O amor é cego escrita por British


Capítulo 92
Sempre


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Este é o último capítulo de "O amor é cego" e tudo que eu posso dizer para vocês é que eu estou muito feliz de pode compartilhar esta história com vocês. Eu a escrevi há alguns anos atrás e ela ainda me emociona da mesma forma. Pode não ser uma história perfeita, a minha escrita pode não ser das melhores, mas essa história é muito importante pra mim! Agradeço aos que leram até o final e acompanharam as duas temporadas! Resolvi postar o último capítulo hoje por ser meu aniversário. É uma forma de comemorar!
Boa leitura!



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Sai estava nervoso. Ele estava assim por causa de Sakura. Por querer tanto vê-la se casando e tendo certeza que sua amada seria feliz. Ele olhava para o relógio e contava os minutos para Shizune chegar e levá-lo.

— Ela vai ficar tão feliz ao saber que você mudou de ideia – disse Shizune ao chegar à ONG e abraçar Sai

— É tudo que eu quero. Ver a Sakura feliz e seguindo em frente. – diz Sai com um sorriso

— Seu amor por ela é muito bonito. – diz Shizune

— Vamos, não quero nos atrasar mais. – disse Sai e então eles correram para o carro. Depois de dez minutos na estrada Sai começa a passar mal e Shizune para o carro.

— É melhor a gente voltar. – disse Shizune

— Não, eu preciso ver a Sakura. Pela última vez que seja. – implora Sai tonto

— Não. Primeiro temos que cuidar de você, se você melhorar eu te levo pra vê-la, mas vamos cuidar da sua saúde. – Shizune volta para o ONG mesmo contra a vontade de Sai. Ele estava passando mal, mas talvez fosse passageiro. Ela correu para poder fazer tudo que fosse possível. Ele tinha que ver a Sakura.

 

[...]

 

— Está pronta? – pergunta Hinata para Sakura um pouco antes de ela aparecer para o casamento

— Prontíssima. Sasuke está lá?

— É claro, ele está no altar te esperando. – disse com um sorriso e então uma música foi tocada para que a noiva entrasse.

Sakura estava linda e foi andando com os olhos fixos em Sasuke enquanto todos os outros olhavam para ela. Sasuke estava emocionado, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Aquele era o momento mais feliz de sua vida. A cerimônia aconteceu perfeitamente. Sakura e Sasuke disseram sim, aquilo parecia ter sido decidido pelo destino. Nada mais importava, apenas aquela união feita de tanto amor que teve que passar por tantos momentos difíceis.

Quando o casal se beijou apaixonado todos aplaudiram e algumas pessoas até choravam. Eles caminharam pelo corredor entre os convidados e repararam nos rostos de casa um. Sakura por um momento sentiu falta de Sai. Para que tudo fosse perfeito faltava à presença dele ali.

 

[...]

 

Enquanto Sasuke e Sakura estavam felizes celebrando o inicio de seu matrimônio, Sai estava passando muito mal e Shizune estava do lado dele tentando prestar primeiros socorros. Sai disse para Shizune enquanto estava lutando para se manter acordado “A Sakura deve estar tão linda” e de repente seus olhos fecharam. Shizune tentou rapidamente reanimá-lo, mas não conseguiu. Tentou sentir sua pulsação e sua respiração, mas não tinha mais sinal nenhum de vida ali. Sai adormecera para sempre e ela não pode fazer nada. Ela então o abraçou e chorou. Chorou por muito tempo.

 

[...]

 

Os médicos que estavam na ONG mal deixaram Shizune sentir sua dor e logo perguntaram o que fariam com Sai, então Shizune decidiu que não iria velá-lo, que iam apenas ajeitar o que tinha que ser feito para que ele fosse enterrado com decência ainda no mesmo dia. Sai nunca mais poderia ver Sakura, mas para cumprir seu desejo, Shizune decidiu não interromper o casamento de Sakura, porque tudo que ele queria era que ela seguisse. E não seria Shizune que estragaria seu grande dia.

Mais tarde Shizune enterrou Sai e não parou de chorar por um instante. Após enterrar seu amigo, sozinha, Shizune, finalmente, se deu conta que seu celular estava no silencioso. Tinham várias ligações de Sasori e uma mensagem de texto dizendo “Onde você está? O casamento já acabou!” Sasori estava chateado com ela, mas ela sabia que quando ele soubesse o que aconteceu não ficaria bravo com ela.

