fica olhando logo para ela? Tinha horas que gostava de ser invisível e naquele momento ela queria muito está invisível para eles.

Baixou a cabeça e continuou a andar, desta vez apressando os passos tentando ignorar os olhos que queimavam as suas costas. Jeffrey precisou corre para alcançá-la e só conseguiu isto quando estava perto dos armários, gritou seu nome algumas vezes, mas a morena andou ainda mais rápido. Segurou o braço da garota para que esta parasse e finalmente pudesse falar com ela.

 

- O que aconteceu? – perguntou o rapaz.

- Nada! – disse desvencilhando-se do braço dele - Preciso pegar uns livros. – disse fazendo menção de se afastar, porém ele a segurou mais uma vez – O que é? – perguntou com a voz um tanto irritada.

- Estou te esperando na aula de biologia, ok?

- Certo, certo.

- Vamos ficar juntos hoje! – isso não era uma pergunta, mas uma afirmação. Ele nem ao menos esperou uma resposta, deu as costas e seguiu para a sala.

A morena trincou os dentes de raiva. Quem Jeffrey pensava que era para dizer o que ela deveria ou não fazer? Ficaria com ele na aula se quisesse, se estivesse a fim. Jeffrey tinha sorte por ela estar muito envergonhada com Edward e todos aqueles olhares da família dela. Eles a olhavam como se ele fosse uma anormal. Revirou os olhos.

Seguiu seu caminho para o armário, tinha que ser rápida ou poderia ter a “sorte” de encontrar Edward. Não estava nem um pouco a fim de que isso acontecesse, como olharia para a cara dele agora? Depois de tudo isso?

 

“Lillith, você está agindo como se tivesse chegado nele e dissesse que ele é o cara mais gostoso da escola!” pensou, revirou os olhos com esse pensamento e voltou a seguir seu caminho.

 

(Edward)

 

Sentiu o doce cheiro dela de longe, era incrível como ela já conseguia assimilar o cheiro dela, como conseguia distingui-lo de muitos outros ao seu redor. Todos os humanos tinham o mesmo cheiro de carne macia, sangue fresco... Mas ela tinha algo a mais, Lillith era diferente, assim como Bella fora para ele, mas não tinha a mesma intensidade! Edward não desejava o sangue de Lillith como desejou o de Bella, poderia lidar perfeitamente com isso, era um pouco mais difícil do que qualquer outro humano, mas não tão como fora o de seu grande amor.

Não entendia porque estava sentindo aquilo pela a morena, prometera para si mesmo que depois de Bella nada mais o atrairia, nada mais o faria ficar daquela forma, mas Lillith... O fez quebrar a promessa. Conhecera a garota no dia anterior e já não conseguia se livrar de seus olhos, do seu cheiro, da sua voz.

Seus irmão já aviam percebido o que estava ocorrendo com ele, já percebera sua repentina mudança de humor, sua repentina alegria. Depois de anos de tortura e sofrimento pela morte de sua amada, agora ele voltara a ficar alegre, a sorrir. Todos estranharam a principio, pôde ver isso em cada pensamento, mas eles tentaram disfarçar, estavam apenas felizes por verem a alegria bater nos olhos do ruivo, fazerem ficarem um pouco brilhantes e com vida.

 

“Olha, se não é a namoradinha do Ed.” Brincou Emmettt descendo do carro. Olhou para o irmão e deu um pequeno rosnado.

 

Voltou sua atenção a ela e percebeu que a garota também o encarava, deu lhe um sorriso e notou que as bochechas dela ficaram ligeiramente coradas. Ah, como era bom ver aquilo novamente! Ela ficava tão adorável quanto Bella quando corava. Agora, que olhava bem para a morena, notara que ela parecia um pouco com Bella, talvez fosse esse o fato da atração que sentia, que o fazia querer ficar mais perto dela, descobrir tudo ao seu respeito. Os cabelos longos e negros que caiam em cascata por seus ombros eram idênticos, a pele muito branca, a forma desastrada... Apenas os olhos, os olhos dela eram diferentes, totalmente! Eles tinham seu brilho próprio, azuis que o fazia lembra do mar, das belas e claras águas do caribe.

Ficou observando cada movimento da garota, enquanto estava recostado na traseira do seu carro com as mãos nos bolsos.

Escutou cada pensamento dela, a morena era engraçada até em seus pensamentos, ela era bem divertida. Não via a hora de sentar-se ao seu lado na aula de biologia e lhe fazer algumas perguntas. Tudo bem que poderia escutar os pensamentos dela e descobri mais do que queria, mas sentia-se desconfortável em invadir a cabeça dela sem sua permissão. Ok! Ele sempre invadia a cabeça das pessoas mesmo sem querer, mas como já notara, com Lillith era diferente.

