Phoenix escrita por Shiori


Capítulo 1
O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma fanfic minha! Pela primeira vez, eu estou a postar uma original. E eu estou surpresa comigo mesma!
É a minha terceira fanfic interativa, mas... Como é uma original, complicará um pouco a minha vida. :v
Ah! Perdão, esqueci-me de me apresentar. Sou a Shiori, de Portugal! Só dizendo isso para que não fiquem surpresos com o português desta fanfic. É puro português europeu!--- Mentira, tem algumas expressões que não se usem aqui, mas não quis tornar esta fic muito complicada para vós ;---;
Also: rapariga aqui não é palavrão. É o mesmo que garota e moça. Não se ofendem, sim? ;--;
Vou parar de vos maçar e desejo-vos uma boa leitura!



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Já se tinham passado duas semanas desde do início do ano letivo no Internato Timberlake. É, com toda a certeza, o internato mais misterioso do mundo. Pouco se sabe sobre o estabelecimento. Fundado por Michael Timberlake em 1946, foi uma tentativa – bem-sucedida – de unir um mundo destruído pela guerra, juntando alunos de toda a parte do globo. Não há registros de violência, nem de desordem. Algo pouco provável, mas possível de acontecer. Quando questionado como foi possível, Michael não respondia. Sorria de uma forma misteriosa; vários jornalistas tentaram entrar em segredo no internato para terem uma notícia digna da primeira página dos jornais, mas nunca mais eram vistos. Desapareciam como uma gota de orvalho num dia quente de verão.

E foi assim até que Joseph Timberlake herdou o internato. Neto do fundador, ele encontrou outra forma de proteger o segredo do internato.

Todos alunos sabiam dessa forma. Isso incluía Ziva Hirsch.

Ziva era uma típica rapariga israelita de 16 anos; os seus cabelos eram negros como as asas de um corvo e seus olhos eram verdes. A sua pele era morena, prova que viveu a sua vida toda num país quente, e o seu nariz era um pouco maior que os das outras raparigas da sua idade, mas não chegava a ser como as caricaturas estereotipadas sobre judeus. Na realidade, somente a sua aparência e personalidade podem ser consideradas de “típicas”. Isso porque Ziva tinha algo a mais, algo que lhe fazia diferente das outras garotas israelitas, na realidade, de todas as outras, independente do país de origem.

— Aumentam a velocidade. – um homem com uma bata branca ordenou com a sua voz fria.

— Sim, senhor.

Quando Ziva reparou, várias balas vinham em sua direção. Ela mordeu o seu lábio, de frustração, e estendeu o seu braço. Uma barreira invisível envolveu-a, o que fez as balas ricochetearem e caírem no chão. Ela começava a ficar cansada, mas não podia baixar a barreira. Se o fizesse, significaria a sua morte. Aquilo durou cinco minutos, até que o homem da bata ter dito que era tudo para aquele dia.

Assim que a luz vermelha na parede se apagou, a israelita sorriu para si e baixou a barreira. Sentou-se no chão, cansada demais para mover mais algum músculo. Aquele dia, em particular, fora mais puxado que os outros.

— Bom trabalho, Hirsch.

— Se não tivesse feito um bom trabalho, eu já estaria numa maca de hospital, Alexander.

Ziva olhou para Alexander Olsen, assistente do homem da bata. O dinamarquês desfez o seu tão habitual sorriso e Ziva notou que os belos olhos azuis dele perderam o brilho por detrás dos óculos de ver. Num movimento rápido, Alexander levou a sua mão ao cabelo loiro e ondulado; Ziva acompanhou o movimento, sem saber que era essa a intenção dele: desviar o olhar dela dos olhos dele. Suspirou, como se estivesse cansado daquilo tudo – e estava.

— Então, continua a fazer um bom trabalho até ao fim, Hirsch.

— E depois do fim, o que há, Alexander…? – questionou ela, tentando-se levantar em vão. – Usarão o chip e apagarão a nossa memória, como fazem quando vamos de férias…?