Após se despedir de seu amigo, Shizune voltou ao quarto onde ele dormia, arrumou as coisas dele e pegou de volta carta que ele havia lhe pedido de volta para acrescentar algumas páginas, ele disse que na primeira faltavam dizer algumas coisas. Sai pode não ter visto Sakura pela última vez, mas eles teriam uma última conversa. Nada mais justo.

 

[...]

 

— Shizune, onde você estava? Passou um dia fora. – perguntou Sasori preocupado ao ver os olhos inchados e vermelhos da médica

— Eu estava com o Sai. – disse e começou a chorar

— O que aconteceu? – perguntou Sasori prevendo o pior

— Ele se foi – admitiu Shizune ao se atirar nos braços do namorado e sendo consolada por ele

— Calma, meu amor, ele está agora num lugar melhor. – disse beijando a testa dela

— Ele tinha me ligado, pedindo para buscá-lo, porque ele queria ver a Sakura e desejar a ela felicidade. E no meio do caminho ele passou mal, então eu decidi voltar pra tratar dele na ONG, mas...

— Ele não resistiu?

— Não! – disse ainda chorando muito. Ela estava desesperada.

— Ele vai ser enterrado quando?

— Eu já o enterrei. Eu era tudo que ele tinha. Quer dizer, ele tinha a Sakura e a Tenten, mas elas estavam no casamento. Eu não podia arruinar esse momento feliz. Sai jamais me perdoaria se eu fizesse isso. – disse soluçando

— Calma. Sakura já está casada e foi para a lua de mel. Dentro de uma semana ela volta e você dá a notícia.

— Ok. Mas agora eu tenho que dar a notícia para a Tenten. Sai se importava com ela. – diz Shizune

— Não acho que seja apropriado. Você está tão mal, falar assim não vai confortar a Tenten. Amanhã você fala, tudo bem?

— Ok. Me tira daqui agora?

— Vamos, eu vou te levar pra sua casa. – Disse enquanto abria a porta do carro pra ela

 

[...]

 

No dia seguinte Shizune foi até a galeria acompanhada de Sasori. Lá ela encontraria com Tenten, já que estava namorando Nagato e vivia visitando-o no local. Shizune estava com óculos escuros para que encobrissem seus olhos inchados e vermelhos. Agora era a hora de dar a notícia.

— Bom dia – disserem Tenten e Nagato aos risos. Eles estavam felizes. Tinham tido uma noite boa.

— Bom dia – disse Sasori apenas.

— Que cara de enterro Shizune. – disse Nagato

— Acertou. – respondeu Shizune

— Quem morreu? – perguntou Tenten meio perdida

— Você já deve imaginar, mas eu preciso dizer, por mais que me doa ser a portadora dessa notícia. – ela respirou fundo – o Sai se foi.

— Não pode ser – Tenten tampou a própria boca para abafar o choro e chorou bastante

— Foi muito rápido. Ele não sofreu, eu sei que dizer isso é pouco, mas é a única coisa que eu posso dizer pra você ter uma ideia de como foi.

— E o enterro? – perguntou Tenten

— Já aconteceu. O Sai morreu durante o casamento da Sakura, então eu decidi não estragar a festa de todos vocês. Ele faria a mesma coisa se estivesse vivo.

— Mas eu tinha o direito de saber! – gritou Tenten – A Sakura também tinha esse direito.

— Eu sei, mas não naquela hora – respondeu Shizune chorando

— Calma gente. – Pediu Sasori enquanto Shizune tentava se controlar ao seu lado e Nagato abraçava Tenten, consolando-a – Eu sei que é difícil, mas a Shizune tomou a decisão certa. O Sai não gostaria de estragar o momento mais feliz da vida da Sakura, e eu peço que você não conte nada a ela. Quando voltar de lua de mel a Shizune foi encarregada pelo Sai para contar essa lamentável noticia. Então respeite os desejos do seu amigo – disse Sasori e então ele e Shizune subiram para o escritório.

 

[...]

 

Shizune estava sozinha em seu quarto quando resolveu abrir a carta que Sai tinha escrito para ela. A que ele escreveu para Sakura ela entregaria assim que a rosada chegasse de viagem. Ela queria ter forças suficientes para ler aquela carta sem chorar, mas isso ela só ia saber quando começasse a ler...