 

“É impressionante como são parecia, não?!” pensou Alice, e deu uma breve olhada para ele, o ruiva apenas acentiu.

 

- Acho que vocês seriam ótimas amigas. – disse observando a garota derrubar a mochila, após Jeffrey fazer um comentário a respeito de Edward. Quase riu daquilo, mas se conteve – Ela é engraçada!

- Acho que irei me aproximar dela na aula de química. – disse Alice pensativa.

- Você ira gostar dela.

- Lá vem vocês com essa idiotice de se aproximar desse humanos! – disse Rosalie com seu tão conhecido mau humos. Às vezes Edward se pegava pensando, como Emmettt conseguia aturar Rose? Como eles conseguiam se entender perfeitamente? Nunca os vira brigando, pelo menos não Emmettt com ela.

- Não me venha com suas chatices! – disse Alice.

- Como eu já lhe disse Alice, faça como eu, ignore as coisas que ela diz. – falou Edward, como se a loira não estivesse ali – Agradeça aos céus por você não ter que ficar aturando também os pensamentos dela!

- Argh! – fez Rosalie e saiu “marchando” pelo estacionamento com Emmettt logo atrás, em seu encalço. Muitos rostos se viraram para ela, alguns abobalhados por sua beleza e outros com inveja.

- Sabe, Edward – começou, tentando escolher as palavras certas para o que iria dizer - A algo de diferente em você. – soltou Alice, a primeira a confessar, finalmente alguém criou coragem para tocar no assunto.

- Diferente? – disse o ruivo.

- É cara, você até voltou a tocar piano! – disse Jasper.

- Hum... Sim, voltei.

- Acho que foi bom nos mudar, assim você esquece do que aconteceu...

- Alice, eu nunca vou me esquecer da, Bella. – suspirou um pouco irritado com o que a irmã disse. Como ela poderia se quer pensar que ele esqueceria do grande amor de sua vida? Isso não deveria nem ter passado pela cabeça dela!

 

Edward apressou o passo, mas como um humano faria. Não queria brigar com Alice, de todas as pessoas a que ele realmente se sentia mal quando discutia, era Alice, Eles eram muito apegados, diferente do seu relacionamento com Rose. Ela nunca aceitou o fato dele não ter ficado com ela, não tê-la escolhido como sua parceira, por mais que a loira amasse Emmettt, ela nunca era de levar um não. Quando era humana os rapazes babavam aos seus pés, porque as coisas mudariam após se tornar vampira? Mas mudaram! E isso a transtornou.

Chegou ao corredor e avistou Lillith. Viu em seus pensamentos que estava irritada com Jeffrey por este exigir que se sentassem juntos. Como assim? Ela não ficaria com ele? Sentiu seu estomago revirar com aquilo. Seguiu Jeffrey para a sala e ficou de “olho” nele, em seus pensamentos, aquele garoto era obsessivo de mais por Lillith, Edward seria capaz de dizer que ele faria qualquer coisa para ter a garota para si, isso poderia ser muito perigoso, até para a própria Lillith. Isso o preocupava! Teria que ficar de olho, não deixaria que nada acontecesse com ela, não permitiria que mais uma pessoa que gostava morresse. Faria qualquer coisa para protegê-la, mesmo que isso custasse sua vida.

 

(Lillith)

 

Caminhou rapidamente para a sala de biologia, esbarrando em alguma pessoas, quando estava perto da porta acabou caindo, batendo seu cotovelo em algum lugar e se arranhando. Como era desastrada! Por fim entrou na sala, o professor já estava presente, esperando apenas que ela senta-se para começar a aula.

Pediu desculpas ao professor apenas mexendo os lábios, sem deixar que som algum saísse. Viu Jeffrey sentado na carteira de sempre e foi ao seu encontro, antes que pudesse chegar sentiu algo gelado, muito gelado, rodear seu pulso, fazendo-a parar em meio ao susto. Olhou rapidamente a procura do que a segurava e se deparou com uma mão branca e logo olhos dourados.

 

- Não vai se sentar comigo? – perguntou Edward com sua voz melodiosa.

- Ah... Er... Edward. – disse um pouco nervosa, olhou de relance para a mão dele. Como alguém poderia ser tão frio.

- Oh, me desculpe. – disse soltando o pulso dela.

- Hum... Tudo bem. – disse e olhou de relance para Jeffrey que já fechava a cara.

 

“Oh, dúvida cruel! Edward ou Jeffrey?” pensou.

 

Não precisava pensar muito. Jeffrey era seu melhor amigo, o único que tinha, mas ele estava começando a lhe dar nos nervos com todo aquele ciúme e aqueles olhares estranhos. Edward era um cara legal, gostava de conversar com ele, por mais que tivesse falada pouco com o rapaz, ele lhe fazia se sentir bem.

