Pokémon RainStorm escrita por Zark


Capítulo 43
Capítulo 28: Um dia de folga


Notas iniciais do capítulo

Olá amadas e amados leitores! Como estão? Espero que bem.
Hoje trago mais um novo capítulo, desta vez algo bem mais calmo do que os últimos e tenho que admitir que eu estava sentindo falta disso. Afinal depois de tanta coisa acontecendo na história, é bom dar uma relaxada.
Espero que gostem! Tenham uma boa leitura!



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Ninguém sabe nada antes de tentar.

 

Rota 5, 18 de novembro de 3016.

Podiam respirar o doce ar da natureza, junto dele, sentiam uma brisa refrescante em seus rostos. Aquela paisagem verde, cheia de grama e com muitas árvores era reconfortante para os quatro amigos. O som era sereno e agradável, algo muito diferente da movimentada Lumiose.

— Estava sentindo falta de viajar. – comentou Katherine.

— Aquele clima de cidade grande já estava me incomodando um pouco. – admitiu Kuro.

— Não é pra menos, passamos boa parte da nossa vida em Coumarine. – comentou Shiro.

— Coumarine? Vocês nasceram lá? – questionou Katy.

— Não, eu nasci em Couriway, mas o Orfanato Bretteur fica em Coumarine. – respondeu Kuro.

Percebendo a falta de resposta de Shiro, Evelyne resolveu perguntá-lo diretamente:

— E você?

Ele fez uma cara pensativa e respondeu:

— Para falar a verdade, eu não sei. Até entrar no orfanato nunca me importei com localizações.

— O que é irônico, pois sou eu que não tenho senso de direção. – desabafou Kuro.

— Shiro, você não tem curiosidade de saber de onde veio? – indagou Katy.

Ele olhou para baixo, como se aquilo tivesse o afetado de alguma forma.

— Se eu pudesse apagaria da minha memória de tudo de antes orfanato.

Foi então que Katherine se lembrou que aquele era um assunto delicado para ele, e se sentiu um pouco culpada, quando falaria alguma coisa. Shiro, levantou sua cabeça e sorriu:

— Mas o que realmente importa é presente e quem eu sou agora, não é mesmo?

Ela retribui com um sorriso.

Foi então que Evelyne viu algo e acelerou o passo. Os outros a seguiram e assim que se deram conta, estavam em frente a uma enorme pista de patinação. Haviam rampas, barras de ferro, tudo que se poderiam querer num lugar deste tipo.

Quando chegaram lá, uma multidão se reunia em volta de uma rampa muito grande. Curiosos se aproximaram, ao olharem para a pista, viram uma garota de cabelos loira descendo a rampa em alta velocidade. Estava tão rápido que juraram que ela cairia, mas assim que seus compridos cabelos atravessaram os olhos dos espectadores, ela pulou. No ar, enquanto subia, ela deu vários giros com o corpo, finalmente, virando-se para a plateia. Ela estava tão alto que escondeu o sol com seu corpo, de uma forma, que ela era a única luz presente ali. Seu olhos que eram um meio termo entre verdes e azuis, brilhavam tanto que era possível sentir o amor daquela garota por aquele esporte.

Quando começou a descer, abriu seus braços e rodou o corpo, parecia uma hélice girando, pouco antes de aterrissar, ela parou o rodopiou e pousou perfeitamente fazendo u Barrel Roll antes de parar.

A plateia foi a loucura, mas antes que pudessem aplaudir, um Lucario de patins andava fazendo Fishtail sobre as barras de ferro, quando elas chegaram ao fim, ele pulou e no ar rodopiou três vezes, pousando ao lado da garota loira de capacete. Foi neste momento, que os aplausos vierem. Seja iniciantes ou amantes da patinação, todos estavam maravilhados com aquela “apresentação”.

Por fim para agradecer os elogios a garota e seu pokémon giraram os corpos, fazendo um Flat Spin, que terminou numa reverência seguida de um obrigado.

A jovem estava bem suada, seu vestido branco estaria transparente se fosse um pouco mais fino. Debaixo do vestido, usada um short negro, algo que a possibilitava fazer suas manobras, sem que mostrasse suas roupas debaixo. Assim que cansaram de aplaudir, deixara-na em paz, logo ela foi até um banco onde havia uma toalha e uma garrafa de água. Secou o rosto com a toalha e hidratou-se com a garrafa.

Evelyne ficou maravilhada com o “show” mesmo que tenha visto apenas o fim. Como queria saber mais sobre as manobras que a garota de capacete tinha feito, resolveu se aproximar dela, seus amigos a acompanharam.