Querida Shizune,

Provavelmente quando você estiver lendo essa carta eu não estarei mais aqui e a coisa mais importante que eu tenho a te dizer é: OBRIGADO! Lá atrás você foi capaz de acreditar em mim e me oferecer um mundo novo e cheio de possibilidades, sempre apostando no meu talento e dizendo que era para eu não desistir.

Eu sou agradecido por isso, mas o que me faz eternamente grato foi depois de tantos anos poder te reencontrar num momento tão difícil da vida, com essa doença e tantos problemas amorosos e mesmo assim ser acolhido por você. Causei problemas no seu namoro e nem por isso você deixou de estar aqui pra mim, de cuidar de mim com tanto carinho.

Eu tive muita sorte ao amar você. Você é uma pessoa incrível e agora com a minha ida quero muito te ver sorrir. Não quero lágrimas, não lamente porque parti. Agradeça por tudo que vivemos, você disse isso pra mim nesses dias e agora escrevendo essa carta vejo que concordo contigo. Você é a minha melhor amiga. Obrigado por prometer cumprir todos os meus últimos desejos.

Sei que é difícil manter a Sakura longe de mim, mas você tem feito isso tão bem. Obrigado mais uma vez. Eu amo você. Você é a médica mais incrível do mundo e a sua ONG salvou minha vida. Se eu não pudesse estar aqui com essas crianças acho que teria perdido meu rumo tempos atrás. Agora seque as lágrimas e veja o dia lindo que está lá fora. Um beijo e um abraço bem apertado do seu amigo Sai.”

Shizune deixava lágrimas caírem, mas olhou pela janela o dia lindo do lado de fora e disse: “Eu que agradeço por tudo, Sai”

 

[...]

 


— Eu fiquei sabendo que você chegou da sua lua de mel ontem. Como foi? – perguntou Shizune assim que foi visitar Sakura
— Foi maravilhosa. Agora eu posso voltar para Yale e me formar e então voltar pra casa e para o lado do meu marido.
— Que bom – disse tentando achar um meio de falar
— E o Sai? – Sakura em seguida perguntou, era de costume a rosada fazer isso. Ela gostava de ter noticias do velho amigo, mesmo que distante.
— Ele queria ter ido ao seu casamento. – respondeu Shizune com dificuldade
— E por que não foi?
— Tivemos um imprevisto – disse tentando se manter calma para dar a noticia. 
— Que imprevisto?
— Ele queria que eu te entregasse isso. Acho que a carta deve explicar os fatos em si, melhor do que eu faria. – disse com um sorriso triste e estendeu o envelope
— Ok – disse Sakura pegando o envelope e começando a ler a carta


Sakura,

Lembro tão bem como foi encontrar com você em Yale no primeiro dia, da descoberta que iríamos ser colegas de classe, das aulas de teatro, dos estudos na biblioteca e até do primeiro beijo. Talvez tudo que eu esteja descrevendo sejam apenas lembranças agora, mas eu gostaria tanto que você se lembrasse. Foram momentos tão felizes. Foi o ano mais feliz da minha vida. Mesmo como seu amigo, já era bom. Quando eu virei seu namorado ficou melhor ainda.

Uma pena que nos desencontramos, mas acho que a vida tem suas razões para fazer isso. Você pertence ao Sasuke e eu tenho que entender isso. Contudo agradeço pela chance de viver o melhor ao seu lado, de conhecer uma parte de mim que nunca pude ver antes. Esse eu apaixonado que nunca tinha conhecido nem com a Shizune. Eu amava a Shizune, amei por muito tempo, mas nossa relação sempre foi muito centrada e acabou de uma forma fria. Não houve grandes brigas, existiu apenas uma decisão que separaram destinos. Já a nossa história envolvia tanta coisa, tinha o meu coração apaixonado, a sua vontade de me amar mesmo gostando do Sasuke e nós enfrentando tudo isso para que no futuro tudo fosse maravilhoso.

Eu sabia que ia perder você. Algo em mim dizia que isso ia acontecer e só se confirmou quando soube da doença. Eu nem poderia lutar com Sasuke pelo seu amor, já estava perdido desde o inicio. E agora que passou um pouco do efeito da noticia da minha fatal morte planejada eu, finalmente, criei coragem pra me despedir de você.

E dizer adeus é tão difícil. Mas eu tenho que fazer isso, porque você merece uma palavra de conforto num momento tão difícil. E eu sei, essa não é a primeira vez que você perde alguém querido e eu também sei o quão insuportável é essa dor, mas eu vou te pedir do mesmo jeito, não se desespere. Não por mim nem pela minha vida que se foi.

