Phoenix escrita por Shiori


Capítulo 5
Amor e as suas peculiaridades


Notas iniciais do capítulo

Hello darkness, my old friend---- #Morre
Perdão pela demora, mas, né, fim de ano letivo deixa-nos sem tempo e sem vontade para fazer NADA. Além do mais, fui à Galiza (Espanha) por dois dias e logo no dia após de ter regressado, fui passar alguns dias à Figueira da Foz. :v Depois digo que não tenho vida social-----
Continuando! Sintam-se especiais! Dei prioridade a esta fic e não à Koti que, coitada, está há mais tempo desatualizada---- Bom, também, este capítulo só demorou dois dias a escrever---- D-Digo, é-é-é claro que já tinha c-começado a-antes! :v H-He he he...
Aliás, comecei uma oneshot para um evento! Espero terminá-la antes do prazo porque né.
Enfim, confesso que queria usar o conteúdo deste capítulo mais à frente, mas não sabia o que escrever, então, decidi usar essas ideias.

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681268/chapter/5

Jonathan nunca entendera o que era o amor – como era, o que se sentia, se era agradável ou doloroso, se era para comer… Enfim, nunca entendera o que tinha de especial ou porque era algo tão comum de se ouvir. Era “estou apaixonada por…” para aqui, “eu amo aquela pessoa!” para ali, “tenho o coração partido pois ela não me ama” para acolá; a sua mãe comentara, muitas vezes, que o amor era o sentimento mais puro e especial que existe e, portanto, deveria continuar a ser assim. Dizia ela que ele iria senti-lo quando encontrasse a rapariga dos seus sonhos, mas…

Jonathan não tinha nenhuma rapariga, nem rapaz dos seus sonhos. Por conta disso, o londrino pensava se ele era normal ou não; como ele era incapaz de sentir um sentimento assim tão único?

Ele sabia como era ser amado, não como um potencial namorado, mas sim como filho, amigo e por aí fora. Ele conhecia o amor materno e paternal; conhecia o amor entre amigos; conhecia o amor daquele que lhe servem… Mas desconhecia o amor romântico.

— Jonathan, essa flor já teve água demais, não…?

O inglês parou de imediato de regar a flor à sua frente e olhou para a sua colega de clube, que olhava preocupada para a planta.

— Desculpa. – ele disse, envergonhado. – Ela está bem?

— É difícil de dizer… – ela comentou, mordendo logo depois o lábio. – Argh, se esse dispositivo não me impedisse de comunicar com as plantas…!

— Fleur, tu sabes que não podes…

— Ah, verdade, mas que se lixe. – a holandesa suspirou, frustrada. – Sei que não posso falar qual é a minha habilidade, mas é mais forte que eu.

Fleur continuou a regar as plantas do clube de jardinagem, enquanto cantarolava alguma música holandesa que Jonathan desconhecia.

O rapaz decidiu continuar a regar as plantas em vez de se preocupar com isso; não era seu se preocupar com coisas tão banais como aquilo. Certo, aquilo mais parecia uma crise existencial do que algo banal. Aquilo o deixaria stressado e isso era algo que ele não queria.

— Jonathan, se passa algo? Não é normal estares assim. ­– Fleur perguntou sem olhar para ele.

— Não é nada… – respondeu. – Bom, Fleur, já te apaixonaste alguma vez?

Com tal pergunta, a loira deixou cair o regador no chão e molhou aquela zona. Olhou para o outro. O seu rosto estava corado e os seus olhos verdes estavam arregalados em pura vergonha.

Ele também arregalou os olhos, surpreso com a tal reação. Confessava que não esperava aquilo, afinal, Fleur sempre fora uma rapariga extrovertida e parecia que falava pelos cotovelos. Portanto, uma reação daquelas era a última coisa que Jonathan esperava ver.

— C-Como?

— Eu queria saber se já te apaixonaste...

— A-Ah, sim! Muitas vezes!

— E como é?

— Eh, como te digo…? – ela virou-se completamente e Jonathan notou que ela estava a perder o vermelho do rosto. – Quando estou apaixonada, faço tudo para deixar a outra pessoa feliz, sabes? Acho que amor é isso. Querer deixar a outra pessoa feliz.

