Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

OLA MEU POVO! CAÍTULO 17 AEW o/
Não vou nem conversar muito, vocês devem estar curiosos sobre o traidor hahau
Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681401/chapter/17

Encaro Max com todo ódio que possuo dentro de mim, como ele foi capaz de fazer isso? Me entregar? Ele podia me odiar, mas trair seu próprio povo? Era melhor ter me matado, doeria menos. O soldado do Oeste me encarou com curiosidade, seus olhos verdes circulam entre mim e Zandor, ele aparenta ser jovem e não carrega nenhuma espada, provavelmente estava nos vigiando na floresta o tempo todo.

— Você deve estar se perguntando o porquê? – Max fala em um tom despreocupado – Bom, eu cansei de viver nessa miséria! Passando fome, sem saber se vou sobreviver ao dia de amanhã! E entregando você eu vou ter riquezas pelo resto da vida! – ele sorri com deboche.

— Você traiu seu próprio povo! Você é um traidor! – cuspo as palavras pra ele, seu olhar logo se transforma em um olhar de ódio, se ele carregasse uma espada podia jurar que iria me matar. Respiro fundo, eu preciso pensar em uma forma de escapar dessa situação, eu não conseguiria derrubar os dois ao mesmo tempo, teria que ser um de cada vez e com sorte o soldado não teria algum armamento. Sorte a minha que carrego sempre minha faca na bota e tenho Zandor pra me ajudar.

— Está aí ela, como prometido – Max fala para o soldado – É impossível separar ela do lobo, os dois sempre andam juntos – olho para Zandor, seus olhos apesar de estarem tensos para o soldado se voltam para mim em um movimento rápido, eu sussurro: tigre, implorando a Khosmos que ele entenda meu comando. Zandor logo se transforma em um animal selvagem e se joga para o soldado do Oeste, Max se assusta com situação, era essa minha chance!

Em um movimento rápido chuto as suas pernas com toda a força que tenho, infelizmente não foi forte o bastante porque só o fez se desequilibrar um pouco. Tento dar um murro em seu rosto, mas ele é mais rápido e segurou meu braço.

— Você não desiste fácil em, Princesa? – ele fala com um sorriso de ódio. Apesar dele me segurar pelo braço, consigo me abaixar e pegar minha faca que está na bota.

— Não enquanto eu estiver viva – sibilo e enfio a faca no seu ombro, ele grunhe e cambaleia para trás. Era o momento de derrubá-lo, chuto mais uma vez suas pernas e agora ele cai, me lanço sobre o seu corpo e imobilizo seus membros, enfio mais uma vez a faca em seu ombro, ele grita e se rebate.

Uma lágrima escorre do meu olho, nós somos do mesmo povo, não era para lutarmos entre si e sim lado a lado.

— EU VOU MATAR VOCÊ – ele gritou com fúria – EU VOU MATÁ-LA! – preciso fazê-lo desmaiar, se não minha única opção é matá-lo. Olho ao redor a procura de uma pedra, mas não tem nada, apenas neve. Pego sua cabeça pelo cabelo e bato com força na neve, não foi o suficiente ele ainda me encara com ódio. Repito o movimento, só que com mais força, seus olhos giram na órbita do olho e se fecham, ele desmaiou. Isso me daria tempo o suficiente para derrubar o soldado do Oeste. Levanto-me e me volto para o Zandor e o soldado, o homem tenta passar pelo o lobo para me alcançar, mas foi em vão. Percebo que um de seus braços e uma das pernas estão sangrando, procuro ferimentos em Zandor mas ele está intacto.  

— Zandor, traga Kedon aqui! – ordeno, o lobo ruge mais uma vez para o homem, mas logo saí em alta velocidade pela floresta, encaro o soldado, ele está com um olhar determinado, não irá fugir.

— Quando ele me contou eu não acreditei – o soldado começa a falar, sua voz é grossa – A princesa viva? Isso seria impossível! Eu já tinha escutado as histórias de sua morte – limpo o sangue da faca na barra do meu casaco.