Eu não lamento absolutamente nada. Viver algum tempo do seu lado foi o presente mais divino que já recebi e poder morrer depois de viver isso é... Sei lá... Não encontro palavras. Vem a minha mente uma música que se chama Não Se Vá e ela é assim:

“Espero que você não se vá
Se eu não tiver nada mais para te contar
Não sei dizer, quem dirá?
Talvez numa segunda fria
Ou num domingo de sol pela manhã
É triste sim, eu sei
Duas pessoas em silêncio
Sempre dão tanto o que falar
Então me espere na terça
Ou depois de amanhã
Quem sabe?
Na quinta ou sexta, no mais tardar
Eu direi
Não se vá”

E é assim que eu me sinto agora, como se não tivesse nada a dizer, afinal, o fato em si já diz tanta coisa. E diferente da música, eu não posso pedir que você não se vá, porque quem está partindo sou eu. Eu estou indo para um bom lugar e eu espero que você entenda e que possa seguir em frente. Acho que você já entendeu o que eu quis dizer. A morte chega tão de repente, não é? Saiba que os últimos anos que eu vivi na ONG foram de muito aprendizado e que eu fui feliz. Talvez a gente não se veja mais, então tudo que eu tenho pra te dar é essa carta e as minhas poucas palavras de adeus.


— Sakura ta tudo bem? – perguntou Shizune e Sakura apenas chorava em choque. Muda. Perplexa. E então ela desmaiou. A noticia foi forte demais para ela.


[...]


— Você depois que acordou está tão quieta e nem comeu nada. Sakura, você está me preocupando. – disse Sasuke, Shizune tinha amparado Sakura ao desmaiar, mas depois que Sasuke chegou viu o que tinha acontecido, Shizune contou a ele a noticia e disse que se Sakura continuasse mal a levasse até o hospital e depois partiu.
— Eu não quero – disse com os olhos baixos – eu não sinto vontade de fazer nada.
— Mas você precisa comer alguma coisa. Toma um leite então? – pediu Sasuke
— Eu não quero.
— Ele se foi Sakura. Eu sei que é difícil, mas você precisa ser forte. – disse Sasuke enquanto passava a mão pelo cabelo dela
— Isso é o mais forte que eu consigo ser. – disse engolindo o choro
— Shizune me contou que ele faleceu no dia do nosso casamento, enquanto estava vindo para te ver. – disse pensando que Sakura gostaria de saber
— Eu queria ter visto ele pela última vez. Eu não deveria ter seguido o conselho de todos vocês e acatar o desejo dele.
— Sakura, ele não queria te ver. Ele tinha decidido isso e eu achei certo você com o passar do tempo respeitar essa escolha. 
— Eu o abandonei – disse chorando
— Não, meu amor, você esteve sempre com ele. Talvez não fisicamente nos últimos anos, mas você sempre perguntou noticias e enquanto pode pediu para Shizune dizer o paradeiro dele. Não se sinta culpada.
— Na carta ele disse que tava bem e feliz. Dá pra acreditar?
— Eu acredito. E se eu fosse você também acreditaria. Shizune me contou que ele trabalhou na ONG que ela ajudou a fundar. Ele estava dando aulas de artes para crianças. Ele estava feliz sim. Ela me disse que ele só queria ver você se casando pra ter certeza que você seria feliz.
— Ele queria que eu seguisse em frente. Acho que é isso que eu tenho que fazer.
— Isso, meu amor, faça isso. Sua formatura está chegando. Seu momento lembra? – disse Sasuke e então beijou os lábios da esposa
— Verdade. Logo mais eu me formo. Vou poder voltar pra cá e ser feliz com você. – sorriu ainda triste
— Espero que seu sorriso triste vá embora logo.
— Eu vou superar essa perda. Não se preocupe, meu amor – disse abraçando Sasuke forte.

[...]


Dias depois...


— Você está tão linda com essa beca – elogiou Sasuke encantado com a sua mulher
— Obrigada. Hoje é um dia muito importante pra mim. – disse e segurou as mãos do marido – Esteja com os olhos fixos em mim o tempo todo. Quero me sentir segura.
— Vai dar tudo certo. – eles então sorriram e depois se afastaram, pois a cerimônia de colação de grau iria começar.