— Vocês foram incríveis! – exclamou a princesa ao lado da patinadora.

— Obrigada. – sorriu ela feliz com o plural da fala de Evelyne.

— Aonde vocês aprenderam a fazer essas manobras? – indagou Katy. – Só tinha visto algo tão incrível na televisão.

— Em lugar nenhum. Apenas gostamos do esporte e sempre praticamos. – respondeu a garota.

— Você deve ser muito talentosa. – comentou Kuro.

Ela negou com a cabeça.

— Quando comecei a patinar não era melhor do que um Ariados perneta. Caia muito e até pensei em desistir, mas o Lucario sempre estava lá e isto me divertia. Depois de treinar muito, melhorei e agora patinar é uma das coisas que mais tenho prazer na vida. – contou a garota que mesmo tendo se exercitado a pouco tempo, era possível ver sua enorme energia,

— Uau, você começou a patinar com quantos anos? – questionou Eve.

Shiro percebeu que a conversa estava unilateral e decidiu intervir:

— Desculpa se estamos te atrapalhando, não precisa ficar respondendo por educação.

— Não se preocupe com isto. Eu já estou acostumada. – Ela deu um tapinha nas costas dele enquanto ria. – Sobre sua pergunta, eu sempre sonhei em me tornar uma das melhores patinadoras do mundo, por isso comecei com quatro anos e desde então não parei mais.

— Deve ser bom descobrir seu sonho desde pequena. – comentou Eve.

— Este é só um sonho, quando fui ficando mais velha descobrir novos sonhos.

— Novos sonhos? Que tipos? – questionou Katy.

— Vocês não param. – riu a garota, que apesar de parecer reclamar, sua expressão e energia contradiziam o que ela falava.

— Desculpe.

— Já avisei que não é problema, então fica tranquila. – Ela deu um tapinha nas costas de Katherine. – Antes eu falei que patinar era um dos meus maiores prazeres, o outro é batalhar.

— Sério? – Katherine pegou as duas mãos da garota e a olhou com olhos brilhantes. Desde que seu Piplup evolui, ela estava eufórica para testá-lo contra um oponente.

— Parece que temos algo em comum. – sorriu ela que sabia reconhecer os olhos apaixonadas por algo a quilometro de distancia. – Você é uma treinadora?

A garota furisode assentiu rapidamente.

— Você também está atrás das insígnias? – indagou Katy.

A patinadora riu. Logo, sua expressão ficou mais séria, mas sem perder aquele ar energético e sorridente dela.

— Não, eu não estou. – respondeu ela. – Na verdade, aqueles que estão, vem até mim.

Katherine pareceu confusa.

— Meu nome é Korrina e eu sou a líder de ginásio da Cidade de Shalour.

Aquela revelação surpreendeu a todos. Achavam que ela era tão boa na patinação que se tivesse outra paixão não poderia se dedicar tanto a ela, mas só a sua posição como líder de ginásio já refletia o quanto boa ela era como treinadora.

— Shalour? Então por que está aqui? – indagou Shiro.

— Eu soube que ocorreria uma competição de patinação por aqui. Eu vim tentar participar mas não me deixaram me inscrever porque a competição era apenas para novatos. Como não queria perder a viagem resolvi ficar patinando um tempo por aqui, afinal esta pista é uma das melhores de Kalos.

Para os quatro amigos parecia que a energia da Korrina era infinita, ela sempre falava rápido e animada, isto que tinha acabado de patinar.

— Quais são seus nomes mesmo? – perguntou Korrina.

— Desculpa, esquecemos de contar. – explicou Eve.

Todos se apresentaram. Já conhecendo seus nomes, Korrina pareceu ficar mais agitada e começou a girar fazendo diversos Flat Spins.

— Eu tive uma ideia! – exclamou ela. – Katherine, por que não batalhamos aqui e agora? Um pokémon contra um, eu usarei meu Lucario.

— Você quer batalhar? – Katy quis confirmar com seus olhos brilhantes.

— É isso que eu estou falando. E mais, se você ganhar eu te dou a minha insígnia. Do que acha?

— Você pode fazer isso?

— Na verdade não, mas é só você não contar pra ninguém. – Korrina fechou um dos olhos e colocou a língua para fora numa expressão brincalhona e energética. – Então, aceita minha proposta?

A garota furisode sorriu, tinha encontrado a oponente que queria.

— Como é que eu recusaria? – Katherine pegou sua pokébola dentro de um dos bolsos de seu furisode.