— Abdicando a tua própria felicidade?

— Quê? Não, claro que não! – ela exclamou. Por um momento, Fleur parecia ofendida com aquele comentário, mas logo voltou ao normal. – É verdade que quero muito deixar a outra pessoa feliz, mas também quero ser feliz. Se visse que aquele amor estava a rebaixar-me, eu desistiria.

— Mas não continuarias a nutrir amor por essa pessoa? – ele questionou, ajeitando os seus óculos.

 – Acho que isso varia de pessoa para pessoa… – ela comentou. – Digo, eu sei que haveria pessoas que continuariam a nutrir amor, mas eu deixo de amar essa pessoa após de uma desilusão amorosa.

Ela olhou para a poça de água que provocara e suspirou. Ela foi buscar a esfregona e o balde ao armário que havia na estufa do clube.

Enquanto ela limpava, Jonathan notou que havia algo da cabeça da outra e, ao ver o que era, não conseguiu evitar e riu-se. Fleur olhou para ele, arqueando a sobrancelha em pura confusão.

— O que foi?

— Tens folhas na cabeça.

— Ah, brincas?!

Ela colocou a esfregona encostada na parede e apalpou o seu cabelo, para constatar que havia ali folhas de facto. De seguida, ela fechou os olhos e arrancou as folhas, tentando não fazer nenhum ruído que indicasse dor – apesar de que, sim, aquilo doía.

Desde criança, Fleur tinha uma ligação com a natureza forte, assim como o seu corpo. Era normal ter flores, plantas ou cogumelos a nascer no seu corpo e, por ter criado raízes dentro da pele dela, ao arrancar, doía imenso e muitas vezes sangrava; quanto maior for a raiz, maior será a ferida. No entanto, o seu corpo recuperava-se rápido e sarava sem deixar cicatriz – claro, somente nestes casos. Se ela caísse ou cortasse com uma faca, o seu corpo não se recuperava tão rápido; demorava o tempo normal.

— Odeio quando isto acontece.

— Não compreendo o porquê do dispositivo não impedir isso.

— Né? Preferia conversar com as plantas do que ser uma horta para elas. Seria mais útil.

Ela deu de ombros e caminhou até um caixote de madeira. Abriu-o e colocou as folhas lá; elas iriam decompor-se e tornar-se-ia em adubo para as plantações.

— Ah, Jonathan, posso perguntar o porquê dessa pergunta?

— Eu nunca nutri amor por outra pessoa. Não no sentido romântico.

— Talvez não tenhas encontrado a pessoa certa… – ela comentou, mas depois começou a pensar melhor. – Ah! Talvez sejas arromântico!

— Quê?

— Arromânticos são pessoas que não nutrem amor romântico pelas outras pessoas.

— Então, é normal…?

— Claro!

O loiro sorriu de forma até infantil; estava feliz e nada mais importava. Se parecia com um idiota? Talvez, mas qual seria o problema? A felicidade não deveria ser julgada, logo a forma que ele a expressa era um pormenor à parte.

***

Se Ziva soubesse que teria que fazer tanto num sábado, ela nem se teria dignado a acordar.

Afinal, o shabat[1] não deveria ser passado assim. E, agora, lá estava ela, à espera que Fleur chegasse para que ela lhe levasse o livro que Claudie requisitou para a biblioteca, já que, nem uma nem a outra o poderiam fazer[2].

Aliás, teria que pedir ao professor Matteo para que marcasse as reuniões no domingo, já que era-lhe inconveniente que fosse no sábado! Certo, talvez aquelas reuniões não seriam consideradas como trabalho, mas ela não queria arriscar.

— Oh, Ziva, que surpresa!

Ziva olhou para o lado e viu Celiny Peverell, uma colega das aulas de luta. Celiny possuía cabelos ruivos ondulados, tão longos que quase chegavam à cintura, e olhos azuis-escuros; uma combinação rara e talvez fosse por isso que Ziva achava adorável. Para além disso, ela usava um vestido azul-claro e um casaco branco, além de usar umas sandálias. Ziva achou incrível o facto da outra estar assim vestida naquele frio; no entanto, convenhamos, Ziva vinha de um país quente, logo a sua definição de frio era diferente de Celiny.