Alexander arregalou os olhos perante a teoria da israelita. Apagar as memórias era o novo método de Joseph Timberlake. Logo no primeiro dia de aulas, os alunos eram forçados a pôr um chip no pescoço; assim, as memórias eram controladas e ninguém de fora saberia o que acontecia dentro do internato.

— Eu…

— Não me respondas com um “é confidencial”, Alexander…– Ziva suspirou.

Alexander não comentou mais nada. Meramente, pegou Ziva ao colo (o que lhe deixou desconfortável) e a colocou numa cadeira de rodas. Pediu à enfermeira que a levasse ao balneário e lhe desse banho. Após de se afastar com a enfermeira, Ziva ouviu o dinamarquês a murmurar algo que ela não entendeu.

***

Após do seu banho e de uma massagem, Ziva caminhava pelo corredor para voltar para os dormitórios. Olhou para as horas no dispositivo eletrónico que selava o seu poder. Outra inovação de Timberlake: com o aspeto normal de um relógio, aquele dispositivo impedia que a habilidade dos alunos se manifestasse. Bom, só de alguns. Havia habilidades que nem assim se poderiam selar; outras nem tinham a necessidade para tal.

— Boa noite, Ziva!

Ziva desviou o seu olhar do pseudo-relógio e encarou Théo Dupont com surpresa. Ele era colega de turma e se sentava ao lado dela, o que fez eles tornarem-se amigos naquele inferno. O rapaz belga possuía uns belos caracóis dourados e os seus olhos eram verdes como esmeraldas, além de ter umas sardas chamativas.

— Ah, olá, Théo.

— Cansada?

— Sim… Hm?

Ziva olhou com mais atenção para ele. Notou, então, que ele estava mais pálido que o habitual.

— O… O que se passa? – ela questionou.

— Oh, nada. – ele respondeu com um sorriso fraco. – Só estou… Cansado.

— Foi duro o experimento…?

Théo nada disse; não queria falar sobre isso.

Apesar de serem amigos, eles nunca comentaram que tipo de habilidades possuíam ou que tipo de experimentos faziam neles – até porque era confidencial.

— Bom, a minha pausa terminou. – Théo anunciou ao ouvir o seu dispositivo a tocar. Desligou o som logo a seguir. – Tenho que ir. Até amanhã, Ziva!

— Até amanhã.

Théo sorriu e abraçou Ziva, o que foi uma surpresa para ela. Apesar de saber que era errado (a sua religião proibia contatos físicos entre homens e mulheres), Ziva sentiu-se bem naquele abraço; era quente e confortável. Depois de a largar, Théo caminhou para a sua sala, deixando uma Ziva confusa para trás.

***

Ziva estava preocupada por Théo. Acabara de tocar para o início da aula – apesar do professor ainda não ter chegado – e nada do Théo. Será que ficou de cama?, questionou-se, extremamente apreensiva. Ele não estava nada bem no dia anterior, ela sabia. Por que ele me abraçou…? Ele nunca fez isso antes! E ele sabe que a minha religião não vê com bons olhos esse tipo de contanto... Bom, vou visitá-lo depois e…

O seu pensamento foi interrompido com a entrada do professor Ethan Watson. Como sempre, o professor de tonalidade escura usava um fato cinza com uma gravata preta de forma rigorosa e impecável. No entanto, Ziva reparou que os seus olhos castanhos demostravam tristeza. Além disso, em suas mãos, havia um pano negro; era a primeira vez que ele trazia tal coisa.

— Hirsch, podes vir buscar isto?

— Sim, senhor.

Ziva levantou-se e não questionou nada. Ela era a representante da turma 2ºB: tinha que ser exemplar e acatar com a ordem.

— Coloca em cima da mesa do Théo Dupont, por favor.

Perante tal frase, Ziva parou e olhou para o professor, espantada. Este suspirou amargamente e coçou a sua própria cabeça lisa, como se não soubesse como dizer algo importante e delicado.

— Théo Dupont faleceu devido ao experimento no qual foi submetido.