 

- Senhorita Finkley, poderia por favor se sentar? – pediu o professor olhando severamente para a garota, esta não pensou duas vezes e puxou o banco ao lado de Edward, sentando-se e depositando a mochila em cima da bancada. Todos aqueles olhares para cima dela a fizeram cora, baixou a cabeça sobre os braços, esperando com que os seus colegas de classe fizessem o favor de parar de olhar para ela. Odiava aquilo.

- Parece que você não gosta muito de ser o centro das atenções. – observou Edward, sussurrando para a morena. Levantou a cabeça lentamente, encontrando os olhos dele, perto, perto até de mais.

- Hum... Não, não gosto. – disse baixando a cabeça e mexendo na mochila, fingindo procurar algo, apenas para ter o pretexto de não olhar para os olhos dele. Céus, aqueles olhos a faziam dizer tanta bobagem, a faziam a verdade e muitas vezes seria melhor mentir.

 

“Espero que ele não venha me perguntar se eu o acho extremamente gato... Isso não seria bom!” pensou com humor.

 

- Eu também não. – disse o rapaz, fazendo-a sair de seus pensamentos e levantar o rosto para encará-lo.

- Mas você parece se dar bem com isso, leva isso facilmente.

- Já estou acostumado. – deu de ombros – Mas às vezes minha vontade era de ser invisível.

- Eu me sinto da mesma forma. – disse admirada – Acho que temos algo em comum. – sorriu.

- Sim... Hum... Acho que seu amigo não está muito feliz por eu ter te roubado. – disse fazendo um breve aceno de cabeça para Jeffrey.

- É, mas tudo bem.

- Espero não está causando confusão na amizade de vocês...

- Ora, que nada. Está sendo até que um alivio – falou sinceramente – O Jeffrey ultimamente anda estranho, às vezes me dá até medo. – disse mais para si do que para o rapaz.

- Como assim? Ele já tentou te machucar? – perguntou rapidamente.

- Não, não! – disse rapidamente – O Jeff não machuca nem uma mosca! – riu baixinho. – Olha só, eu nem te conheço e já estou falando dos meus problemas!

- Não tem problemas. Eu gosto de conversar com você.

- Outra coisa em comum. – sorriu radiante.

- Eu fico surpreso como fiquei seu amigo tão rápido...

- Sei como é! Também achei estranho! Mas... O mundo é louco!

- Realmente! O destino é maluco!

- Vou te avisando logo... Eu sou um pouco loca também. – brincou.

- E eu posso ser o que você não espera. – disse de uma forma um tanto sombria.

- Você não é nenhum psicopata, não é? – brincou fingindo medo.

- Não, não, pode ficar tranquila, não chega a tanto.

- Ah, então para mim tudo bem!

- Acho melhor prestarmos atenção a aula, o professor não parece feliz conosco. – disse olhando para frente.

 

Lillith levantou seus olhos para a direção em que os de Edward apontavam e então notou que o professor os observava com os olhos estreitos, toda a sala estava em silêncio, também os observando., sentiu seu estomago revirar e suas bochechas esquentarem, mais uma vez a morena baixou a cabeça. Aquele definitivamente não era seu dia. Parecia que ficar perto de um Cullen trazia atenção de mais. Desde que aquela família colocara os pés naquela escola que eles se tornaram o centro das atenções, até mesmo os populares, que não se importavam com nada a não ser eles mesmos, estavam de olho nos Cullen.

 

- Droga!  - gemeu. Escutou uma risada e então levantou a cabeça, notando que era de Edward. – O que é? – perguntou chateada.

- Seu rosto fica pálido a cada vez que mais de uma pessoa fica olhando para você.

- Ah, parabéns por ter notado isso! – disse ironicamente.

- Porque todo esse medo de pessoas?

- Srta. Finkley e Sr. Cullen, poderiam fazer o favor de fazerem silêncio? – perguntou o professor.

- Des... Desculpe! – disse baixando a cabeça.

 

Nuca havia levado uma reclamação dos professores, afinal de contas, ela era a garota invisível, mas parece que agora eles resolveram notá-la, não apenas eles, mas toda a escola, só em pensar naquilo a garota sentia-se arrepiar. Não tinha exatamente um motivo para não gostar de ser o centro das atenções, ela apenas se acostumara em não ser notada.

Desde pequena seus pais se mudavam de mais, principalmente depois da morte de sua mãe, até parecia que estava fugindo de algo, mas seu pai sempre lhe dizia que era por causa do emprego. Como um emprego exigia tantas mudanças? Ele trabalhava por conta própria, tinham uma livraria! Já havia questionado ele algumas vezes, mas o homem sempre dizia que era bom ir para outros ares, novas clientelas. Chegou a um ponto que ela parou de questioná-lo.