— Muito bem! – sorriu Korrina de ponta a ponta. – Kuro, você vai ser o juiz da batalha.

— Eu? Por que? – questionou ele apontado para si mesmo,

— Porque seu nome também começa com a letra K. – Ele não conseguiu entender se ela estava brincando ou falando sério. A única certeza que tinha era que ele teria que ser o juiz daquela batalha.

Eles se distanciaram da pista de patinação para não estragarem-na. Foram até um campo vazio e plano próximo dali. Katherine estava de um lado, Korrina do outro e Kuro no meio, enquanto isto Shiro e Evelyne assistiam sentados num banco ali perto.

— A batalha será um contra um, o treinador que tiver seu pokémon nocauteado, será o perdedor. – anunciou Kuro, questionado-se ele estava fazendo certo o trabalho de juiz.

— Eu já tinha avisado antes, mas reitero. Usarei meu Lucario. – O pokémon da Korrina tinha retirado seus patins e se posicionava a frente de sua treinadora.

Antes de jogar seu pokémon, Katy pegou sua pokédex e apontou para o Lucario. Ela apitou e sua voz eletrônica informou:

— Lucario, o Pokémon Aura, Ele consegue sentir a aura de todas as coisas e facilmente pode compreende os seus sentimentos. Capturando a aura que emana dos outros, pode prever seus movimentos e pensamentos.

— Prever movimentos e pensamentos? – repetiu Katy. Ela apertou o botão de sua pokébola e a arremessou. – Vamos ver se isto funciona mesmo!

Da pokébola da garota furisode, um pinguim azul com bico amarelo foi revelado. Há poucos dias ele era chamado de Piplup, mas agora ele estava maior e mais forte, se chamando Prinplup.

— Que a batalha comece! – anunciou Kuro.

— Lucario use Bone Rush! – começou Korrina rapidamente.

— Prinplup desvie e use Metal Claw. – pediu Katherine.

Lucario disparou em direção ao pinguim. Ele era muito rápido, suas pernas eram fortes e ágeis de tanto andar de patins. Enquanto corria abriu a palma de sua mão esquerda e encostou o punho da direita como se estivesse segurando o cabo de uma espada embainhada prestes a mostrar sua lâmina Uma energia se formou entre o contado de suas mãos, assim que se aproximou do Prinplup puxou seu punho formando um enorme osso, que parecia mais uma espada, de energia azul em sua mão direita, atacando-o como se fosse um samurai.

O movimento tinha sido rápido, por pouco, Prinplup conseguiu reclinar seu corpo para trás, desviando do golpe, mas os reflexos do Lucario eram anormais e em milésimos de segundo ele parou seu ataque no ar, desviando a própria mão e acertando as costelas do pokémon de água com seu osso de energia.

O impacto foi forte, empurrando o pinguim para atrás que dobrou seus joelhos para não cair, em seguida, cerrou suas patas que ficaram metalizadas e tentaram acertar o pokémon lutador, que já estava esperando pelo movimento, defendendo-se com seu osso energético. Então os dois pokémons, com suas guardas altas começaram a trocar golpes, sempre um atacava e o outro defendia. Foram apenas segundos, mas para eles parecia mais tempo, como se Dialga tivesse parado o relógio.

Depois de mais algumas trocações, Lucario tinha se acostumado com os movimentos do Prinplup e preparou para aumentar sua velocidade. Pisou com força no chão, e no momento que o pinguim te acertaria, deu um salto passando por cima do pokémon aquático. No ar, ele girou seu corpo, virando-se para as costas do Prinplup que estavam desprotegidas.

— Agora, Lucario use Aura Sphere!

Juntou as palmas de suas mãos, delas raios azuis começaram atirar-se para todas as direções. Destes raios uma energia começou a se reunir criando uma esfera brilhante e azul.

— Prinplup desvie!

A movimentação do Lucario tinha sido rápida demais, o pinguim ainda estava perdido quando ouviu sua treinadora. Ele tentou virar-se para trás para defender o golpe com suas garras metalizadas, mas a única coisa que conseguiu mover a tempo foi sua cabeça, fazendo os seus olhos terem um pequeno vislumbre de uma grande esfera azul envolta a raios da mesma cor vindo em sua direção, o acertando em cheio.

Assim que a esfera tocou na pele do Prinplup ocorreu uma explosão que o arremessou para frente o fazendo colidir com o chão quando a força do arremesso acabou.

— Vamos, levantem-se! Ou é só isso que vocês tem? – atraiu Korrina.