Aquele comunicado fez um alarido na turma; houve, inclusive, quem chorasse. Se algo acontecesse durante o experimento, morreriam? Tal coisa nunca acontecera com a turma deles; Théo fora, infelizmente, o primeiro.

Ziva, sem expressar nada, caminhou para o lugar onde Théo se sentava. Colocou, sem demoras, o pano negro como o luto.

— Tire as coisas que estiverem por baixo da mesa.

Ziva maneou a cabeça e tirou as coisas guardadas no compartimento que a mesa possuía. Ao retirar lá as coisas, notou numa carta. A israelita optou, por bem, ficar com a carta, escondendo-a no bolso do casaco do uniforme. Naquele dia, Ziva optara por usar a saia xadrez vermelha e preta, com linhas laranjas e brancas, e o suéter bege, além do mencionado casaco preto.

Entregou as coisas ao professor e se sentou. O professor tentou dar a aula, mas viu que naquele dia os alunos não colaborariam. Deixou que os alunos fizessem o que lhes apetecesse, desde que ficassem dentro da sala e não fizessem muito barulho.

Ziva ficou no seu lugar, sem se misturar com os seus colegas nas teorias do que poderia acontecer no futuro. Ela queria ler a carta, mas achou que era melhor ler noutro lugar.

Em sua mente, várias perguntas não se calavam. Queriam uma resposta, lógica e concisa. Queriam a verdade e só a verdade.

Ela olhou para a mesa de Théo. A primeira vez que eles conversaram foi numa aula do professor Watson. Ele tinha mandado um papelzinho para a mesa dela. “Hey, tudo bem?” foi o que dizia a primeira mensagem entre muitas. O primeiro ano no internato fora complicado para ela. Os experimentos cansavam-lhe imenso e ela não conseguia estar atenta às aulas devido ao cansado. E Théo notara isso.

— Professor Watson, – começou Ziva. – posso sair por uns momentos…?

O professor olhou para ela e apercebeu-se do que se tratava: a cara dela demostrava que queria chorar. Então, com um sorriso fraco, o professor a deixou sair.

Ela saiu da sala, ignorando completamente os olhares sobre si. A israelita seguiu o seu caminho até ao terraço; ninguém lá estaria.

Assim que chegou, engoliu o choro e agarrou na carta, começando a lê-la. Como temia, era uma carta de amor de uma aluna do primeiro ano. Como iria explicar a ela que Théo perecera?

— Desculpa…– murmurou ela. – Desculpa, Théo… Não fui capaz de te proteger…

Ela começou a chorar, de forma descontrolada. Era como se as lágrimas dela já estivessem há muito tempo presas, incapazes de sair.

— Menina?

Ziva olhou para o sujeito que acabara de chegar ao terraço. Tinha, em suas mãos, um pacote de cigarros, que deveria ser a causa da sua vinda. Prontamente, a rapariga limpa as suas lágrimas.

— Se passou algo? – o homem perguntou. Ele deveria ser professor, ponderou Ziva, já que não usava uniforme. – Não deverias estar em aulas?

Ziva não disse nada. Não sabia se aquele homem, de cabelos ondulados castanhos e olhos castanhos-esverdeados, era de confiança.

— Oh, será que…? – ele começou, como se tivesse lembrado de algo. – És da turma de Théo Dupont…?

— Huhum…

— Lamento pela tua perda.

— Lamenta…? – questionou ela. – Não creio. Para vocês, nós somos meras cobaias!

— Não, para nós, professores, vocês são as coisas mais preciosas! – ele retrucou, com toda a sua sinceridade.

— Então, por que não impedem estas atrocidades?!

— Nós não podemos fazê-lo.

— Ai não? Por quê?

— Pela mesma razão que vocês: chips.

Aquela informação fez Ziva arregalar os olhos. O professor sorriu e colocou os cigarros dentro do bolso. Sentou-se à sombra e fez um gesto para que a israelita fizesse o mesmo.

— O meu nome é Matteo Villa e tu? Ah, sem formalidades.

