Clary olhou para o céu estrelado acima de si e o sorriso que tomou conta de seu rosto não foi impedido, Clary tinha motivos para sorrir, afinal de contas. Sua mãe e Luke haviam se casado, Simon estava de volta e todos que ela amava estavam seguros.

 Finalmente, ela pode respirar aliviada e se permitir sentir algum tipo de segurança. Luke e sua mãe haviam viajado para a lua de mel com destino à França, portanto, Clary se hospedou em um quarto do Instituto. Obviamente, Jocelyn havia sido muito clara que o casal não deveria se aproveitar da situação. Clary preferiu ignorar o que a mãe estava insinuando, por mais verdadeiro que seu argumento fosse.

 Enquanto esperava a chegada de Jace, Clary acabou pensando no passado. Em todos os obstáculos pelos quais ela e Jace passaram, que mais pareciam coisa de filmes mundanos. Clary acabou rindo com seu pensamento, afinal de contas, algum tempo atrás, ela nunca teria considerado que existisse algo no mundo além dos mundanos.

— Hey, Angel. – Cumprimentou Jace enquanto entrava no quarto que Clary estava ocupando temporariamente, ele havia ficado parado na porta por alguns instantes, a observando admirar as estrelas de maneira concentrada. Ela estava sentada no parapeito da janela de seu quarto, ela sorriu quando ouviu a voz dele e se virou para ele, descendo do parapeito da janela.

— Angel? – Questionou Clary sobre a maneira que o namorado a havia chamado e sorrindo de canto.

— Sim. Você me pareceu um anjo enquanto olhava para o céu desse jeito. Eu gostaria de ser mais parecido com você, que simplesmente transborda esperança, gentileza e bondade. – Jace explicou, beijando Clary em seguida. Ela passou os braços pelo pescoço dele e Jace a apertou na cintura.

— Na verdade, eu gostaria de ser mais como você. – Clary anunciou, passando a mão pela camisa de Jace e jogando sua jaqueta na poltrona que havia por perto.

— Você queria parecer comigo? – Ele perguntou, surpreso, rindo enquanto Clary recolocava os braços em seu pescoço.

— Sim, Jace, eu queria ser igualzinha a você para te fazer tão feliz quanto você me faz.

— Você não precisa mudar absolutamente nada, você me faz a pessoa mais feliz do mundo só por existir. – Jace afastou uma mecha do cabelo de Clary de seus olhos e fixou seu olhar no verde dos olhos dela.

— Digo o mesmo. – Ela respondeu, o beijando de novo.

— Se você não quiser que Maryse e Robert nos matem, é melhor trancar a porta antes que eles percebam que eu estou aqui. – Clary riu, assentindo.

 Enquanto Jace observava Clary trancando a porta, ele percebeu que parecia estar tentando memorizar cada parte da garota e foi obrigado a lembrar a si mesmo que ele não precisa mais fazer isso.

 No entanto, parecia impossível não tentar memorizá-la, a simples lembrança do som da voz de Clary o fazia se sentir feliz em estar vivo, era simplesmente o mais belo som que já havia ouvido. A risada dela o fazia sorrir feito um bobo, por mais que ele nunca admitisse isso.

 Ela sempre estava com ele, ele a via no fundo de um bar, ao seu lado na cama, na garupa de sua moto e em sua cabeça, em todo o lugar. Jace nunca foi do tipo que acreditou em amor, em anjos ou em qualquer tipo de bondade sem segundas intenções, tudo no qual ele acreditava era que amar era destruir e que ser amado era ser destruído. Porém, no momento em que Clary apareceu em sua vida, ele passou a duvidar de suas certezas, e, sem que ele sequer percebesse, ela tomou cada parte do seu coração.

 Clary o fez acreditar no amor, nos anjos e na bondade. Clary o fez melhor, o fez querer ser melhor. Por isso, e por tantas outras razões, Clary Fairchild era o seu anjo.