Enquanto isso todos os amigos de Sakura estavam ali para apoiá-la, o único que perderia esse momento era Sai. Tudo estava perfeito, até que num momento Sakura foi chamada para falar algumas palavras sobre o aluno falecido, Sai. Todos aplaudira de pé e Sakura estava muito emocionada, mas ela tinha que conseguir falar. Ele merecia essa homenagem.


— Hoje é um grande dia. Todos nós estamos encerrando mais uma fase da vida hoje e eu vim aqui pra falar disso. Do encerramento de algo tão bonito como a vida de uma pessoa. – respira fundo – eu não gosto de despedidas. Aliás, estou cansada de tantas vezes assistir a pessoas que eu amo tanto indo embora dessa forma. É como se algo me escapasse pelos dedos. Eu já perdi três amigos queridos num acidente de carro há muitos anos e neste mesmo acidente fiquei cega. Eu queria morrer também naquele momento, parecia injusto só eu ficar pra sentir a dor absurda que é perder alguém. Mas aos poucos, com muita dificuldade eu prossegui e um dia, quando eu tinha perdido qualquer esperança, eu conheci o meu amigo Naruto, que hoje é casado com a minha amiga Hinata e ele me apresentou ao meu marido Sasuke. Eu reencontrei o amor e o Sasuke me devolveu a visão. Eu estava feliz por ter amigos tão bons e um amor; e pra completar a minha felicidade eu entrei para a Universidade com a ajuda do meu querido Sasori. Foi difícil sair da minha rotina perfeita pra alcançar a independência que eu pensei que nunca fosse ter. E aqui, em Yale, conheci o Sai. Como todos sabem o Sai faleceu faz pouco tempo e se formaria conosco hoje. E então eu fiquei pensando, ele me escreveu uma carta tão bonita, queria retribuir de alguma forma, então resolvi homenageá-lo aqui, no lugar que ele dizia que era o lar dos sonhos. O Sai era um conhecedor de arte e um artista maravilhoso. Foi um prazer estudar ao lado dele e me tornar sua amiga, mais que isso foi uma honra. Eu tive muita sorte dele me amar, dele ser capaz de abdicar de suas vontades para o meu bem. Não sei se vocês sabem, mas ele adoeceu e em vez de ficar abatido e reclamando da vida, ele foi trabalhar numa ONG, ensinando crianças a serem artistas. O Sai ensinou essas crianças a pintarem bem colorido a vida cinza que elas tinham, sem qualquer expectativa se um transplante poderia ocorrer. Eu o tenho como um herói. Quando eu recebi a noticia de sua morte, eu apenas entrei em choque. Eu não sabia o que sentir. A morte dele foi anunciada pra mim com as suas próprias palavras. O Sai se preocupou tanto com o meu bem estar que resolveu escrever uma carta para que eu pudesse lidar com sua morte. Eu agradeço por ele fazer isso. Eu não sei se estaria bem hoje se não fossem por essas palavras. Sai, onde quer que você esteja, eu tenho certeza que é um lugar bom, porque você não merece nada menos que isso. Obrigada por tudo. Eu também amo você. – Sakura terminou o discurso chorando e foi muito aplaudida. Sasuke também aplaudia de pé a amada, porque sabia que a morte sempre foi o seu ponto fraco.

Já durante a festa Sasuke e Sakura dançavam...


— Suas palavras pra ele foram lindas.
— Ele merecia. – disse Sakura sorrindo ainda timidamente
— Abre um sorriso meu amor. Um sorriso de verdade. Eu sei que é triste, mas ele está em paz.
— Sim, eu sinto que ele está em paz. Ta na hora da gente ser feliz né?
— Tenho certeza que essa era a última vontade do Sai. – eles então se beijaram docemente


[...]


— Bem vinda ao seu lar – disse Sasuke ao chegar com a esposa em casa.
— É muito bom estar de volta. Definitivamente. – sorriu – A mudança já veio toda?
— Já. Só que eu não arrumei. Tem um monte de coisas nas caixas. – se desculpou Sasuke
— Tudo bem. Estou muito cansada pra arrumar isso. Que tal você me levar pro quarto? – disse abraçando o marido
— Você não disse que queria descansar? – disse e depois beijou a esposa
— Só depois de namorar um pouquinho, o que acha? – disse retribuindo o beijo
— Acho perfeito – disse já a colocando no colo e indo pro quarto de onde eles não sairiam tão cedo.


[...]