— Olá, Celiny. – ela cumprimentou e logo teve uma ideia. – Ah, será que me podes fazer um favor?!

— Hm? Claro, o quê?

Ziva sorriu e abriu a porta do seu quarto, indicando para a outra entrar. Celiny entrou, assim como Ziva.

— Será que podes levar este livro à biblioteca? – ela perguntou, apontando para a secretária da Claudie.

— Posso. – ela pegou no livro e olhou para a Ziva. – Tu não podes ir?

— Poder ir até que posso, mas não posso carregar o livro. – a judia suspirou, um pouco frustrada. ­ – Uma proibição do shabat.

— Essas proibições são um pouco exageradas… – Celiny disse sem pensar. Ao ver o que disse, demostrou um certo medo de ter ofendido Ziva. – Ah, não foi por mal!

— Não faz mal. Eu também concordo com isso. – ela comentou, sorrindo sem graça. – Os meus pais diziam-me que, se eu não quisesse, não precisava de cumprir com as proibições, mas o meu avô… – Ziva parou de falar, como se recordasse de memórias dolorosas; e eram. – Bom, se quiseres, eu vou contigo à biblioteca.

Celiny nada disse; meramente sorriu e balançou a cabeça positivamente. Ambas saíram do quarto e foram para a biblioteca, caminhando lentamente.

— Leste este livro? – Celiny perguntou, tentando iniciar uma conversa.

— Não, foi a Claudie.

— Ah, realmente. Lembro de a ter visto com este livro no clube. – ela comentou. – Ela adora ler romances, não é?

— Sim. – Ziva respondeu, lembrando-se que nunca vira Claudie ler outro tipo de livros. – Ela deve adorar o amor, não?

— Verdade; ela deve ser aquele tipo de garota que espera pelo seu príncipe. – ela riu-se baixinho, imaginando a canadiana apaixonada; deveria ser uma imagem fofa. – Ah, mas onde ela está?

— Ela foi ao hospital. – Ziva começou. – Tinha terapia hoje.

— Oh, espero que ela volte a andar.

— Eu também… – a israelita suspirou; desejava imenso que Claudie se recuperasse, já que era o seu maior sonho. – Acho que ela não quer um príncipe.

— Não?

— Não; ela deve querer alguém que a ame, mesmo com os seus defeitos.

Celiny não comentou nada sobre tal; no fundo, sabia que era verdade. Mudou, então, de assunto e continuaram a falar sobre coisas aleatórias até chegarem à biblioteca da escola. Enquanto Celiny entregava o livro à bibliotecária, Ziva notou que não havia ninguém na biblioteca para além da bibliotecária. Curiosa, ela decidiu dar uma pequena volta à biblioteca.

A biblioteca era, provavelmente, uma das maiores habitações do internato. Existia, como deve-se esperar, várias estantes com livros, tudo rigorosamente organizado por gêneros, e, no lado oposto, várias mesas e as suas devidas cadeiras e, ao lado da parede desse lado, havia sofás de um só lugar e puffs, com uma pequena mesinha com jornais e revistas.

Ziva começou a explorar as estantes de ficção científica até que começou a ouvir um barulho estranho; parecia que havia algo a ser arrastado. Ela andou até ao corredor onde provinha o som e….

— Ziva, demorei assim tanto tempo para estares sentada?

Ziva arregalou os olhos ao ver Celiny à sua frente. Desviou o olhar para baixo e se viu sentada numa cadeira; ela não se lembrava se ter sentado ou de ter ido para aquele lado da biblioteca. Notou que transpirava demasiado; era como se tivesse assustado ou tido um ataque de nervos.

— N-Não.

— Se passa algo, Ziva?

— Não, não te preocupes.

Elas começaram a andar até ao dormitório feminino. Quando estavam prestes a entrar, Celiny perguntou algo à Ziva, que a deixou de olhos arregalados e sem palavras.

— Q-Quê?

— Eu perguntei-te se entraste na Phoenix.

— C-Como sabes…?

— Celiny, estás a assustá-la… – Ziva ouviu alguém a falar de uma forma tão baixo que, por meros segundos, pensou que era uma assombração.

