Em frente à pousada, uma "montanha" de pessoas, policias e uma ambulância estão falando com Sara, enquanto um corpo morto é levado, em cima de uma maca de hospital, para a ambulância. Lídia está em uma ligação com Daniel:

—Daniel, eu não vou poder ir...

—Por quê?

—Longa história...

—Se não queria sair comigo, poderia ter dito antes.

—Não é isso, é que...-Antes de Lídia explicar, ele desliga. Ela vai até Sara, que ainda está sendo interrogada pelos policias. -Acho que já deu hora de vocês irem. -Diz Lídia, tentando fazer os policiais irem embora. Funciona, eles vão.

—O Cold Blood matou meu pai... -Sara tenta entender a situação e Lídia a abraça.

—Vamos entrar, já estamos aqui há quase duas horas.

—Eu não quero voltar para aquele quarto.

—Já tá tudo limpo, Sara.

—Não é por isso...

—Vamos logo. -Lídia meio que puxa Sara para dentro. Elas entram no quarto e Sara abre o guarda-roupas novamente.

—Sara, eu sei que é duro pra você...

—Eu tô grávida. -Lídia se espanta com Sara.

—O quê?! -Sara pega o celular e mostra a mensagem para Lídia. -Você transou com alguém do Cold Blood?

—Acho que sei o que aconteceu, lembra dos primeiros dias que eu cheguei à cidade? Você foi atropelada, eu fiquei dois dias sem dar sinal de vida, fiquei na casa abandonada e acho que eu fui estuprada, não me lembro do que aconteceu lá... Só lembro de dar de cara com ele.

—Como você não percebeu?

—Sei lá, a minha vida tá uma merda, tudo confuso, pessoas morrendo...

—E agora, o que vai fazer?

—Não sei... A Bianca é quem estava na rede social do Dylan! Ela pode ser do Cold Blood!

—Então finalmente ela decidiu te contar...

—Como assim "finalmente"?

—A Bianca me contou, mas não queria falar isso pra você...

—A Bianca era quem me enviava essas mensagens e você não me contou?

—Trocaram a senha da rede social, não é ela que está mandando essas novas mensagens.

—Você ainda acredita nisso?

—Eu confio na Bianca, além do mais, que mal ela pode fazer, ela tá...

—Aleijada... Por que ela não me contou que era o falso Dylan?

—Eu não sei...

—Tudo caiu como uma bomba agora, como os Cold Blood conseguiram o corpo do meu pai?

—Como ele morreu?

—Em um acidente de carro, o carro explodiu... Mas agora eu não acho que foi assim...

—Sara, seu pai trabalhava no que?

—Ele era caminhoneiro...

—Talvez ele tenha pego contato com os Cold Blood quando ia fazer uma entrega...

—É muita coisa pra mim, acho melhor... NÃO TEM O QUE EU ACHE MELHOR! EU NÃO VOU CONSEGUIR DORMIR! -Sara deixa uma lágrima escorrer de seu rosto. -Eu deveria ter ido embora dessa cidade depois que descobri que o Dylan estava morto...

—Aí nunca seriamos amigas, você nunca conheceria o Jason e nem embarcaria nessa aventura. -Lídia vai até Sara e a abraça.

—Mas isso me custou a minha mãe, e ser estuprada...

O celular de Lídia vibra, ela o pega, era uma mensagem de Dylan.

—É do Dylan...

Na mensagem havia a foto de Rose e Rebeca amarradas em um poste junto com um texto: "Escolha uma para morrer, ou as duas falecerão. Você tem 24 horas". Lídia se assusta e mostra para Sara.

No hospital: Ellen está com a sua cabeça sobre do colo da mãe, que continua no hospital. Ela dorme e sua mãe acaricia seus cabelos, enquanto o prefeito entra no quarto com um sorriso.

—Como você está? -Pergunta ele.

—Acho que bem...

—Que bom. -Ele se aproxima.

—Eu prometi que manteria esse casamento por mais alguns anos, e eu já estou farta dele.

—Eu só quero mais um ano, quando haverá a próxima eleição. Aí a gente espera até que eu seja reeleito.

—Espero que não seja. -Eles se encaram.

—Felizmente você não prevê o futuro. -Ele sai do quarto.

—Eu estava ouvindo... -Diz Ellen, levantando sua cabeça do colo da mãe.

—Meu casamento com seu pai é algo complicado...

—Tem que fingir até na frente da sua filha... -Ela sai do quarto.

No dia seguinte, Lídia vai até a casa de Jéssica e bate na porta. Jéssica atende:

—Lídia,você viu a Rebeca?Ou a Rose? -Ela pergunta, agoniada.

—O quê?

—Elas sumiram.