— Pronta pra pegar pesado no batente? – perguntou Konan a sua nova funcionária
— Sim. Um pouco nervosa, mas pronta. – disse
— Ótimo! Bem, como prova de confiança no seu talento a próxima exposição da galeria vai ser responsabilidade sua. Então quero a ideia, o prazo, para quantos convidados é a inauguração e quanto tempo vai ficar aqui para a apreciação do público, pois assim que sair daqui podemos fazer parceria com outras galerias. Vão ser peças suas?
— Eu estava pensando em fazer um leilão no final da exposição. – sugeriu Sakura
— Boa, e o dinheiro vai pra onde?
— Para a ONG da Shizune. Eu quero ajudar, sei que ela tem alguns problemas financeiros lá. 
— Muito boa a sua iniciativa, acho que ela nunca deve ter comentado isso com o Sasori, porque ele tem dinheiro o suficiente pra investir nisso.
— Aí que ta Konan, não é um investimento rentável como os quais o Sasori está acostumado a lidar. É um investimento onde o nosso lucro é a estabilidade e conforto de crianças.
— O que torna o investimento melhor ainda. Acho a ideia maravilhosa. Já tem as peças prontas?
— Na verdade as peças não são minhas. Com a ajuda da Shizune eu comecei a coletar algumas obras do Sai, as mais importantes e significativas. 
— Foi ideia sua?
— Foi e a Shizune desde que soube tem me ajudado tanto. Sasori tinha me dito que vocês iam me dar esse desafio, então eu andei me preparando.
— O Sasori gosta muito de você e quer que você faça um bom trabalho. Mas sabe, eu tenho certeza que vai ser um sucesso.
— Obrigada pela confiança Konan. E o Deidara também apoia?
— Claro. Ele neste momento está fazendo um inventário das peças que possuímos, porque queremos abrir uma sala a mais aqui na galeria. 
— Vão ampliar o prédio?
— Sim. Pretendemos fazer mais um andar com uma sala que vai servir para expor e também para exibições de vídeos e filmes. Queremos ampliar o nosso conceito de arte. Aliás, nos próximos dias Sasori e Deidara vão debater bem o conceito do novo espaço.
— É um prazer trabalhar aqui. E olha que eu mal comecei.
— Seja bem vinda. – sorriam as duas


[...]

Dias depois...


— Deidara, você só pensa que arte é aquelas esculturas de argila que você faz? – disse Sasori sério
— Caso você tenha esquecido eu também pinto. – disse Deidara
— Suas pinturas são fracas. Se a gente vendesse mal pagava seu prato de comida.
— Você fala como se suas marionetes fossem grandes coisas. – deu de ombros Deidara
— São as peças mais caras que temos aqui. São as de maior valor para os clientes. – disse Sasori se gabando
— Você só sabe fazer isso. Não querem uma sala de inovações? Não vejo inovação nenhuma em manter na sala nova uma exposição feita linha do tempo das suas marionetes ridículas.
— E você acha que uma linha do tempo das suas esculturas de argila ia ter sucesso? – perguntou Sasori indignado quando de repente Konan chegou
— Me atrasei muito? – perguntou Konan se sentando a mesa com seus sócios
— Que bom que chegou Konan querida. Explique a essa besta loira que as esculturas dele não serão expostas na nova área. – pediu Sasori
— Konan, não dê ouvido as asneiras que ele diz e logo fale que exibir marionetes não tem nada de inovador, embora essas porcarias sejam o que ele chama de arte.
— CHEGA! OS DOIS. – ela então respirou fundo – Tínhamos concordado que o novo espaço ia conter algo diferente.
— E nós dois chegamos à conclusão que a linha do tempo da vida de um artista ia ser perfeito. – disse Deidara
— Concordo com a linha do tempo, mas não devem ser de nenhum de nós as peças.
— E de quem seriam; querida Konan? – perguntou Sasori
— Posso explicar a ideia que eu tive? – pediu e eles assentiram
— Ok. Eu estava conversando com a Sakura e eu acho que o novo espaço tem que ser mais descontraído. Diferente das outras galerias para que chame mais atenção e possamos atrair um público maior. Então eu acho que os filmes com conteúdos culturais importantes também devem ser considerados obras de artes e então todas as sextas faremos às 9h e às 11h da noite sessões. O que acham?
— Eu concordo – disse Sasori
— Eu também, mas e quanto à linha do tempo? – questiona Deidara
— A Sakura disse que quer expor o trabalho do Sai e eu pensei que a gente pudesse fazer isso nesse novo espaço que construímos. Temos que inaugurá-lo com algo bom e diferente. O Trabalho do Sai é muito elogiado pela Sakura, pela Yale e até pela Shizune. O que acham?
— Verdade. A Shizune fala muito da beleza das telas dele. – diz Sasori
— Eu não vi, então não opino. – Reclama Deidara
— Pare de ser tão egoísta Deidara. Pense que pode ser um bom negócio pra nós e uma linda homenagem da parte da Sakura e da Shizune. Temos material suficiente pra fazer a linha do tempo.
— Eu topo e ele também – disse Sasori forçando Deidara a aceitar.
— E mais uma coisa. A sala vai se chamar Sai. Eu decidi. – Konan bateu o martelo e os dois aceitaram


[...]