Quando ficavam na cidade passavam no máximo um ano e mais uma vez tinham que se mudar. Ás vezes passavam apenas meses, isso a deixava chateada, por isso nunca fazia amigo e sempre tinha que recomeçar, sempre tinha que ser a garota novata, a esquisita, a garota que todos queriam saber o motivo por estar ali, na escola deles, chegavam até ao ponto de inventarem coisas ao seu respeito, mas agora apenas ignoravam. Mas em uma semana, deixava de ser o comentário do momento e tudo ficavam bem.

O que mais a impressionava era que já fazia três anos que estavam morando naquela cidade e seu pai ainda não tocara no assunto de mudança. Queria muito poder terminar o ensino médio ali, por mais que não gostasse daquela cidade, gostava de cidades ensolaradas, afinal de costas, sempre morara em cidades que havia muito sol, mas seu pai simplesmente resolveu se mudar para ali, para “o fim do inferno que nem mesmo o diabo que morar” era assim que Lillith vivia se referindo ao lugar. Só queria ficar fixa em apenas um lugar, pelo menos por mais um ano e então estava livre, livre para poder fazer o que quiser, para se mudar para onde quiser.

Doía pensar em partir e deixar seu pais, mas tinha que fazer, tinha que começar a se cuidar só e o homem tinha que deixar de ser tão protetor e seguir com sua vida. Já insistira algumas vezes para que ele saísse e arranjasse uma namorada, mas Eris não a escutava! Queria apenas continuar a cuidar dela, cuidar e cuidar, aquilo às vezes a fazia se sentir culpada, como que se ela tirasse a felicidade de seu pai, como se ele não tivesse mais alternativas de ser feliz por culpa dela. Esse era mais um motivo para se distanciar. Não perderia o contato com ele, claro! Era seu pai, o amava, não podia ficar sem falar com ele.

 

- Lillith? – chamou uma voz doce, que parecia o cantar do vento em seus ouvidos, a mais doce e perfeita sinfonia.

- Oi? – disse balançando a cabeça lentamente, tentando se livrar de seus pensamentos por breves momentos.

- A aula acabou. – avisou levantando-se.

- Hum... Claro, claro! – disse enfiando tudo na mochila de qualquer forma e a jogando nas costas.

- Te vejo... Na aula de inglês, então?

- Sim! Eu não sou de gazear. – sorriu.

- Certo, até mais então. – deu um perfeito aceno de cabeça e mais um de seus sorrisos tortos que quase fez a garota suspirar, então sumiu pela porta.

- Quer que eu traga um babador na próxima aula? – perguntou agora uma voz mais grave em seu ouvido, que a fez ter um susto, ela deu literalmente um pulo, virando-se para o individuo que quase a matou do coração.

- Vai se ferrar, Jeffrey Depallier! – disse dando um soco no ombro dele

- Cara, seu soco dói! – disse massageando o local.

- Oras, então pare de me aborrecer! Ultimamente parece que isso virou diversão para você! – disse fazendo um pequeno bico.

- Tudo bem! Desculpe! Olhe, preciso ir, não estou me sentindo bem. Vou para casa tomar remédio e dormir um pouco.

- Eu disse que você não ia aguentar! – disse com uma cara de “Não falei?!”.

- Tudo bem, tudo bem, senhorita sabe-tudo! – revirou os olhos.

- Pode ligar para a livraria e avisar ao meu pai que ele tem que vir me buscar? Eu estou sem credito.

- Você vive sem credito, nem sei por que tem um celular.

- Eu já te mandei a merda hoje? Não? Então vá a merda!

- Delicada a garota!

- Sou mesmo, quer peitar? – perguntou estufando o peito e aproximando-se do garoto com cara de bad girl. Jeffrey pousou os olhos em um lugar que não devia, ficou olhando descaradamente para os seios de Lillith com um sorriso no canto dos lábios, a garota no instante que notou passou os braços, cobrindo-os – Seu tarado! – gritou.

- Ora, você perguntou se eu queria peitar, eu estava apenas medindo o tamanho do problema em que me meti...

- Cale a boca e vá embora!

- Ok, ok. – deu um beijo na bochecha dela e saiu porta a fora rindo.

 

Revirou os olhos. Ultimamente Jeffrey estava lhe tarando de mais, não era o mesmo Jeffrey Depallier que conhecera quando se mudou para aquela cidade, não mesmo! Ás vezes lhe dava um pouco de medo o brilho no olhar dela, era como se ele a comesse com os olhos. Balançou a cabeça para tirar aqueles pensamentos de lá, e seguiu para sua aula de química.

 

- Química, não! – gemeu de desgosto. Odiava aquela matéria! Não conseguia entende-la direito e era por pura sorte que passava nela.


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