A garota furisode fitou seu pokémon que levantava se preparando para continuar a batalha. “O Lucario é mais ágil que o Prinplup, em uma batalha corpo a corpo, estarei em completa desvantagem. Se eu quero ganhar, não posso deixar ele se aproximar.” pensou Katy.

— Prinplup use Bubble!

As bochechas do pinguim se encheram e logo depois, ele cuspiu diversas bolhas que água que se disparavam em direção ao pokémon lutador em alta velocidade.

— Lucario ataque com Bone Rush!

Como ordenado pela sua treinadora, ele correu em direção ao golpe do Prinplup, e rapidamente criou seu osso de energia azul. Assim que as bolhas o acertariam, acertou-as com seu bastão de osso as destruindo no ar.

— Prinplup não deixe ele chegar perto! Corra e continue disparando suas bolhas nele.

— Isto não vai adiantar! – previu Korrina.

O pokémon aquático começou a correr na direção oposta do Lucario, enquanto cuspia suas bolhas de água, logo, como o espaço era pequeno, ele começou a rodear o pokémon lutador, disparando seus golpes de todas as direções. Normalmente, isto seria o suficiente para atingir seu oponente, mas aquele Lucario não era normal. Com seu bastão de osso, ele acetava as bolhas, como se estivesse praticando tiro ao alvo, e ele nunca errava, era como se conseguisse prever exatamente de onde o movimento viria, mesmo antes que ele viesse.

Com sua rapidez em destruir as bolhas do Prinplup, ele conseguiu criar uma abertura e correu em direção ao pinguim, que sabia que não teria tempo para desviar.

— Rápido Prinplup use Metal Claw!

Sem ter como desviar do Lucario, Prinplup resolveu defender-se. Ele cerrou suas patas as transformando em metal outra vez. O pokémon lutador já estava a sua frente preparando um ataque com seu bastão de osso, o pinguim tentou juntar suas patas para defender-se, foi então, que o Lucario não tentou acertar o corpo de Prinplup, mas sim suas patas. Como o pinguim não esperava por essa, deixou-se ser acertado, tendo suas mãos jogadas para cima, revelando seu corpo vulnerável. Aproveitando a chance, o pokémon Aura acertou um golpe com seu osso de energia, depois outro e outro, até que recebeu uma nova ordem:

— Acerte-o com Aura Sphere!

O Prinplup cambaleava para trás depois de receber tantos golpes, e antes que pudesse recobrar o equilíbrio, viu a esfera de luz novamente. Com seu movimento pronto, Lucario arremessou em direção ao pinguim que não teve o que fazer e recebeu o movimento em cheio sendo jogado para o ar.

— Lucario use Close Combat!

O Prinplup ainda estava no ar quando, mais uma vez, o lutador pisou com força no chão e saltou em sua direção. Seu corpo inteiro brilhou e ficou envolto de uma aura branca.

— Recupere-se e use Ice Beam.

Sentia dor, mas mesmo isso incomodando, conseguiu-se ajeitar no ar através da voz de sua treinadora e disparou um raio azul-claro congelante de sua boca na direção do Lucario que não teria com desviar.

Para surpresa de Katy, Korrina não ordenou nada, deixando seu pokémon ser acertado pelo raio de gelo que arranhou o torso do Lucario o congelando um pouco. Mesmo machucado, o lutador não perdeu a compostura e continuou ganhando altitude quando finalmente fitou o Prinplup a sua frente.

— Prinplup, desvie!

— Não tem mais tempo. Acabe com ele, Lucario!

Antes que pudesse fazer alguma coisa, o Prinplup sentiu o punho de Lucario acertando seu estômago, seguido de diversos ataques como chutes e socos que o arremessaram de volta para o chão. A força do arremesso foi tão grande que quando o pinguim colidiu com um chão causou uma pequena explosão dissipando fumaça para todo lado. Quando o campo, finalmente, ficou visível de novo, Prinplup estava no chão nocauteado, enquanto Lucario pousava no chão com sutileza.

— Pri…Prinplup está fora de combate. Os vencedores são Lucario e Korrina. – terminou seu trabalho de juiz.

— Prinplup! – gritou Katy que correu até seu pokémon caído. Ela o segurou nos braços, o ajudando a levantar. – Você está bem?

O pinguim era orgulhoso, por isso desviu seu olhar, não queria ter que encarar sua treinadora logo depois de ter perdido.

— Vocês foram bem. – elogiou Korrina que se aproximava.

