O amor é cego escrita por British


Capítulo 48
Abrir os olhos




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A escuridão apesar de vendar meus olhos para rostos, cores e formas; era uma espécie de proteção para o meu próprio medo de quando visse não encontrasse as coisas em seu lugar. Acho que nunca me incomodei tanto com a cegueira, porque era melhor não ver nada a abrir os olhos e não encontrar os meus rostos favoritos. Acho que o vazio seria insuportável. Agora era diferente, Sasuke trouxe de volta ao meu mundo um monte de sensações velhas e novas. Sei que foi isso que me impulsionou a aceitar a cirurgia, a vontade de vê-lo. E agora após horas numa sala de operação finalmente meus olhos estão se abrindo. Abrindo-se para um mundo completamente novo. Abrindo-se para ver as feições que tanto desejo ver. A primeira imagem foi embaçada. E a luz incomodou bastante, mas forcei um pouco, queria ver, mesmo que fora de foco.
A imagem era de uma mulher, sentada a beira da minha cama lendo um livro. Pelas cores, ainda muito borradas percebi que era minha amiga: Hinata.
— Hinata, levante-se! – pedi com um sorriso no rosto e notei ela se espantar
— Você já acordou? O médico disse que você dormiria o dia todo. – ela então segurou em minha mão
— Acho que tinha certa pressa em acordar. Aliás, você é mais linda do que eu tinha imaginado.
— Você esta me vendo mesmo? – a voz de minha amiga agora era chorosa e as lágrimas derramadas em cima de mim
— Sim, ainda está bem embaçado, mas a sensação de ver é indescritível.
— Oh, Sasuke precisa saber disso – Hinata falou
— Ele está aí? – perguntei curiosa
— Oh querida, ele disse que ia almoçar com Naruto e voltava mais tarde. Ele não esperava que você acordasse logo.
— Melhor assim – falei pensativa
— por quê? Não quer vê-lo ainda?

— Quero, mas eu preferia somente vê-lo quando tudo estivesse direito. Quero ver cada detalhe do Sasuke.
— Entendo, eu vou esconder que você acordou.
— Acho que amanhã tudo deve estar melhor e assim poderei vê-lo. – sorri.

[...]

No dia seguinte...

— Com licença – Ouvi a voz dele enquanto a porta se abria vagarosamente; e dela surgiu a imagem mais bela que meus olhos viram durante toda a minha vida. Ele era mais alto do que pensava, os olhos mais escuros do que imaginava e cada traço de seu corpo e rosto era perfeito. Não parecia real de tão incrível que era. Seria realmente Sasuke? O meu Sasuke?
— Sasuke? – perguntei para confirmar e recebi um lindo sorriso de volta. Os dentes brancos, um sorriso que preenchia qualquer espaço vazio naquele quarto.
— Sou eu meu amor – A voz era a mesma pela qual me derretia constantemente, então era mesmo ele. Ao ouvi-lo me chamar de “meu amor” olhando diretamente nos meus olhos eu não consegui me conter e desatei a chorar, ele correu para me abraçar e de repente senti as lágrimas dele sobre mim.
— Eu sou tão feio assim que te dá vontade de chorar? – falou brincalhão e sorriu, ainda entre lágrimas
— Você é tão lindo – meus olhos passavam por cada parte dele, guardando cada mínimo detalhe, ele era um milhão de vezes mais bonito do que eu havia imaginado. Estava admirada.
— Mais que o Kiba? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha
— Você também é um bobo, sempre se comparando com o Kiba. Você é diferente – coloquei as duas mãos na face dele, queimava, emanava o calor que eu jamais sentira vindo dele, era como se o sangue borbulhasse por todo o corpo.
— Sabe, seus olhos ficaram com um brilho especial. – falou tirando uma mexa do meu cabelo do rosto e nisso Naruto adentrou o quarto

— Naruto! – Exclamei e voei para os braços do loiro dando um abraço apertado nele. Naruto era um grande amigo, se não fosse por ele certamente não teria conhecido Sasuke e não estaria vivendo essa história. Devia tanto a ele. Olhei bem para ele e sorri. Imediatamente me lembrei da descrição que ele havia feito para mim no Central park, não havia mentido sobre nada. Depois que me afastei reparei que ele e Hinata logo deram as mãos, tenho certeza que eles são o casal mais lindo que existe depois de mim e do Sasuke. 
— Minha querida Sakura – sorriu brincalhão. Sempre me lembrava que Naruto era bobo e não me surpreendi tanto ao vê-lo, era exatamente como imaginava em minha mente. – Pronta para se aventurar por Londres?
— Completamente. – sorri - Ei, tenho que parabenizar vocês, formam um belíssimo casal. Estou tão feliz por vocês.
— E nós por vocês – Naruto falou e estendeu um olhar ao Sasuke que concordou com a cabeça
— Bem, vamos sair logo desse hospital e nos divertir? – propôs e claro que nós concordamos.
— VAMOS – falamos animados.
Londres era fascinante, nunca tinha imaginado vir aqui algum dia. Me lembro que há uns dez anos eu pensava em fazer um intercambio para cá e aprender a me virar sozinha, mas fui adiando isso até que o acidente aconteceu e todos os meus planos e sonhos caíram por terra. Agora eu estava realizando esse antigo sonho e ao lado das pessoas mais especiais que existem sobre a face da terra pra mim.