A pessoa que falara fora Níkaia, que acabara de chegar. Vestia trajes de equitação, o que fez crer à Ziva que a grega fazia parte do clube de hipismo. A israelita notou que a outra tinha o seu cabelo preto preso em duas tranças e também o quão grande ele era.

— Não foi a minha intenção assustar-te, Ziva. – declarou a escocesa, sorrindo. – Também faço parte da Phoenix.

— Sério…? Ainda há mais alguém que eu não saiba que está na Phoenix?

— Sim. – Níkaia disse. – Mais duas pessoas.

— Quando os irei conhecer?

— Uma boa pergunta. – Celiny comentou.

Ziva começou, então, imaginar como seriam essas tais pessoas. Bom, não devem ser bizarras… Não é?

***

O corpo de Théo estava estendido sobre uma maca médica; para fins “médicos”, ele não trajava nada, mas isso não fazia nenhuma diferença para Folami. Por mais que Théo fosse fofo, Folami só tinha olhos para Joseph. Desde da adolescência, ela estava perdidamente apaixonada pelo americano. E tinha a certeza que ele também a amava, afinal, eles estavam noivos, não é?

Quando o trabalho dele estiver terminado, eles se casariam.

Começou a imaginar-se no seu casamento; ah, a imagem era bela.

— Folami, já terminaste?

— Ah, Joseph! – a nigeriana assustou-se e virou-se para o seu noivo. – Não, mas está quase.

— Está a demorar desta vez, não?

— O coitado tinha muito veneno no organismo. – contou ela, colocando a mão sobre a barriga do belga. – Tenho que o limpar completamente ou não funcionará.

Assim que ela disse isso, uma esfera de um líquido esverdeado saiu da barriga dele e ela colocou essa esfera numa taça que estava ao seu lado; a mistura de vários venenos extraídos de Théo se encontravam ali.

— Já pensaste numa punição para os cientistas, Joseph?

— Não… – ele suspirou e se sentou numa cadeira. – Mandei o relatório a ele.

Folami parou o que estava a fazer, para olhar para o homem; era visível a raiva que ela sentira ao ouvir aquilo.

— Não precisas ficar assim, Ami. Ele continua a ser o meu melhor amigo.

— Mas não devia ser.

— A culpa não é dele, Ami. O verdadeiro culpado é o meu pai.

— O teu pai é o maior culpado, sim. – ela concordou. – Mas ele tem a sua culpa nisto tudo. Ele te obriga a fazer isto, Joseph.

Joseph somente suspirou; não tinha argumentos para contra-atacar. Ao ver a sua vitória, Folami voltou a fazer o que estava a fazer. Continuou com o seu trabalho durante mais de dez minutos, num completo silêncio. Olhou para o americano, que meramente observava a outra.

— Acabei de o limpar.

— Então, eu espero lá fora.

Uma hora depois, Théo Dupont estava oficialmente vivo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey!
Espero que tenham gostado do capítulo!
♥ Por favor, digam-me as vossas opiniões, sugestões e por aí!~ Gostaria de saber!
Aliás, por sugestão da usuária Chiye, gostaria de pedir nomes de atores/modelos/cantores/etc para representar os vossos personagens. Para as personagens Elizabeth e Celiny não é preciso, já que as criadoras se anteciparam e mandaram na ficha. A única coisa que peço é coerência perante a etnia e a aparência da personagem. Se a vossa personagem é, por exemplo, oriental, a pessoa para o dreamcast deve ser também oriental, e se tiver cabelo curto, a pessoa tem que ter cabelo curto. Aliás, a cor dos olhos não precisa ser coerente. Eu posso editar com facilidade. O resto já é mais complexo.
Se não conseguirem/quiserem, digam-me para ser eu a escolher.

Famosos usados:
— Dove Cameron
— Fin Harries*
— Gianluca Ginoble
— Jack Harries*
— Natalie Dormer
— Robert Sheehan
— Rosie Bea
— Shanika Shaik
— Tracy Ifeachor

*Personagens que ainda não apareceram.

Até à próxima ♥

[1] Shabat (שבת): Nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo; é observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado.
[2] Como é dito no capítulo, existem várias proibições no shabat. Uma delas é carregar objetos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Phoenix" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.