— Obrigada, mas não foi o suficiente para vencermos. – disse Katherine.

Korrina chegou ao lado do Prinplup que ainda desviava seu olhar e colocou sua mão na cabeça dele, o acariciando.

— O importante não é ganhar ou perder, mas sim, dar o seu máximo. – comentou Korrina. – Se vocês querem ficar mais fortes e nos derrotar, o importante é não desistir e continuar treinando.

O pokémon aquático sabia que ela estava certa, por isso engoliu seu orgulho e assentiu com sua cabeça, olhando de volta para sua treinadora.

— Você foi bem, Prinplup. – sorriu Katy.

Após a batalha, Korrina continuava eufórica, aquela adrenalina só tinha aumentado com a luta, a fazendo querer patinar novamente.

— Por que vocês não vem patinar comigo? – questionou a líder de ginásio.

— Eu não sei patinar. – comentou Katherine que foi seguida pelos outros três.

— Não há problema, ninguém sabe nada antes de tentar. – sorriu Korrina. – Então, vamos?

A líder de ginásio ficava saltitando de um lado para o outro esperando a resposta ansiosamente.

— Acho que vale a pena tentar.

— Esse é o espírito! – exclamou Korrina. – Me sigam que vou levá-los até a locadora de patins.

Todos estavam com patins em seus pés, a única diferente era Korrina, que usava um tênis especial que ao pressionar um botão ao seu lado, liberavam rodas em sua sola, o transformando em patins.

— Eve, eu estou falando sério. É perigoso para você patinar assim. – avisou Shiro preocupado com o braço quebrado de sua amiga.

Assim como os outros, a princesa já tinha colocado seus patins e estava pronta para testá-los na pista mais simples do local, que Korrina recomendara para iniciantes.

— É só eu tomar cuidado para não cair por cima do meu braço. – ignorou Evelyne.

A líder de patins se aproximou de Eve e falou:

— Normalmente eu adoraria este entusiasmo para patinar, mas Shiro estar certo, se tem algo que temos que levar a sério no esporte é a segurança.

— Mas eu queria tentar. – A princesa falou de forma infantil, seus olhos eram de um Purrloin pedindo comida na rua.

— Eu não resisto a uma vontade tão grande de aprender, então pode mandar ver! – exclamou Korrina empurrando as costas de Evelyne.

Os outros três se assustaram com aquilo, mas não tanto quando a Eve que começou a deslizar na pista.

— Você ficou louca! – reclamou Shiro.

— Não tem problema, se ela machucar vai se recuperar algum dia. – Korrina começou a rir de entusiasmo.

— Socorro! – berrou Evelyne. – O que é que eu faço?

— Não se preocupe, é só seguir o seu coração! – gritou Korrina.

— E como é que isso vai me ajudar! – reclamou a princesa, que estava seguindo rumo ao final da pista onde uma barra de ferro estava posicionada. Em um ato de desespero, ela mexeu seus pés e conseguiu virar, desviando da colisão.

Com o primeiro susto passando, ela estava ficando mais tranquila e resolveu mexer seus pés novamente, quando se deu conta, estava andando casualmente na pista. Ela estava surpresa por suas “habilidades”, o fato de conseguir andar sem cair a deixava muito feliz.

— Eu tó andando de patins, eu realmente tó andando de patins! E sem cair. – comemorou Evelyne. – Chupa Shiro!

— Eu só estava preocupado. – Shiro colocou sua mão no rosto de descontentamento.

— Olha o lado bom, ela conseguiu desviar. – Katy riu da situação.

— Estranho, o normal seria ela ter sofrido uma queda. – comentou Korrina.

— E você vem dizer isto agora? – reclamou Shiro.

— Ela deve ter um talento natural para isso. – Ela ignorou Shiro e começou a gargalhar entusiasticamente.

 

Patinar era difícil, pelo menos para nos três. Korrina já era uma mestre, e Eve mesmo com o braço quebrado, conseguia fazer o básico sem cair. Mas para gente, apenas ficar de pé já era difícil, principalmente para o Shiro, se Eve tinha um talento natural, ele era um desastre natural. Era divertido ver ele frustrado, ele ficava fofo, mas me dava uma pena, pois era o único que não tinha conseguido nem ficar de pé. De qualquer forma, patinar com os trés e a Korrina foi bem divertido, mesmo sendo difícil acompanhá-la.