— Ziva Hirsch, professor Villa. – ela disse, enquanto se sentava ao lado dele.

Ele lhe estendeu um lenço e ela o aceitou.

— Só Matteo chegava. – ao ver que não iria convencer Ziva a chama-lo pelo nome, suspirou. – Ou professor Matteo.

— Acho que poderei chamá-lo assim…

— Então, Ziva, tens alguma questão a fazer?

— Théo…– ela olhou para o professor. – Como ele morreu?

— Envenenamento. – respondeu rapidamente.

— Como…? Ele não morreu durante o experimento…?

— E morreu. – respondeu ele, enquanto apontava para o dispositivo eletrónico de Ziva. – Reparaste que ele não tinha uma coisa dessas?

— Sim…

— A habilidade dele nem era tão espantosa como a de alguns alunos. – começou ele. – Mas era útil.

Ziva arqueou a sobrancelha. O que venenos poderiam estar relacionados com aquilo tudo…?

Matteo mostrou a língua e apontou para esta, enquanto falava.

— Não entendi o que disse…

— Repito: o paladar dele era muito avançado. Conseguia distinguir tudo que provava.

— E o que os venenos têm a ver com isso…?

— Então, se ele consegue distinguir tudo que provava, também conseguiria distinguir venenos. – declarou finalmente.

Ziva arregalou os olhos, horrorizada.

— Obrigavam-no a beber venenos?!

— Sim. O experimento era chamado de “Projeto Circe”.

— Não creio… –murmurou Ziva, abraçando as suas próprias pernas. – O Théo esteve um ano inteiro a consumir veneno…?

— Sim, o corpo dele ganhou uma certa resistência, mas ele ficou as férias de verão sem consumir veneno. – começou a explicar. – O corpo dele perdeu a resistência.

— Como sabe disso tudo?

Matteo não respondeu de imediato. Ponderou se podia contar a ela a verdade.

— Já ouviste falar da Phoenix?

Ziva sentiu um arrepio ao ouvir a pergunta. Claro que conhecia a lendária resistência. Os seus atos são de louvar; dizem, até, que um membro conseguira fugir do internato com as suas memórias intactas, apesar de ninguém saber o fim dele.

Ao ver que não respondera, a moça balançou a cabeça.

— Théo era membro deste meu “grupo” que fundei.

— O quê?! O senhor é o criador?

— Sou. – Matteo sorriu e se levantou. – Ziva Hirsch, aceitas entrar na Phoenix?

— E-Eu? – a israelita não acreditou no que ouvira.

— Sim, ou conheces outra Ziva Hirsch?

— Não, mas… Eu lhe seria útil?

— Claro! Todos são úteis à sua maneira!

Ziva desviou o olhar do italiano. Ela não teria a coragem necessária para tal. Sempre fora uma cobarde, protegida dentro de uma barreira invisível. Na realidade, o que estava cercado por uma barreira era o seu coração; ela perdera a esperança de tudo.

No entanto, ela tinha que recompensar o Théo por ter sido uma cega que pensava só em si e nos seus problemas.

— Certo, eu entrarei na Phoenix!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Caso quiserem participar na fic, preenchem a seguinte ficha: https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=46AE68F888AD0CF9!116&app=Word&authkey=!AOKJJVcFOcgOetw
Tem, ainda, as explicações de como preencher cada campo. :3 Gostaria de pedir pela vossa criatividade e não fazerem muitos personagens vindos de X país ou da mesma turma ou sei lá. :v Sejam originais, é a única coisa que vos peço ♥
Vou também colocar as vossas fichas no documento, para assim as outras pessoas verem. Vou reduzi-las para não dar muitos spoilers!
Já agora, o Alexander e professor Matteo estão disponíveis para serem par romântico! O professor Ethan também, mas como não tenho grandes planos para ele... Eh... :v Vai mesmo depender de vós.
Ao longo da história, vão aparecer mais personagens secundários, então, se quiser "esperar", pode deixar o personagem disponível até lá. Bom, é tudo por agora! Espero que participem!
Obrigada por terem lido até aqui!



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