— Olha o que você fez... – começo a falar para o soldado enquanto encaro minha roupa manchada de sangue – Você colocou um homem do sul contra seu próprio povo! – falo com raiva, mais uma lágrima escorre sobre o meu rosto – Eu não vejo a hora... Eu não vejo a hora de matar todos vocês! – grito pra ele, seu olhar se enche de fúria e ele se joga sobre mim como uma cobra dá um bote. Felizmente sou mais rápida que ele, me abaixo para fugir do seu golpe e consigo ferir seu braço com a minha faca, giro para o lado para me afastar.

Apesar do ferimento o soldado consegue se recompor rápido, ele coloca a mão que não está ferida pra trás e puxa um sabre dourado da bolsa que carrega nas costas, o sabre faz minha faca parecer ridícula, ele levanta o sabre e vem mais uma vez na minha direção a única coisa que me resta é fugir do seu ataque, seu sabre atinge uma árvore fazendo que lascas de uma árvore voem para todos os lados, isso significa que o sabre está extremamente afiado.

Tento fazer com ele se desequilibre socando seu rosto, mas parece não fazer diferença e ele me ataca mais uma vez, não sou rápida o bastante e seu sabre raspa no meu braço esquerdo, meu corpo todo estremece com a dor do ferimento. Respiro fundo e tento esfaqueá-lo na barriga, mas o ferimento fica superficial. Afasto-me o mais rápido que posso, eu estava em desvantagem sem uma espada. Escuto pessoas correndo, provavelmente Zandor com ajuda.

Jogo a faca no chão, ela não estava sendo útil. Logo a ajuda estaria aqui, eu só precisava ganhar tempo.

—Você tem que me levar viva para o Castelo – falo sem pensar – Aposto que minha mamãe está louca para me ver, já contou pra ela? Que eu estou viva? – pergunto. Ele ignora minha tática e voa sobre mim mais uma vez, salto para trás fugindo do seu ataque. Quando uma flecha atravessa seu braço que segura o sabre, ele se contorce de dor e cai de joelhos no chão aos meus pés.

Dou um chute rápido fazendo com ele desmaie, Zandor se aproxima de mim junto com Kedon e cinco homens.

— Você está bem? – ele pergunta preocupado, ele carrega um arco e flecha nas mãos.

— Sim – respondi séria, Kedon começa a analisar os corpos – Como ele pôde fazer isso, Kedon? – falo encarando o corpo inerte de Max – Ele nos traiu! – Kedon também encara Max.

— Não sei – ele responde – Levem os dois para a Toca, os amarre o suficiente para que eles não consigam nem piscar – os homens começam arrastar os corpos, Kedon começa a vasculhar a bolsa do soldado.

— Precisamos saber se o ele disse para mais alguém sobre nós – Kedon derruba as coisas da bolsa no chão, há apenas itens de sobrevivência, pratos, restos de comida, casaco, folha de anotações.

— Ele é apenas um mensageiro – Kedon explica – Provavelmente foi enviado pra nos observar em segredo.

— Max ia me entregar pra ele em troca de riquezas – falo com nojo.

— Ele deve ter encontrado Max por acaso, não deve ter acreditado na sua história, se ele tivesse certeza que você era a Princesa a nossa aldeia já estaria cheia de soldados da Rainha. – era mais provável, então estávamos seguros.

— Você precisa cuidar desse ferimento – olho para o meu braço esquerdo e encaro a mancha de sangue no meu casaco, a emoção do momento fez eu esquecer a dor, junto a minha faca que estava jogada no chão e guardo no lugar de costume – Você derrubou esse dois homens apenas com isso? - Kedon perguntou descrente.

— Eu tive a ajuda de Zandor – respondo, ele balança a cabeça.

Quando chegamos na aldeia, a notícia do acontecido já havia se espalhado e havia uma confusão ao redor de Max e o soldado, todos queriam ver a cara do traidor, algumas pessoas cuspiam no seu corpo inerte, outras queriam matar o soldado, todos estavam exaltados. Logo uma multidão me rodeou, Thiberius, Karol, Luke, Agatha, todos perguntando se eu estava bem e como isso tinha acontecido. Eu só conseguia dar respostas rápidas “estou bem”, “ele me seguiu pela floresta”, “não sei por que ele fez isso”.

Algumas pessoas sussurravam que era inacreditável eu ter conseguido fazer isso tudo sozinha e desarmada, mas tudo que eu conseguia pensar era na traição, meu sangue ainda fervia de ódio. As pessoas ainda me rodeavam tentando entender o que havia acontecido, mas tudo o que eu conseguia enxergar era a imagem de Max na minha frente com um sorriso de deboche. A guerra tinha me tirado meu lar, tinha me tirado Nana, meu pai, até Kaio e agora ela tinha colocado nós contra o nosso próprio povo.