Meses Depois...


— Foi tão linda a exposição não foi? – disse Sasuke ao chegar da sala Sai na galeria de Konan, Sasori e Deidara
— Foi. A primeira que eu organizei e foi realmente muito importante. – disse Sakura com um sorriso nos lábios
— Sai deve estar feliz, sua obra sendo apreciada por tantos jovens e sua história contada naquelas paredes.
— Uma vez o Sai me disse que queria trabalhar lá. É bom ver que de certa forma ele vai sempre estar lá.
— Achei um belo gesto do Sasori arrematar todas as peças do Sai para a galeria.
— Ele arrematou quase todas, esqueceu que a gente ficou com um quadro?
— Sim, como eu poderia esquecer. Pra mim é o quadro mais bonito. “Tons de rosa”
— Eu adorei a brincadeira que ele fez com vários tons de rosa fazendo um retrato meu.
— É, você era a musa dele.
— Tem ciúme? – perguntou Sakura
— Não. Não mesmo. E o outro quadro não arrematado ficou com a Shizune “A cura” certamente ela que o inspirou a isso.
— Verdade. Ansioso para as gravações do seu filme começarem? 
— Sim. Já tenho o roteiro, mas falta a trilha sonora. – admitiu Sasuke
— E o Itachi vai mesmo lançar um CD?
— Vai lançar um EP, mas sem data marcada. Ele não escreveu umas canções muito boas e precisa de algo de peso pra começar.
— Tomara que ele se inspire logo. Amor, me ajuda a arrumar algumas coisas da mudança que eu ainda não consegui?
— Pode deixar senhora Uchiha – disse sorrindo e ele a beijou. Eles abriram duas caixas. Uma era de roupas antigas e a outra tinham os cadernos da época do colégio. Sakura folheou um por um e no meio de um deles tinha um envelope e dentro dele tinha uma carta e um CD.
— O que achou? – perguntou Sasuke curioso. 
— Algo incrível – disse e logo emendou – É do Kiba – e então começou a ler.


Sakura, 

Eu queria te dar um presente legal. Sabe aqueles presentes do namorado pra namorada sem data nem explicação? Só pra ver os seus olhos, as suas lindas esmeraldas brilharem. Eu pensei em comprar uma joia, mas nada que eu te ofereça vai chegar aos pés do amuleto que você me deu. Então eu resolvi te presentear com o que faço de melhor: Uma música.

Você deve encontrar essa carta depois de alguns dias, mas tenho certeza que algum momento você vai encontrar esse caderno e vai ficar feliz com o que eu fiz. Amanhã é o aniversário do Gaara e te ver e não poder te beijar na frente de todos vai ser difícil, mas vamos achar uma solução para não magoar ninguém.

Bem, não vou me estender muito só dizer o óbvio, já que o resto vai estar na música. Eu amo você e eu sempre, sempre e sempre estarei com você.

Com amor, Kiba


— Bela carta, mas cadê a música? – perguntou Sasuke
— Está aqui. Letra e música. – disse mostrando o Cd e o papel – vou colocar pra gente ouvir

Sempre

Sempre vamos fugir de um final

Mas tudo tem que ser assim na vida

E o que é bom fica guardado

Sempre vou te levar aqui dentro

Só sei que o tempo não nos ensinou / A esquecer das coisas boas

Você faz parte de tudo que sou / E isso fica em mim

Sempre que você ouvir a minha voz

Sempre que sentir o cheiro

Sempre que lembrar de nós

Sempre que um momento nos trouxer de volta

Eu sempre estarei com você

E sempre levarei você comigo

Sempre vamos fugir de um final

Mas tudo tem que ser assim na vida

E o que é bom fica guardado

Sempre vou te levar aqui dentro

Quando lembranças colorem o dia

A distância só nos aproxima

Te trago pra perto nessa melodia

Sempre que você ouvir a minha voz

Sempre que sentir o cheiro

Sempre que lembrar de nós

Sempre que um momento nos trouxer de volta

Eu sempre estarei com você

E sempre levarei você comigo

"Ouvi dizer que quem deixa ir tem pra sempre."