 

Patinaram por um tempo, a manhã já tinha acabado e suas barrigas começam a roncar. Resolveram ir para o centro Pokémon da rota que ficava bem próximo da pista. Lá decidiram que iam descansar e almoçar, liberando seus pokémons para comerem também. Korrina ficou maravilhada em ver todos os monstrinhos, em especial, o Lumi, que possuía uma coloração diferente do habitual.

— Eu já tinha ouvido falar de Eevee de pelo prateado, mas é a primeira vez que vejo um. – Os olhos da líder de ginásio brilhavam. Ela tentava aproximar sua mão do pokémon, que estava no colo de Eve, mas Lumi não parecia receptível a novas pessoas e grunhiu quando ela chegou perto.

— Desculpe, aconteceram muitas coisas com o Lumi nos últimos dias, então ele está meio desconfiado das pessoas. – contou Eve.

— Não tem problema. Eu não fazia questão de tocá-lo. – As mãos de Korrina tremiam, revelando sua vontade reprimida.

Logo, Kuro, que estava na cozinha, voltava com diversos pratos na mão. Seu olhar estava confiante, foi então que ele colocou eles na mesa.

— Sirvam-se! – anunciou ele.

Os seus três companheiros, ficaram parados fitando aquele spaghetti que tinha uma ótima aparência, mas de longe, eles já temiam o seu sabor.

Korrina que estava desavisada, começou a salivar com o visual do prato, e partiu para cima, enfiando uma garfada cheia em sua boca. Os outros sentiram medo por ela e a encararam esperando por sua resposta. Korrina se sentiu confusa e indagou:

— O que foi?

Assim que terminou a frase, sentiu algo em sua boca, era como se houvesse um Trubbish entre seus dentes, ao mesmo tempo, que um Garbodor deslizava pela sua língua. Não aguentou aquela explosão de sabor e vomitou tudo pra fora.

— Korrina, você está bem? – perguntou Katherine.

— Vocês estão querendo me envenenar? – berrou ela.

— Me desculpe! Eu… eu…Na próxima vez eu acerto! – gritou Kuro, pegando o spaghetti e o levando para cozinha.

— Parece que hoje vai ser fast food. – comentou Eve.

Demorou um pouco para explicar para Korrina sobre as inabilidades de Kuro na cozinha. Depois, almoçaram a comida que vendia no centro Pokémon. Cheios, resolveram descansar um pouco.

Passaram um bom tempo conversando e brincando, algo que parecia uma eternidade que não faziam. Kuro e Shiro ficavam “brigando” um com o outro, Evelyne comia doces, e Katherine e seus pokémons ouviam, atentamente, as histórias de Korrina sobre seus desafiantes e as batalhas que ela tivera. Goomy tinha o mesmo brilho nos olhos que sua treinadora, Prinplup olhava para o outro lado e fingia não ouvir, mas era o mais atento, e a Zubat ficava tão entusiasmada que nem a Korrina, batendo suas asas velozmente. O Sneasel de Kuro tirava uma soneca de bariga pra cima, seu Carnivine batia palmas para o Croagunk de Shiro que mostrava seus músculos como se fosse um modelo. A Meowstic arrumava seu pelo enquanto olhava um espelho, já o Budew se escondia para fazer alguma travessura.

— Eu vou no banheiro. – avisou Eve, deixando Lumi que estava no seu colo, com Katy.

Ela caminhou até o banheiro, havia duas entradas, uma para o banheiro feminino e outra para o masculino. Olhou a placa e entrou no banheiro feminino, mas assim que podê perceber, viu dois homens em pé mijando no mictório, quando se assustaram ao vê-la.

— Me desculpe! Entrei no banheiro errado! – berrou Evelyne correndo para fora.

Quando saiu, olhou novamente para as placas, e percebeu que elas tinha sido trocadas, foi então que ouviu uma risada. Olhou para atrás e viu o Budew de Shiro, rindo na sua cara.

— Foi você né, seu malditinho. Dessa vez, eu não vou deixar barato! – Ela correu em direção ao Budew que foi até os outros.

Se esforçando, ela conseguiu alcançá-lo e o segurou com seu braço esquerdo.

— Agora, você não me escapa. – A princesa começou a rir maleficamente.

Foi então que, o Budew expeliu água de seu corpo com seu Water Sport, molhando Eve a fazendo soltá-lo.

— Cuidado com o geso! – reclamou Eve que conseguiu proteger seu braço quebrado, mas ficou encharcada. De longe, viu o Budew rindo de sua cara novamente. Ela cerrou seus punhos. – Você ainda vai ver, seu broto dos infernos!