Comecei a marchar em direção a minha cabana, eu precisava descansar meus pensamentos, se não era capaz de ir até o castelo sozinha e arrancar a cabeça da rainha com as minhas próprias mãos. Quando já estava no meio do caminho uma mão puxou meu ombro, era ele, seus olhos acinzentados analisaram meu rosto, a nossa briga na noite anterior parecia brincadeira de criança agora.

— Eu soube do que aconteceu – Kaio falou com a voz amena – Você está bem? – o encarei, eu não conseguiria mentir pra ele.

— Eu quero matar todos, Kaio – respondo – Não deixarei nenhum deles vivos! – Kaio se assusta com a minha resposta, ele percebe que estou alterada.

— Aika, eu entendo sua raiva agora, mas Khosmos ...

— Khosmos? – pergunto com uma gargalhada – O que KHOSMOS fez por nós? Deixou a Rainha tomar nosso reino? Deixou que nós morrêssemos de fome? Me transformou em instrumento de guerra?! – grito por fim.

— Aika – ele tenta segurar minha mão, mas puxo com força.

— Eu preciso ficar só – dou as costas pra ele.

— Você não pode deixar o ódio lhe cegar – ele fala atrás de mim. Cegar? Lembro-me automaticamente da Guardiã, o ódio estava me levando a níveis extremos? Tinha chegado o momento de provar o que ela tinha me dado, era a hora do Dedo-da-guardiã.

— Se eu não aparecer até a noite, – falo por cima do ombro – Me procure – ele me encara confuso, mas não faz mais perguntas. Corro até a minha cabana com Zandor aos meus calcanhares, assim que entro no meu quarto pego o saquinho com os Dedos-da-Guardiã que estava escondido no meu guarda-roupa.

Sento-me na cama e coloco cinco frutas roxas na palma da minha mão, Zandor me encara ansioso, ele parece desconfortável. Fico insegura se esse é o momento certo e mais uma vez a imagem de Max paira na minha frente e todo o meu ódio começa a ferver. Jogo os frutos na minha boca e mastigo rápido, o gosto é agridoce, mas não é ruim. Depois de um momento, sinto todo o meu corpo relaxar, sou coagida a deitar na cama, não demora muito até eu adormecer por completo.

Quando abro os meus olhos estou em um local completamente diferente, é um compartimento espaçoso, as janelas refletem um céu nebuloso fazendo com que o local não seja muito iluminado. Olho para trás e vejo uma porta enorme, feita de uma madeira entalhada, dando o aspecto de ser um local luxuoso, é audível uma música através da porta, penso em ir até ela e abri-la, mas algo na minha frente chama a minha atenção. É uma sacada, me aproximo devagar, me escondendo nas sombras e vejo uma jovem, sentada nela.

A jovem é deslumbrante, ela está vestindo um vestido verde que combina perfeitamente com seus olhos verdes-rubi, seus cabelos é um tapete de cachos impecáveis na cor dourado-mel, seus lábios são finos assim como as suas feições, ela parecia uma pintura de tão bonita.

— Você veio! – ela fala me encarando. Meu corpo todo estremece, ela me viu? Ela me conhece? Escuto passos atrás de mim e vejo um jovem indo na sua direção, ele passar por mim como se eu não existisse. Ele é alto e forte, seus cabelos são de um loiro muito claro e seu rosto é estranhamente familiar... Nana... Seria? – Você nunca me decepciona, Ken – a moça fala com uma voz angelical para o jovem. Meu corpo estremece com a confirmação.

— Como poderia decepcionar você, minha doce Leia – ele beija a mão da moça, os dois se olham com completa ternura.

Meus joelhes tremem, sinto que vou desmaiar, são eles! O futuro Rei e Rainha do Sul! São meus pais! Completamente apaixonados...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

IAI GENTE, GOSTARAM?! Por favor comentem!!
Próximo capítulo vem rápido, por estou ansiosa por ele, vai ser emocionante!!
Beijos, até o próximo capítulo!
Que Khosmos proteja vocês :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerra dos Lobos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.