— Essa música é perfeita – diz Sasuke
— É mesmo. O Kiba tinha um talento incrível de traduzir sentimentos em música. 
— Não só isso. Meu Deus, essa música é perfeita pro meu filme. – diz Sasuke
— Mas não dá pra usar. Afinal o Kiba e a banda dele não existem mais. – avisou Sakura
— Mas o Itachi pode tocar essa música. – sugere
— Verdade. A música do Kiba pode ser tocada pelo Itachi e assim ir parar no seu filme. O Kiba ia ficar tão feliz se ele soubesse que uma música dele ia ser tão importante.
— E eu acabei de decidir o título do meu filme, será SEMPRE. Assim como a música.


[...]

Meses depois...


Era o dia de estreia de "Sempre", o mais novo filme de Sasuke e já no tapete vermelho com Sakura, Sasuke respondia a algumas perguntas.


— O filme foi escrito num momento critico e muito importante da minha vida. Eu venho escrevendo desde que eu e a Sakura tivemos uns pequenos desentendimentos anos atrás. Trabalhei na ideia e a modifiquei inúmeras vezes até que ficasse perfeita. O filme se chama “sempre”, pois conta a história de um casal que se une por causa da dor da perda de um amigo em comum e que fazem a promessa de sempre estarem juntos. É um drama, algo que eu não estou muito acostumado a fazer, mas espero que as pessoas gostem. – disse Sasuke feliz com o resultado de seu trabalho.

 

A exibição do filme ocorreu perfeitamente, com todos seus amigos presentes. No fim Itachi ia cantar a música de Kiba, mas antes Sasuke resolveu dizer algumas palavras


— Sei que o filme emocionou a todos, porque histórias de amor sempre tocam o nosso coração. E a história desse filme é de um amor que cresceu as cegas, porque mesmo tendo uma visão perfeita seus protagonistas não conseguiam ver o que estava bem ali na frente deles. “Sempre” retrata o amor, a saudade, o medo, a perda e a vida. Esse filme pra mim parece uma colagem de lembranças. E a música principal do filmes me fez entender melhor o que eu mesmo tinha criado. A música pertence ao Kiba, amigo de minha esposa que morreu num acidente de carro. E essa canção serve como um lembrete aos corações apaixonados que as coisas boas não se apagam e que quem deixa ir tem pra sempre. Obrigado. – termina Sasuke e é altamente aplaudido


— Não tem mais nada a dizer? – pergunta Sakura e então Sasuke continua
— Ok. Eu vou anunciar. Hoje eu recebi a magnífica noticia que vou ser pai e de gêmeos. – todos os fotógrafos então se viraram para Sakura
— Serão dois meninos e os nomes deles serão Sai e Kiba, para homenagear os dois grandes artistas que inspiraram esse filme e que iluminaram nossas vidas. – Sakura disse em bom e alto som.
— Agora Itachi é com você. Vamos curtir o som... – anunciou Sasuke e então Itachi começou a tocar com sua banda.

Enquanto Itachi cantava as mentes de todos os personagens na história se lembravam de tudo que tinha acontecido para que eles chegassem até ali. E num breve momento tudo ficou tão pequeno, perto do que estava por vir.

Ninguém pensava que dali pra frente seria um mar de rosas, mas todos acreditavam que agora eles possuíam o necessário para lidar com seus problemas e suas perdas. As lembranças continuariam ali intactas, mas o futuro parecia brilhante.

Sakura ao olhar o céu estrelado sabia que seus amados amigos estariam olhando por ela e agora pelos seus filhos que estavam ao caminho. Ao lado de Sasuke ela finalmente poderia continuar a ter a felicidade. E seus amigos também, cada um com sua vida, estavam trilhando caminhos bons.

Para todos eles o amor tinha deixado de ser cego e se tornado simples. Melhor, eles tinham conquistado o PARA SEMPRE, mesmo que ele não significasse ser feliz sempre, mas sim, apesar de tudo, ser sempre feliz de novo. 

FIM


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que me deem um feedback! haha Obrigada novamente por lerem!
Música tema do final se chama "Sempre" e é da incrível banda Vowe!



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