Antes que ela pudesse perceber algo, um Shadow Ball foi disparado em direção ao Budew, que por pouco desviu do golpe. O pokémon broto ficou com raiva e virou para ver o que tinha acontecido, reclamando no processo. Era o Lumi que tinha pulado dos braços de Katy e disparado sua esfera negra no Budew. O Eevee estava com uma expressão de fúria, como se o Budew fosse um inimigo de verdade.

Ao ver seu Pokémon daquela forma, a princesa foi até o Lumi e agachou-se até ele, acariciando sua cabeça.

— Não, precisa ficar com raiva, é só uma brincadeira. – contou Evelyne.

O pokémon shiny ainda não compreendia, para ele estava claro que Budew tinha maltratado sua treinadora.

— Lumi, pode parecer que estamos brigando, mas essa é uma das coisas que nos faz amigos. E é por isso que brincamos e brigamos um com os outros, pois sabemos que faremos as pazes no final. – sorriu Eve. – Pode ser difícil de entender, mas tenho certeza que quando você fazer amizade com todos, também vai perceber que não a maldade neles.

Ele não sabia se entendia tudo, mas estava aprendendo. A única coisa que tinha certeza era que queria ficar ao lado de Evelyne e protegê-la.

 

Após passado um tempo, Korrina começou a choramingar que queria patinar mais. Apesar de não estarmos tão dispostos como elas, resolvemos voltar para a pista de patinação, desta vez com nossos pokémons liberados. Eve estava patinando bem e tentava ajudar o Lumi, mesmo que não desse muito certo, por sorte Korrina e Lucario estavam lá, que guiavam melhor aos pokémons a forma para andar de patins, mesmo que para alguns como o Goomy ou a Zubat fosse teoricamente impossível, mas a Korrina sempre arranjava uma forma de encaixar os patins nos pokémons, algo que deve ser tanto uma grande habilidade quanto sua patinação.

Depois de um tempo, tanto eu quanto Kuro, estávamos conseguindo andar por mais tempo sem que levássemos uma queda, infelizmente este não era o caso do Shiro.

 

O garoto loiro estava um pouco distante de todos, deitado na chão, olhando para o céu, como se estivesse contando as nuvens para o tempo passar. Ao perceber isto, Katy se aproximou dele e tapou sua visão do céu com seu rosto.

— Está fazendo o que? – indagou ela.

— Olhando para as nuvens. – respondeu o obvio.

A garota furisode resolveu deitar-se ao lado dele.

— Viu algo de interessante? – indagou ela.

— Está vendo aquela nuvem? – Shiro apontava com um dedo. – Parece o pokémon lendário, Rayquaza.

— Para mim parece Bidoof. – contou Katherine.

O garoto arregalou os olhos e fitou a garota.

— Você olhou mesmo para a nuvem que eu apontei?

— Sim, é aquela não é? – Ela apontou para nuvem certa.

— Como é que você está enxergando um Bidoof, ela claramente é muito mais comprida.

— Eu não disse um Bidoof. É uma grande família de Bidoofs, um do lado dos outros. – Ela continuava apontando com seu dedo, tentando fazer Shiro entender. – Está vendo?

Ele começou a rir.

— Eu não acredito que você transformou meu Rayquaza em um bando de Bidoof. – Ele ria, mas não de gozação, e sim pelo fato que ele realmente enxergava os Bidoofs desta vez.

Uma brisa forte bateu em seus rostos, fazendo estar deitado ali fosse mais prazeroso do que parecia.

— Sabe, eu estava sentindo falta disso. – comentou Katy.

— Falta de ver Bidoof nas nuvens? – brincou ele.

— Não estou falando disso, Shiro idiota. – riu ela. – Parece que desde Aquacorde que não temos um descanso.

— Para falar a verdade, desde que Kuro e eu te conhecemos que não descansamos direito. – refletiu ele. – Por acaso, você é alguma protagonista de algum livro?

— Não que eu saiba. – ela riu. – Estou feliz que conheci vocês, que nós quatro podemos viajar juntos, se pudesse queria que continuasse assim para sempre, sem problemas, sem preocupações, apenas nos quatro viajando por Kalos como se o tempo não acabasse.

Shiro ficou quieto por um segundo, que mesmo sendo pouco tempo, Katy percebeu.

— Isto seria muito bom. – suspirou ele. – Se bem que, eu não suportaria ouvir história de doces e a abertura da grande família Bidoof todo o dia. – brincou Shiro.

— Mas eu nem cantei ela hoje! – reclamou Katy.

— Mas você vai cantar, não vai?