[...]

Após o longo e cansativo dia de turista por Londres retornamos ao hotel. Naruto e Hinata seguiram diretamente para o restaurante, embora já tivéssemos jantado em um excelente restaurante da região Naruto sempre guardava um espaçinho a mais para se empanturrar de comida e puxou Hinata com ele que não soube como dizer não. Deixaram eu e Sasuke a sós. Ele então pegou a chave do quarto e me convidou para subir com ele.
— Vem, vamos subir. – pegou minha mão e me puxou delicadamente para o elevador. Consenti e trocamos alguns olhares.
— Que pressa é essa para chegar logo ao quarto?
— Não tenho pressa – alegou calmo
— Nem eu – sorri. O elevador chegou ao nosso andar, Sasuke abriu a porta e eu passei por ele entrando no quarto.
— Naruto vai chegar a qualquer momento – avisei a ele, enquanto ele trancava a porta.
— Não se preocupe Naruto ainda vai passar um tempo considerável no restaurante e depois disso ele vai ver a mensagem que eu mandei para o celular dele – deu um meio sorriso charmoso
— Que mensagem?
— Na mensagem dizia: “Passe bem longe do meu quarto, fique com Hinata essa noite.”
— Acho que ele não vê problema nenhum em concordar com isso.
— Eu tenho certeza que ele vai adorar isso. – ele então se sentou ao meu lado na cama
— Sasuke, obrigada por tudo – olhei diretamente no mar negro que é o seu olhar
— Não tem o que agradecer, eu fiz tudo que eu fiz por nós dois. – ele então tomou meus lábios com vontade, me deitando na cama e ficando por cima de mim. Logo ele distribuiu beijos ao longo do meu pescoço.
— Graças a você agora eu posso ver – falei enquanto sentia os lábios dele sobre minha pele.
— Já que você quer tanto me agradecer me prometa que seus olhos vão ser apenas meus, minhas esmeraldas. – Me beijou possessivo como nunca tinha me beijado antes.

— Meus olhos são seus – sussurrei já me sentindo mole, presa aos braços dele
— Você é minha. – ele continuou a me beijar
— Não acha que essa cama é muito pequena? – olhei para a cama que estávamos, era de solteiro, ou seja, não tinha muito espaço para nós diferente da cama de Sasuke que era uma imensidão sem fim. 
— Pequena é bom, porque assim você não tem para onde fugir de mim – ele me encurralou com os braços como se me prendesse em uma prisão, só que eu não queria sair dali. Não mesmo.
— Quem disse que eu quero fugir?
— É sempre bom se precaver – deu um meio sorriso e depois voltou a me beijar. Quando dei por mim todas as peças de roupa estavam jogadas ao chão e me deparei com o corpo dele nu junto ao meu. Tão perfeito. O vi e o senti. Era tão mágico, vivo, intenso. Era amor em todas as formas. Depois me deitei sobre o peito dele que arfava, senti o coração dele bater sob meu ouvido. Adormeci. Ele também. Quando o dia raiou percebi que acordei primeiro que ele, então me levantei coberta pelo lençol branco da cama e o observei dormir. Estava tranquilo. O corpo dele estava completamente nu, observei cada pedacinho dele. Era lindo. Lindo demais. Ele acordou e me encarou com a cara de sono mais linda do mundo.
— O que está fazendo fora da cama?
— Olhando você – respondi e ele me chamou com a mão. Voei para os braços dele e o beijei.
— Não fique longe de mim – ele beijou minha testa
— Não vou ficar, só precisava te ver – sorri – Você parece um anjo dormindo.
— Eu prefiro que você me toque – então ele pegou minhas mãos e passou-as pelo seu corpo. Se era bom vê-lo, senti-lo era melhor ainda.
— Vamos tomar banho? – coloquei um sorriso brincalhão no rosto e quando dei pó mim ele já me carregava no colo em direção à banheira.


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