—Como assim sumiram?

—Eu deixei a Rose com a Rebeca, elas foram na praça e desde então não voltaram.

—Já ligou pra polícia?

—Já, e já tão procurando...Eu não sei o que eu faço...

Na casa de Sofia, Sara toca a campainha e Bianca atende rapidamente:

—Sara... -Ela fala, enquanto Sara entra na casa. -Eu nem sei como começar...

—Há quanto tempo?

—Sempre... Mas quando você chegou a cidade, foi hackeado.

—E por que nunca me contou?

—Eu não tinha uma rede social, nunca me interessei por isso... Até que conheci você...

Flashback:

1 ano antes: Bianca está em sua casa e passa pelo corredor, até que ouve o barulho de alguém recebendo mensagens em sua rede social. Vinha do quarto de Dylan. Ela entra no quarto e percebe que a rede social está aberta, se aproximando e lendo a mensagem de "Sara":"Oi,vi a sua foto de perfil, é de uma serie que eu gosto". Bianca clica no ícone da foto de Sara, uma imagem escrita "Luto", então decide responder:"Serio?"

Fim de Flashback:

—Foi assim...

—Quer mesmo que eu acredite que foi tudo obra do destino? Isso é tão falso quanto você!

—É a verdade, Sara!

A porta se abre, era Sofia, que rapidamente percebe a presença de Sara.

—O que essa vadia tá fazendo aqui? -Sofia vai até Sara.

—Sabia que a sua filha estava por trás da rede social do Dylan?

Ela vai embora enquanto Bianca e Sofia se encaram. Na rua, Sara anda rápido e sem rumo até que Jason, no táxi, se aproxima dela.

—Oi, Sara. -Ele sorri e ela retribui o sorriso.

—Sempre que te vejo é como um festival de sorrisos.

—Tá indo aonde?

—Eu não sei...

—A propósito, a cidade toda tava falando sobre um corpo da pousada em que você mora.

—Essa cidade tá muito fofoqueira pro meu gosto.

—Entra aí.

—Era o corpo do meu pai... -Sara entra assim que ele manda.

No hospital,uma mulher ruiva entra no quarto em que a mãe de Ellen está:

—Como você tá, Naomi? -Pergunta uma moça ruiva.

—Ruby? O que tá fazendo aqui?

—Vocês iam vir me visitar e sofreram um acidente, eu não iria deixar de ver vocês por isso. Viemos passar um tempo aqui. -Ruby sorri. Do lado de fora, Ellen conversa com uma garota de mechas azuis.

—Finalmente você veio visitar a gente, vai fazer um ano desde a última vez. -Diz Ellen. -Mas, e aí, o que aconteceu de bom nesse tempo, Marina?

—Acho que nada, minha vida é um tédio!

—Aqui aconteceram coisas que se eu contar, você não vai acreditar.

—Você tem sorte, vive como em um filme. -Um garoto se aproxima delas.

—Oi, prima. -Ele e Ellen se abraçam.

—Oi, Oscar, aonde tá o pai de vocês?

—Sei lá. -Ele responde.

—Grande resposta. -Ellen comenta.

Na cafeteria, Lídia está tomando café e mexendo em seu celular,Daniel se aproxima dela.

—Oi... -Ele se senta ao lado. -Já tô sabendo... Foi mal...

—A Sara achou o pai dela morto dentro de um guarda-roupa,eu não tinha muita escolha...

—Lídia... -Daniel segura as mãos de Lídia e os dois se encaram. -...Você sabe que eu gosto de você, e eu sei que você gosta de mim, mas tudo dá errado quando a gente marca de se encontrar.

—Infelizmente...

—O que acha de amanhã?

—Claro, se não tiver uma peppa pig morta dormindo na minha cama... -Eles riem. -Tenho que ir ver a Sara...

Lídia sai da cafeteria deixando o celular para trás. Daniel pega o celular dela e coloca no chat com Dylan, respondendo "Mate a Rebeca". Lídia percebe que o celular não está com ela e volta para a cafeteria enquanto Daniel ainda está escrevendo.

—O que você tá fazendo?.-Ela pega o celular da mão dele, lê e o encara.

—Lídia...

—Você é do Cold Blood?

No hospital, o prefeito está no quarto de Naomi,não havia mais ninguém lá. Ao lado dela, que estava dormindo, havia uma cômoda com dois travesseiros. O prefeito olha pela janela do quarto, não havia ninguém no corredor. Ele pega um dos travesseiros e coloca sobre a face de Naomi, tampando a sua respiração. Ela acorda sufocada e começa a se remexer. Ellen entra no quarto.

—PAI?!-Ela grita, o que faz com que o prefeito se vire.

Continua...