— Se você insiste. – ela sorriu.

Os dois riram. Após isto, Katherine se levantou.

— Vamos patinar com os outros. – pediu ela.

— Não, obrigado. – recusou Shiro. – Este chão é mais gostoso quando estou deitado de costas, não quando acerto minha cara nele.

— Vamos, Shiro! Se você não tentar, nunca vai conseguir. – Ela pegou ele pelo braço e começou a puxar.

— Se eu tentar vou acertar minha cara no chão. – reclamou ele.

— É bom que você concerta este nariz torto. – brincou Katy.

— Meu nariz não é torto! – Com o comentário da garota, ele perdeu a concentração e deixou ser puxado.

Quando ficou de pé, quase caiu, mas com ajuda de Katherine conseguiu se apoiar e não desabar.

— Está vendo? Não é tão difícil…

Antes que pudesse concluir, Kuro veio voando em direção aos dois, seus patins estavam descontrolados e ele não sabia como parar.

— Cuidado! – alertou ele, mesmo que tarde demais.

Os três se colidiram caindo no chão em seguida.

— Você estão bem? – indagou Kuro.

— Estaria melhor, se tirasse sua bunda de minha cara! – reclamou Shiro.

— Foi culpa de você que não saiu da frente.

Enquanto os três tentavam se levantar, Evelyne que patinava olhando para o outro lado, onde Lumi estava, se desconcentrou e acertou os três caindo por cima deles.

— Olha o meu braço! – berrou Eve enquanto caia.

Por sorte, o seu braço quebrado não sofreu nenhuma colisão.

— Parece que deu tudo certo. – comentou a princesa.

— Eu nem digo nada. – comentou Shiro.

— Pelo menos foi engraçado. – riu Katy.

Os outros tiveram que concordar e riram juntos.

A noite chegou em um piscar de olhos, passaram o resto do dia inteiro patinando, batalhando e conversando. No fim do dia todos estavam acabados, exceto Korrina que parecia que acabara de tomar café da manhã. Decidiram que passariam a noite no centro Pokémon, mas Korrina estava com pressa e resolveu partir logo.

— Foi muito bom conhecer todos vocês! – Ela esbanjava um sorriso de ponta a ponta.

Os outros concordaram. A líder de patins foi até Katy e segurou as suas duas mãos.

— Estarei de esperando em Shalour, até lá, treine muito e fique mais forte. – pediu Korrina.

A garota furisode assentiu. Após a despedida, Korrina e Lucario adentraram a rota numa incrível velocidade, como se seus patins fossem elétricos de tanta energia que aqueles dois emitiam.

— Agora que ela foi embora eu fiquei cansando. – comentou Kuro. – Qual é o número de nosso quarto mesmo?

— O que você quiser, eu reservei o centro pokémon inteiro para nós. – respondeu Evelyne.

— Mas os quartos não estavam quase lotados? – questionou Shiro.

— Nada que um bom cartão de crédito não resolva. – explicou ela.

— Parece que velhos hábitos nunca mudam. – riu Katy.

 

Aquele dia chegou ao fim, queria que ele tivesse durado mais. Que aqueles momentos felizes durassem por toda eternidade. Infelizmente, o tempo não para, e aquele dia, tinha sido um dia de folga, um único dia, pois, logo, começaria um evento banhando…

Em sangue e chamas.


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Notas finais do capítulo

Como falei antes, o capítulo foi bem calmo, mas mesmo assim não deixa de ter tido coisas importantes, como a apresentação da Korrina e um desenvolvimento entre os personagens, além de algumas pistas para o futuro, mas sobre isto não posso comentar rsrsrs.
Sobre a Korrina, mesmo que ela tenha aparecido pouco eu espero que tenham gostado dela, pois será uma personagem que ainda vai aparecer bastante no futuro.
Sobre o capítulo em si, ele foi como o nome diz, um dia de folga, onde quis fazer algo mais leve e divertido, afinal tinha tempo que os nossos protagonistas não descansavam.
Infelizmente este descanso será curto, pois a partir do capítulo 30, este curto arco de transição chegará ao fim e um novo arco começará, o tão aguardado arco do casamento de Alice.
Não quero falar muito sobre ele, mas adianto que muitas coisas importantes aconteceram nele. Espero conseguir transmitir todas as sensações que quero passar com ele, pois ele será um ponto de virada da fic e depois dele, algumas coisas vão mudar bastante.
É isso. Espero que tenham gostado do capítulo! Comentem o que acharam! Tudo de melhor e até mais!



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